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Jornal de Pediatria, Volume: 96, Número: 2, Publicado: 2020
  • Pediatras brasileiros precisam usar os valores de referência nacionais de pressão arterial para os adolescentes Editorials

    Seeman, Tomáš; Šuláková, Terezie
  • Livrando-se de velhos hábitos: desimplantação de esquemas terapêuticos para persistência do canal arterial em prematuros Editorials

    Benitz, William E.
  • Manejo analgésico da crise dolorosa falciforme não complicada em pediatria: uma revisão sistemática e metanálise Review Articles

    Saramba, Manou Irmina; Shakya, Sandeep; Zhao, Dongchi

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivos Obter evidências da eficácia e segurança da analgesia farmacológica para dor falciforme aguda não complicada em pacientes pediátricos em comparação com placebo. Fontes de dados Uma busca de evidências-chave foi feita de 1° a 31 de março de 2018 por ensaios clínicos randomizados controlados de analgesia farmacológica em comparação com placebo para dor aguda falciforme não complicada em uma amostra de pacientes pediátricos. Os autores pesquisaram dez bases de dados científicos que envolveram, entre outras, PubMed, Medline, Embase e Clinicaltrials.gov para esta revisão sistemática e metanálise. Resumo dos dados Quatro ensaios (n = 227) foram considerados para critérios de inclusão (fentanil intranasal, magnésio intravenoso, arginina e óxido nítrico inalado). As evidências de qualidade variaram de baixas a moderadas para cada desfecho. A metanálise de alterações na escala de dor (p = 0,72), o tempo de internação hospitalar (p = 0,65) e a quantidade de analgésicos usados durante o estudo (p = 0,10) mostraram diferença não estatisticamente significativa e a ausência de melhoria resultante do uso do fármaco analgésico no grupo de tratamento. Os eventos adversos relatados mostraram que no braço de intervenção mais participantes sofreram dor com diferença estatisticamente significativa no local de aplicação do fármaco com o uso de fentanil intranasal e magnésio intravenoso (p = 0,03). Conclusões A analgesia farmacológica parece ter um efeito incerto na melhoria da intensidade e alívio da crise de dor aguda em pacientes pediátricos com doença falciforme. Em relação à vantagem clínica, ainda é incerta a eficácia clínica desses medicamentos no tratamento da dor aguda falciforme no grupo etário pediátrico.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objectives: To capture evidence of the efficacy and safety of pharmacological analgesia for uncomplicated acute sickle-cell pain in pediatric patients compared to placebo. Sources of data: Searches for key evidence were performed from March 1 to 31, 2018, for randomized controlled trials of pharmacological analgesia compared to placebo for uncomplicated acute sickle-cell pain in a pediatric sample. The authors searched ten scientific databases including, among others, PubMed, MEDLINE, Embase, and Clinicaltrials.gov for this systematic review and meta-analysis. Summary of the findings: Four trials (n = 227) were selected by the inclusion criteria (intranasal fentanyl, intravenous magnesium, arginine, and inhaled nitric oxide). The quality of evidence ranged from low to moderate for each outcome. Meta-analysis of changes in the ladder of pain score (p = 0.72), length-of-stay in hospital (p = 0.65), and amount of narcotics used during the study (p = 0.10) showed non-statistically significant differences and a lack of amelioration provided by pharmaceutical analgesics in treatment group. The adverse events reported that more participants in the intervention arm underwent pain, with statistically significant differences at the drug delivery site in studies using intranasal fentanyl and intravenous magnesium (p = 0.03). Conclusions: Pharmacological analgesia appears to be uncertain in improving the intensity and providing relief of acute pain crisis in pediatric patients with sickle-cell anemia. With respect to clinical advantage, no decisive deduction about the clinical efficacy may be made regarding these medications in acute sickle-cell pain management in the pediatric age group.
  • Fatores de risco associados aos desfechos da meningite bacteriana pediátrica: uma revisão sistemática Review Articles

    Teixeira, Daniela Caldas; Diniz, Lilian Martins Oliveira; Guimarães, Nathalia Sernizon; Moreira, Henrique Morávia de Andrade Santos; Teixeira, César Caldas; Romanelli, Roberta Maia de Castro

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivo O objetivo deste estudo é revisar sistematicamente a literatura e responder à seguinte questão central: "Quais são os fatores de risco associados a piores desfechos clínicos de pacientes pediátricos com meningite bacteriana?". Métodos Os artigos foram obtidos através de pesquisa bibliográfica, nas bases de dados eletrônicas Web of Science, Scopus, Medline e Lilacs, e selecionados com diretriz internacional delineada pela abordagem Prisma (Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analysis). Resultados A pesquisa bibliográfica identificou 1.244 artigos. Após a triagem metodológica, 17 estudos foram considerados elegíveis para esta revisão sistemática. Foram avaliados 9.581 pacientes até 18 anos nos estudos incluídos e vários fatores prognósticos plausíveis e importantes são propostos para a previsão de desfechos piores após meningite bacteriana na infância. O diagnóstico tardio reduz as chances de uma melhor evolução e reforça a importância de uma alta suspeita diagnóstica de meningite, especialmente em quadros febris com sintomatologia inespecífica. S. pneumoniae como patógeno causador demonstrou estar relacionado à gravidade clínica. Conclusões A previsão precoce de um desfecho clínico desfavorável pode ajudar a determinar quais crianças necessitam de uma abordagem mais invasiva ou seguimento mais prolongado e pode fornecer ao médico a justificativa para o aconselhamento dos pais sobre o prognóstico de seu filho em uma fase inicial da doença.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objective: The aim of this study was to systematically review the literature and answer the following central question: "What are the risk factors associated with worse clinical outcomes of pediatric bacterial meningitis patients?" Methods: The articles were obtained through literary search using electronic bibliographic databases: Web of Science, Scopus, MEDLINE, and LILACS; they were selected using the international guideline outlined by the Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-analysis Protocols. Results: The literature search identified 1,244 articles. After methodological screening, 17 studies were eligible for this systematic review. A total of 9,581 patients aged between 0 days and 18 years were evaluated in the included studies, and several plausible and important prognostic factors are proposed for prediction of poor outcomes after bacterial meningitis in childhood. Late diagnosis reduces the chances for a better evolution and reinforces the importance of a high diagnostic suspicion of meningitis, especially in febrile pictures with nonspecific symptomatology. S. pneumoniae as a causative pathogen was demonstrated to be related to clinical severity. Conclusions: Early prediction of an adverse outcome may help determine which children require more intensive or longer follow-up and may provide the physician with rationale for parental counseling about their child's prognosis in an early phase of the disease.
  • Valores de referência para pressão arterial em adolescentes brasileiros: dados do Estudo dos Riscos Cardiovasculares em Adolescentes (Estudo ERICA) Original Articles

    Jardim, Thiago Veiga; Rosner, Bernard; Bloch, Katia Vergetti; Kuschnir, Maria Cristina Caetano; Szklo, Moyses; Jardim, Paulo César Veiga

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivo Referências de pressão arterial (PA) para adolescentes brasileiros estão ausentes na literatura. Este estudo tem como objetivo investigar a variação normal da pressão arterial no consultório em uma população brasileira saudável de adolescentes sem sobrepeso. Método O Estudo dos Riscos Cardiovasculares em Adolescentes (ERICA) é um estudo brasileiro, de âmbito nacional e de base escolar, que incluiu adolescentes (12 a 17 anos) matriculados em escolas públicas e privadas, em cidades com mais de 100.000 habitantes, de todas as cinco macrorregiões brasileiras. A altura e o índice de massa corporal (IMC) dos adolescentes foram classificados em percentis de acordo com a idade e o sexo, sendo adotadas as curvas de referência da Organização Mundial de Saúde. Foram realizadas três medidas consecutivas de PA no consultório com um dispositivo oscilométrico validado, utilizando o manguito de tamanho apropriado. Os valores médios das duas últimas leituras foram utilizados nas análises. Modelos de regressão polinomial relacionando PA, idade e estatura foram aplicados. Resultados Entre os 73.999 adolescentes, os indivíduos sem sobrepeso representaram 74,5% (IC95%: 73,3-75,6) do total, com distribuição similar entre as idades. A maior parte da amostra sem sobrepeso originava-se das escolas públicas, com 84,2% (IC95%: 79,9-87,7), e os sedentários 54,8% (IC95%: 53,7-55,8). Os adolescentes que relataram sua cor de pele como parda (48,8% [IC95%: 47,4-50,1]) e branca (37,8%: [IC 95% 36,1-39,5]) foram os mais representados. A PA aumentou tanto com a idade, quanto com o percentil de altura. Os padrões de aumento sistólico da PA foram mais acentuados no sexo masculino quando comparados ao sexo feminino, em todos os percentis de altura. O mesmo padrão não foi observado para a PA diastólica. Conclusões São fornecidas referências de pressão arterial por sexo, idade e percentil de altura para adolescentes brasileiros.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objective: Blood pressure (BP) references for Brazilian adolescents are lacking in the literature. This study aims to investigate the normal range of office BP in a healthy, non-overweight Brazilian population of adolescents. Method: The Brazilian Study of Cardiovascular Risks in Adolescents (Portuguese acronym "ERICA") is a national school-based study that included adolescents (aged 12 through 17 years), enrolled in public and private schools, in cities with over 100,000 inhabitants, from all five Brazilian macro-regions. Adolescents' height and body mass index (BMI) were classified in percentiles according to age and gender, and reference curves from the World Health Organization were adopted. Three consecutive office BP measurements were taken with a validated oscillometric device using the appropriate cuff size. The mean values of the last two readings were used for analysis. Polynomial regression models relating BP, age, and height were applied. Results: Among 73,999 adolescents, non-overweight individuals represented 74.5% (95% CI: 73.3-75.6) of the total, with similar distribution across ages. The majority of the non-overweight sample was from public schools 84.2% (95% CI: 79.9-87.7) and sedentary 54.8% (95% CI: 53.7-55.8). Adolescents reporting their skin color as brown (48.8% [95% CI: 47.4-50.1]) or white (37.8% [95% CI: 36.1-39.5]) were most frequently represented. BP increased by both age and height percentile. Systolic BP growth patterns were more marked in males when compared to females, along all height percentiles. The same pattern was not observed for diastolic BP. Conclusions: Blood pressure references by sex, age, and height percentiles for Brazilian adolescents are provided.
  • Desfechos clínicos após tratamento mais conservador da persistência do canal arterial em prematuros Original Articles

    Borràs-Novell, Cristina; Riverola, Ana; Aldecoa-Bilbao, Victoria; Izquierdo, Montserrat; Domingo, Monica; Iriondo, Martín

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivo O tratamento da persistência do canal arterial ainda é controverso. Nosso objetivo foi descrever o impacto de uma abordagem mais conservadora em nossas taxas de tratamento e nos principais desfechos da prematuridade, especialmente em prematuros com < 26 semanas de gestação. Método Revisão de prontuários de lactentes com ≤ 30 semanas e persistência do canal arterial entre 2009-2016 em dois centros. Em 2011, mudamos o manejo da persistência do canal arterial: no primeiro período (2009-2011), os pacientes que não apresentaram sucesso com o tratamento clínico foram submetidos a fechamento cirúrgico; no segundo período (2012-2016), apenas aqueles com comprometimento cardiopulmonar foram submetidos ao fechamento cirúrgico. Comparamos o tratamento clínico, fechamento cirúrgico, mortalidade e sobrevida sem morbidade. Resultados Foram incluídos 188 pacientes (27 ± 2 semanas, 973 ± 272 gramas); 63 em P1 e 125 em P2. Em P2, foram observadas taxas significativamente mais baixas de tratamento clínico (85,7% no P1 versus 56% no P2, p < 0,001) e fechamento cirúrgico (34,5% no P1 versus 16,1% no P2, p < 0,001). Não foram encontradas diferenças em relação à doença pulmonar crônica (28,8% versus 13,9%, p = 0,056), retinopatia grave da prematuridade (7,5% versus 11,8%, p = 0,403), enterocolite necrosante (15,5% versus 6,9%, p = 0,071), hemorragia intraventricular grave (25,4% versus 18,4%, p = 0,264), mortalidade (17,5% versus 15,2%, p = 0,690) ou OR ajustado pela sobrevida sem morbidade = 1,10 (IC95%: 0,55-2,22); p = 0,783. Em P2, 24,5% dos pacientes receberam alta com persistência do canal arterial. O subgrupo nascido entre 23 a 26 semanas (n = 82) apresentou diferenças significativas, foram encontradas menor incidência de doença pulmonar crônica (50% versus 19,6%, p = 0,019) e maior sobrevida sem morbidade (20% versus 45,6%, p = 0,028). Conclusão Uma abordagem conservadora em prematuros com persistência do canal arterial pode evitar tratamentos clínicos e cirúrgicos, sem um impacto significativo na sobrevida sem morbidade. No entanto, dois terços dos prematuros com menos de 26 semanas ainda são tratados.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objective: Management of patent ductus arteriosus is still controversial. This study aimed to describe the impact of a more conservative approach on treatment rates and on main outcomes of prematurity, especially in preterm infants with <26 weeks of gestation. Method: Clinical charts review of infants ≤30 weeks with patent ductus arteriosus between 2009 and 2016 at two centers. In 2011, the authors changed patent ductus arteriosus management: in first period (2009-2011), patients who failed medical treatment underwent surgical closure; in second period (2012-2016), only those with cardiopulmonary compromise underwent surgical ligation. Medical treatment, surgical closure, mortality, and survival-without-morbidity were compared. Results: This study included 188 patients (27 ± 2 weeks, 973 ± 272 grams); 63 in P1 and 125 in P2. In P2, significantly lower rates of medical treatment (85.7% P1 versus 56% P2, p < 0.001) and surgical closure (34.5% P1 versus 16.1% P2, p < 0.001) were observed. No differences were found in chronic lung disease (28.8% versus 13.9%, p = 0.056), severe retinopathy of prematurity (7.5% versus 11.8%, p = 0.403), necrotizing enterocolitis (15.5% versus 6.9%, p = 0.071), severe intraventricular hemorrhage (25.4% versus 18.4%, p = 0.264), mortality (17.5% versus 15.2%, p = 0.690) or survival-without-morbidity adjusted OR = 1.10 (95% CI: 0.55-2.22); p = 0.783. In P2, 24.5% patients were discharged with patent ductus arteriosus. The subgroup born between 23 and 26 weeks (n = 82) showed significant differences: lower incidence of chronic lung disease (50% versus 19.6%, p = 0.019) and more survival-without-morbidity (20% versus 45.6%, p = 0.028) were found. Conclusion: A conservative approach in preterm infants with patent ductus arteriosus can avoid medical and surgical treatments, without a significant impact in survival-without-morbidity. However, two-thirds of preterm infants under 26 weeks are still treated.
  • Cobertura e ações educativas no âmbito do programa nacional de suplementação de vitamina A: estudo em crianças do estado de Alagoas Original Articles

    Lima, Riquelane B.M.; Ferreira, Haroldo S.; Cavalcante, Andressa L.; Santos, Laíse Gabrielly M.L.; Vieira, Regina Coeli S.; Assunção, Monica L.

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivos Estimar a cobertura do Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A em crianças de Alagoas, identificar fatores associados a essa cobertura e analisar a adequação das ações de educação nutricional. Métodos Inquérito domiciliar que envolveu amostra probabilística representativa das crianças de 6 a 59 meses de Alagoas e suas mães (n = 509). A cobertura foi definida pelo percentual de crianças com registro de suplementação no último semestre. A associação entre as variáveis independentes (socioeconômicas, demográficas e de saúde) e a cobertura do Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A foi analisada com base na razão de prevalência e seu IC95%. O conhecimento das mães sobre questões relacionadas à vitamina A foi assumido como indicador da adequação das ações de educação nutricional. Resultados A cobertura do programa foi de 91,9% entre crianças de 6-11,9 meses e de 38,6% entre as de 12-59 meses. Na análise ajustada, os fatores que se associaram à maior cobertura foram ter idade entre 6-11,9 meses (RP = 2,50; IC95%: 2,10-2,96), residir em zona rural (RP = 1,45; IC95%: 1,20-1,76) e morar em domicílio com ≤ 4 cômodos (RP = 1,33; IC95%: 1,09-1,63). Somente 26,1% das mães souberam citar algum alimento fonte de vitamina A e apenas 19,2% conheciam as consequências da deficiência dessa vitamina para a saúde. Conclusões A cobertura do Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A encontra-se aquém das metas estabelecidas pelo Ministério da Saúde (exceto para crianças < 12 meses). Os fatores associados à maior cobertura evidenciam adequada focalização do programa. As atividades de educação nutricional não ocorrem de forma satisfatória. Essas informações devem nortear ações de aperfeiçoamento do programa.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objectives: To estimate the coverage of the National Vitamin A Supplementation Program (Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A) in children from Alagoas, to identify factors associated with this coverage, and to analyze the adequacy of nutrition education actions. Methods: Household survey involving a representative probabilistic sample of children aged 6 to 59 months from Alagoas and their mothers (n = 509). Coverage was defined by the percentage of children with supplementation records in the last semester. The association between the independent variables (socioeconomic, demographic, and health) and the National Vitamin A Supplementation Program coverage was analyzed based on the prevalence ratio and its 95% CI. The mothers' knowledge of questions related to vitamin A was considered as an indicator of the adequacy of nutrition education actions. Results: Program coverage was 91.9% in children aged 6-11.9 months and 38.6% in children aged 12-59 months. In the adjusted analysis, the factors that were associated with greater coverage were: age between 6-11.9 months (PR = 2.50, 95% CI: 2.10-2.96), living in rural areas (PR = 1.45, 95% CI: 1.20-1.76) and living in a house with ≤ 4 rooms (PR = 1.33, 95% CI: 1.09-1.63). Only 26.1% of the mothers were able to mention some food source of vitamin A and only 19.2% were aware of the consequences of vitamin deficiency for health. Conclusions: The National Vitamin A Supplementation Program coverage is below the targets set by the Ministry of Health (except for children < 12 months). The factors associated with greater coverage indicate an adequate focus of the program. The nutrition education activities have not demonstrated satisfactory results. This information should guide actions to improve the program.
  • Binge drinking e beber frequente ou pesado entre os adolescentes: prevalência e fatores associados Original Articles

    Conegundes, Lara Silvia Oliveira; Valente, Juliana Y.; Martins, Camila Bertini; Andreoni, Solange; Sanchez, Zila M.

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivo Analisar os fatores sociodemográficos, escolares e familiares associados aos padrões binge drinking, beber frequente ou beber pesado em adolescentes. Métodos Estudo transversal aninhado em ensaio controlado randomizado entre 6.387 estudantes do 7° e 8° anos de escolas públicas brasileiras. Associações entre o binge drinking (consumo de cinco ou mais doses de álcool em uma única ocasião) nos últimos 12 meses e o beber frequente/beber pesado (consumo de álcool em seis ou mais dias) no último mês e os diversos fatores foram analisados por meio de regressão logística ponderada. Resultados Dos estudantes, 16,5% reportaram ter praticado binge drinking no ano anterior à entrevista e 2,2% praticaram beber frequente/beber pesado no último mês. Os fatores associados ao binge drinking foram consumo de cigarro (OR = 6,7, IC95% = 3,96; 11,23), maconha (OR = 2,2, IC95% = 1,17; 4,31), uso de inalantes (OR = 3,0, IC95% = 1,98; 4,43), exposição a algum familiar embriagado (OR = 2,1, IC95% = 1,67; 2,53), prática de bullying (OR = 1,8, IC95% = 1,47; 2,17), agressão verbal (OR = 1,7, IC95% = 1,40; 2,14), notas médias e baixas (OR = 1,7, IC95% = 1,35; 2,20). Os fatores associados ao beber frequente/beber pesado foram o consumo de cigarro (OR = 2,5, IC95% = 1,16; 5,22), maconha (OR = 3,2, IC95% = 1,32; 7,72), agressão física (OR = 2,2, IC95% = 1,36; 3,50). Conclusões Os desfechos analisados evidenciaram associação do consumo de risco de álcool no início da adolescência com o baixo desempenho escolar, envolvimento com outras drogas, agressividade e vivência de episódios de embriaguez dos familiares. Considerando o impacto na saúde pública dos prejuízos decorrentes do consumo de risco de álcool na adolescência, estes fatores que evidenciaram associação devem ser considerados na construção de intervenções preventivas.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objective: To analyze the sociodemographic, school, and family factors associated with the patterns of binge drinking and frequent or heavy drinking among adolescents. Methods: This was a cross-sectional study, nested in a randomized controlled trial, of 6285 seventh and eighth grade adolescent students from Brazilian public schools. The associations between binge drinking (consumption of five or more doses of alcohol on a single occasion) in the last 12 months and frequent or heavy drinking (alcohol consumption on six or more days) in the last month and the several factors were analyzed through weighted logistic regression. Results: 16.5% of the students reported binge drinking in the year before the interview and 2.2% reported frequent/heavy drinking in the previous month. The factors associated with binge drinking were cigarette smoking (OR = 6.7, 95% CI = 3.96; 11.23), use of marijuana (OR = 2.2, 95% CI = 1.17; 4.31), use of inhalant drugs (OR = 3.0, 95% CI = 1.98; 4.43), exposure to a drunk relative (OR = 2.1, 95% C = 1.67; 2.53), practice of bullying (OR = 1.8, 95% CI = 1.47; 2.17), verbal aggression (OR = 1.7, 95%CI = 1.40; 2.14), and intermediate/low school grades (OR = 1.7, 95% CI = 1.35; 2.20). The factors associated with frequent/heavy drinking were cigarette smoking (OR = 2.5, 95% CI = 1.16; 5.22), use of marijuana (OR = 3.2, 95% CI = 1.32; 7.72), and physical aggression (OR = 2.2, 95% CI = 1.36; 3.50). Conclusions: The analyzed outcomes showed an association between the risk consumption of alcohol in early adolescence and low academic performance, involvement with other drugs, aggressiveness, and witnessing episodes of a family member's drunkenness. Considering the impact on public health of the damages caused by alcohol consumption during adolescence, these factors that showed such association should be considered in the development of preventive interventions.
  • Efeitos da deficiência de ferro latente intrauterino na maturação neural auditiva em recém-nascidos a termo Original Articles

    Pallone, Leticia Valerio; Jesus, Felipe Alves de; Gonçalves, Gleice Aline; Navarra, Laura Carvalho; Melo, Débora Gusmão; Ferreira, Rodrigo Alves; Germano, Carla Maria Ramos

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivo Este estudo analisou a relação entre deficiência de ferro latente avaliada pela ferritina e a mielinização do sistema nervoso central avaliada pelo teste de Potenciais Evocados Auditivos de Tronco Encefálico. Método Foram incluídos no estudo 109 recém-nascidos a termo, nascidos sem anemia e fator de risco para deficiência auditiva. Após o parto, o sangue do cordão umbilical foi coletado para determinar os níveis de ferritina e hematócrito. O teste de Potenciais Evocados Auditivos de Tronco Encefálico foi realizado nos primeiros 28 dias de vida. A análise foi realizada entre o grupo controle (n = 71) com ferritina acima de 75 ng/mL e o grupo com deficiência de ferro latente (n = 38) com ferritina entre 11 e 75 ng/mL. Os resultados foram apresentados como média ± desvio-padrão. A análise estatística foi realizada utilizando o software GraphPad prism7 e SPSS com nível de significância de 5%. Resultados Latências significativamente maiores da onda V (p = 0,02) e dos intervalos interpicos I-III (p = 0,014), I-V (p = 0,0003) e III-V (p = 0,0002) foram encontradas no grupo de deficiência de ferro latente, assim como uma correlação significativa inversamente proporcional entre a ferritina e a mesma onda e intervalos (p = 0,003, p = 0,0013, p = 0,0002, p = 0,009, respectivamente). A análise de correlação múltipla mostrou uma correlação significativa da deficiência de ferro latente com todos os intervalos interpicos, mesmo se levarmos em consideração a idade gestacional do recém-nascido. Conclusão A anemia ferropriva é uma patologia prevalente e este estudo demonstrou maturação auditiva tardia associada à deficiência intrauterina de ferro, mesmo em sua forma latente. Isso reforça a importância da adoção de medidas efetivas, em escala global, para prevenir e tratar essa patologia em diferentes períodos da vida, principalmente na população mais vulnerável.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objective: This study analyzed the relationship between latent iron deficiency evaluated by ferritin, and the myelination of the central nervous system evaluated through the brainstem evoked response audiometry test. Method: A total of 109 full-term newborns, born without anemia and risk factor for hearing deficiency, were enrolled. After delivery, umbilical cord blood was collected to determine ferritin and hematocrit levels. The brainstem evoked response audiometry test was carried out in the first 28 days of life. Analysis was performed between the control group (n = 71) with ferritin greater than 75 ng/mL, and the latent iron deficiency group (n = 38) with ferritin between 11 and 75 ng/mL. Results were presented as mean ± standard deviation. Statistical analysis was performed using GraphPad prism7 and SPSS with a significance level of 5%. Results: A significant higher V-wave (p = 0.02) and interpeak intervals I-III (p = 0.014), I-V (p = 0.0003), and III-V (p = 0.0002) latencies were found in the latent iron deficiency group, as well as a significant inversely proportional correlation between ferritin and the same wave and intervals (p = 0.003, p = 0.0013, p = 0.0002, p = 0.009, respectively). Multiple correlation analysis showed a significant correlation of latent iron deficiency with all interpeak intervals, even taking into account newborn gestational age. Conclusion: Iron deficiency anemia is a prevalent pathology; this study showed auditory delayed maturation associated to intrauterine iron deficiency, even in its latent form. This reinforces the importance of adopting effective measures, on a global scale, to prevent and treat this pathology in different life periods, especially in the most vulnerable population.
  • Constipação intestinal funcional refratária: manejo clínico ou apendicostomia? Original Articles

    Arruda, Vanesca P.A. de; Bellomo-Brandão, Maria A.; Bustorff-Silva, Joaquim M.; Lomazi, Elizete Aparecida

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivo Comparar a evolução clínica em crianças com constipação intestinal funcional refratária sob diferentes regimes terapêuticos: laxativos orais e enemas anterógrados via apendicostomia ou tratamento clínico com laxativos orais e enemas via retal. Métodos Análise de uma série de 28 pacientes, 7,9 anos (2,4-11), acompanhados em ambulatório terciário. Constipação intestinal funcional refratária foi definida como manutenção da incontinência fecal retentiva, em terapia consensual, por pelo menos 12 meses. Após diagnóstico de refratariedade, era proposta apendicostomia. Dezessete pacientes realizaram o procedimento cirúrgico. Desfechos: 1. Manutenção de incontinência fecal retentiva em uso de enemas; 2. Controle da incontinência fecal retentiva em uso de enemas; e 3. Controle da incontinência fecal retentiva, evacuações espontâneas, sem necessidade de enemas. Resultados Seis e 12 meses após opção terapêutica, controle da incontinência fecal retentiva foi observado apenas nos pacientes operados, 11/17 e 14/17, p = 0,001 e p = 0,001. Aos 24 meses, controle da incontinência fecal retentiva também mais frequente nos operados 13/17 versus 3/11 tratamento clínico, p = 0,005. Na avaliação final, medianas de tempo de seguimento: 2,6 e 3 anos (operados versus tratamento clínico, p = 0,40), um paciente em cada grupo abandonou o seguimento e 9/16 operados apresentavam evacuações espontâneas versus 3/10 no tratamento clínico, p = 0,043. Complicações cirúrgicas, 42 episódios, acometeram 14/17 pacientes. Conclusão A apendicostomia, embora associada a elevada frequência de complicações, controlou a incontinência fecal retentiva de maneira mais precoce e frequente do que o tratamento clínico. A escolha de um dos métodos deverá caber à família, após adequada informação sobre riscos e benefícios de cada alternativa.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objective: To compare the clinical evolution in patients with refractory functional constipation undergoing different therapeutic regimens: oral laxatives and antegrade enemas via appendicostomy or clinical treatment with oral laxatives and rectal enemas. Methods: Analysis of a series of 28 patients with a mean age of 7.9 years (2.4-11), followed-up in a tertiary outpatient clinic. Refractory functional constipation was defined as continuous retentive fecal incontinence after at least a 12-month period of consensus therapy. After the diagnosis of refractory condition, appendicostomy was proposed and performed in 17 patients. Outcomes: (1) persistence of retentive fecal incontinence despite the use of enemas, (2) control of retentive fecal incontinence with enemas, and (3) control of retentive fecal incontinence, spontaneous evacuations, with no need for enemas. Results: Six and 12 months after the therapeutic option, control of retentive fecal incontinence was observed only in patients who underwent surgery, 11/17 and 14/17, p = 0.001 and p = 0.001, respectively. At 24 months, control of retentive fecal incontinence was also more frequent in operated patients: 13/17 versus 3/11 with clinical treatment, p = 0.005. In the final evaluation, the median follow-up times were 2.6 and 3 years (operated vs. clinical treatment, p = 0.40); one patient in each group was lost to follow-up and 9/16 operated patients had spontaneous bowel movements vs. 3/10 in the clinical treatment group, p = 0.043. Surgical complications, totaling 42 episodes, were observed 14/17 patients. Conclusion: Appendicostomy, although associated with a high frequency of complications, controlled retentive fecal incontinence earlier and more frequently than clinical treatment. The choice of one of the methods should be made by the family, after adequate information about the risks and benefits of each alternative.
  • Estilo de vida saudável dos adolescentes Original Articles

    Marques, Adilson; Loureiro, Nuno; Avelar-Rosa, Bruno; Naia, Ana; Matos, Margarida Gaspar de

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivo Com o uso de uma amostra ampla e representativa de adolescentes de 37 países, analisar como a idade muda o estilo de vida saudável dos adolescentes. Métodos Participaram 148.839 adolescentes provenientes da pesquisa Health Behavior in School-aged Children, de 2010. Foi elaborado um escore composto de um estilo de vida saudável, com a combinação de atividade física diária, consumo diário de frutas e vegetais, menos de duas horas diárias de comportamento sedentário baseado em tempo de tela, abstinência de álcool e abstinência de produtos de tabaco. As medidas do estilo de vida saudável foram baseadas em autorrelato. Resultados Obtiveram um escore perfeito no estilo de vida saudável 4,7% dos meninos e 4,4% das meninas de 11 anos, 3% dos meninos e 2% das meninas de 13 anos e 1,5% dos meninos e 0,8% das meninas de 15 anos. Com o aumento da idade, a prevalência de adolescentes com estilo de vida saudável diminuiu. Em 37 países e regiões, a prevalência de comportamentos saudáveis diminuiu linearmente entre o início da adolescência e os 15 anos. Conclusões Em geral, os adolescentes não têm um estilo de vida saudável. Os resultados deste estudo destacam que ainda há muito trabalho a ser feito na promoção de estilos de vida saudáveis e na conscientização dos adolescentes sobre os riscos potenciais para o seu estado de saúde.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objective: Using a wide and representative sample of adolescents from 37 countries, this study aimed to analyze how age changes adolescents' healthy lifestyle. Methods: The study included 148,839 adolescents who participated in the Health Behavior in School-aged Children 2010 survey. A composite score of a healthy lifestyle was created using the combination of daily physical activity, daily fruit and vegetable consumption, <2 h daily on screen-based behaviors, abstinence from alcohol, and abstinence from tobacco products. Healthy lifestyle measures were based on self-report. Results: 4.7% of boys and 4.4% of girls aged 11 years, 3% of boys and 2% of girls aged 13 years, and 1.5% of boys and 0.8% of girls aged 15 scored perfectly on the healthy lifestyle score. As age increased, the prevalence of adolescents with a healthy lifestyle decreased. In 37 countries and regions, the prevalence of healthy behaviors decreased linearly between early adolescence and the age of 15 years. Conclusions: In general, adolescents do not have a healthy lifestyle. Results from this study highlight that there is still much work to be done in promoting healthy lifestyles and to raise awareness among adolescents of the potential risk to their health status.
  • Por que as crianças são diferentes em seus níveis de atividade física de intensidade moderada a vigorosa? Uma análise multinível Original Articles

    Pereira, Sara; Reyes, Ana; Moura-Dos-Santos, Marcos A.; Santos, Carla; Gomes, Thayse N.; Tani, Go; Vasconcelos, Olga; Barreira, Tiago V.; Katzmarzyk, Peter T.; Maia, José

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivo As diferenças entre crianças na atividade física moderada a vigorosa não são aleatórias. Este estudo investiga a relevância das características em níveis individuais e escolares para explicar essas diferenças. Métodos Foram amostradas 307 crianças (154 meninas) entre 5 e 10 anos, de 19 escolas portuguesas. A estatura e o peso foram medidos e o índice de massa corporal foi calculado. O tempo gasto em atividade física moderada a vigorosa foi medido por acelerometria. A coordenação motora grossa foi avaliada com a bateria do Körperkoordinationstest für Kinder e o status socioeconômico foi obtido através do sistema de apoio social da escola. As características da escola foram obtidas através de uma auditoria escolar objetiva. Uma análise multinível foi utilizada como implantada no Stata 15. Resultados As escolas explicaram 18,2% da variância total da atividade física moderada a vigorosa, com o restante atribuído às diferentes características das crianças. Os meninos foram mais ativos (β = 29,59 ± 11,52, p < 0,05) e o fato de ter níveis mais altos de coordenação motora grossa (β = 0,11 ± 0,04, p < 0,05) foi positivamente associado com a atividade física moderada a vigorosa diária. Os mais velhos (β = -5,00 ± 1,57, p < 0,05) e com maior status socioeconômico (β = -7,89 ± 3,12, p < 0,05) foram negativamente relacionados com a atividade física moderada a vigorosa. Com base nos correlatos a nível escolar, apenas a dimensão da área recreativa foi significativamente associada aos níveis de atividade física moderada a vigorosa. As crianças das escolas com área recreativa média (40 m2 a 69 m2) e grande (≥ 70 m2) foram menos ativas do que as crianças com áreas recreativas com menores dimensões (10 m2 a 39 m2). Conclusões A variação na atividade física moderada a vigorosa de escolares é explicada principalmente por suas características individuais; as características da escola também desempenham um papel, mas em menor grau. Futuros programas de intervenção para mudar esse comportamento devem ser mais personalizados, enfatizar principalmente as características em nível individual.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objective: Children's differences in moderate-to-vigorous physical activity levels are not at random. This study investigates the relevance of individual- and school-level characteristics in explaining these differences. Methods: In total, 307 children (154 girls) aged 5-10 years, from 19 Portuguese schools, were sampled. Height and weight were measured, and body mass index was calculated. Time spent in moderate-to-vigorous physical activity was measured by accelerometry. Gross motor coordination was assessed with the KörperkoordinationsTest für Kinder battery and socio-economic status was obtained via the school social support system. School characteristics were obtained with an objective school audit. A multilevel analysis was used as implemented in Stata 15. Results: Schools explained 18.2% of the total variance in moderate-to-vigorous physical activity, with the remainder being ascribed to children's distinct characteristics. Boys were more active (β = 29.59 ± 11.52, p < 0.05), and having higher gross motor coordination levels (β = 0.11 ± 0.04, p < 0.05) was positively associated with daily moderate-to-vigorous physical activity, whereas being older (β = −5.00 ± 1.57, p < 0.05) and having higher socio-economic status (β = −7.89 ± 3.12, p < 0.05) were negatively related with moderate-to-vigorous physical activity. From the school-level correlates, only playground dimension was significantly associated with moderate-to-vigorous physical activity levels. Children from schools with medium (40 m2 to 69 m2) and large playground dimensions (≥70 m2) were less active than children with smaller playground dimensions (10 m2 to 39 m2). Conclusions: Variation in school children's moderate-to-vigorous physical activity is mostly explained by their individual characteristics; school characteristics also play a role but to a smaller degree. Future intervention programs to change this behavior should be more personalized, emphasizing mostly individual-level characteristics.
  • Primeiro relato de dois surtos consecutivos de vírus sincicial respiratório pelos novos genótipos ON-1 e NA-2 em uma unidade de terapia intensiva neonatal Original Articles

    Silva, Daniella Gregoria Bomfim Prado da; Almeida, Flávia Jacqueline; Arnoni, Mariana Volpe; Sáfadi, Marco Aurélio Palazzi; Mimica, Marcelo Jenne; Jarovsky, Daniel; Rossetti, Gabriela Pereira de Almeida; Magalhães, Mauricio; Oliveira, Danielle Bruna Leal de; Thomazelli, Luciano Matsumiya; Colmanetti, Thais Cristina; Durigon, Edison Luiz; Berezin, Eitan Naaman

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivo O vírus sincicial respiratório é um patógeno frequentemente envolvido em surtos nosocomiais. Embora vários estudos tenham relatado tais surtos em unidades de terapia intensiva neonatal, os dados epidemiológicos moleculares são escassos. Neste artigo, descrevemos dois surtos consecutivos de vírus sincicial respiratório causados pelos genótipos ON-1 e NA-2 em uma unidade de terapia intensiva neonatal em São Paulo, Brasil. Métodos Uma busca prospectiva por vírus sincicial respiratório foi realizada após o diagnóstico do caso índice e outros quatro recém-nascidos sintomáticos na unidade de terapia intensiva neonatal. Amostras de aspirado nasofaríngeo de todos os pacientes da unidade de terapia intensiva neonatal foram testadas para 17 vírus respiratórios com reação em cadeia da polimerase via transcriptase reversa em tempo real. A genotipagem realizada utilizando sequenciamento de nucleotídeos. Resultados De maio a agosto de 2013, foram detectados dois surtos diferentes na unidade de terapia intensiva neonatal. Vinte e quatro crianças foram infectadas com vírus sincicial respiratório-A (10 e 14 com os genótipos ON-1 e NA-2, respectivamente). A média da idade dos lactentes era de 10 dias, o peso médio ao nascer foi de 1961 g e a idade gestacional média de 33 semanas. Fatores de risco (doença cardíaca, doença pulmonar e prematuridade) estavam presentes em 80% e 85,7% dos bebês nos grupos ON-1 e NA-2, respectivamente. No total, 45,8% dos lactentes eram assintomáticos e 20,8% necessitaram de ventilação mecânica. Não foram detectadas coinfecções durante os surtos. Conclusões Bebês em unidade de terapia intensiva neonatal que desenvolvem sintomas respiratórios abruptos devem ser testados para vírus respiratórios, especialmente o vírus sincicial respiratório. Mesmo na ausência de sintomas graves, a detecção de vírus sincicial respiratório pode prevenir a transmissão nosocomial através de medidas de controle de infecção. Um melhor entendimento da epidemiologia molecular do vírus sincicial respiratório é essencial para o desenvolvimento de novas vacinas e drogas antivirais contra o vírus sincicial respiratório.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objective: Respiratory syncytial virus is a pathogen frequently involved in nosocomial outbreaks. Although several studies have reported nosocomial outbreaks in neonatal intensive care units, molecular epidemiology data are scarce. Here, the authors describe two consecutive respiratory syncytial virus outbreaks caused by genotypes ON-1 and NA-2 in a neonatal intensive care unit in São Paulo, Brazil. Methods: A prospective search for respiratory syncytial virus was performed after diagnosing the index case and four other symptomatic newborns in the neonatal intensive care unit. Nasopharyngeal aspirate samples of all patients in the neonatal intensive care unit were tested for 17 respiratory viruses using real-time reverse transcriptase polymerase chain reaction. Genotyping was performed using nucleotide sequencing. Results: From May to August 2013, two different outbreaks were detected in the neonatal intensive care unit. A total of 20 infants were infected with respiratory syncytial virus-A (ten and 14 with ON-1 and NA-2 genotypes, respectively). The mean age of the infants was 10 days, mean birth weight was 1,961 g, and the mean gestational age was 33 weeks. Risk factors (heart disease, lung disease, and prematurity) were present in 80% and 85.7% of infants in the ON-1 and NA-2 groups, respectively. In total, 45.8% of infants were asymptomatic and 20.8% required mechanical ventilation. Coinfections were not detected during the outbreaks. Conclusions: Infants in a neonatal intensive care unit who develop abrupt respiratory symptoms should be tested for respiratory viruses, especially respiratory syncytial virus. Even in the absence of severe symptoms, respiratory syncytial virus detection can prevent nosocomial transmission through infection control measures. A better understanding of respiratory syncytial virus molecular epidemiology is essential for developing new vaccines and antiviral drugs against respiratory syncytial virus.
  • Associação da composição corporal e idade da menarca em meninas e adolescentes na Amazônia Brasileira Original Articles

    Gemelli, Ivanice Fernandes Barcellos; Farias, Edson dos Santos; Spritzer, Poli Mara

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivo Analisar a associação entre idade da menarca e variáveis da composição corporal em meninas na região norte do Brasil, a Amazônia brasileira. Método A amostra foi composta por 926 meninas em idade escolar, entre 8 e 18 anos, divididas em dois grupos, com presença de menarca (G1), n = 727 (72,5%) e ausência (G2) n = 199 (21,5%), provenientes de escolas públicas e privadas, com a técnica de amostragem aleatória estratificada proporcional. Peso, massa de gordura, massa muscular e índice de massa corporal foram medidos através da análise de bioimpedância. A altura foi medida com um estadiômetro. A idade da menarca foi obtida pelo método status quo. Para a avaliação da maturação sexual, a autoavaliação foi realizada de acordo com os critérios descritos por Tanner. Resultados A maior distribuição cumulativa da menarca foi encontrada aos 11 anos e apresentou diferenças significativas entre a presença e ausência de menarca aos 11 e 12 anos em todas as variáveis de composição corporal, exceto o escore-z do índice de massa corporal. Massa de gordura e massa muscular foram associadas com a idade da menarca. Conclusão Os resultados apresentados corroboram a antecipação da menarca em meninas da Amazônia brasileira e sua associação com a composição corporal. Mais estudos são necessários para investigar a influência de outros possíveis fatores que podem interferir na época do estirão de crescimento e determinar, assim, a ocorrência da puberdade em meninas amazônicas em comparação com as de outras regiões do Brasil.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objective: To analyze the association between age at menarche and variables of body composition in girls from the Northern region of Brazil, the Brazilian Legal Amazon. Method: The sample was composed of 926 school girls, aged between 8 and 18 years, divided into two groups, those who had (G1; n = 727; 72.5%) and had not undergone menarche (G2; n = 199; 21.5%), from public and private schools, using the stratified random proportional sampling technique. Weight, fat weight, muscle weight, and body mass index were measured using bioimpedance analysis. Body height was measured using a stadiometer. Age at menarche was obtained using the conventional method. For the evaluation of sexual maturation, self-assessment was performed according to criteria described by Tanner. Results: The highest cumulative distribution of menarche was found at age 11, and presented significant differences between G1 and G2 at ages 11 and 12 years in all variables of body composition, except body mass index Z-score. Fat and muscle mass were associated with age at menarche. Conclusion: The present results support the notion of menarche anticipation in girls from Brazilian Amazon and its association with body composition. Further studies are needed to investigate the influence of other possible factors that may interfere with the time of growth spurt, thus determining the timing of puberty in these girls in comparison to other regions of Brazil.
  • A atividade física está associada à frequência cardíaca de repouso em meninos e meninas? Estudo representativo controlado para fatores de confusão Original Articles

    Zanuto, Edner F.; Ritti-Dias, Raphael M.; Tebar, William R.; Scarabottolo, Catarina C.; Delfino, Leandro D.; Casonatto, Juliano; Vanderlei, Luiz Carlos M.; Christofaro, Diego Giulliano Destro

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivo Investigar a relação entre diferentes domínios de atividade física e frequência cardíaca de repouso (FCRep) em meninos e meninas. Método A amostra incluiu 1.011 adolescentes, entre 10 e 17 anos. A FCRep foi medida por um monitor de frequência cardíaca e a atividade física foi avaliada no total e em três diferentes domínios (escolar, ocupacional e prática esportiva) através de um questionário. A antropometria foi obtida diretamente para o índice de massa corporal e gordura central. Etnia, comportamento sedentário e tabagismo foram autorrelatados e usados para ajustar a análise, através da regressão linear hierárquica. Resultados A atividade física total foi associada à baixa FCRep nos meninos (β = −0,52; IC95% −0,92; −0,12) e meninas (β = −0,67; IC95% −1,07; −0,28). Embora as atividades físicas esportivas estivessem associadas à baixa FCRep em ambos, meninos (β = −0,58; IC95% −1,05, −0,11) e meninas (β = −0,87; IC95% −1,34, −0,39), a atividade física ocupacional estava relacionada à baixa FCRep apenas em meninos (β = −1,56; IC95% −2,99; −0,14). Conclusão A prática de atividade física no domínio da prática esportiva e a atividade física total foram relacionadas à baixa FCRep em ambos os sexos, enquanto as atividades físicas ocupacionais foram associadas à FCRep apenas em meninos.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objective: Investigate the relationship between different domains of physical activity and resting heart rate (RHR) in boys and girls. Method: The sample included 1011 adolescents, aged between 10 and 17 years. RHR was measured by a heart rate monitor and physical activity was assessed in total and in three different domains (school, occupational, and sports practice) by a questionnaire. Anthropometry was directly obtained for body mass index and central fat. Ethnicity, sedentary behavior, and smoking habits were self-reported and used to adjust the analysis, through hierarchical linear regression. Results: Total physical activity was associated with low RHR in boys (β = −0.52; 95% CI: −0.92, −0.12) and girls (β = −0.67; 95% CI: −1.07, −0.28). Although sporting physical activities were associated with low RHR in both boys (β = −0.58; 95% CI: −1.05, −0.11) and girls (β = −0.87; 95% CI: −1.34, −0.39), occupational physical activity was related to low RHR only in boys (β = −1.56; 95% CI: −2.99, −0.14). Conclusion: The practice of physical activity in the sport practice domain and total physical activity were related to low RHR in both sexes, while occupational physical activities were associated with RHR only in boys.
  • Capnografia volumétrica versus espirometria para avaliação da função pulmonar na fibrose cística e na asma alérgica Original Articles

    Almeida-Junior, Armando; Marson, Fernando Augusto Lima; Almeida, Celize Cruz Bresciani; Ribeiro, Maria Ângela Gonçalves Oliveira; Paschoal, Ilma Aparecida; Moreira, Marcos Mello; Ribeiro, José Dirceu

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivo Comparar os valores dos marcadores para capnografia volumétrica e espirometria e sua capacidade de classificar crianças e adolescentes com asma, fibrose cística (FC) e controles saudáveis. Métodos Foi realizado um estudo transversal que incluiu 103 pacientes com asma alérgica persistente controlada, 53 com FC e um grupo controle saudável com 40 voluntários (6 a 15 anos), de ambos os sexos. Os indivíduos foram submetidos a capnografia volumétrica e espirometria. Resultados O slope da fase III (SIII), SIII padronizada pelo volume tidal exalado (SIII/VT) e o índice capnográfico (SIII/SII) × 100 (KPIv) foram diferentes entre os três grupos avaliados, com maiores valores para o grupo FC. A relação entre o volume expiratório forçado no primeiro segundo e a capacidade vital forçada (VEF1/CVF) foi o único marcador de espirometria com diferenças nos três grupos. Nos indivíduos com espirometria normal, o KPIv e VEF1/CVF foram diferentes entre os três grupos. A curva ROC diferenciou os indivíduos com asma ou FC daqueles do grupo controle, ambos através da capnografia volumétrica (melhor para identificar a FC em relação aos controles pelo KPIv) e por meio da espirometria (melhor para identificar a asma em relação aos controles). O KPIv foi o melhor parâmetro para distinguir a asma da FC, mesmo em indivíduos com espirometria normal. Conclusão A capnografia volumétrica e a espirometria identificaram diferentes alterações de função pulmonar na asma, na FC e nos controles saudáveis, permitiram que os três grupos fossem diferenciados.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objective: To compare the values of the markers for volumetric capnography and spirometry and their ability to classify children and adolescents with asthma, cystic fibrosis (CF), and healthy controls. Methods: This was a cross-sectional study that included 103 patients with controlled persistent allergic asthma, 53 with CF and a healthy control group with 40 volunteers (aged 6 to 15 years), of both sexes. The individuals underwent volumetric capnography and spirometry. Results: Phase III slope (SIII), SIII standardized by exhaled tidal volume (SIII/TV) and capnographic index (SIII/SII) × 100 (KPIv) were different among the three groups assessed, with highest values for CF. The relation between the forced expiratory volume in one second and the forced vital capacity (FEV1/FVC) was the only spirometric marker that presented difference on the three groups. On individuals with normal spirometry, KPIv and FEV1/FVC were different among the three groups. The ROC curve identified the individuals with asthma or CF from the control group, both through volumetric capnography (better to identify CF in relation to the control using KPIv) and through spirometry (better to identify asthma in relation to the control). KPIv was the best parameter to distinguish asthma from CF, even in individuals with normal spirometry. Conclusion: Volumetric capnography and spirometry identified different alterations in lung function on asthma, CF, and healthy controls, allowing the three groups to be distinguished.
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