Acessibilidade / Reportar erro
Jornal de Pediatria, Volume: 93, Número: 6, Publicado: 2017
  • Sono e exposição à mídia eletrônica em adolescentes: a lei dos rendimentos decrescentes, Editorials

    Gozal, David
  • Imunidade materna, uma forma de conferir proteção contra Escherichia coli enteropatogênica, Editorials

    Torres, Alfredo G.
  • Pais obesos levam a metabolismo alterado e obesidade em seus filhos na idade adulta: revisão de estudos experimentais e humanos☆ Review Article

    Ornellas, Fernanda; Carapeto, Priscila V.; Mandarim-de-Lacerda, Carlos A.; Aguila, Marcia B.

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivo: Discutir a literatura recente sobre obesidade paterna, focalizando os possíveis mecanismos de transmissão dos fenótipos do pai para os filhos. Fontes: Uma revisão não-sistemática no banco de dados PubMed encontrou poucas publicações com obesidade paterna implicada com a transmissão adversa das características à prole. Artigos específicos sobre epigenética também foram avaliados. Como o assunto é recente e ainda controverso, todos os trabalhos foram considerados independentemente do ano de publicação. Resumo dos achados: Estudos em seres humanos e animais estabeleceram que a obesidade do pai prejudica seus hormônios, metabolismo e função espermática, que pode ser transmitida à prole. Em humanos, a obesidade paterna resulta em resistência à insulina / diabetes tipo 2 e aumento do nível de cortisol no sangue do cordão umbilical, que aumenta os fatores de risco para doença cardiovascular. Notavelmente, existe associação entre a gordura corporal nos pais e a prevalência de obesidade em suas filhas. Em animais, pais obesos condicionam, na prole, a homeostase glicose-insulina, lipogênese hepática, hipotálamo / comportamento alimentar, rim, prejudicam o potencial reprodutivo da prole masculina com estresse oxidativo espermático e disfunção mitocondrial. Uma explicação para estas observações (humanos e animais) é a epigenética, considerada a ferramenta básica para a transmissão de fenótipos do pai à prole, como a metilação do DNA, modificações nas histonas, e RNA não codificante. Conclusões: A obesidade paterna pode induzir fenótipos programados na prole através da epigenética. Portanto, a obesidade paterna pode ser considerada um problema de saúde pública, afetando a vida futura das crianças.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objective: To discuss the recent literature on paternal obesity, focusing on the possible mechanisms of transmission of the phenotypes from the father to the children. Sources: A non-systematic review in the PubMed database found few publications in which paternal obesity was implicated in the adverse transmission of characteristics to offspring. Specific articles on epigenetics were also evaluated. As the subject is recent and still controversial, all articles were considered regardless of year of publication. Summary of findings: Studies in humans and animals have established that paternal obesity impairs their hormones, metabolism, and sperm function, which can be transmitted to their offspring. In humans, paternal obesity results in insulin resistance/type 2 diabetes and increased levels of cortisol in umbilical cord blood, which increases the risk factors for cardiovascular disease. Notably, there is an association between body fat in parents and the prevalence of obesity in their daughters. In animals, paternal obesity led to offspring alterations on glucose-insulin homeostasis, hepatic lipogenesis, hypothalamus/feeding behavior, kidney of the offspring; it also impairs the reproductive potential of male offspring with sperm oxidative stress and mitochondrial dysfunction. An explanation for these observations (human and animal) is epigenetics, considered the primary tool for the transmission of phenotypes from the father to offspring, such as DNA methylation, histone modifications, and non-coding RNA. Conclusions: Paternal obesity can induce programmed phenotypes in offspring through epigenetics. Therefore, it can be considered a public health problem, affecting the children's future life.
  • Associação entre o sono e o uso noturno de celular entre adolescentes☆ Original Articles

    Amra, Babak; Shahsavari, Ali; Shayan-Moghadam, Ramin; Mirheli, Omid; Moradi-Khaniabadi, Bita; Bazukar, Mehdi; Yadollahi-Farsani, Ashkan; Kelishadi, Roya

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivo: Avaliar a relação entre o uso de celular à noite e a duração e a qualidade do sono em uma amostra de adolescentes iranianos. Métodos: A população estudada consistiu em 2.400 adolescentes, entre 12 e 18 anos, que residem em Isfahan, Irã. Foram documentados a idade, o índice de massa corporal, a duração do sono, o uso de celular após as 21h e prática de atividade física. Para avaliação do sono, usamos o Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh (PSQI). Resultados: A taxa de participação foi de 90,4% (n = 2.257). A idade média (DP) foi de 15,44 ± (1,55) anos; 1.270 relataram o uso do celular após as 21h. Em geral, 56,1% das meninas e 38,9% dos meninos relataram sono de má qualidade, respectivamente. Os indivíduos que usaram celular à noite acordaram às 8h17 (2,33) e os que não usaram acordaram às 8h03 (2,11). A maior parte (52%) dos usuários de celular à noite apresentou má qualidade de sono. Aqueles sem algum tipo de atividade física apresentaram maior latência do sono do que seus pares. Os modelos ajustados de regressão logística binária e multinomial mostraram que os usuários de celular à noite foram 1,39 vez mais propensos a ter má qualidade do sono do que seus pares (p < 0,001). Conclusão: O uso de celular à noite por adolescentes foi associado a pior qualidade do sono. Os participantes fisicamente ativos apresentaram melhor qualidade e maior tempo de sono. Como parte das recomendações de estilo de vida saudável, os adolescentes devem ser incentivados a evitar o uso de celular à noite.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objective: This study aims to assess the relationship of late-night cell phone use with sleep duration and quality in a sample of Iranian adolescents. Methods: The study population consisted of 2400 adolescents, aged 12-18 years, living in Isfahan, Iran. Age, body mass index, sleep duration, cell phone use after 9 p.m., and physical activity were documented. For sleep assessment, the Pittsburgh Sleep Quality Index questionnaire was used. Results: The participation rate was 90.4% (n = 2257 adolescents). The mean (SD) age of participants was 15.44 (1.55) years; 1270 participants reported to use cell phone after 9 p.m. Overall, 56.1% of girls and 38.9% of boys reported poor quality sleep, respectively. Wake-up time was 8:17 a.m. (2.33), among late-night cell phone users and 8:03 a.m. (2.11) among non-users. Most (52%) late-night cell phone users had poor sleep quality. Sedentary participants had higher sleep latency than their peers. Adjusted binary and multinomial logistic regression models showed that late-night cell users were 1.39 times more likely to have a poor sleep quality than non-users (p-value < 0.001). Conclusion: Late-night cell phone use by adolescents was associated with poorer sleep quality. Participants who were physically active had better sleep quality and quantity. As part of healthy lifestyle recommendations, avoidance of late-night cell phone use should be encouraged in adolescents.
  • Transferência placentária e colostral de anticorpos reativos a Escherichia coli enteropatogênica com expressão das intiminas α, β, ou γ, Original Articles

    Altman, Silvia P.N.; Tino-De-Franco, Milene; Carbonare, Cristiane B.; Palmeira, Patricia; Carbonare, Solange B.

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivo: As intiminas são adesinas proteicas de Escherichia coli enteropatogênicas (EPEC) e enterro-hemorrágicas (EHEC) capazes de induzir as lesões attaching and effacing nos enterócitos. Anticorpos anti-intiminas são importantes para a proteção contra infecções por EPEC e EHEC porque esses anticorpos inibem a adesão bacteriana e impedem o passo inicial do mecanismo patogênico dessas bactérias. Nós estudamos a transferência de anticorpos maternos anti-intiminas de mães brasileiras saudáveis para os seus recém-nascidos através da placenta e do colostro. Métodos: Anticorpos séricos da classe IgG e secretórios da classe IgA (SIgA) reativos com as porções conservada (cons) e variáveis das intiminas α (vα), β (vβ) e γ (vγ) foram analisados pelo teste de ELISA no sangue e no colostro de 45 parturientes saudáveis e no sangue de cordão umbilical dos seus respectivos recém-nascidos. Resultados: As concentrações de anticorpos reativos com intimina vα foram significativamente mais baixas que as dos anticorpos anti-vγ e anti-cons nas amostras de colostro. Anticorpos IgG séricos reativos com todas as intiminas foram transferidos para os recém-nascidos, mas as concentrações de anti-cons foram significativamente mais altas tanto nas mães como nos recém-nascidos do que os anticorpos reativos com as regiões variáveis das intiminas. O padrão de transferência de IgG das mães para os recém-nascidos foi muito semelhante para todos os anticorpos anti-intiminas. Os valores de porcentagem de transferência foram semelhantes à transferência de IgG total. Conclusões: Anticorpos anti-intimina são transferidos das mães para os recém-nascidos pela placenta e corroboram a proteção contra infecções por Escherichia coli diarreiogênicas (DEC) conferida pelo aleitamento materno.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objective: Intimins are protein adhesins of enteropathogenic Escherichia coli and enterohemorrhagic E. coli capable of inducing attachment and effacement lesions in enterocytes. Anti-intimin antibodies are important for the protection from enteropathogenic E. coli and enterohemorrhagic E. coli infections because these antibodies inhibit bacterial adhesion and impair the initial step of the pathogenesis. We studied the transfer of maternal anti-intimin antibodies from healthy Brazilian mothers to their newborns through the placenta and colostrum. Methods: Serum immunoglobulin G and secretory immunoglobulin A antibodies against conserved and variable regions of intimins α, β, and γ were analyzed using an enzyme linked-immunosorbent assay in the blood and colostrum from 45 healthy women as well as cord blood serum samples from their newborns. Results: The concentrations of antibodies reactive with α intimin were significantly lower than those of anti-γ and anti-conserved intimin antibodies in the colostrum samples. IgG serum antibodies reactive with all the subtypes of intimins were transferred to the newborns, but the concentrations of anti-conserved intimin serum antibodies were significantly higher in mothers and newborns than concentrations of antibodies against variable regions. The patterns of IgG transfer from mothers to newborns were similar for all anti-intimin antibodies. These values are similar to the percentage transference of total IgG. Conclusions: Anti-intimin antibodies are transferred from mothers to newborns through the placenta, and reinforce the protection provided by breastfeeding against diarrheagenic E. coli infections.
  • Óbitos neonatais precoces associados à asfixia perinatal em neonatos ≥2.500 g no Brasil, Original Articles

    Almeida, Maria Fernanda Branco de; Kawakami, Mandira Daripa; Moreira, Lícia Maria Oliveira; Santos, Rosa Maria Vaz dos; Anchieta, Lêni Márcia; Guinsburg, Ruth

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivo: Avaliar a taxa anual de óbitos neonatais precoces associados à asfixia perinatal em neonatos de peso ≥ 2.500 g no Brasil de 2005 a 2010. Métodos: A população do estudo envolveu todos os nascidos vivos de neonatos com peso ao nascer ≥ 2.500 g e sem malformações que morreram até seis dias após o nascimento por asfixia perinatal, definida como hipóxia intrauterina, asfixia no nascimento ou síndrome de aspiração de mecônio. A causa do óbito foi escrita em qualquer linha do atestado de óbito, de acordo com a Classificação Internacional de Doenças, 10a Revisão (P20.0, P21.0 e P24.0). Foi feita uma pesquisa ativa em 27 unidades federativas brasileiras. O teste qui-quadrado de tendência foi aplicado para analisar os índices de mortalidade neonatal associados a asfixia perinatal até o ano do estudo. Resultados: Morreram 10.675 neonatos com peso ≥ 2.500 g sem malformações até 0-6 dias após o nascimento por asfixia perinatal. Os óbitos ocorreram nas primeiras 24 horas após o nascimento em 71% dos neonatos. A síndrome de aspiração de mecônio foi relatada em 4.076 (38%) dos óbitos. O índice de mortalidade neonatal precoce relacionada à asfixia caiu de 0,81 em 2005 para 0,65 por 1.000 nascidos vivos em 2010 no Brasil (p < 0,001); o índice de mortalidade neonatal precoce relacionada a síndrome de aspiração de mecônio permaneceu entre 0,20-0,29 por 1.000 nascidos vivos durante o período do estudo. Conclusões: Apesar da redução nas taxas no Brasil de 2005 a 2010, as taxas de mortalidade neonatal precoce associadas à asfixia perinatal em neonatos no melhor espectro de peso ao nascer e sem malformações congênitas ainda são altas e a síndrome de aspiração de mecônio desempenha um importante papel.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objective: To assess the annual burden of early neonatal deaths associated with perinatal asphyxia in infants weighing ≥2500 g in Brazil from 2005 to 2010. Methods: The population study enrolled all live births of infants with birth weight ≥2500 g and without malformations who died up to six days after birth with perinatal asphyxia, defined as intrauterine hypoxia, asphyxia at birth, or meconium aspiration syndrome. The cause of death was written in any field of the death certificate, according to International Classification of Diseases,10th Revision (P20.0, P21.0, and P24.0). An active search was performed in 27 Brazilian federative units. The chi-squared test for trend was applied to analyze early neonatal mortality ratios associated with perinatal asphyxia by study year. Results: A total of 10,675 infants weighing ≥2500 g without malformations died within six days after birth with perinatal asphyxia. Deaths occurred in the first 24 h after birth in 71% of the infants. Meconium aspiration syndrome was reported in 4076 (38%) of these deaths. The asphyxia-specific early neonatal mortality ratio decreased from 0.81 in 2005 to 0.65 per 1000 live births in 2010 in Brazil (p < 0.001); the meconium aspiration syndrome-specific early neonatal mortality ratio remained between 0.20 and 0.29 per 1000 live births during the study period. Conclusions: Despite the decreasing rates in Brazil from 2005 to 2010, early neonatal mortality rates associated with perinatal asphyxia in infants in the better spectrum of birth weight and without congenital malformations are still high, and meconium aspiration syndrome plays a major role.
  • Comparação entre o método sonda-dedo versus copo na transição alimentar do recém-nascido prematuro, Original Articles

    Moreira, Cláudia M.D.; Cavalcante-Silva, Regina P.G.V.; Fujinaga, Cristina I.; Marson, Francine

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivo: Avaliar a técnica sonda-dedo em comparação com o copo no início da transição alimentar do prematuro quanto à perda de leite ofertado, tempo de ingestão e complicações. Métodos: Estudo experimental, randomizado, não cego, prospectivo, com 53 prematuros de idade gestacional < 37 semanas, clinicamente estáveis e com escore > 28 pontos na Avaliação da Prontidão para início da alimentação por via oral. Os prematuros foram randomizados para o Grupo Controle que fez a transição alimentar com o copo e para o Grupo Experimental que usou a técnica sonda-dedo. Na análise dos dados, foram aplicados o teste t de Student para avaliar a diferença de médias e o teste exato de Fisher para as variáveis categóricas, enquanto para as variáveis assimétricas foi aplicado a Anova de Kruskal-Wallis. Resultados: O grupo experimental apresentou em relação ao grupo controle diferença significativa quanto a menor perda de leite, maior tempo de dieta e menor frequência de complicações. O nível de significância foi de 5% e o poder de teste mínimo de 90%. Conclusão: A técnica sonda-dedo mostrou-se um método opcional de transição alimentar superior em sua eficiência quanto a menor perda de leite e menor incidência de complicações.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objectives: To assess the finger-feeding technique when compared with the cup feeding method during the early stage of preterm infant feeding transition regarding milk loss, milk ingestion period, and complications. Methods: Experimental, randomized, prospective study including 53 preterm infants with gestation age < 37 weeks, clinically stable, and with a score of >28 points in the Oral Feeding Readiness Assessment Scale. The preterm babies were randomized to be included in the control group, which underwent the feeding transition using a cup or in the experimental group, which used the finger-feeding technique. The analysis of data was performed using Student's t-test to evaluate differences between mean values of the appointed variables, and Fischer's test for categorical variables; the asymmetric variables were assessed by the Kruskal-Wallis ANOVA test. Results: When compared with the control group, the experimental group showed lower milk loss, longer milk ingestion time, and a lower frequency of complications during feeding. The significance level was set at 5%, with a confidence interval of 90%. Conclusion: The finger-feeding technique was shown to be a better feeding transition method regarding efficacy when compared with cup feeding method, due to lower milk loss and fewer complication episodes.
  • Determinação de frequência de características morfológicas em uma amostra de crianças brasileiras, Original Articles

    Perrone, Eduardo; Zanolla, Thais Arbocese; Fock, Rodrigo Ambrosio; Perez, Ana Beatriz Alvarez; Brunoni, Decio

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivo: Estabelecer a frequência de 82 características morfológicas em uma amostra de crianças brasileiras (entre três e 13 anos), para entender a influência da idade, do sexo e da etnia. Métodos: Estudo transversal. Avaliamos 239 crianças com desenvolvimento típico (entre três e 13 anos), em relação à presença de 82 características morfológicas. Aplicamos um protocolo descrito anteriormente, baseado no London Dysmorphology Database, para avaliar nossa amostra. Esse protocolo foi culturalmente adaptado ao português do Brasil. Resultados: A frequência de 82 características morfológicas foi estabelecida em nossa amostra; de 82 características, 50% foram consideradas anomalias morfológicas (frequência inferior a 4%). Pelo menos 25% da nossa amostra apresentaram mais de uma anomalia morfológica menor. A idade mostrou influência na frequência das seguintes características morfológicas: "bico de viúva", "anti-hélice proeminente", "lábio superior proeminente", "dentes irregulares ou encavalados" e "clinodactilia", mas não teve influência na frequência de anomalias morfológicas menores. O sexo mostrou influência nas seguintes características: "orelhas displásicas" e "lóbulo da orelha aderente", mas não teve influência na frequência de anomalias morfológicas menores; a etnia mostrou influência na "camptodactilia" e "anti-hélice proeminente". Houve divergência (estatisticamente significativa) em 43 características morfológicas de 73 que pudemos comparar com os dados da literatura (58,9%). Conclusões: Estabelecemos a frequência de 82 características morfológicas em 239 crianças com desenvolvimento típico. A idade foi a variável que mostrou maior influência na frequência de características morfológicas e a comparação com dados da literatura mostrou que a frequência depende de variáveis como idade e etnia.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objective: To establish the frequency of 82 morphological features in a sample of Brazilian children (between 3 and 13 years old), to understand the influence of age, gender, and ethnicity. Methods: This was a cross-sectional study that evaluated 239 children with typical development (between 3 and 13 years old) regarding the presence of 82 morphological characteristics. A previously described protocol, based on the London Dysmorphology Database, was applied to evaluate the sample. This protocol was culturally adapted to Brazilian Portuguese. Results: The frequency of 82 morphological characteristics was established in the sample; of 82 characteristics, 50% were considered morphological anomalies (frequency less than 4%). At least 25% of the sample presented more than one minor morphological anomaly. Age was shown to influence the frequency of the following morphological characteristics: widow's peak, prominent antihelix, prominent upper lip, irregular or crowded teeth, and clinodactyly, but had no influence on the frequency of minor morphological anomalies. Gender influenced dysplastic ears and attached earlobe, but had no influence on the frequency of minor morphological anomalies; ethnicity showed influence on camptodactyly and prominent antihelix. A statistically significant divergence was observed regarding 43 of the 73 morphological characteristics that could be compared with literature data (58.9%). Conclusions: The study determined the frequency of 82 morphological characteristics in 239 children with typical development. Age was the variable that showed more influence on the frequency of morphological characteristics, and comparison with literature data showed that the frequency depends on variables such as age and ethnicity.
  • Prevalência e fatores associados do índice de massa corporal em crianças de 9-11 anos de idade☆ Original Articles

    Ferrari, Gerson Luis de Moraes; Matsudo, Victor; Katzmarzyk, Peter T.; Fisberg, Mauro

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivo: Identificar a prevalência e os fatores associados do índice de massa corporal (IMC) em crianças de 9-11 anos. Métodos: O estudo faz parte do International Study of Childhood Obesity Lifestyle and the Environment (Iscole). A composição corporal foi determinada pelo método da bioimpedância bipolar. O valor médio do IMC foi categorizado conforme sugerido pela Organização Mundial de Saúde. Durante sete dias consecutivos, os participantes usaram acelerômetro para monitorar objetivamente o comportamento sedentário (CS) e atividade física de moderada a vigorosa. Fatores associados individuais (antropométricos e comportamentais), aspectos familiares, ambiente familiar e escolar foram preenchidos pelos participantes e pais e foram analisados pela regressão linear multinível ajustados para sexo, etnia, escola, número de irmãos e renda familiar total anual. Resultados: A média do IMC foi de 20,1 kg/m2, 51,8% das crianças estavam com excesso de peso/obesidade (50,3% meninos; 53,4% meninas; p = 0,014). Considerando todos os participantes, os fatores associados do IMC foram a porcentagem de gordura corporal (%GC; β = 0,0216; p < 0,001) e o tempo de tela (TT; β = 0,0050; p = 0,006). Nos meninos, os fatores associados foram a %GC (β = 0,0209; p < 0,001), TT (β = 0,006; p = 0,036) e políticas ou práticas de alimentação saudável (β = 0,0276; p = 0,025). Já nas meninas, somente a %GC foi associada (β = 0,0221; p < 0,001) com o IMC. Conclusões: Mostramos valores elevados de prevalência de excesso de peso/obesidade em crianças de São Caetano do Sul. Diferentes fatores associados foram identificados entre os sexos, somente a %GC foi comum em ambos os sexos.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objective: This study aimed to identify the prevalence and factors associated with body mass index (BMI) in children aged 9-11 years. Methods: The study is part of the International Study of Childhood Obesity Lifestyle and the Environment (ISCOLE). Body composition was determined using the bipolar bioimpedance technique. The mean BMI value was categorized as recommended by the World Health Organization. For seven consecutive days, participants used an accelerometer to objectively monitor sedentary behavior (SB) and moderate to vigorous physical activity. Individual factors (anthropometric and behavioral), family aspects, and family and school environment were provided by participants and parents and were analyzed by multilevel linear regression adjusted for gender, ethnicity, school, number of siblings, and total annual family income. Results: The mean BMI was 20.1 kg/m2, and 51.8% of the children were overweight/obese (50.3% boys, 53.4% girls, p = 0.014). Considering all participants, the associated factors of BMI were body fat percentage (BF%, β = 0.0216, p < 0.001) and screen time (ST, β = 0.0050, p = 0.006). In boys, the associated factors were BF% (β = 0.0209, p < 0.001), ST (β = 0.006, p = 0.036), and healthy eating policies or practices (β = 0.0276, p = 0.025). In girls, only BF% was associated (β = 0.0221, p < 0.001) with BMI. Conclusions: High prevalence of overweight/obesity was observed in children from São Caetano do Sul. Different associated factors were identified between the genders, with only BF% being common in both genders.
  • Características mãe-filho ao nascer e leucemias na primeira infância: um estudo de caso-coorte de base populacional no Brasil, Original Articles

    Reis, Rejane de Souza; Silva, Neimar de Paula; Santos, Marceli de Oliveira; Oliveira, Julio Fernando Pinto; Thuler, Luiz Claudio Santos; Camargo, Beatriz de; Pombo-de-Oliveira, Maria S.

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivos: Os registros de câncer de base populacional (RCBP) e o Sistema Nacional de Nascidos Vivos (SINASC) possuem informações que possibilitam testar hipóteses sobre fatores de riscos associados às leucemias. O objetivo principal deste projeto é identificar quais as características ao nascimento das crianças que estariam associadas ao risco de desenvolver Leucemia Aguda (LA) na primeira infância. Métodos: Foram utilizadas informações de 12 RCBP e do Sistema de Informação de Nascidos Vivos das mesmas localidades. Foram elegíveis 272 casos e 1.088 controles no período de 1996 a 2010. As associações de riscos de LA foram agrupadas em, (i) características da criança ao nascer, e (ii) características de exposição materna durante a gestação da criança. A relação de casos e controles foi de 1:4. As análises para padronização, estruturação do banco de dados e análises estatísticas foram realizadas através dos aplicativos Excel, R-Studio e SPSS 21. Resultados: Houve associação entre anomalias congênitas (RC 3,62, IC95% 1,19-11,00) e exposição ocupacional materna a produtos químicos (OR 2,18, p 0,002) com o risco do desenvolvimento de LA. Conclusão: A utilização de banco de dados secundários populacionais para a identificação de fatores de risco para LA fortaleceu o intercâmbio de conhecimentos e melhoria das bases de dados, e contribuiu para investigações sobre as associações de riscos nas leucemias agudas em contexto mundial.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objective: The population-based cancer registries (PBCR) and the Information System on Live Births in Brazil (Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos [SINASC]) have information that enables the test for risk factors associated with leukemia at an early age. The aim of this study was to identify maternal and birth characteristics associated with early-age acute leukemia (EAL) in Brazil. Methods: A case-cohort study was performed using secondary dataset information of PBCR and SINASC. The risk association variables were grouped into (i) characteristics of the child at birth and (ii) characteristics of maternal exposure during pregnancy. The case-control ratio was 1:4. Linkage was performed using R software; odds ratio (OR) and 95% confidence interval (CI) were calculated by logistic regression models. Results: EAL was associated with maternal occupational exposure to chemicals (agricultural, chemical, and petrochemical industry; adjOR: 2.18, 95% CI: 1.16-4.10) and with birth defects (adjOR: 3.62, 95% CI: 1.19-11.00). Conclusions: The results of this study, with the identification of EAL risk factors in population-based case-cohort study, strengthen the knowledge and improve databases, contributing to investigations on risk factors associated with childhood leukemia worldwide.
  • Níveis de chumbo no sangue em um grupo de crianças: possíveis fatores de risco e problemas de saúde☆ Original Articles

    AbuShady, Mones M.; Fathy, Hanan A.; Fathy, Gihan A.; Fatah, Samer abd el; Ali, Alaa; Abbas, Mohamed A.

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivo: Investigar os níveis de chumbo no sangue (NCSs) em crianças em idade escolar em duas áreas do Egito para entender a atual exposição à poluição por chumbo e seus fatores de risco, para melhorar as políticas de prevenção. Indivíduos e método: Este foi um estudo transversal em crianças (400) entre 6-12 anos recrutadas de duas áreas no Egito (industrial e urbana). Os NCSs foram medidos por um método de absorção atômica. Foram obtidos questionários detalhados sobre as fontes de exposição ao chumbo e o histórico de desempenho escolar e quaisquer alterações comportamentais. Resultados: O NCS na área urbana do Egito (Dokki) foi de 5,45 ± 3,90 µg/dL, ao passo que na área industrial (Helwan) foi de 10,37 ± 7,94 µg/dL, com uma diferença significativa entre ambas as áreas (p < 0,05). Na área de Dokki, 20% do grupo estudado apresentaram NCSs ≥10 µg/dL, ao passo que na área de Helwan foi 42%. Foi encontrada uma associação significativa entre as crianças com comportamento anormal e aquelas com palidez com NCS ≥ 10 µg/dL, em comparação com aquelas com NCS < 10 µg/dL (p < 0,05). Aquelas que moram na área de Helwan, aquelas com hábitos de saúde ruins e aquelas que moram em moradias com maior exposição estiveram significativamente em alto risco de apresentar NCS ≥ 10 µg/dL. Conclusão: O chumbo ainda é um problema de saúde pública no Egito. Altos NCSs foram significativamente associados a hábitos de saúde ruins e moradia com maior exposição, bem como comportamento anormal e palidez.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objective: To investigate blood lead levels in schoolchildren in two areas of Egypt to understand the current lead pollution exposure and its risk factors, aiming to improve prevention politicies. Subjects and method: This was a cross-sectional study in children (n = 400) aged 6-12 years recruited from two areas in Egypt (industrial and urban). Blood lead levels were measured using an atomic absorption method. Detailed questionnaires on sources of lead exposure and history of school performance and any behavioral changes were obtained. Results: The mean blood lead level in the urban area of Egypt (Dokki) was 5.45 ± 3.90 µg/dL, while that in the industrial area (Helwan) was 10.37 ± 7.94 µg/dL, with a statistically significant difference between both areas (p < 0.05). In Dokki, 20% of the studied group had blood lead levels ≥ 10 µg/dL, versus 42% of those in Helwan. A significant association was found between children with abnormal behavior and those with pallor with blood lead level ≥ 10 µg/dL, when compared with those with blood lead level < 10 µg/dL (p < 0.05). Those living in Helwan area, those with bad health habits, and those living in housing with increased exposure were at a statistically significantly higher risk of having blood lead level ≥ 10 µg/dL. Conclusion: Lead remains a public health problem in Egypt. High blood lead levels were significantly associated with bad health habits and housing with increased exposure, as well as abnormal behavior and pallor.
  • Precisão de tomografia computadorizada (TC) de baixa dosagem no diagnóstico de apendicite na infância e comparação com ultrassonografia e TC de dosagem padrão☆ Original Articles

    Yi, Dae Yong; Lee, Kyung Hoon; Park, Sung Bin; Kim, Jee Taek; Lee, Na Mi; Kim, Hyery; Yun, Sin Weon; Chae, Soo Ahn; Lim, In Seok

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivos: A tomografia computadorizada deve ser feita após cautelosa consideração devido ao perigo de radiação, motivo pelo qual o interesse na TC de baixa dosagem tem aumentado recentemente em casos de apendicite aguda. Estudos anteriores foram feitos em populações adultas ou adolescentes, porém nenhum relatou a eficácia do uso da TC de baixa dosagem em crianças com menos de 10 anos. Métodos: Recrutamos pacientes (n = 475) com menos de 10 anos examinados com relação a apendicite aguda. Os indivíduos foram divididos em três grupos de acordo com os exames feitos: TC de baixa dosagem, ultrassonografia e TC de dosagem padrão. Os indivíduos foram categorizados de acordo com a idade e o índice de massa corporal. Resultados: A TC de baixa dosagem foi uma ferramenta de grande contribuição no diagnóstico de apendicite e um método adequado em comparação com a ultrassonografia e a TC de dosagem padrão em termos de sensibilidade (95,5% em comparação com 95% e 94,5%, p = 0,794), especificidade (94,9% em comparação com 80% e 98,8%, p = 0,024), valor preditivo positivo (96,4% em comparação com 92,7% e 97,2%, p = 0,019) e valor preditivo negativo (93,7% em comparação com 85,7% e 91,3%, p = 0,890). A TC de baixa dosagem diagnosticou de forma precisa pacientes com um apêndice perfurado. A apendicite aguda foi diagnosticada de maneira efetiva com a TC de baixa dosagem tanto na primeira quanto na segunda infância. O IMC não influenciou a precisão da detecção de apendicite aguda na TC de baixa dosagem. Conclusão: A TC de baixa dosagem é eficaz e precisa no diagnóstico de apendicite aguda na infância, bem como em adolescentes e jovens adultos. Além disso, a TC de baixa dosagem foi relativamente precisa, independentemente de idade ou IMC, na detecção de apendicite aguda. Assim, a TC de baixa dosagem é recomendada na avaliação de crianças com suspeita de apendicite aguda.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objectives: Computed tomography should be performed after careful consideration due to radiation hazard, which is why interest in low dose CT has increased recently in acute appendicitis. Previous studies have been performed in adult and adolescents populations, but no studies have reported on the efficacy of using low-dose CT in children younger than 10 years. Methods: Patients (n = 475) younger than 10 years who were examined for acute appendicitis were recruited. Subjects were divided into three groups according to the examinations performed: low-dose CT, ultrasonography, and standard-dose CT. Subjects were categorized according to age and body mass index (BMI). Results: Low-dose CT was a contributive tool in diagnosing appendicitis, and it was an adequate method, when compared with ultrasonography and standard-dose CT in terms of sensitivity (95.5% vs. 95.0% and 94.5%, p = 0.794), specificity (94.9% vs. 80.0% and 98.8%, p = 0.024), positive-predictive value (96.4% vs. 92.7% and 97.2%, p = 0.019), and negative-predictive value (93.7% vs. 85.7% and 91.3%, p = 0.890). Low-dose CT accurately diagnosed patients with a perforated appendix. Acute appendicitis was effectively diagnosed using low-dose CT in both early and middle childhood. BMI did not influence the accuracy of detecting acute appendicitis on low-dose CT. Conclusion: Low-dose CT is effective and accurate for diagnosing acute appendicitis in childhood, as well as in adolescents and young adults. Additionally, low-dose CT was relatively accurate, irrespective of age or BMI, for detecting acute appendicitis. Therefore, low-dose CT is recommended for assessing children with suspected acute appendicitis.
  • Lactentes com alergia à proteína do leite de vaca apresentam níveis inadequados de vitamina D?☆ Original Articles

    Silva, Cristiane M.; Silva, Silvia A. da; Antunes, Margarida M. de C.; Silva, Gisélia Alves Pontes da; Sarinho, Emanuel Sávio Cavalcanti; Brandt, Katia G.

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivo: Verificar se lactentes com alergia à proteína do leite de vaca (APLV) apresentam níveis inadequados de vitamina D. Métodos: Estudo transversal, envolveu 120 crianças de até dois anos, um grupo com APLV e outro de comparação, captadas dos ambulatórios de Gastroenterologia Pediátrica, Alergologia Pediátrica e Puericultura de um hospital universitário, no Nordeste brasileiro. Foi aplicado um formulário e foram coletadas amostras sanguíneas para a análise da vitamina D, foram considerados inadequados os níveis < 30 ng/mL. Níveis de vitamina D foram expressos em média e desvio padrão e a frequência dos graus de suficiência e demais variáveis, em proporções. Resultados: Lactentes com APLV, quando comparados com os saudáveis, apresentaram uma menor média do nível da vitamina D (30,93 vs. 35,29 ng/mL) (p = 0,041) e maior frequência de deficiência (20,3% vs. 8,2) (p = 0,049). Maior frequência de níveis inadequados de vitamina D foi observada nas crianças com APLV que estavam em aleitamento materno exclusivo/predominante (p = 0,002). Independentemente do período de exposição solar, a frequência de um status inadequado de vitamina D foi semelhante entre os grupos (p = 0,972). Conclusões: Menores níveis de vitamina D foram observados em lactentes com APLV, especialmente naqueles em aleitamento materno exclusivo/predominante, que configura esse como um possível grupo de risco para essa deficiência.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objective: To verify whether infants with cow's milk protein allergy have inadequate vitamin D levels. Methods: This cross-sectional study included 120 children aged 2 years or younger, one group with cow's milk protein allergy and a control group. The children were recruited at the pediatric gastroenterology, allergology, and pediatric outpatient clinics of a university hospital in the Northeast of Brazil. A questionnaire was administered to the caregiver and blood samples were collected for vitamin D quantification. Vitamin D levels <30 ng/mL were considered inadequate. Vitamin D level was expressed as mean and standard deviation, and the frequency of the degrees of sufficiency and other variables, as proportions. Results: Infants with cow's milk protein allergy had lower mean vitamin D levels (30.93 vs.35.29 ng/mL; p = 0.041) and higher deficiency frequency (20.3% vs.8.2; p = 0.049) than the healthy controls. Exclusively or predominantly breastfed infants with cow's milk protein allergy had higher frequency of inadequate vitamin D levels (p = 0.002). Regardless of sun exposure time, the groups had similar frequencies of inadequate vitamin D levels (p = 0.972). Conclusions: Lower vitamin D levels were found in infants with CMPA, especially those who were exclusively or predominantly breastfed, making these infants a possible risk group for vitamin D deficiency.
  • Variantes no gene da interleucina 8 e a resposta a broncodilatadores inalatórios na fibrose cística, Original Articles

    Furlan, Larissa Lazzarini; Ribeiro, José Dirceu; Bertuzzo, Carmen Sílvia; Salomão, João Batista; Souza, Dorotéia Rossi Silva; Marson, Fernando Augusto Lima

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivo: A proteína interleucina 8 promove respostas inflamatórias, o que inclui sua atuação nas vias aéreas. A presença de variantes no gene da interleucina 8 causa respostas inflamatórias alteradas e possivelmente respostas variadas ao uso de broncodilatadores inalatórios. Assim, este estudo analisou as variantes da interleucina 8 (rs4073, rs2227306, rs2227307) e sua associação à resposta a broncodilatadores inalatórios em pacientes com fibrose cística. Métodos: Foi feita análise das variantes genéticas da interleucina 8 por restriction fragment length polymorphism da reação em cadeia da polimerase. A associação entre os marcadores da espirometria e a resposta a broncodilatadores inalatórios foi feita pelos testes de Mann-Whitney e Kruskal-Wallis. A análise incluiu todos os pacientes com fibrose cística e posteriormente pacientes com duas mutações no gene cystic fibrosis transmembrane conductance regulator pertencentes às Classes I a II. Resultados: Este estudo incluiu 186 pacientes com fibrose cística. Não houve associação da variante rs2227307 à resposta a broncodilatadores inalatórios. A variante rs2227306 foi associada a FEF50% no grupo dominante e no grupo com duas mutações identificadas no gene cystic fibrosis transmembrane conductance regulator. A variante rs4073 foi associada a marcadores da espirometria em quatro modelos genéticos: codominante (FEF25-75% e FEF75%), dominante (VEF1, FEF50%, FEF75% e FEF25-75%), recessivo (FEF75% e FEF25-75%) e overdominante (VEF1/CVF). Conclusões: Este estudo destaca, principalmente, a importância da variante rs4073 do gene da interleucina 8, na resposta a broncodilatadores inalatórios, concomitantemente ao genótipo das mutações no gene cystic fibrosis transmembrane conductance regulator.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objective: Interleukin 8 protein promotes inflammatory responses, even in airways. The presence of interleukin 8 gene variants causes altered inflammatory responses and possibly varied responses to inhaled bronchodilators. Thus, this study analyzed the interleukin 8 variants (rs4073, rs2227306, and rs2227307) and their association with the response to inhaled bronchodilators in cystic fibrosis patients. Methods: Analysis of interleukin 8 gene variants was performed by restriction fragment length polymorphism of polymerase chain reaction. The association between spirometry markers and the response to inhaled bronchodilators was evaluated by Mann-Whitney and Kruskal-Wallis tests. The analysis included all cystic fibrosis patients, and subsequently patients with two mutations in the cystic fibrosis transmembrane conductance regulator gene belonging to classes I to III. Results: This study included 186 cystic fibrosis patients. There was no association of the rs2227307 variant with the response to inhaled bronchodilators. The rs2227306 variant was associated with FEF50% in the dominant group and in the group with two identified mutations in the cystic fibrosis transmembrane conductance regulator gene. The rs4073 variant was associated with spirometry markers in four genetic models: co-dominant (FEF25-75% and FEF75%), dominant (FEV1, FEF50%, FEF75%, and FEF25-75%), recessive (FEF75% and FEF25-75%), and over-dominant (FEV1/FVC). Conclusions: This study highlighted the importance of the rs4073 variant of the interleukin 8 gene, regarding response to inhaled bronchodilators, and of the assessment of mutations in the cystic fibrosis transmembrane conductance regulator gene.
  • Triagem neonatal: 9% das crianças com TSH em papel filtro entre 5 e 10 µUI/mL têm hipotireoidismo congênito☆ Original Articles

    Christensen-Adad, Flávia C.; Mendes-dos-Santos, Carolina T.; Goto, Maura M.F.; Sewaybricker, Letícia E.; D'Souza-Li, Lília F.R.; Guerra-Junior, Gil; Morcillo, André M.; Lemos-Marini, Sofia Helena V.

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivos: Determinar a prevalência de hipotireoidismo congênito em crianças com TSH em papel filtro (TSH-f) entre 5 e 10 µUI/mL na triagem neonatal. Métodos: Estudo retrospectivo que incluiu crianças triadas de 2003 a 2010, com TSH-f entre 5 e 10 µUI/mL, acompanhadas nos dois primeiros anos de vida quando não houve normalização do TSH sérico. O diagnóstico de hipotireoidismo congênito foi definido como TSH sérico igual ou superior a 10 µUI/mL e início de tratamento com levotiroxina até os dois anos. Resultados: Dos 380.741 nascidos vivos triados, 3.713 (1,04%) apresentaram TSH-f entre 5 e 10 µUI/mL e, desses, 339 (9,13%) tinham hipotireoidismo congênito. Desses, 76,11% dos casos foram diagnosticados nos primeiros três meses de vida e 7,96% entre um e dois anos. Conclusão: O estudo mostra que 9,13% das crianças com TSH-f entre 5 e 10 µUI/mL desenvolveram hipotireoidismo e que em cerca de um quarto delas o diagnóstico só se confirmou após o terceiro mês de vida. Com base nesses achados, sugere-se, para descartar o hipotireoidismo congênito, o uso do ponto de corte de TSH-f de 5 µUI/mL e o acompanhamento em longo prazo dos lactentes cujo TSH sérico não tenha se normalizado.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objectives: To determine the prevalence of congenital hypothyroidism in children with filter-paper blood-spot TSH (b-TSH) between 5 and 10 µIU/mL in the neonatal screening. Methods: This was a retrospective study including children screened from 2003 to 2010, with b-TSH levels between 5 and 10 µIU/mL, who were followed-up during the first two years of life when there was no serum TSH normalization. The diagnosis of congenital hypothyroidism was defined as serum TSH ≥10 µIU/mL and start of levothyroxine treatment up to 2 years of age. Results: Of the 380,741 live births, 3713 (1.04%) had filter paper TSH levels between 5 and 10 µIU/mL and, of these, 339 (9.13%) had congenital hypothyroidism. Of these, 76.11% of the cases were diagnosed in the first three months of life and 7.96% between 1 and 2 years of age. Conclusion: The study showed that 9.13% of the children with b-TSH levels between 5 and 10 µIU/mL developed hypothyroidism and that in approximately one-quarter of them, the diagnosis was confirmed only after the third month of life. Based on these findings, the authors suggest the use of a 5 µIU/mL cutoff for b-TSH levels and long-term follow-up of infants whose serum TSH has not normalized to rule out congenital hypothyroidism.
Sociedade Brasileira de Pediatria Av. Carlos Gomes, 328 cj. 304, 90480-000 Porto Alegre RS Brazil, Tel.: +55 51 3328-9520 - Porto Alegre - RS - Brazil
E-mail: jped@jped.com.br