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Jornal de Pediatria, Volume: 92, Número: 6, Publicado: 2016
  • Mortalidade materna e neonatal: hora de agir, Editorials

    Carlo, Waldemar A.; Travers, Colm P.
  • Alimentação maternal e status socioeconômico na luta contra a má-nutrição infantil, Editorials

    Teixeira, Vitor Hugo; Moreira, Pedro
  • Sialorreia em crianças com paralisia cerebral, Review Articles

    Dias, Bruno Leonardo Scofano; Fernandes, Alexandre Ribeiro; Maia Filho, Heber de Souza

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivo: Revisar a literatura referente à sialorreia em crianças com paralisia cerebral. Fonte de dados: Revisão não sistemática com as palavras-chave "sialorreia"; e "criança" feita nas bases de dados Pubmed®, Lilacs® e Scielo® em julho de 2015. Foram recuperados 458 artigos, 158 foram analisados por terem relação com sialorreia em crianças, foram aproveitados 70 com conteúdo relativo à sialorreia na paralisia cerebral ou à avaliação e ao tratamento da sialorreia em outros distúrbios neurológicos. Síntese dos dados: A sialorreia tem prevalência entre 10% e 58% na paralisia cerebral e implica consequências clínicas e sociais. É causada por disfunção motora oral, disfagia e distúrbio da sensibilidade intraoral. A gravidade e o impacto da sialorreia são avaliados por meio de métodos objetivos ou subjetivos. Estão descritas diversas formas de manejo terapêutico: treino para consciência sensorial e habilidades motoras orais, terapia farmacológica, injeção de toxina botulínica e tratamento cirúrgico. Conclusões: O tratamento mais eficaz e que aborda a causa da sialorreia nas crianças com paralisia cerebral é o treino para consciência sensorial e habilidades motoras orais, feito por um fonoaudiólogo. Injeção de toxina botulínica e o uso de anticolinérgicos têm efeito transitório e são auxiliares ao tratamento fonoaudiológico ou devem ser considerados nos casos de sialorreia moderada a grave ou com complicações respiratórias. O sulfato de atropina tem baixo custo e parece ter boa resposta clínica com bom perfil de segurança. O uso de triexifenidil para o tratamento da sialorreia pode ser considerado nas formas discinéticas de paralisia cerebral ou em casos selecionados.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objective: To review the literature on sialorrhea in children with cerebral palsy. Source of data: Non-systematic review using the keywords "sialorrhea" and "child" carried out in the PubMed®, LILACS®, and SciELO® databases during July 2015. A total of 458 articles were obtained, of which 158 were analyzed as they were associated with sialorrhea in children; 70 had content related to sialorrhea in cerebral palsy or the assessment and treatment of sialorrhea in other neurological disorders, which were also assessed. Data synthesis: The prevalence of sialorrhea is between 10% and 58% in cerebral palsy and has clinical and social consequences. It is caused by oral motor dysfunction, dysphagia, and intraoral sensitivity disorder. The severity and impact of sialorrhea are assessed through objective or subjective methods. Several types of therapeutic management are described: training of sensory awareness and oral motor skills, drug therapy, botulinum toxin injection, and surgical treatment. Conclusions: The most effective treatment that addresses the cause of sialorrhea in children with cerebral palsy is training of sensory awareness and oral motor skills, performed by a speech therapist. Botulinum toxin injection and the use of anticholinergics have a transient effect and are adjuvant to speech therapy; they should be considered in cases of moderate to severe sialorrhea or respiratory complications. Atropine sulfate is inexpensive and appears to have good clinical response combined with good safety profile. The use of trihexyphenidyl for the treatment of sialorrhea can be considered in dyskinetic forms of cerebral palsy or in selected cases.
  • A influência do tratamento antineoplásico sobre o peso de sobreviventes do câncer na infância Review Articles

    Teixeira, Julia Ferrari Carneiro; Maia-Lemos, Priscila dos Santos; Cypriano, Mônica dos Santos; Pisani, Luciana Pellegrini

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivo: A obesidade é um efeito tardio em sobreviventes do câncer na infância e está correlacionada com complicações crônicas. Os sobreviventes da leucemia, tumores cerebrais e transplante de células-tronco hematopoiéticas têm maior probabilidade de desenvolver obesidade como resultado das modalidades de tratamento, como radioterapia e glicocorticoides. Este artigo analisa e integra os dados atuais disponíveis a profissionais da saúde para esclarecer as estratégias que podem ser usadas para tratar e prevenir a obesidade em sobreviventes do câncer na infância. Fontes: Esta é uma análise da literatura de bases de dados eletrônicas cientificamente confiáveis. Selecionamos artigos publicados nos últimos cinco anos e artigos mais antigos de grande importância científica. Resumo dos dados: Os mecanismos envolvidos na fisiopatologia da obesidade em sobreviventes do câncer não são completamente entendidos, porém acredita-se que o dano no hipotálamo e disfunções endócrinas, como resistência à insulina, resistência à leptina e deficiência hormonal, possam estar envolvidos. A composição corporal desse grupo inclui uma predominância de tecido adiposo, principalmente em pacientes submetidos a transplante de células-tronco hematopoiéticas e irradiação de todo o corpo. O uso do índice de massa corporal nesses pacientes poderá levar a uma subestimação do risco de complicações metabólicas nessas pessoas. Conclusão: A identificação precoce de grupos por meio de avaliações antropométricas precisas, o tratamento intervencional e/ou medidas preventivas e aconselhamento são fundamentais para minimizar os efeitos colaterais do tratamento. A atividade física e alimentação saudável devem ser incentivadas para promover a perda de peso na população em geral.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Purpose: Obesity is a late effect in survivors of childhood cancer and correlates with chronic complications. Survivors of leukemia, brain tumors, and hematopoietic stem cell transplantation are more likely to develop obesity resulting from treatment modalities such as radiotherapy and glucocorticoids. This paper analyzes and integrates the current data available to health professionals in order to clarify strategies that can be used to treat and prevent obesity in childhood cancer survivors. Sources: This is a literature review from on scientifically reliable electronic databases. We selected articles published in the last five years and earlier articles of great scientific importance. Data synthesis: The mechanisms involved in the pathophysiology of obesity in cancer survivors are not completely understood, but it is believed that damage to the hypothalamus and endocrine disorders such as insulin resistance, leptin resistance, and hormone deficiency may be involved. The body composition of this group includes a predominance of adipose tissue, especially in those undergoing hematopoietic stem cell transplant and total body irradiation. The use of body mass index in these patients may lead to an underestimation of individuals' risk for metabolic complications. Conclusion: Early identification of groups using accurate anthropometric assessments, interventional treatment, and/or preventative measures and counseling is essential to minimize the adverse effects of treatment. Physical activity and healthy eating to promote adequacy of weight in the whole population should be encouraged.
  • Evolução temporal e espacial das taxas de mortalidade materna e neonatal no Brasil, 1997-2012 Original Articles

    Rodrigues, Nádia Cristina Pinheiro; Monteiro, Denise Leite Maia; Almeida, Andréa Sobral de; Barros, Mônica Barros de Lima; Pereira Neto, André; O'Dwyer, Gisele; Andrade, Mônica Kramer de Noronha; Flynn, Matthew Brian; Lino, Valéria Teresa Saraiva

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivo: A mortalidade materna e neonatal é um importante problema de saúde pública em países de baixa renda. Este estudo avaliou as tendências de mortalidade materna e neonatal espacial e temporal no Brasil entre 1997 e 2012. Métodos: Este estudo usou técnicas de análise espacial com registros de óbito do Sistema de Informações sobre Mortalidade. As taxas de mortalidade materna a cada 100.000 e as taxas de mortalidade neonatal (precoce e tardia) a cada 1.000 nascidos vivos foram calculadas por estado, região e período (1997-2000, 2001-2004, 2005-2008 e 2009-2012). Os modelos binomiais negativos multivariados foram usados para explicar o risco de morte. Resultados: A taxa de mortalidade materna no Brasil foi 55,63/100.000 em todo o período entre 1997 e 2012. A taxa caiu 10% de 1997-2000 (58,92/100.000) a 2001-2004 (52,77/100.000), porém, mais tarde, aumentou 11% até 2009-2012 (58,69/100.000). As taxas de mortalidade neonatal precoce e tardia caíram 33% (para 7,36/1.000) e 21% (para 2.29/1.000), respectivamente, 1997-2012. Toda região brasileira testemunhou uma queda nas taxas de mortalidade neonatal. Contudo, a mortalidade materna aumentou nas regiões Nordeste, Norte e Sudeste. Conclusão: A taxa de mortalidade neonatal do Brasil melhorou nos últimos anos, porém as taxas de mortalidade materna estagnaram, deixaram de atingir os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. As políticas públicas e os esforços intersetoriais poderão contribuir para as melhorias nesses indicadores de saúde.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objective: Maternal and neonatal mortality are important public health issues in low-income countries. This study evaluated spatial and temporal maternal and neonatal mortality trends in Brazil between 1997 and 2012. Methods: This study employed spatial analysis techniques using death records from the mortality information system. Maternal mortality rates per 100,000 and neonatal mortality rates (early and late) per 1000 live births were calculated by state, region, and period (1997-2000, 2001-2004, 2005-2008, and 2009-2012). Multivariate negative binomial models were used to explain the risk of death. Results: The mean Brazilian maternal mortality rate was 55.63/100,000 for the entire 1997-2012 period. The rate fell 10% from 1997-2000 (58.92/100,000) to 2001-2004 (52.77/100,000), but later increased 11% during 2009-2012 (58.69/100,000). Early and late neonatal mortality rates fell 33% (to 7.36/1000) and 21% (to 2.29/1000), respectively, during the 1997-2012 period. Every Brazilian region witnessed a drop in neonatal mortality rates. However, maternal mortality increased in the Northeast, North, and Southeast regions. Conclusion: Brazil's neonatal mortality rate has improved in recent times, but maternal mortality rates have stagnated, failing to meet the Millennium Development Goals. Public policies and intersectoral efforts may contribute to improvements in these health indicators.
  • Associação entre fatores socioeconômicos maternos e desfechos nutricionais em crianças menores de 5 anos, Original Articles

    Géa-Horta, Tatiane; Felisbino-Mendes, Mariana Santos; Ortiz, Renzo Joel Flores; Velasquez-Melendez, Gustavo

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivo: Estimar a associação entre fatores socioeconômicos maternos e a ocorrência de desfechos nutricionais nas crianças menores de cinco anos em uma amostra representativa da população brasileira. Métodos: Trata-se de um estudo transversal que avaliou dados da última Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher, feita no Brasil em 2006-2007. Trabalho materno e escolaridade materna foram as exposições principais. Considerou os seguintes desfechos nutricionais nas crianças: estatura/idade <-2 desvios padrão (DP) para baixa estatura e IMC/idade >2DP para excesso de peso. Usou-se o método regressão de equações de estimação generalizadas (GEE). Resultados: Após ajustes, observou-se que crianças cujas mães tinham baixa escolaridade tiveram maiores chances de baixa estatura (OR = 3,97; IC 95% 1,23-12,80) e crianças cujas mães trabalhavam fora de casa apresentaram maior chance de excesso de peso (OR = 1,57; IC 95% 1,02-2,42). O trabalho materno não se associou a baixa estatura em crianças (OR = 1,09; IC 95% 0,67-1,77). Conclusão: Escolaridade materna associou-se à baixa estatura nas crianças e trabalho materno ao excesso de peso, indicou a necessidade de se levarem em conta os fatores socioeconômicos na proposta de programas e estratégias de melhorias da saúde e nutrição das crianças, tendo em vista intervenções intersetoriais.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objective: To estimate the association between maternal socioeconomic factors and the occurrence of nutritional outcomes in children under five years of age in a representative sample of the Brazilian population. Methods: This was a cross-sectional study that evaluated data from the latest National Survey of Children and Women's Demographics and Health, carried out in Brazil in 2006-2007. Maternal employment and maternal level of schooling were the main exposures. The following nutritional outcomes in children were considered: height/age <-2 standard deviations (SD) for short stature and BMI/age >2SD for overweight. Generalized estimating equations (GEE) were utilized as the regression method. Results: After adjustments, it was observed that children whose mothers had low level of schooling had a higher chance of having short stature (OR = 3.97, 95% CI, 1.23-12.80) and children whose mothers worked outside the home were more likely to have excess weight (OR = 1.57, 95% CI, 1.02-2.42). Maternal employment was not associated with short stature in children (OR = 1.09, 95% CI, 0.67-1.77). Conclusion: Maternal level of schooling was associated with short stature in children and maternal employment with overweight, indicating the need to take into account the socioeconomic factors when proposing programs and strategies aimed at health and nutrition improvement of children, considering inter-sectoral interventions.
  • Parâmetros indicativos de persistência de patologia valvular no diagnóstico inicial de cardite reumática aguda: o papel da albumina e da expressão de CD19 Original Articles

    Oner, Taliha; Ozdemir, Rahmi; Genc, Dildar Bahar; Kucuk, Mehmet; Karadeniz, Cem; Demirpence, Savas; Yilmazer, Murat Muhtar; Mese, Timur; Tavli, Vedide; Genel, Ferah

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivo: Definir os preditores da cardite crônica em pacientes com cardite reumática aguda (CRA). Métodos: Os pacientes diagnosticados com CRA entre maio de 2010 e maio de 2011 foram incluídos no estudo. Foram feitos os testes de ecocardiografia, eletrocardiograma, uma análise do subgrupo de linfócitos, provas de fase aguda, níveis de albumina plasmática, antiestreptolisina-O (ASO) na manifestação inicial. As avaliações ecocardiográficas foram repetidas no 6º mês de acompanhamento. Os pacientes foram divididos em dois grupos de acordo com a persistência da patologia valvular no 6º mês como Grupo 1 e Grupo 2 e todos os parâmetros clínicos e laboratoriais na internação foram comparados entre dois grupos de comprometimento valvular. Resultados: Durante o período do estudo de um ano, 22 pacientes apresentaram doença valvular; 17 (77,2%) apresentaram regressão da patologia valvular. Houve desaparecimento de regurgitação moderada inicial em oito pacientes (36,3%). Entre sete (31,8%) pacientes com regurgitação moderada inicialmente, a regurgitação desapareceu em três e quatro apresentaram melhoria para regurgitação leve. Dois pacientes com regurgitação grave inicialmente apresentaram melhoria para regurgitação moderada (9,1%). Em cinco (22,8%) pacientes o grau de regurgitação (regurgitação moderada em um [4,6%] e regurgitação grave em quatro [18,2]) continuou inalterado. O nível de albumina foi significativamente menor no diagnóstico no Grupo 2 (2,6 ± 0,48 gr/dL). A análise do subgrupo de linfócitos mostrou uma redução significativa no percentual de CD8 e um aumento significativo no percentual de CD19 no Grupo 2 em comparação com o Grupo 1. Conclusão: O nível de albumina no sangue e o percentual de linfócitos CD8 e CD19 (+) no diagnóstico podem ajudar a prever risco de doença valvular crônica em pacientes com cardite reumática aguda.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objective: The aim of this study is to define the predictors of chronic carditis in patients with acute rheumatic carditis (ARC). Methods: Patients diagnosed with ARC between May 2010 and May 2011 were included in the study. Echocardiography, electrocardiography, lymphocyte subset analysis, acute phase reactants, plasma albumin levels, and antistreptolysin-O (ASO) tests were performed at initial presentation. The echocardiographic assessments were repeated at the sixth month of follow-up. The patients were divided into two groups according to persistence of valvular pathology at 6th month as Group 1 and Group 2, and all clinical and laboratory parameters at admission were compared between two groups of valvular involvement. Results: During the one-year study period, 22 patients had valvular disease. Seventeen (77.2%) patients showed regression in valvular pathology. An initial mild regurgitation disappeared in eight patients (36.3%). Among seven (31.8%) patients with moderate regurgitation initially, the regurgitation disappeared in three, and four patients improved to mild regurgitation. Two patients with a severe regurgitation initially improved to moderate regurgitation (9.1%). In five (22.8%) patients, the grade of regurgitation [moderate regurgitation in one (4.6%), and severe regurgitation in 4 (18.2%)] remained unchanged. The albumin level was significantly lower at diagnosis in Group 2 (2.6 ± 0.48 g/dL). Lymphocyte subset analysis showed a significant decrease in the CD8 percentage and a significant increase in CD19 percentage at diagnosis in Group 2 compared to Group 1. Conclusion: The blood albumin level and the percentage of CD8 and CD19 (+) lymphocytes at diagnosis may help to predict chronic valvular disease risk in patients with acute rheumatic carditis.
  • Influência do aleitamento materno nos primeiros meses de vida na pressão arterial de pré-escolares Original Articles

    Nobre, Luciana Neri; Lessa, Angelina do Carmo

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivo: Investigar se aleitamento nos primeiros meses de vida tem influência sobre a pressão arterial de pré-escolares. Métodos: Estudo transversal aninhado numa coorte de nascidos num município mineiro. Foram convidadas todas as crianças da coorte. Entre 2009 e 2010, foram avaliados pressão arterial (PA) de 230 pré-escolares e de suas mães, além de variáveis antropométricas e pregressas e condição socioeconômica. A medida da PA foi feita de manhã, com os monitores automáticos de braço Omron® modelo HEM-714INT e HEM-781INT para medir a pressão arterial dos pré-escolares e de suas mães, respectivamente. Para o estudo da relação entre aleitamento materno e pressão arterial usou-se a regressão logística. O nível de significância adotado foi 5%. Resultados: Foram identificados 19 (8,26%) pré-escolares com pressão arterial elevada (valores acima do percentil 90). A pressão arterial sistólica (PAS) elevada se associou ao baixo peso ao nascimento (OR = 5,41; IC 95%= 1,45-20,23) e ao período total de aleitamento materno inferior a seis meses (OR = 4,14; IC 95%= 1,40-11,95). Elevada pressão arterial diastólica (PAD) não se associou a qualquer variável e a PAS/PAD elevadas se associaram ao período de aleitamento materno inferior a seis meses (OR = 3,48; IC 95%= 1,34-9,1). Conclusão: Os pré-escolares amamentados por um período inferior a seis meses, quando comparados com os que amamentaram por um período superior, apresentaram maior chance de estar com pressão arterial elevada, o que sugere efeito protetor do aleitamento materno contra elevação da pressão arterial na população estudada.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objective: To investigate whether breastfeeding in early life affects blood pressure of preschoolers. Methods: Cross-sectional study nested in a cohort from a municipality in the state of Minas Gerais, Brazil. All children in the cohort were invited for this study. Thus, between 2009 and 2010, blood pressure of 230 preschool children and their mothers, in addition to anthropometric variables, previous history, and socioeconomic status were evaluated. Blood pressure measurement was assessed in the morning, using automatic Omron® HEM-714INT and HEM-781INT devices to measure the blood pressure of preschool children and their mothers, respectively. Logistic regression was used to study the association between breastfeeding and blood pressure. The significance level was set at 5%. Results: This study identified 19 (8.26%) preschool children with high blood pressure (values above the 90th percentile). High systolic blood pressure was associated with low birth weight (OR = 5.41; 95% CI = 1.45-20.23) and total breastfeeding duration of less than six months (OR = 4.14; 95% CI = 1.40-11.95). High diastolic blood pressure was not associated with any variable, whereas high systolic blood pressure/diastolic blood pressure ratio was associated with breastfeeding duration of less than six months (OR = 3.48; 95% CI = 1.34-9.1). Conclusion: The results of this study indicate that preschoolers breastfed for a period of less than six months were more likely to have high blood pressure when compared to those breastfed for a longer period, suggesting a protective effect of breastfeeding against high blood pressure in this population.
  • Fatores pré-natais, perinatais e pós-natais associados ao transtorno do espectrodo autismo Original Articles

    Hadjkacem, Imen; Ayadi, Héla; Turki, Mariem; Yaich, Sourour; Khemekhem, Khaoula; Walha, Adel; Cherif, Leila; Moalla, Yousr; Ghribi, Farhat

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivo: Identificar fatores de risco pré-natal, perinatal e pós-natal em crianças com transtorno do espectro do autismo (TEA) ao compará-las com irmãos sem transtornos de autismo. Método: Estudo é transversal e comparativo. Foi conduzido em três meses (julho a setembro de 2014). Incluiu 101 crianças: 50 com TEA diagnosticadas de acordo com os critérios do DSM-5 e 51 irmãos não afetados. A gravidade do TEA foi avaliada pela Escala de Avaliação do Autismo na Infância (CARS). Resultados: Nosso estudo revelou uma prevalência maior de fatores pré-natais, perinatais e pós-natais em crianças com TEA em comparação com irmãos não afetados. Também mostrou uma associação significativa entre fatores perinatais e pós-natais e TEA (respectivamente p = 0,03 e p = 0,042). Nesse grupo, os fatores perinatais foram principalmente do tipo sofrimento fetal agudo (26% dos casos), longa duração do parto e prematuridade (18% dos casos em cada fator), ao passo que fatores pós-natais foram representados principalmente por infecções respiratórias (24%). No que diz respeito a fatores dos pais, nenhuma correlação foi encontrada entre a idade avançada dos pais no momento da concepção e o TEA. Da mesma forma, nenhuma correlação foi estabelecida entre a gravidade do TEA e fatores diferentes.Após regressão logística, os fatores de risco de autismo encontrados no modelo final foram: sexo masculino, infecção pré-natal do trato urinário, sofrimento fetal agudo, parto difícil e infecção respiratória. Conclusões: Esta pesquisa confirma a alta prevalência de fatores pré-natais, perinatais e pós-natais em crianças com TEA e sugere a intervenção de alguns desses fatores (sofrimento fetal agudo, parto difícil) como variáveis determinantes para a gênese do TEA.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objective: To identify prenatal, perinatal and postnatal risk factors in children with autism spectrum disorder (ASD) by comparing them to their siblings without autistic disorders. Method: The present study is cross sectional and comparative. It was conducted over a period of three months (July-September 2014). It included 101 children: 50 ASD's children diagnosed according to DSM-5 criteria and 51 unaffected siblings. The severity of ASD was assessed by the CARS. Results: Our study revealed a higher prevalence of prenatal, perinatal and postnatal factors in children with ASD in comparison with unaffected siblings. It showed also a significant association between perinatal and postnatal factors and ASD (respectively p = 0.03 and p = 0.042). In this group, perinatal factors were mainly as type of suffering acute fetal (26% of cases), long duration of delivery and prematurity (18% of cases for each factor), while postnatal factors were represented principally by respiratory infections (24%). As for parental factors, no correlation was found between advanced age of parents at the moment of the conception and ASD. Likewise, no correlation was observed between the severity of ASD and different factors. After logistic regression, the risk factors retained for autism in the final model were: male gender, prenatal urinary tract infection, acute fetal distress, difficult labor and respiratory infection. Conclusions: The present survey confirms the high prevalence of prenatal, perinatal and postnatal factors in children with ASD and suggests the intervention of some of these factors (acute fetal distress and difficult labor, among others), as determinant variables for the genesis of ASD.
  • Determinantes genéticos e Acidente Vascular Encefálico em crianças com doença falciforme, Original Articles

    Rodrigues, Daniela O.W.; Ribeiro, Luiz C.; Sudário, Lysla C.; Teixeira, Maria T.B.; Martins, Marina L.; Pittella, Anuska M.O.L.; Fernandes Junior, Irtis de O.

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivo: Verificar fatores genéticos associados ao acidente vascular encefálico (AVE) em crianças com doença falciforme (DF). Métodos: Coorte prospectiva de 110 crianças submetidas à triagem neonatal pelo Programa de Triagem Neonatal, entre 1998-2007, com o diagnóstico de DF, atendidas em serviço público regional de referência em hemoglobinopatias. As variáveis analisadas foram: tipo de hemoglobinopatia, sexo, coexistência da alfa-Talassemia (α-Tal), haplótipos do cluster da cadeia beta globina e AVE. A análise estatística final foi feita com 66 crianças com anemia falciforme, por meio do teste do qui-quadrado no programa SPSS® 14.0. Resultados: Entre as crianças com DF, 60% eram portadoras de anemia falciforme. A prevalência da coexistência com a α-Tal foi de 30,3% e o haplótipo Bantu (CAR) foi identificado em 89,2%. A incidência de AVE foi significativamente maior nas crianças com AF (27,3% versus 2,3%; p = 0,001) e no sexo masculino (24,1% versus 9,6%; p = 0,044. A presença da α-Tal (p = 0,196), do haplótipo CAR (p = 0,543) e de fatores socioeconômicos não foi significantemente associada à ocorrência de AVE. Conclusão: O AVE apresenta alta incidência em crianças com AF e em crianças do sexo masculino. Coexistência de α-Tal ou de haplótipos do cluster da betaglobina não apresentaram associação significante com AVE. A heterogeneticidade entre as populações previamente avaliadas e a não reprodutibilidade entre estudos indicam a necessidade de novas pesquisas para verificar o papel desses fatores genéticos no AVE em crianças com DF.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objective: To verify genetic determinants associated with stroke in children with sickle cell disease (SCD). Methods: Prospective cohort with 110 children submitted to neonatal screening by the Neonatal Screening Program, between 1998 and 2007, with SCD diagnosis, followed at a regional reference public service for hemoglobinopathies. The analyzed variables were type of hemoglobinopathy, gender, coexistence with alpha thalassemia (α-thal), haplotypes of the beta globin chain cluster, and stroke. The final analysis was conducted with 66 children with sickle cell anemia (SCA), using the chi-squared test in the program SPSS® version 14.0. Results: Among children with SCD, 60% had SCA. The prevalence of coexistence with α-thal was 30.3% and the Bantu haplotype (CAR) was identified in 89.2%. The incidence of stroke was significantly higher in those with SCA (27.3% vs. 2.3%; p = 0.001) and males (24.1% vs. 9.6%; p = 0.044). The presence of α-thal (p = 0.196), the CAR haplotype (p = 0.543), and socioeconomic factors were not statistically significant in association with the occurrence of stroke. Conclusion: There is a high incidence of stroke in male children and in children with SCA. Coexistence with α-thal and haplotypes of the beta globin chain cluster did not show any significant association with stroke. The heterogeneity between previously evaluated populations, the non-reproducibility between studies, and the need to identify factors associated with stroke in patients with SCA indicate the necessity of conducting further research to demonstrate the relevance of genetic factors in stroke related to SCD.
  • Opiniões dos instrutores de reanimação brasileiros quanto à reanimação em sala de parto de em recém-nascidos pré-termo extremos, Original Articles

    Ambrósio, Cristiane Ribeiro; Almeida, Maria Fernanda Branco de; Guinsburg, Ruth

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivo: Descrever opiniões dos pediatras que ensinam reanimação no Brasil a respeito de iniciar e limitar a reanimação em sala de parto de neonatos pré-termo extremos. Método: Estudo transversal com questionário eletrônico (dez/11-set/13) enviado aos instrutores do Programa de Reanimação Neonatal da Sociedade Brasileira de Pediatria com três casos clínicos hipotéticos: 1) decisão de iniciar ou não a reanimação; 2) limitação ou não dos cuidados intensivos após a reanimação em sala de parto; 3) limitação ou não da reanimação avançada em sala de parto. Para cada caso foi solicitada a indicação da conduta para cada idade gestacional entre 23-26 semanas. A análise foi descritiva por meio da frequência das respostas. Resultados: Consentiram em participar 560 (82%) instrutores. Apenas 9% afirmaram existir em seu hospital norma escrita sobre quando não iniciar a reanimação em sala de parto. Com 23 semanas, 50% dos instrutores fariam a reanimação em sala de parto e com 26 semanas 2% baseariam sua decisão no peso ao nascer e/ou na abertura da fenda palpebral. Dos entrevistados, 38% reavaliariam sua decisão e limitariam o cuidado na UTI a medidas de conforto para nascidos de 23 semanas reanimados na sala de parto. Quanto aos procedimentos de reanimação avançada, 45% e 4% com 23 e 26 semanas, respectivamente, não indicariam tais manobras. Conclusão: Observa-se dificuldade na opção de não reanimar neonatos com 23 semanas de gestação e, ao mesmo tempo, um pequeno percentual de pediatras não reanima, na sala de parto, neonatos cuja viabilidade não é questionada (26 semanas).

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objective: To describe the opinions of pediatricians who teach resuscitation in Brazil on initiating and limiting the delivery room resuscitation of extremely preterm infants. Method: Cross-sectional study with electronic questionnaire (Dec/2011-Sep/2013) sent to pediatricians who are instructors of the Neonatal Resuscitation Program of the Brazilian Society of Pediatrics, containing three hypothetical clinical cases: (1) decision to start the delivery room resuscitation; (2) limitation of neonatal intensive care after delivery room resuscitation; (3) limitation of advanced resuscitation in the delivery room. For each case, it was requested that the instructor indicate the best management for each gestational age between 23 and 26 weeks. A descriptive analysis was performed. Results: 560 (82%) instructors agreed to participate. Only 9% of the instructors reported the existence of written guidelines at their hospital regarding limitations of delivery room resuscitation. At 23 weeks, 50% of the instructors would initiate delivery room resuscitation procedures. At 26 weeks, 2% would decide based on birth weight and/or presence of fused eyelids. Among the participants, 38% would re-evaluate their delivery room decision and limit the care for 23-week neonates in the neonatal intensive care unit. As for advanced resuscitation, 45% and 4% of the respondents, at 23 and 26 weeks, respectively, would not apply chest compressions and/or medications. Conclusion: Difficulty can be observed regarding the decision to not resuscitate a preterm infant with 23 weeks of gestational age. At the same time, a small percentage of pediatricians would not resuscitate neonates of unquestionable viability at 26 weeks of gestational age in the delivery room.
  • Avaliação do método Western Blotting para diagnóstico de toxoplasmose congênita, Original Articles

    Capobiango, Jaqueline Dario; Monica, Thaís Cabral; Ferreira, Fernanda Pinto; Mitsuka-Breganó, Regina; Navarro, Italmar Teodorico; Garcia, João Luis; Reiche, Edna Maria Vissoci

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivo: Avaliar o método Western Blotting para detecção de IgG anti-Toxoplasma gondii (T. gondii) (IgG-WB) no soro de crianças com suspeita de toxoplasmose congênita. Métodos: Acompanhamos 47 mães com toxoplasmose adquirida na gravidez e seus filhos, entre junho de 2011 e junho de 2014. O IgG-WB foi feito internamente e o teste foi considerado positivo quando a criança apresentava anticorpos que reconheciam pelo menos uma banda nas manchas de IgG diferente das bandas da mãe ou com maior intensidade do que a banda materna correspondente, durante os primeiros 3 meses de vida. Resultados: Atenderam aos critérios para diagnóstico de toxoplasmose congênita 15 crianças (15,1%) e 32 (32,3%) tiveram o diagnóstico excluído. Os sintomas foram observados em 12 crianças (80%) e os mais frequentes foram calcificação cerebral em nove (60%), coriorretinite em oito (53,3%) e hidrocefalia em quatro (26,6%). Os anticorpos IgM anti-T. gondii detectados por quimiluminescência (QL) foram encontrados em seis crianças (40%) e a reação em cadeia da polimerase (RCP) para detecção do DNA de T. gondii foi positiva em cinco de sete reações (71,4%). A sensibilidade do IgG-WB foi de 60% [intervalo de confiança (IC) de 95%, 32,3 a 83,7%] e a especificidade foi de 43,7% (IC de 95%, 26,7 a 62,3%). A sensibilidade do IgG-WB aumentou para 76 e 89,1% quando relacionada à pesquisa de IgM anti-T. gondii ou à RCP, respectivamente. Conclusões: O IgG-WB mostrou maior sensibilidade do que a detecção de IgM anti-T. gondii; portanto, pode ser usado para o diagnóstico de toxoplasmose congênita em associação com outros marcadores de infecção congênita.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objective: To evaluate the Western blotting method for the detection of IgG anti-Toxoplasma gondii (T. gondii) (IgG-WB) in the serum of children with suspected congenital toxoplasmosis. Methods: We accompanied 47 mothers with acquired toxoplasmosis in pregnancy and their children, between June of 2011 and June of 2014. The IgG-WB was done in house and the test was considered positive if the child had antibodies that recognized at least one band on IgG blots different from the mother's or with greater intensity than the corresponding maternal band, during the first three months of life. Results: 15 children (15.1%) met the criteria for congenital toxoplasmosis and 32 (32.3%) had the diagnosis excluded. The symptoms were observed in 12 (80.0%) children and the most frequent were cerebral calcification in 9 (60.0%), chorioretinitis in 8 (53.3%), and hydrocephalus in 4 (26.6%). IgM antibodies anti-T. gondii detected by chemiluminescence (CL) were found in 6 (40.0%) children and the polymerase chain reaction (PCR) for detection of T. gondii DNA was positive in 5 of 7 performed (71.4%). The sensitivity of IgG-WB was of 60.0% [95% confidence interval (CI) 32.3-83.7%] and specificity 43.7% (95% CI 26.7-62.3%). The sensitivity of IgG-WB increased to 76.0 and 89.1% when associated to the research of IgM anti-T. gondii or PCR, respectively. Conclusions: The IgG-WB showed greater sensitivity than the detection of IgM anti-T. gondii; therefore, it can be used for the diagnosis of congenital toxoplasmosis in association with other congenital infection markers.
  • Alterações precoces nos níveis de adipocinas de sobrepeso para obesidade em crianças e adolescentes Original Articles

    Mantovani, Rafael Machado; Rocha, Natália Pessoa; Magalhães, Daniel Massote; Barbosa, Izabela Guimarães; Teixeira, Antônio Lúcio; Silva, Ana Cristina Simões e

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivo: A obesidade na infância tem sido associada à síndrome metabólica e a doenças cardiovasculares. O objetivo deste estudo foi comparar níveis plasmáticos de marcadores metabólicos tradicionais, adipocinas e do receptor solúvel de fator de necrose tumoral tipo 1 (sTNFR1) em crianças com sobrepeso, obesas e magras. Também avaliamos as relações dessas moléculas com fatores de risco metabólico clássicos. Métodos: Este estudo incluiu 104 crianças e adolescentes, agrupados da seguinte forma: indivíduos magros (n = 24), com sobrepeso (n = 30) e obesos (n = 50). Eles foram submetidos a medições antropométricas, clínicas e laboratoriais. Todas as medições foram comparadas entre os grupos. Também foram feitas análises de correlação para avaliar a associação entre dados clínicos, marcadores metabólicos tradicionais, adipocinas e sTNFR1. Resultados: Glicemia de jejum, insulina, modelo de avaliação da homeostase da resistência à insulina (HOMA-IR), colesterol LDL e triglicerídeos foram comparáveis em indivíduos magros, com sobrepeso e obesos. Os níveis plasmáticos de sTNFR1 foram similares em indivíduos magros e com sobrepeso, porém significativamente maiores no grupo obeso. Os níveis de leptina, adiponectina e resistina não diferiram quando indivíduos com sobrepeso foram comparados aos obesos. Contudo, todas as adipocinas diferiram significativamente quando indivíduos magros foram comparados a indivíduos com sobrepeso e obesos. Os níveis plasmáticos de adiponectina estavam negativamente correlacionados ao índice de massa corporal (IMC), ao passo que as concentrações de leptina, resistina e sTNFR1 estavam positivamente correlacionadas ao IMC. Conclusão: Nossos resultados mostraram diferenças significativas nos níveis circulantes dos marcadores avaliados ao comparar indivíduos magros, com sobrepeso e obesos. Isso sugere que esses biomarcadores poderão mudar de indivíduos magros para indivíduos com sobrepeso e de indivíduos com sobrepeso para obesos.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objective: Childhood obesity has been associated with metabolic syndrome and cardiovascular diseases. This study aimed to compare plasma levels of traditional metabolic markers, adipokines and soluble tumor necrosis factor receptor type 1 (sTNFR1) in overweight, obese and lean children. We also assessed the relationships of these molecules with classical metabolic risk factors. Methods: This study included 104 children and adolescents, which were grouped as: lean (n = 24), overweight (n = 30), and obese subjects (n = 50). They were subjected to anthropometrical, clinical and laboratorial measurements. All measurements were compared between groups. Correlation analyses were also performed to evaluate the association between clinical data, traditional metabolic markers, adipokines and sTNFR1. Results: Fasting glucose, insulin, homeostatic model assessment of insulin resistance (HOMA-IR), LDL-cholesterol and triglycerides were comparable in lean, overweight and obese subjects. Plasma levels of sTNFR1 were similar in lean and overweight subjects, but significantly increased in obese group. Leptin, adiponectin and resistin levels did not differ when overweight were compared to obese subjects. However, all adipokines differed significantly when lean subjects were compared to overweight and obese individuals. Plasma levels of adiponectin were negatively correlated with body mass index (BMI), whereas leptin, resistin and sTNFR1 concentrations positively correlated with BMI. Conclusion: Our results showed significant differences in circulating levels of the evaluated markers when lean, overweight and obese individuals were compared, suggesting that these biomarkers may change from lean to overweight and from overweight to obesity.
  • Lesão renal aguda em crianças com HIV: estudo comparativo entre pacientes com e sem terapia antirretroviral altamente ativa Original Articles

    Soares, Douglas de Sousa; Cavalcante, Malena Gadelha; Ribeiro, Samille Maria Vasconcelos; Leitão, Rayana Café; Vieira, Ana Patrícia Freitas; Pires Neto, Roberto da Justa; Silva Junior, Geraldo Bezerra da; Daher, Elizabeth de Francesco

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivo: Avaliar dados clínicos e laboratoriais, bem como ocorrência de lesão renal aguda (LRA), em crianças HIV positivas com e sem uso de terapia antirretroviral altamente ativa (TARV) antes da admissão. Métodos: Estudo retrospectivo em pacientes pediátricos HIV positivos (< 16 anos). Foram comparadas as crianças que estavam em uso com aquelas sem uso de TARV prévia à internação. Resultados: Foram incluídos 63 pacientes, com média de 5,3 ± 4,27 anos, 55,6% do sexo feminino. LRA foi encontrada em 33 casos (52,3%). Os pacientes que usavam TARV apresentaram menores níveis de potássio (3,9 ± 0,8 vs. 4,5 ± 0,7 mEq/L, p = 0,019) e bicarbonato (19,1 ± 4,9 vs. 23,5 ± 2,2 mEq/L, p = 0,013), bem como maior taxa de filtração glomerular estimada (102,2 ± 36,7 vs. 77,0 ± 32,8 mL/min/1,73m2, p = 0,011), do que o pacientes sem TARV prévia. Na análise multivariada o uso de TARV prévia à internação foi fator protetor contra LRA (p = 0,036; RC = 0,30; IC de 95% = 0,097-0,926). Conclusão: A LRA é uma complicação comum da infecção pediátrica pelo HIV. O uso de TARV antes da internação foi associado a melhor taxa de filtração glomerular e foi fator de proteção contra LRA, porém desencadeou efeitos colaterais como hipocalemia e acidose metabólica.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objective: To assess clinical and laboratory data, and acute kidney injury (AKI) in HIV-infected children using and not using highly active antiretroviral therapy (HAART) prior to admission. Methods: A retrospective study was conducted with HIV-infected pediatric patients (<16 years). Children who were using and not using HAART prior to admission were compared. Results: Sixty-three patients were included. Mean age was 5.3 ± 4.27 years; 55.6% were females. AKI was observed in 33 (52.3%) children. Patients on HAART presented lower levels of potassium (3.9 ± 0.8 vs. 4.5 ± 0.7 mEq/L, p = 0.019) and bicarbonate (19.1 ± 4.9 vs. 23.5 ± 2.2 mEq/L, p = 0.013) and had a higher estimated glomerular filtration rate (102.2 ± 36.7 vs. 77.0 ± 32.8 mL/min/1.73 m2, p = 0.011) than those not on HAART. In the multivariate analysis, the use of HAART prior to the admission was a protective factor for AKI (p = 0.036; OR = 0.30; 95% CI = 0.097-0.926). Conclusion: AKI is a common complication of pediatric HIV infection. Use of HAART prior to the admission preserved glomerular filtration and was a protective factor for AKI, but increased medication side effects, such as hypokalemia and renal metabolic acidosis.
  • Impacto da desnutrição na modulação autonômica cardíaca em crianças, Original Articles

    Barreto, Gláucia Siqueira Carvalho; Vanderlei, Franciele Marques; Vanderlei, Luiz Carlos Marques; Leite, Álvaro Jorge Madeiro

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivo: Avaliar a modulação autonômica cardíaca de crianças desnutridas por meio da variabilidade da frequência cardíaca (VFC). Método: Foram analisadas 70 crianças com média de 3,71 anos, que foram distribuídas em dois grupos, de acordo com o estado nutricional: desnutridas (n = 35) e eutróficas (n = 35), seguindo o escore Z, para estatura e idade. Para análise dos índices da VFC, a frequência cardíaca foi captada batimento a batimento com as crianças em decúbito dorsal por 20 minutos. A análise desses índices foi feita por meio de métodos lineares, analisados nos domínios do tempo e da frequência. Teste t de Student para dados não pareados e teste de Mann-Whitney foram aplicados para comparar as variáveis entre os grupos, com nível de significância de 5%. Resultados: Redução da pressão arterial sistólica e diastólica e aumento na frequência cardíaca foram encontrados nas crianças desnutridas quando comparada com as eutróficas. Os índices da VFC sugerem que crianças desnutridas apresentam uma redução da modulação simpática e parassimpática do sistema nervoso autônomo. Os índices SDNN, rMSSD, NN50, pNN50, SD1, SD2, TINN, BF e AF em ms2 foram menores nas crianças desnutridas. Conclusão: Crianças desnutridas apresentam modificações na modulação autonômica cardíaca caracterizadas por depressão no componente simpático e no parassimpático, bem como aumento na frequência cardíaca e diminuição da pressão arterial.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objective: To compare the autonomic behavior between malnourished children and a control group using analysis of heart rate variability (HRV). Method: Data were analyzed from 70 children who were divided into two groups: malnourished and eutrophic, according to the Z-score nutritional status for height and age. For analysis of HRV indices, heart rate was recorded beat to beat with the child in the supine position for 20 min. The analysis of these indices was performed using linear methods, analyzed in the time and frequency domains. Student's t-test for unpaired data and the Mann-Whitney test were used to compare variables between groups, with a significance level of 5%. Results: A reduction in systolic and diastolic blood pressure and an increase in heart rate were found in malnourished children compared to eutrophic children. The HRV indices suggested that malnourished children present reductions in both sympathetic and parasympathetic autonomic nervous system activity. The SDNN, rMSSD, NN50, pNN50, SD1, SD2, TINN, LF (ms2), and HF (ms2) indices were lower in malnourished children. Conclusion: Malnourished children present changes in cardiac autonomic modulation, characterized by reductions in both sympathetic and parasympathetic activity, as well as increased heart rate and decreased blood pressure.
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