Acessibilidade / Reportar erro
Arquivos de Gastroenterologia, Volume: 39, Número: 2, Publicado: 2002
  • Esofagite de refluxo em crianças Editorial

    GONÇALVES, Manoel Ernesto Peçanha
  • Sangramento digestivo alto em um hospital brasileiro: estudo retrospectivo de registros endoscópicos Original Articles

    ZALTMAN, Cyrla; SOUZA, Heitor Siffert Pereira de; CASTRO, Maria Elizabeth C.; SOBRAL, Maria de Fátima S.; DIAS, Paula Cristina P.; LEMOS Jr., Vilson

    Resumo em Português:

    Racional - A hemorragia digestiva alta é complicação comum e grave da maioria das doenças do trato gastrointestinal superior. A endoscopia tem papel fundamental no diagnóstico e no tratamento da hemorragia digestiva, mas os dados epidemiológicos a esse respeito ainda são precários em nosso meio. Objetivos - Determinar as características clínicas, a acurácia endoscópica, a eficácia do tratamento e a evolução clínica dos pacientes admitidos no setor de endoscopia digestiva do Hospital Universitário da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, com sangramento digestivo alto. Pacientes e Métodos - Estudo retrospectivo de registros consecutivos de pacientes com hemorragia digestiva alta submetidos a endoscopia de urgência, em período de 2 anos. Resultados - A maioria dos pacientes era do sexo masculino (68.7%) com idade média de 54,5 ± 17,5 anos. O sítio de sangramento foi identificado em 75.6% dos pacientes. A acurácia diagnóstica da endoscopia foi maior quando realizada nas primeiras 24 horas do início do sangramento e quando da presença de hematêmese. A úlcera péptica foi a principal causa de hemorragia digestiva alta (35%). A prevalência de sangramento varicoso (20,45%) indica freqüência alta de hepatopatia subjacente. O tratamento endoscópico foi realizado em 23,86% dos pacientes. Hemostasia permanente foi alcançada em 86% dos pacientes após a primeira intervenção endoscópica e em 62,5% dos pacientes após ressangramento. Cirurgia de emergência foi raramente necessária. A quantidade de unidades de sangue utilizada foi em média 1,44 ± 1,99 por paciente. O tempo médio de internação hospitalar foi de 7,71 ± 12,2 dias. Ressangramento foi observado em 9,1% dos pacientes. A taxa de mortalidade de 15,34% foi significativamente relacionada com a presença de doença hepática prévia. Conclusões - A acurácia diagnóstica foi correlacionada tanto com o intervalo de tempo entre o episódio de sangramento e a realização da endoscopia, como com a forma de apresentação clínica. A terapêutica endoscópica mostrou-se eficaz num grupo selecionado de pacientes. O aumento do tempo de hospitalização e a maior taxa de mortalidade nos pacientes submetidos a terapêutica endoscópica foram atribuídos a maior prevalência de varizes esofagianas e à presença de hepatopatia subjacente.

    Resumo em Inglês:

    Background - Upper gastrointestinal bleeding is a frequent and potentially severe complication of most digestive diseases of the upper gastrointestinal tract. Upper endoscopy has a crucial role in the diagnosis and treatment of upper gastrointestinal bleeding, however epidemiological studies are still limited in our country. Aims - To assess the clinical characteristics, endoscopic accuracy, treatment efficiency and clinical outcome of patients admitted to the endoscopic unit with upper gastrointestinal bleeding. Methods - A retrospective study of consecutive records from patients who underwent emergency endoscopy for upper gastrointestinal bleeding was performed during a period of 2 years. Results - Most patients were male 68.7%, with a mean age of 54.5 ± 17.5 years. A bleeding site could be detected in 75.6% of the patients. Diagnostic accuracy was greater within the first 24 hours of the bleeding onset, and in the presence of hematemesis. Peptic ulcer was the main cause of upper gastrointestinal bleeding (35%). The prevalence of variceal bleeding (20.45%) indicates a high rate of underlying liver disease. Endoscopic treatment was performed in 23.86% of the patients. Permanent hemostasis was achieved in 86% of the patients at the first endoscopic intervention, and in 62.5% of the patients after rebleeding. Emergency surgery was seldom necessary. The average number of blood units was 1.44 ± 1.99 per patient. The average length of hospital stay was 7.71 ± 12.2 days. Rebleeding was reported in 9.1% of the patients. The overall mortality rate of 15.34% was significantly correlated with previous liver disease. Conclusions - Diagnostic accuracy was related to the time interval between the bleeding episode and endoscopy, and to clinical presentation. Endoscopic therapy was an effective tool for selected patients. The resulting increased duration of hospitalization and higher mortality rate in the patients submitted to therapeutic endoscopy were attributed to a higher prevalence of variceal bleeding and underlying liver disease.
  • Variações do sistema arterial hepático e sua aplicabilidade na bipartição do fígado: estudo anatômico em cadáveres Artigos Originais

    BERTEVELLO, Pedro Luiz; CHAIB, Eleazar

    Resumo em Português:

    Racional - Com a escassez de doadores de órgãos e com o aumento da demanda para o transplante de fígado, faz-se necessário aplicação de técnicas cirúrgicas avançadas para viabilização e melhor aproveitamento dos fígados disponíveis, como a chamada técnica da bipartição do fígado, onde de um doador se consegue fazer dois transplantes hepáticos, geralmente um adulto e uma criança. Objetivos - Estudar detalhadamente a distribuição arterial em sua porção extra e intra-hepática e suas implicações na secção regrada do fígado em dois segmentos anatomicamente equivalentes (lobo esquerdo e lobo direito). Material e Métodos - Estudo de 60 fígados provenientes de cadáver fresco, examinando a artéria hepática e suas ramificações, bem como suas variações anatômicas. A secção hepática foi realizada em duas metades: lobo direito e esquerdo. Resultados - O peso total do fígado foi de 1536 ± 361,8 g, do lobo direito 890,3 ± 230,9 g e do esquerdo 649,3 ± 172,6 g. Em 1 (1,6%) caso, o tronco hepático comum, era proveniente da artéria mesentérica superior, e em outro (1,6%), a artéria hepática esquerda era proveniente da aorta abdominal. A artéria hepática direita era proveniente do tronco celíaco em 44 (73,3%) casos, em 15 (25%) era oriunda da artéria mesentérica superior, sendo que em 11 (18,3%) casos era acessória e em 4(6,6%) era dominante. A artéria hepática esquerda era acessória da artéria gástrica esquerda em 2 (3,3%) casos. Em 9 (15%) casos houve trifurcação da artéria hepática própria, originando a artéria hepática média, que ficou assim distribuída: 6 (10%) casos como tronco único para o segmento IV, em 2 (3,3%) casos para o segmento III e 1 (1,6%) para o segmento II. Em 2 (3,3%) casos, ocorreram 2 artérias hepáticas médias que irrigavam o segmento IV. Conclusão - As variações anatômicas da artéria hepática não impediram a secção do parênquima hepático em lobo direito e esquerdo.

    Resumo em Inglês:

    Background - The liver donor shortage and the higher demand on liver transplantation led to advanced liver surgery techniques in order to better utilization of the cadaveric liver donors. That is why the split-liver technique had been applicated in liver transplantation where the liver after been divided into two lobes would be implanted in two recipients. Aims - This paper has the goal of study both the extra-hepatic arterial distribuition and anatomie of the liver with application on the split-liver transplantation separating the liver in right and left hepatic lobe. Patients and Methods - The authors studied 60 livers from fresh cadaver looking at hepatic artery and its main anatomic variations correlating with split-liver surgery. The liver was split into two portions, right and left lobe. Results - The total liver weight was 1536 ± 361,8 g, right hepatic lobe 890,3 ± 230,9 g and left hepatic lobe 649,3 ± 172,6 g. Common hepatic trunk was found in one (1,6%) case and came from superior mesenteric artery and in another one (1,6%), both left hepatic artery and left gastric artery came from the abdominal aorta. The right hepatic artery raised from celiac trunk in 44 (73,3%) cases, and in 15 (25%) from superior mesenteric artery it was acessory in 11 (18,3%) cases and dominant in 4 (6,6%). The left hepatic artery was acessory of left gastric artery in 2 (3,3%) cases. Hepatic artery trifurcation was found in 9 (15%) cases out of this 6 (10%) to segment IV, 2 (3,3%) to segment III and 1 (1,6%) to segment II. Also we found 2 (3,3%) medium hepatic artery to segment IV. Conclusion - Hepatic artery variations allowed liver section into right and left hepatic lobe.
  • Videocolonoscopia convencional e cromoscopia com índigo carmim no diagnóstico de pólipos colônicos Artigos Originais

    NAKAO, Frank Shigueo; ARAÚJO, Isabella Saraiva; ORNELLAS, Laura Cotta; CURY, Marcelo de Sousa; FERRARI Jr., Angelo Paulo

    Resumo em Português:

    Racional - Colonoscópios com magnificação e cromoscopia com índigo carmim vêm sendo utilizados na diferenciação de pólipos colônicos neoplásicos (adenomatosos e adenocarcinomas) dos não-neoplásicos (hiperplásicos, inflamatórios, juvenis), in loco, antes da realização do estudo histológico. Por outro lado, ainda foi pouco estudado o uso de colonoscópios convencionais e cromoscopia na predição da histologia destas lesões. Objetivo - Avaliar o desempenho de videocolonoscópios convencionais com cromoscopia com índigo carmim no diagnóstico diferencial de pólipos colônicos. Métodos - Previamente à polipectomia de pólipos detectados durante exames diagnósticos de rotina, foi realizada cromoscopia com índigo carmim. Se fossem observados sulcos na superfície da lesão a mesma era classificada como neoplásica. Na ausência deste aspecto, a mesma era classificada como não-neoplásica. Estas observações foram comparadas com as conclusões do estudo histológico. Resultados - No período de estudo (18 meses), foram detectados 133 pólipos em 53 pacientes. A cromoendoscopia apresentou, em 126 lesões, sensibilidade de 56,4%, especificidade de 79,2%, valor preditivo positivo de 81,5%, valor preditivo negativo de 52,8% e acurácia de 65,1% no diagnóstico de lesões neoplásicas. Conclusão - Os dados desta série permitem concluir que a cromoscopia com índigo carmim durante a colonoscopia convencional não é método confiável no diagnóstico diferencial in loco do tipo histológico dos pólipos colônicos.

    Resumo em Inglês:

    Background - Magnification colonoscopy and contrast chromoscopy with indigo carmine dye solution have been used to differentiate neoplastic polyps (adenomas and adenocarcinomas) from non-neoplastic (hyperplastic, inflammatory, juvenile) in an attempt to obviate endoscopic polypectomy. On the other hand, little published information exists concerning conventional video colonoscopes and chromoscopy for polyp histology prediction. Aim - To assess usefullness of conventional video colonoscopes and contrast chromoscopy with indigo carmine solution for differential diagnosis of colon polyps. Methods - In a routine colonoscopy series, we performed chromoscopy with conventional video colonoscopes before endoscopic excision of detected polyps. If a sulcus pattern was observed on the surface of the lesion, it was classified as neoplastic. Polyps were classified as non-neoplastic if no sulcus was detected on its surface. These observations were then compared with histology. Results - In the study period (18 months), we detected 133 polyps in 53 patients. We were able to compare results of histology and chromoscopy in 126 lesions. The sensitivity, specificity, diagnostic accuracy, negative predictive value, and positive predictive value were 56,4%, 79,2%, 65,1%, 52,8%, and 81,5%, respectively. Conclusion - On the base of the presented data, we concluded that conventional video colonoscopes and contrast chromoscopy with indigo carmine solution is not a good technique for differential diagnosis of colon polyps.
  • Tratamento cirúrgico do refluxo gastroesofagiano não-complicado: fundoplicatura sem secção dos vasos gástricos curtos Original Articles

    FELIX, Valter Nilton; YOGI, Ioshiaki; PERINI, Marcos; ECHEVERRIA, Rodrigo; BERNARDI, Cristiano

    Resumo em Português:

    Racional - Há hoje grande número de propostas para o tratamento cirúrgico da doença do refluxo gastroesofagiano e persistem controvérsias a respeito da necessidade da secção dos vasos gástricos curtos e ampla mobilização do fundo gástrico para realizar adequada fundoplicatura. Objetivo - Verificar os resultados da aplicação da modificação de Rossetti para a técnica de Nissen, no tratamento cirúrgico da doença do refluxo gastroesofágico não-complicada. Método - Catorze pacientes foram operados consecutiva e prospectivamente (média de idades de 44,07 anos); todos apresentavam esofagite erosiva sem sinais endoscópicos de Barrett (grau 3 de Savary-Miller) e foram submetidos a fundoplicatura de Nissen com modificação de Rossetti. Endoscopia, eletromanometria e pHmetria foram realizadas antes do procedimento e com cerca de 18 meses de pós-operatório. Resultados - Não houve morbidade, a disfagia transitória foi, em média, de 18,42 dias; não houve casos de deiscência ou migração da fundoplicatura e apenas um paciente revelou esofagite (leve) à endoscopia pós-operatória, os demais apresentando aspecto normal da mucosa do esôfago distal. Todos referiram grande melhora dos sintomas pré-operatórios. A pressão de repouso do esfíncter inferior do esôfago, de 5,82 mm Hg no pré-operatório em média, passou a 12 mm Hg no pós-operatório; a pressão de relaxamento do esfíncter inferior do esôfago passou de 0,38 mm Hg a 5,24 mm Hg e o índice de DeMeester, de 16,75 a 0,8. Conclusão - O procedimento de Rossetti (fundoplicatura sem secção prévia dos vasos gástricos curtos) é método cirúrgico efetivo para tratamento da doença do refluxo gastroesofagiano.

    Resumo em Inglês:

    Background - There is today a significant greater number of laparoscopic antireflux procedures for the surgical treatment of gastroesophageal reflux disease and there are yet controversies about the necessity of division of the short gastric vessels and full mobilization of the gastric fundus to perform an adequate fundoplication. Aim - To verify the results of the surgical treatment of non-complicated gastroesophageal reflux disease performing Rossetti modification of the Nissen fundoplication. Patients and Methods - Fourteen patients were operated consecutively and prospectively (mean age 44.07 years); all had erosive esophagitis without Barrett's endoscopic signals (grade 3, Savary-Miller) and they were submitted to the Rossetti modification of the Nissen fundoplication. Endoscopy, esophageal manometry and pHmetry were performed before the procedure and around 18 months postoperatively. Results - There was no morbidity, transient dysphagia average was 18.42 days; there was no register of dehiscence or displacement of the fundoplication and only one patient revealed a light esophagitis at postoperative endoscopy; the others presented a normal endoscopic view of the distal esophagus. All noticed a marked improvement of preoperative symptoms. Lower esophageal sphincter pressure changed from 5.82 mm Hg (preoperative mean) to 12 mm Hg (postoperative mean); lower esophageal sphincter relaxing pressure, from 0.38 mm Hg to 5.24 mm Hg and DeMeester score, from 16.75 to 0.8. Conclusion - Rossetti procedure (fundoplication without division of the short gastric vessels) is an effective surgical method to treat gastroesophageal reflux disease.
  • Evolução da ocorrência (1980-1999) da doença de Crohn e da retocolite ulcerativa idiopática e análise das suas características clínicas em um hospital universitário do sudeste do Brasil Artigos Originais

    SOUZA, Marcellus Henrique L. P.; TRONCON, Luiz Ernesto de A.; RODRIGUES, Carla Maria; VIANA, Cyntia F. G.; ONOFRE, Pedro H. C.; MONTEIRO, Rosane A.; PASSOS, Afonso D. C.; MARTINELLI, Ana L. C.; MENEGHELLI, Ulysses G.

    Resumo em Português:

    Racional - A doença de Crohn e a retocolite ulcerativa idiopática são consideradas pouco freqüentes nos países em desenvolvimento, sendo escassos os estudos sobre a sua ocorrência no Brasil. Objetivos - Estudar a freqüência de admissão de casos da doença de Crohn e da retocolite ulcerativa inespecífica em um hospital universitário ao longo de 20 anos (1980-99) e descrever características demográficas e clínicas desses casos. Métodos - Calculou-se a freqüência de admissão de casos da doença de Crohn e da retocolite ulcerativa inespecífica de janeiro de 1980 a dezembro de 1999 e analisaram-se todos os casos destas doenças admitidos nos últimos 10 anos desse período. Resultados - No período estudado, registraram-se 257 casos novos, sendo 126 da doença de Crohn e 131 da retocolite ulcerativa inespecífica. A freqüência de admissão de casos de ambas as doenças aumentou de 40 para 61 casos/10.000 atendimentos, do primeiro para o segundo qüinqüênio, com menor crescimento subseqüente, sendo que a doença de Crohn tornou-se, gradualmente, mais freqüente que a retocolite ulcerativa inespecífica. Em ambas as doenças, houve predomínio de casos do gênero feminino, na faixa etária entre 20 e 50 anos, da cor branca, do estado civil casado e de não-tabagistas. Ambas as doenças apresentaram-se com os sintomas digestivos próprios e não houve diferenças entre elas quanto às freqüências de manifestações sistêmicas e extra-intestinais (29,5% vs 23,3%), incluindo as tromboembólicas (5,9% vs 5,5%). Na doença de Crohn, 59,2% dos casos apresentaram complicações (obstrução e/ou perfuração), enquanto que 53,7% dos casos de retocolite ulcerativa inespecífica foram de formas mais graves. Nos casos de doença de Crohn com obstrução, o tabagismo foi significativamente mais freqüente que nas formas não-complicadas. Na retocolite ulcerativa inespecífica, as manifestações sistêmicas e as extra-intestinais, bem como o acometimento de todo o cólon, foram significativamente mais freqüentes nas formas mais graves. Conclusões - Houve aumento da freqüência das doenças inflamatórias intestinais, com a doença de Crohn tornando-se mais comum que a retocolite ulcerativa inespecífica. Tanto uma como outra das afecções, apresentaram-se com as características habituais, destacando-se o predomínio das formas mais graves.

    Resumo em Inglês:

    Background - Crohn's disease and ulcerative colitis are regarded as uncommon in developing countries, but studies on their occurrence in Brazil are scarce. Aims - To determine the occurrence of Crohn's disease and ulcerative colitis in a Brazilian university hospital throughout a 20-year period, and analyze the demographical, clinical and evolutive features of these cases. Methods - The frequencies of new cases of Crohn's disease and ulcerative colitis admitted from January 1980 up to December 1999 were calculated and a descriptive analysis of the features of all cases seen from January 1990 up to December 1999 was performed. Results - A total of 257 new cases (126 with Crohn's disease and 131 with ulcerative colitis) was recorded. The frequencies of admissions for both Crohn's disease and ulcerative colitis have increased progressively from 40 up to 61 cases/10.000 new admissions and Crohn's disease gradually became more common than ulcerative colitis. For both diseases, there was predominance of women, age at admission in the range of 30-40 years, Caucasian origin, married state and non-smokers. Digestive symptoms presented were similar to those already described for both diseases and there were no differences between Crohn's disease and ulcerative colitis regarding the frequencies of general complaints and extra-intestinal manifestations (29.5% vs 23.3%), including thromboembolism (5.9% vs 5.4%). Obstruction and/or perforation were seen in up to 59.2% of Crohn's disease cases, whereas 53.7% of all ulcerative colitis cases presented as severe forms. In Crohn's disease cases with obstruction, smoking was significantly more common than in non-complicated cases. In ulcerative colitis cases of increased severity, general complaints, extra-intestinal manifestations and pancolitis were significantly more frequent than in less severe forms. Conclusions - For the last 20 years, there have been an increased frequency of admission of inflammatory bowel diseases, and Crohn's disease have become more prevalent than ulcerative colitis. Demographical, clinical and evolutive features of these diseases seems to be similar to those already described, but there seems to be a predominance of more severe forms of both diseases.
  • Avaliação manométrica do esôfago distal de coelhos submetidos a fundoplicatura total laparotômica e laparoscópica Gastroenterologia Experimental

    HENRY, Maria Aparecida Coelho de Arruda; MOTTA, Dino César Pereira da; SILVA, Rodrigo Altenfelder da

    Resumo em Português:

    Racional - A fundoplicatura total, procedimento empregado no tratamento da doença do refluxo gastroesofágico, pode ser realizada segundo duas técnicas de abordagem: laparotômica e laparoscópica. Objetivo - Analisar o esfíncter inferior do esôfago de coelhos submetidos a fundoplicatura total laparotômica e laparoscópica. Material e Métodos - Em 40 coelhos machos foram realizados estudos eletromanométricos do esôfago segundo a técnica de puxada intermitente da sonda e infusão contínua dos cateteres com água destilada. Estes estudos permitiram a análise de dois parâmetros: amplitude da pressão no esfíncter inferior do esôfago (mm Hg) e comprimento do esfíncter inferior do esôfago em condições basais (momento 1). Os 40 animais foram divididos em quatro grupos de 10, na dependência do procedimento cirúrgico realizado: grupo 1: fundoplicatura total laparotômica; grupo 2: laparotomia mediana e dissecção da transição gastroesofágica; grupo 3: fundoplicatura total laparoscópica; grupo 4: pneumoperitônio e dissecção da transição gastroesofágica. No momento 2 (1 semana após os procedimento cirúrgicos) foram realizados estudos eletromanométricos do esôfago em todos os animais. Resultados - Nos animais do grupo 1 (fundoplicatura laparotômica) e do grupo 3, foi observado aumento da amplitude da pressão e do comprimento do esfíncter inferior do esôfago. Naqueles dos grupos 2 e 4, não foi observada alteração da amplitude e do comprimento do esfíncter inferior do esôfago. Conclusões - A fundoplicatura interfere na barreira anti-refluxo gastroesofágica, tornando-a mais eficiente, uma vez que a pressão e o comprimento do esfíncter inferior do esôfago elevam-se no pós-operatório desta intervenção. Este efeito foi observado nas duas técnicas de abordagem estudadas, laparotômica e laparoscópica.

    Resumo em Inglês:

    Background - Total fundoplication used in gastroesophageal reflux treatment, may be performed according to two techniques: laparotomy and laparoscopy. Aim - To study the lower esophageal sphincter in rabbits submitted to open and laparoscopic fundoplication. Material and Methods - Electromanometry studies of esophagus were carried out in 40 male rabbits, through the pull trough technique and infusion of the catheters with distilled water. The pressure width (mm Hg) and the length (cm) of the lower esophageal sphincter were measured in basal conditions (moment 1). The 40 animals were divided into four groups of 10 animals, according to the following surgical procedure: group 1: open total fundoplication; group 2: median laparotomy and dissection of gastroesophageal junction; group 3: laparoscopy total fundoplication; group 4: pneumoperitonium and dissection of the gastroesophageal junction. In moment 2 (1 week after the surgery) the manometry of the esophagus was performed in every animals. Results - In groups 1 (open fundoplication) and 3, an increase of pressure width and length of the lower esophageal sphincter was observed. In groups 2 and 4, the pressure width and length of the lower esophageal sphincter presented no significant alteration. Conclusions - The fundoplication affects the antireflux gastroesophagic barrier and it becomes more efficient, because the pressure and the length of the lower esophageal sphincter increased after the pos-operated step of the surgery. This effect was observed in the two studied techniques, the laparotomy and the laparoscopy.
  • Megacólon tóxico fatal por cytomegalovirus em paciente com retocolite ulcerativa idiopática: relato de caso e revisão de literatura Relato De Casos

    IOSHII, Sérgio Ossamu; TEIXEIRA, Viviane; FIGUEIREDO, Teresa Maria S.

    Resumo em Português:

    Racional - O megacólon tóxico é complicação grave e pouco freqüente na retocolite ulcerativa idiopática. Ocorre, geralmente, em pacientes cuja doença ativa é resistente ao tratamento clínico e, em algumas situações, o fator desencadeante é desconhecido. A infecção pelo cytomelogalovirus em seres humanos em geral é evento subclínico; entretanto, em pacientes imunocomprometidos a primoinfecção ou mesmo a reativação de infecção latente pode ter amplas repercussões clínicas, uma das quais o desencadeamento de megacólon tóxico. Objetivo - Descrever um caso de megacólon tóxico fatal por cytomegalovirose em paciente com retocolite ulcerativa idiopática. Paciente - Masculino, 38 anos, com clínica de diarréia e perda ponderal cuja investigação mostrou tratar-se de retocolite ulcerativa idiopática e para a qual foi instituída terapêutica imunossupressora vigorosa. Resultados - Evoluiu com quadro clínico de megacólon tóxico, sendo submetido a colectomia total. Complicações clínicas culminaram no óbito pós-operatório e o estudo anatomopatológico do cólon revelou doença ativa, associada a ulcerações confluentes na base das quais foram observadas células com alterações características da cytomegalovirose. Conclusão - A cytomegalovirose deve ser considerada como um dos agentes causadores de megacólon tóxico em retocolite ulcerativa.

    Resumo em Inglês:

    Background - The toxic megacolon is a rare and severe complication of ulcerative colitis. In general it complicates patients with active colitis that are resistant to clinical treatment and, in some cases, the developing factor is unknown. Cytomegalovirus infection in humans in general is a subclinical condition. However, in patients with immunodeficiency the primary infection or the reactivation of latent infection could have enormous clinical effects. One of these effects is the toxic megacolon. Aim - To report a case of fatal toxic megacólon due to cytomegalovirosis in a patient with ulcerative colitis. Patient - A male patient, 38 years old, with complaints of diarrhea and weight loss. The diagnosis of ulcerative colitis was made and a vigorous immunossupressive therapy was performed. Results - Due to the evolution to a toxic megacolon the patient was submitted to colectomy. In the post-operatory period there were severe clinical complications and the patient died. The pathological study of the colon revealed active ulcerative colitis, associated with confluent ulcerations and numerous cells with cytomegalic nuclear inclusions. Conclusion - The cytomegalovirosis must be considered as one of the causal agent of toxic megacolon in ulcerative colitis.
  • Terapia nutricional no transplante hepático Revisão

    PAROLIN, Mônica Beatriz; ZAINA, Francisca Eugênia; LOPES, Reginaldo Werneck

    Resumo em Português:

    Racional - Deficiências nutricionais, por vezes graves, são comuns em pacientes com insuficiência hepática, candidatos a transplante de fígado. A terapia nutricional pode corrigir total ou parcialmente tais deficiências, melhorando as condições clínicas e o prognóstico desses indivíduos, frente ao grande desafio do transplante hepático. Objetivos - Breve revisão do papel do fígado no metabolismo dos diversos nutrientes. Descrição dos métodos de avaliação do estado nutricional, traçando-se as bases da terapia nutricional segundo condições hepáticas diversas, no pré e pós-transplante, em relação às necessidades calóricas e dos diversos nutrientes. Apresentação de intervenções nutricionais, no controle das complicações metabólicas resultantes do uso de drogas imunossupressoras. Conclusão - A terapia nutricional é valiosa aliada no tratamento clínico de pacientes candidatos ou já submetidos ao transplante hepático, contribuindo para um prognóstico favorável e para a melhora da qualidade de vida desses indivíduos.

    Resumo em Inglês:

    Background - Malnutrition, sometimes severe is common in patients with chronic hepatic diseases who are candidates for liver transplantation. Nutritional therapy can induce partial or total correction of such deficiencies, improving clinical conditions and prognosis of patients who face the great defiance of liver transplantation. Aims - Brief revision of hepatic role in the metabolism of several nutrients. Description of available methods of dietary therapy and its application both under different abnormal hepatic conditions and pre and post-transplant periods. The role of nutritional intervention in metabolic side effects due to immunosuppressive drugs. Conclusion - Nutritional therapy is a valuable adjuvant resource to the clinical treatment of candidates and submitted patients to hepatic transplantation providing better prognosis and improved life quality.
  • Avaliação da eficácia do uso de diferentes doses de pantoprazol no controle de sintomas e cicatrização das lesões esofágicas em portadores de esofagite erosiva de grau leve Clinical Assay

    MORETZSOHN, Luciana Dias; BRITO, Eliza Maria de; REIS, Margareth Souza Ferreira; COELHO, Luiz Gonzaga Vaz; CASTRO, Luiz de Paula

    Resumo em Português:

    Racional - A doença do refluxo gastroesofágico é afecção muito comum e o acometimento do esôfago muito freqüente. A maneira mais eficiente de controlar os sintomas e cicatrizar as lesões esofágicas nesses pacientes, é reduzir a exposição do esôfago ao ácido. Dessa forma, são utilizadas drogas que bloqueiam a secreção ácida gástrica, como os bloqueadores de bomba protônica. Objetivo - Comparar a eficiência do uso de diferentes doses de pantoprazol (20 e 40 mg/dia), no controle dos sintomas e cicatrização das lesões esofágicas, em portadores de esofagite erosiva de grau leve. Material e Métodos - Cinqüenta e sete pacientes com esofagite erosiva de grau leve, caracterizadas endoscopicamente pela presença de erosões não confluentes em esôfago distal, foram randomizados e tratados com pantoprazol 20 mg/dia (grupo I, 28 pacientes) ou 40 mg/dia (grupo II, 29 pacientes), por período de 4 semanas. Ao término do tratamento, os pacientes foram avaliados quanto a melhora clínica e endoscópica, ou seja, ausência de erosões em esôfago distal e melhora dos sintomas de doença do refluxo gastroesofágico. Resultados - Ao fim do tratamento, 73,1% dos pacientes do grupo I e 85,7% dos pacientes do II apresentaram melhora endoscópica. Observaram-se, também, que 88,5% dos pacientes do grupo I e 92,9% dos pacientes do grupo II relataram melhora completa dos sintomas da doença do refluxo gastroesofágico. Conclusão - O uso de pantoprazol nas doses de 20 mg/dia e 40 mg/dia tem eficácia semelhante no controle dos sintomas e cicatrização da esofagite de grau leve.

    Resumo em Inglês:

    Background - Gastroesophageal reflux disease is a very common affection, and esophageal involvement is particularly frequent. The means to effectively control symptoms and improve esophageal inflammation in these patients is to reduce esophageal acid exposure. For this purpose, we use gastric proton pump inhibitor, that can suppress gastric acid secretion. Aim - To compare the effectiveness of two different pantoprazole dosage regimens (20 and 40 mg/day), in controlling symptoms and healing esophageal lesions of patients with mild erosive esophagitis. Material and Methods - Fifty-seven patients with endoscopically confirmed mild erosive esophagitis characterized as non-confluent erosions in the distal esophagus, were randomly to be treated either with pantoprazole 20 mg/day (group I, 28 patients) or 40 mg/day (group II, 29 patients) over a period of 4 weeks. After treatment completion, the patients were assessed for clinical and endoscopic outcome, i.e., absence of erosions in distal esophagus and improvement of gastroesophageal reflux symptoms. Results - At the end of the treatment, 73.1% of the patients in group I and 85.7% of the patients in group II had endoscopic improvement. We also observed, that 88.5% of the patients in group I and 92.9% of the patients in group II had complete elimination of heartburn and regurgitation. Conclusion - Pantoprazole dosage regimens of 20 mg/day and 40 mg/day provide equivalent effectiveness in controlling symptoms and healing esophageal lesions of mild esophagitis.
  • Esofagite de refluxo em crianças: estudo histológico e morfométrico Gastroenterologia Pediátrica - Artigos Originais

    MADER, Ana Maria A. A.; ALVES, Maria Teresa de Seixas; KAWAKAMI, Elisabete; PATRÍCIO, Francy R. S.

    Resumo em Português:

    Racional - Refluxo gastroesofágico é afecção relativamente comum na infância e pode causar morbidade, havendo porém poucos estudos histológicos e morfométricos em biopsias esofágicas de crianças. Objetivo - Estudar aspectos histológicos e morfométricos da esofagite de refluxo em crianças. Material e Métodos - Foram analisadas 26 biopsias esofágicas (média de idade de 4,1 ± 3,4 anos), com diagnóstico histológico prévio de esofagite de refluxo. Refluxo gastroesofágico também foi confirmado pela radiologia em 18, pHmetria em 5 e cintilografia em 3 pacientes. O sexo masculino predominou (84,6%); vômitos pós-prandiais (76,9%) e broncopneumonia de repetição foram os sintomas mais freqüentes. O grupo controle constou de sete crianças assintomáticas para refluxo gastroesofágico, cuja causa da morte foi meningococcemia (quatro casos) e cardiopatia congênita (três casos) (média de idade de 2,5 ± 2,3 anos). Utilizaram-se as técnicas histoquímicas hematoxilina-eosina e ácido periódico de Schiff para avaliar infiltrado inflamatório, espessura do epitélio, da camada basal e o comprimento papilar. A morfometria foi feita por meio de sistema digital conectado ao software Pro-Image. Para análise estatística utilizou-se o teste t de Student, teste de Mann-Whitney, exato de Fisher e coeficiente de correlação de Pearson. Resultados - Espessura epitelial e da camada basal, comprimento papilar absoluto e relativo foram significativamente maiores no grupo de crianças com esofagite em relação ao grupo controle. Eosinófilos, neutrófilos e "balloon cells" não foram observados no grupo controle. Capilares intra-epiteliais foram observados em 11 casos de esofagite de refluxo (diâmetro médio de 59 mim), estando ausentes no grupo controle. Conclusão - Na esofagite de refluxo houve aumento da espessura epitelial, da camada basal, do comprimento papilar (em número absoluto e relativo) em relação ao controle. Houve, ainda, correlação linear positiva entre espessura epitelial total, espessura da camada basal e comprimento papilar, denotando maior "turnover" das células epiteliais. Polimorfonucleares eosinófilos, neutrófilos e "balloon cells" estavam presentes somente em biopsias de crianças com esofagite, sendo portanto, indicadores específicos desta afecção.

    Resumo em Inglês:

    Background - Gastroesophageal reflux disease is a frequent cause of morbidity in childhood, including esophagitis and recurrent respiratory symptoms; however histological and morphometric studies in esophageal biopsies of children are scarce. Aim - To study histological and morphometric findings in children with reflux esophagitis. Patients and Methods - We studied 26 esophageal biopsies of children (mean age: 4.1 years ± 3.4) with reflux esophagitis, which prevailed in boys (84.6%); post-prandial vomiting (76.9%) and repetitive bronchopneumonia (38.5%) were the most frequent symptoms. The diagnosis was made by X-ray in 18, by pH evaluation in 5 and by scintilography in 3 patients. The control group was formed by seven children without reflux symptoms who died from meningococcemia or congenital heart malformation (mean age: 2.5 years ± 2.3). Histological variables were studied by hematoxylin-eosin and periodic acid of Schiff stain, inflammatory infiltrate, epithelial and basal layer thickness, papillary length and its ratio with the thickness of the epithelium. Morphometry was performed at a digital system connected to pro-image software. Student's t test, Mann-Whitney test, Fisher and Pearson's correlation methods were used for the statistical analysis. Results - Epithelial and basal zone thickness, papillary length and its rate with thickness of epithelium, among the reflux group patients were higher than the control group. Eosinophils, neutrophils and "balloon cells" were not observed in the control group. Intraepithelial capillaries occurred in 11 cases in the reflux group (mean diameter: 59 mum). Conclusion - Epithelial and basal zone thickness, papillary length and its ratio with thickness of epithelium, resulted greater in the gastroesophageal reflux group than in the control group. There was a direct correlation between thickness of epithelium, basal zone thickness and papillary length, showing increased epithelial cell turnover. Eosinophils, neutrophils and "balloon cells" were observed only in patients with gastroesophageal reflux, thus serving as specific markers of this disease.
  • Infecção por cytomegalovirus em pacientes com colestase neonatal Pediatric Gastroentology - Original Articles

    OLIVEIRA, Nara Léia Gelle de; KANAWATY, Fernanda Rafful; COSTA, Sandra Cecilia Botelho; HESSEL, Gabriel

    Resumo em Português:

    Racional - A síndrome colestática neonatal, de origem intra ou extra-hepática, tem sido associada à presença de infecções virais. A participação do cytomegalovirus na etiopatogênese da hepatite neonatal já é conhecida há algum tempo e só recentemente esse vírus tem sido implicado como dos possíveis fatores etiológicos da atresia de vias biliares extra-hepática. Objetivos - Calcular a prevalência da infecção pelo cytomegalovirus em pacientes com colestase intra-hepática e colestase extra-hepática e comparar algumas características clínicas entre os grupos de colestase intra-hepática e colestase extra-hepática com o resultado de sorologia para cytomegalovirus. Casuística e Métodos - Participaram do estudo 76 pacientes com colestase neonatal admitidos durante o período de janeiro de 1980 a janeiro de 1999 que realizaram pesquisa sorológica para cytomegalovirus pelo método ELISA. Para todos esses pacientes foi elaborada uma ficha contendo os seguintes dados: idade do paciente na admissão, resultado de sorologia para cytomegalovirus, história de infecção materna, prematuridade, sofrimento fetal, peso de nascimento, ganho ponderal, colúria e acolia fecal. O diagnóstico anatômico final da colestase fundamentou-se no resultado de ultra-sonografia abdominal, biopsia hepática e evolução. Dessa forma, os pacientes foram divididos em dois grupos: I - colestase intra-hepática e II - colestase extra-hepática. Cada um desses grupos foi dividido em dois subgrupos: A - com sorologia positiva (IgM) para cytomegalovirus e B - com sorologia negativa (IgM) para cytomegalovirus. Resultados - A freqüência observada de sorologia positiva (IgM) para cytomegalovirus nas crianças com colestase intra-hepática e colestase extra-hepática foi de 29,4% e 28,5%, respectivamente. O grupo IIA apresentou percentual maior de história de infecção materna quando comparado ao grupo IIB. Os pacientes do grupo IIA apresentaram acesso mais tardio ao Serviço em relação àqueles do grupo IA. Não foram observadas diferenças significativas entre os grupos em relação à idade de início da icterícia, colúria e acolia fecal, bem como em relação ao peso de nascimento e ganho ponderal. Conclusões - A prevalência de sorologia positiva (IgM) para cytomegalovirus em crianças com colestase intra-hepática e colestase extra-hepática é alta. A história de infecção materna é mais comum nos pacientes com colestase extra-hepática e sorologia positiva para cytomegalovirus. Nesses pacientes, o encaminhamento foi mais tardio com atraso no diagnóstico e no tratamento cirúrgico.

    Resumo em Inglês:

    Background - Neonatal cholestasis syndrome with an intra or extrahepatic origin has been associated to viral infections. The participation of the cytomegalovirus in the etiopathogenesis of neonatal hepatitis has been already known for some time, but only recently there have been indications that this virus may be one of the possible etiological factors for extrahepatic biliary atresia. Aims - To assess the prevalence of infection by cytomegalovirus in patients with intrahepatic cholestasis and extrahepatic cholestasis. To compare the clinical characteristics of the intrahepatic cholestasis and extrahepatic cholestasis groups with the cytomegalovirus serological results. Patients and Methods - This study consisted of 76 patients with neonatal cholestasis who were admitted between January 1980 and January 1999 when they underwent a cytomegalovirus serologic study using the ELISA method. A case note was kept on each patient with the following data: age of patient at admission, serologic result for cytomegalovirus, history of maternal infection, prematurity, fetal distress, birth weight, ponderal gain, choluria and fecal acholia. The final anatomic diagnosis of cholestasis was based on the results of an abdominal ultrasonography, a liver biopsy and its evolution. The patients were then divided into two groups: group I - intrahepatic cholestasis and group II - extrahepatic cholestasis. Each of these groups were then divided into two subgroups: subgroup A - positive serology (IgM) for cytomegalovirus and subgroup B - negative serology (IgM) for cytomegalovirus. Results - The frequency of positive serology (IgM) for cytomegalovirus was 29.4% in children with intrahepatic cholestasis and 28.5% in children with extrahepatic cholestasis. In comparison with group IIB, group IIA presented a higher rate of maternal infection history. The patients in group IIA demonstrated a delayed access to the service in comparison with group IA. The groups did not demonstrate any significant differences regarding the onset age of jaundice, choluria and fecal acholia, birth weight and ponderal gain. Conclusions - The positive (IgM) seroprevalence for cytomegalovirus in children with intrahepatic cholestasis and extrahepatic cholestasis is high. The history of maternal infection was more common in extrahepatic cholestasis patients with positive serology for cytomegalovirus. There was a delay in the referral of these patients which resulted in a late diagnosis and surgical treatment.
Instituto Brasileiro de Estudos e Pesquisas de Gastroenterologia e Outras Especialidades - IBEPEGE. Rua Dr. Seng, 320, 01331-020 São Paulo - SP Brasil, Tel./Fax: +55 11 3147-6227 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: secretariaarqgastr@hospitaligesp.com.br