Acessibilidade / Reportar erro
Revista Brasileira de Anestesiologia, Volume: 57, Número: 4, Publicado: 2007
  • Avaliação da bupivacaína hipobárica a 0,5% na raquianestesia Artigos Científicos

    Santos, Marcelo Cursino Pinto dos; Kawano, Eduardo; Vinagre, Ronaldo Contreiras Oliveira; Noé, Rosangela Aparecida M.

    Resumo em Português:

    JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A raquianestesia causa alterações hemodinâmicas relacionadas com fatores próprios do paciente ou não. Um dos fatores é a densidade do anestésico em relação ao líquor, interferindo no número de dermátomos bloqueados e, conseqüentemente, no nível do bloqueio simpático e na diminuição da pressão arterial (PA). O objetivo do estudo foi avaliar a dispersão da bupivacaína hipobárica a 0,5%, preparada assepticamente em laboratório e com uma densidade controlada e uniforme. MÉTODO: Trinta pacientes, ASA I, II ou III, com idade entre 18 e 60 anos, sem comorbidades circulatórias, submetidos a operações ortopédicas no membro inferior participaram do estudo. Eles foram sedados com diazepam 0,03 mg.kg-1, posicionados em decúbito lateral com o lado a ser operado para cima, e puncionados entre L3-L4, com agulha de Quincke 27G, sendo padronizados o direcionamento do bisel e a velocidade de injeção. Foram avaliados os níveis sensitivos e motor (escala modificada de Bromage). RESULTADOS: Ao fim da operação, dois pacientes (6,6%) não apresentaram bloqueio motor classificado como 3 na escala de Bromage, com o bloqueio sensitivo variando entre T4 e T12. Somente 12,9% dos pacientes apresentaram nível sensitivo considerado "alto" para a operação proposta (acima de T6). A diminuição da pressão arterial foi significativa sob o ponto de vista estatístico, sem atingir 20% abaixo dos valores basais, portanto, sem significância clínica. A variação da freqüência cardíaca não foi significativa. CONCLUSÕES: A bupivacaína hipobárica a 0,5% mostrou ser uma opção segura e com poucas repercussões hemodinâmicas para operações ortopédicas nos membros inferiores. A duração média observada, de 250 minutos, possibilita a realização de procedimentos ortopédicos de até médio porte.

    Resumo em Espanhol:

    JUSTIFICATIVA Y OBJETIVOS: La anestesia espinal causa alteraciones hemodinámicas relacionadas a factores propios del paciente o no. Uno de los factores es la densidad del anestésico con relación al líquor, interfiriendo en el número de dermátomos bloqueados y consecuentemente en el nivel del bloqueo simpático y la disminución de la presión arterial (PA). El objetivo del estudio fue el de evaluar la dispersión de la bupivacaína hipobárica a 0,5%, preparada asépticamente en laboratorio y con una densidad controlada y uniforme. MÉTODO: Treinta pacientes, ASA I, II o III, con edad entre 18 y 60 anos, sin comorbidades circulatorias, sometidos a operaciones ortopédicas en el miembro inferior participaron en el estudio. Se sedaron con diazepam 0,03 mg.kg-1, posicionados en decúbito lateral con el lado a ser operado para arriba, y puncionados entre L3-L4, con aguja de Quincke 27G, siendo estandarizados con bisel y a velocidad de inyección. Se evaluaron los niveles sensitivos y motor (escala modificada de Bromage). RESULTADOS: Al final de la operación, de los pacientes (6,6%) no presentaron bloqueo motor clasificado como 3 en la escala de Bromage, con el bloqueo sensitivo variando entre T4 y T12. Solamente 12,9% de los pacientes presentaron nivel sensitivo considerado "alto" para la operación propuesta (por encima de T6). La disminución de la presión arterial fue significativa bajo el punto de vista estadístico, sin llegar al 20% por debajo de los valores basales, por tanto sin significancia clínica. La variación de la frecuencia cardiaca no fue significativa. CONCLUSIONES: La bupivacaína hipobárica a 0,5% mostró ser una opción segura, y con pocas repercusiones hemodinámicas para operaciones ortopédicas en los miembros inferiores. La duración promedio observada, de 250 minutos, posibilita la realización de procedimientos ortopédicos de medio porte.

    Resumo em Inglês:

    BACKGROUND AND OBJECTIVES: Spinal anesthesia may cause hemodynamic changes due to factors related or not to the patient. The density of the anesthetic compared to the CSF, which interferes with the number of dermatomes blocked and, consequently, with the level of the sympathetic blockade and reduction in blood pressure (BP), is one of those factors. The objective of this study was to evaluate the dispersion of 0.5% hypobaric bupivacaine prepared aseptically in a laboratory, with controlled and uniform density. METHODS: Thirty patients, physical status ASA I, II, or III, ages ranging from 18 to 60 years, without cardiovascular comorbidities, who underwent orthopedic surgery of the lower limb, were enrolled in this study. They were sedated with diazepam, 0.03 mg.kg-1, placed in lateral decubitus, with the side to be operated on top. A lumbar puncture in the L3-L4 space was performed with a 27G Quincke needle, and the direction of the bevel and rate of injection were standardized. The sensitive and motor levels (modified Bromage scale) were evaluated. RESULTS: At the end of the surgery, two patients (6.6%) did not present a level 3 motor blockade in the Bromage scale, and the sensitive blockade varied from T4 to T12. Only 12.9% of the patients presented a level of sensitive blockade considered "high" for the proposed surgery (above T6). The reduction in blood pressure was statistically significant, but it did not fall below 20% of basal levels and, therefore, was not clinically significant. The change in heart rate was non-significant. CONCLUSIONS: It was demonstrated that 0.5% hypobaric bupivacaine is a safe choice, with little hemodynamic repercussion in orthopedic surgeries of the lower limbs. The mean duration of the anesthesia, 250 minutes, allows the realization of minor and medium orthopedic procedures.
  • Administração intraperitoneal da mistura com excesso enantiomérico de 50% de bupivacaína (S75-R25) para analgesia pós-operatória em colecistectomias videolaparoscópicas Artigos Científicos

    Garcia, João Batista Santos; Alencar Júnior, Antônio M.; Santos, Carlos Eduardo Claro dos

    Resumo em Português:

    JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: O efeito analgésico de infusões intraperitoneais de anestésicos locais após colecistectomia videolaparoscópica é controverso e os resultados descritos vão de alívio considerável à pequena redução da dor. O objetivo deste estudo foi avaliar a eficácia da administração intraperitoneal da mistura com excesso enantiomérico de 50% de bupivacaína (S75-R25) para o alívio da dor no pós-operatório de colecistectomia videolaparoscópica. MÉTODO: Estudo aleatório, placebo-controlado e duplamente encoberto com 40 pacientes submetidos à colecistectomia videolaparoscópica divididos em dois grupos: GI (n = 20) que recebeu 80 mL de solução de bupivacaína S75-R25 a 0,125% intraperitoneal no fim da operação; GII (n = 20) que recebeu 80 mL de solução fisiológica a 0,9%. Ambos os grupos receberam 40 mg de tenoxicam e 30 mg.kg-1 de dipirona, por via venosa, pouco antes do fim da operação. A analgesia no pós-operatório (PO) foi feita com tramadol. Foram avaliados os escores de dor em repouso, ao sentar e à manobra de Valsalva, segundo a escala numérica ao despertar e 2, 4, 8, 12 e 24 horas no PO; a presença de dor no ombro; o tempo para a primeira solicitação do analgésico; e o seu consumo cumulativo. RESULTADOS: Houve diferença estatística significativa entre os escores de dor às 12 horas no PO com o paciente em repouso (GI < GII). O tempo da primeira solicitação de tramadol foi maior no GI e o seu consumo menor neste grupo, porém essas diferenças não foram significativas. CONCLUSÕES: A instilação intraperitoneal de 80 mL de bupivacaína S75-R25 a 0,125% proporcionou baixos escores de dor em repouso de forma significativa somente às 12 horas de PO de colecistectomia videolaparoscópica.

    Resumo em Espanhol:

    JUSTIFICATIVA Y OBJETIVOS: El efecto analgésico de infusiones intraperitoneales de anestésicos locales después colecistectomía videolaparoscópica es controvertido y los resultados descritos van desde el alivio considerable a la pequeña reducción del dolor. El objetivo de este estudio fue evaluar la eficacia de la administración intraperitoneal de la mezcla con exceso enantiomérico de 50% de bupivacaína (S75-R25) para el alivio del dolor en el postoperatorio de colecistectomía videolaparoscópica. MÉTODO: Estudio aleatorio, placebo-controlado y doblemente encubierto con 40 pacientes sometidos a colecistectomía videolaparoscópica divididos en dos grupos: GI (n = 20) que recibió 80 mL de solución de bupivacaína S75-R25 a 0,125% intraperitoneal al final de la operación; y GII (n = 20) que recibió 80 mL de solución fisiológica a 0,9%. Los dos grupos recibieron 40 mg de tenoxican y 30 mg.kg-1 de dipirona, por vía venosa, poco antes del final de la operación. La analgesia en el postoperatorio (PO) se hizo con tramadol. Se evaluaron las puntuaciones de dolor en reposo, al sentarse y en la maniobra de Valsalva, según la escala numérica al despertar y 2, 4, 8, 12 y 24 horas en el PO; la presencia de dolor en el hombro; el tiempo para la primera solicitación del analgésico y su consumo acumulativo. RESULTADOS: Hubo una diferencia estadística significativa entre los puntajes de dolor a las 12 horas en el PO con el paciente en reposo (GI < GII). El tiempo de la primera solicitación de tramadol fue mayor en el GI y en su consumo menor en este grupo, sin embargo esas diferencias no fueron significativas. CONCLUSIONES: La instilación intraperitoneal de 80 mL de bupivacaína S75-R25 a 0,125%, proporcionó bajos puntajes de dolor en reposo de forma significativa solamente a las 12 horas de PO de colecistectomía videolaparoscópica.

    Resumo em Inglês:

    BACKGROUND AND OBJECTIVES: The analgesic effect of intraperitoneal administration of local anesthetics after laparoscopic cholecystectomy is a controversial issue, and the results described vary from considerable pain relief to little reduction in pain. The objective of this study was to evaluate the efficacy of the intraperitoneal administration of 50% enantiomeric excess bupivacaine (S75-R25) for the postoperative pain relief of laparoscopic cholecystectomy. METHODS: A randomized, double blind, placebo controlled study was conducted with 40 patients undergoing laparoscopic cholecystectomy, who were divided in two groups: GI (n = 20) received 80 mL of intraperitoneal 0,125% S75-R25 bupivacaine at the end of the procedure; and GII (n = 20) received 80 mL of intraperitoneal normal saline. Both groups received 40 mg of tenoxicam and 30 mg.kg-1 of intravenous dypirone shortly before the end of the surgery. Tramadol was used for postoperative analgesia (PO). Pain scores were evaluated at rest, sitting up, and during the Valsalva maneuver, according to a numeric scale upon waking up and 2, 4, 8, 12, and 24 hours postoperatively; the presence of shoulder pain was assessed, as well as the length of time until the first request of analgesic and its cumulative consumption. RESULTS: There was a statistically significant difference in resting pain scores at 12 hours PO (GI < GII). The length of time until the first request of tramadol was greater in GI and this group presented smaller consumption of this drug, but these differences were not statistically significant. CONCLUSIONS: The intraperitoneal instillation of 80 mL of 0.125% S75-R25 bupivacaine provided for lower resting pain scores, which was statistically significant only at the 12th postoperative hour.
  • Analgesia controlada pelo paciente reduz consumo de bupivacaína no bloqueio femoral no tratamento da dor pós-operatória após reconstrução do ligamento cruzado anterior do joelho Artigos Científicos

    Contreras-Domínguez, Victor A.; Carbonell-Bellolio, Paulina E.; Ojeda-Greciet, Álvaro C.; Sanzana, Edgardo S.

    Resumo em Português:

    JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: O bloqueio femoral contínuo (BFC) é utilizado na analgesia pós-operatória das substituições articulares de quadril e joelho com bom resultado. O objetivo deste estudo foi avaliar a utilidade do BFC, comparando três esquemas de administração de bupivacaína após reconstrução do ligamento cruzado anterior (LCA) do joelho por artroscopia. MÉTODO: Estudo prospectivo controlado de 90 pacientes estado físico ASA I e II. Os pacientes foram divididos em três grupos: Grupo 1 (n = 30): 10 mL.h-1 em infusão contínua (IC) de bupivacaína 0,125% + clonidina 1µg.mL-1 (B + C); Grupo 2 (n = 30): 5 mL.h-1 em IC + 2,5 mL de B + C em PCA a cada 30 min; Grupo 3 (n = 30): 5 mL.h-1 de B + C em PCA cada 30 min. A anestesia foi por via subaracnóidea. A dor pós-operatório foi registrada às 2, 4, 6, 24 e 48 horas após a operação avaliada pela Escala Analógica Visual (VAS). Anotou-se também consumo de bupivacaína e morfina. RESULTADOS: Não foram registradas diferenças nas variáveis demográficas entre ambos os grupos. O VAS pós-operatório entre 2 e 48 horas não mostrou diferenças. O consumo de morfina entre 4 e 48 horas foi similar nos três grupos (p = 0,07). No grupo em que só foi utilizado o modo PCA, o consumo de bupivacaína foi significativamente menor (p < 0,001). CONCLUSÕES: O bloqueio femoral contínuo foi uma técnica útil para o manuseio da dor pós-operatória na reconstrução de LCA do joelho. Um débito de apenas 5 mL.h-1 em IC ou em bolos PCA assegurou uma excelente analgesia pós-operatória.

    Resumo em Espanhol:

    JUSTIFICATIVA Y OBJETIVOS: El bloqueo femoral continuo (BFC) se utiliza en la analgesia postoperatoria de los reemplazos articulares de cadera y rodilla con buen resultado. El objetivo es evaluar la utilidad del BFC, comparando 3 esquemas de administración de bupivacaína en reconstrucción de ligamento cruzado anterior (LCA) de rodilla asistida por artroscopía. MÉTODO: Estudio prospectivo controlado de 90 pacientes estado físico ASA I y II estables. Los pacientes fueron divididos en tres grupos. El Grupo 1 (n = 30): 10 mL.h-1 en infusión continua (IC) de bupivacaína 0,125% + clonidina 1µg.mL-1 (B + C); Grupo 2 (n = 30): 5 mL.h-1 en IC + 2,5 mL de B + C en PCA a cada 30 min; Grupo 3 (n = 30): 5 mL.h-1 de B + C en PCA cada 30 min. Los pacientes fueron intervenidos bajo anestesia espinal. Se registró dolor posquirúrgico a las 2, 4, 6, 24 y 48 horas mediante Escala Visual Análoga (EVA), consumo de morfina y bupivacaína. RESULTADOS: No se registraron diferencias en las variables demográficas entre ambos grupos. El EVA postoperatorio entre las 2 y 48 horas no mostró diferencias. El consumo de morfina entre las 4 y 48 horas fue similar en los 3 grupos (p = 0,07). En el grupo en que sólo se utilizó modo PCA, el consumo de bupivacaína fue significativamente menor (p < 0,001). CONCLUSIONES: El bloqueo femoral continuo es una técnica útil para el manejo del dolor postoperatorio en la reconstrucción de LCA de rodilla. Un débito de sólo 5 mL.h-1 en IC o en bolos PCA asegura una excelente analgesia postoperatoria.

    Resumo em Inglês:

    BACKGROUND AND OBJECTIVES: Continuous femoral nerve block (CFNB) is used in postoperative analgesia of hip and knee replacement surgeries with good results. The objective of this study was to evaluate the usefulness of CFNB, comparing 3 administration schedules of bupivacaine in the arthroscopic anterior cruciate ligament (ACL) repair of the knee. METHODS: A prospective, controlled study with 90 stable patients, physical status ASA I and II was undertaken. Patients were divided in three groups: Group 1 (n = 30): continuous infusion (CI) at a rate of 10 mL.h-1 of 0.125% bupivacaine + clonidine 1 µg.ml-1 (B+C); Group 2 (n = 30): CI at a rate of 5 mL.h-1 + PCA with 2.5 ml of B+C every 30 minutes; Group 3 (n = 30): PCA with 5 mL.h-1 of B+C every 30 minutes. Patients underwent spinal anesthesia. Postoperative pain at 2, 4, 6, 24, and 48 hours, using the Visual Analogue Scale (VAS), and consumption of morphine and bupivacaine were recorded. RESULTS: There were no statistically significant differences regarding the demographic data in both groups. The postoperative VAS between 2 and 48 hours did not show any differences. Morphine consumption between 4 and 48 hours was similar in all 3 groups (p = 0.07). The consumption of bupivacaine was significantly lower in the group that used only PCA (p < 0.001). CONCLUSIONS: Continuous femoral nerve block is a useful technique to manage postoperative pain after ACL repair. A rate of 5 mL.h-1 in CI or PCA boluses assures excellent postoperative analgesia.
  • Influência da morfina peridural na função pulmonar de pacientes submetidos à colecistectomia aberta Artigos Científicos

    Ramos, Gilson Cassem; Pereira, Edísio; Gabriel Neto, Salustiano; Oliveira, Ênio Chaves de; Rassi, Roberto Helôu; Lemos Neto, Sílvio Pinheiro de

    Resumo em Português:

    JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Operações de abdome superior podem causar, no pós-operatório, disfunções ventilatórias. O objetivo do presente estudo foi avaliar a função pulmonar após colecistectomias laparoscópicas e abertas, com e sem morfina peridural. MÉTODO: Em estudo do tipo ensaio clínico duplamente encoberto e aleatório, 45 pacientes foram distribuídas em três grupos, GL, GA e GAM, de 15 componentes submetidas a colecistectomias. O grupo GL foi operado pela via laparoscópica; enquanto GA e GAM, pela via aberta, sendo que este último recebeu morfina peridural. As pacientes realizaram espirometrias e gasometrias no pré- e no pós-operatório. A hipótese de igualdade de médias entre os grupos foi verificada utilizando-se a ANOVA. Quando os resultados apresentaram diferença estatística significativa, realizava-se o teste de Tukey. A hipótese de igualdade de médias entre um mesmo grupo foi verificada por meio do teste t de Student emparelhado. O valor de p < 0,05 foi considerado significativo. RESULTADOS: As variáveis espirométricas no pré- e no pós-operatório imediato: a) para capacidade vital forçada (CVF) GL versus GA (p = 0.000) e GL versus GAM (p = 0.000); para redução percentual da CVF GA versus GAM (p = 0,001); b) mesmos grupos entre si: GL para CVF (p = 0,020) e volume expiratório forçado em 1 segundo (VEF1) (p = 0,022); GA para CVF (p < 0,001) e VEF1 (p < 0,001); e GAM para CVF (p = 0,007) e VEF1 (p = 0,001). A pressão arterial de oxigênio (PaO2) reduziu em todos os grupos. CONCLUSÕES: Pode-se concluir que as menores disfunções ventilatórias ocorreram nas pacientes operadas pela via laparoscópica e que a morfina peridural reverteu, parcialmente, o distúrbio ventilatório pós-operatório de colecistectomia aberta.

    Resumo em Espanhol:

    JUSTIFICATIVA Y OBJETIVOS: Operaciones de abdomen superior pueden causar en el postoperatorio, disfunciones de ventilación. El objetivo del presente estudio fue evaluar la función pulmonar después de las colecistectomías laparoscópicas y abiertas, con y sin morfina peridural. MÉTODO: En estudio del tipo ensayo clínico doblemente encubierto y aleatorio, 45 pacientes fueron distribuidas en tres grupos, GL, GA y GAM, de 15 componentes, sometidas a colecistectomías. El grupo GL fue operado por vía laparoscópica, mientras que el GA y GAM, por vía abierta, siendo que este último recibió morfina peridural. Las pacientes realizaron espirometrías y gasometrías en el pre y en el postoperatorio. La hipótesis de igualdad de promedios entre los grupos fue verificada utilizando la ANOVA. Cuando los resultados presentaron diferencia estadística significativa, se realizaba el test de Tukey. La hipótesis de igualdad de promedios entre un mismo grupo fue verificada por medio del test t de Student conjugado. EL valor de p < 0,05 se consideró significativo. RESULTADOS: Las variables espirométricas en el pre y en el postoperatorio inmediato: a) para capacidad vital forzada (CVF) GL versus GA (p = 0.000) y GL versus GAM (p = 0.000); para reducción porcentual de la CVF GA versus GAM (p = 0,001); b) mismos grupos entre sí: GL para CVF (p = 0,020) y volumen de expiración forzado en 1 segundo (VEF1) (p = 0,022); GA para CVF (p < 0,001) y VEF1 (p < 0,001); y GAM para CVF (p = 0,007) y VEF1 (p = 0,001). La presión arterial de oxígeno (PaO2) se redujo en todos lo grupos. CONCLUSIONES: Podemos concluir diciendo que las menores disfunciones de ventilación se dieron en las pacientes operadas por vía laparoscópica y que la morfina peridural revistió parcialmente el disturbio de ventilación postoperatorio de colecistectomía abierta.

    Resumo em Inglês:

    BACKGROUND AND OBJECTIVES: Upper abdominal surgeries may cause postoperative respiratory dysfunction. The objective of this study was to evaluate the pulmonary function after laparoscopic and open cholecystectomies, with and without epidural morphine. METHODS: In this randomized, double-blind clinical trial, 45 patients undergoing cholecystectomies were divided in three groups: GL, GA, and GAM, composed of 15 patients each. The GL group underwent laparoscopic surgery, while GA and GAM underwent open cholecystectomy, but the former received epidural morphine. Pre- and postoperative spirometry and arterial blood gases were performed. ANOVA was used to verify the hypothesis of equality of the means among the groups. When results were statistically significant, the Tukey test was performed. Paired test t Student was used to verify the hypothesis of equality within a group. A p < 0.05 was considered significant. RESULTS: The pre and immediately postoperative spirometry results were used to determine: a) forced vital capacity (FVC) in GL versus GA (p = 0.000) and GL versus GAM (p = 0.000); percentage of the reduction of FVC in GA versus GAM (p = 0.001); b) within each group: in GL, FVC (p = 0.020) and forced expiratory volume in 1 second (FEV1) (p = 0.022); in GA, FVC (p < 0.001) and FEV1 (p < 0.001); and in GAM, FVC (p = 0.007) and FEV1 (p = 0.001). The arterial oxygen pressure (PaO2) was reduced in all three groups. CONCLUSIONS: One can conclude that respiratory dysfunction was less severe in patients operated by laparoscopy and that epidural morphine reversed, partially, the postoperative ventilatory disturbances of open cholecystectomy.
  • Comparação dos valores do índice bispectral em pacientes com paralisia cerebral em estado de vigília Artigos Científicos

    Costa, Verônica Vieira da; Torres, Rafael Villela S. D.; Arci, Érika Carvalho Pires; Saraiva, Renato Ângelo

    Resumo em Português:

    JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: O EEG-BIS foi criado por meio de estudos em pacientes adultos saudáveis e as primeiras publicações em crianças surgiram a partir de 1998. A paralisia cerebral (PC) é secundária à lesão estática do encéfalo em desenvolvimento. A necessidade de realização de exames e procedimentos cirúrgicos para correção de deformidades sob anestesia ou sedação é comum nesses pacientes. Torna-se cada vez mais necessária a monitorização do estado de hipnose do paciente anestesiado e pode-se incluir nesse grupo os pacientes com paralisia cerebral. O objetivo desse estudo foi avaliar a eficiência do EEG-BIS nos pacientes com paralisia cerebral (PC) em comparação com os pacientes sem doenças neurológicas (sem PC), em estado de vigília. MÉTODO: Foram avaliados dois grupos de pacientes: um com diagnóstico de paralisia cerebral e outro sem doença do sistema nervoso central (SNC). Na véspera da intervenção cirúrgica, na enfermaria, junto aos pacientes despertos era colocado o monitor de EEG-BIS e solicitado que fechassem os olhos. Os valores que apareciam na tela do monitor, em um intervalo de 10 minutos, eram anotados e registrados em ficha padronizada, sendo calculado um valor médio por paciente. RESULTADOS: Foram avaliados 188 pacientes, de ambos os sexos, com idade média de 10, 07 ± 2,9 (PC) e 10,21 ± 3,1 (sem PC) anos. O grupo PC apresentou EEG-BIS basal de 95,83 ± 5,142 e o grupo sem PC de 96,56 ± 1,941 sem haver diferença estatística significativa entre eles. CONCLUSÕES: Os sinais de EEG são captados normalmente e os valores de EEG-BIS dos pacientes com PC são semelhantes ao dos pacientes sem PC no estado de vigília.

    Resumo em Espanhol:

    JUSTIFICATIVA Y OBJETIVOS: El EEG-BIS fue creado a través de estudios en pacientes adultos saludables y las primeras publicaciones en niños surgieron a partir de 1998. La parálisis cerebral (PC) es secundaria a la lesión estática del encéfalo en desarrollo. La necesidad de realización de exámenes y procedimientos quirúrgicos para la corrección de deformidades bajo anestesia o sedación es común en esos pacientes. Cada vez más se hace necesaria la monitorización del estado de hipnosis del paciente anestesiado y podemos incluir en ese grupo los pacientes con parálisis cerebral. El objetivo de este estudio fue evaluar la eficiencia del EEG-BIS en los pacientes con parálisis cerebral (PC) en comparación con los pacientes sin enfermedades neurológicas (sin PC), en estado de vigilia. MÉTODO: Fueron evaluados 2 grupos de pacientes: uno con diagnóstico de parálisis cerebral y otro sin enfermedad del sistema nervioso central (SNC). A la víspera de la intervención, en la enfermería, con los pacientes despiertos era colocado el monitor de EEG-BIS y solicitado que cerrasen los ojos. Los valores que aparecían en la pantalla del monitor, en un intervalo de 10 minutos, eran anotados y registrados en ficha estandarizada, siendo calculado un valor promedio por paciente. RESULTADOS: Fueron evaluados 188 pacientes, de ambos sexos, con edad promedio de 10, 07 ± 2,9 (PC) y 10,21 ± 3,1 (sin PC) años. El grupo PC presentó EEG-BIS basal de 95,83 ± 5,142 y el grupo sin PC de 96,56 ± 1,941 sin haber una diferencia estadística significativa entre ellos. CONCLUSIONES: Las señales de EEG se captan normalmente y los valores de EEG-BIS de los pacientes con PC son semejantes a los de los s pacientes sin PC en estado de vigilia.

    Resumo em Inglês:

    BACKGROUND AND OBJECTIVES: The EEG-BIS was created after studies in healthy adult subjects, and studies in children were first published in 1998. Cerebral palsy (CP) is secondary to a static lesion of the developing brain. The need to perform exams and surgical procedures to correct deformities, under anesthesia or sedation, is common in these patients. The need for monitoring of the hypnotic state in anesthetized patients has increased; patients with cerebral palsy can be included in this group of patients. The objective of this study was to evaluate the efficacy of the awake EEG-BIS in patients with cerebral palsy (CP) by comparing it with patients without neurological disorders (without CP). METHODS: Two groups of patients were evaluated: one composed of patients with the diagnosis of cerebral palsy, and the other with subjects without central nervous system (CNS) disorders. The day before the surgery, hospitalized patients were connected to the EEG-BIS monitor and were asked to close their eyes. The values on the monitor were recorded at 10-minute intervals on a standard form, and the mean value for each patient was calculated. RESULTS: One hundred and eighty-eight patients of both genders, mean age of 10.07 ± 2.9 (CP) and 10.21 ± 3.1 (without CP), were evaluated. The basal EEG-BIS of the PC group was 95.83 ± 5.142 and in the non-CP group was 96.56 ± 1.941, which did not demonstrate a statistically significant difference. CONCLUSIONS: The signals of the EEG are captured normally and the values of the awake EEG-BIS of CP patients are similar to that of non-CP patients.
  • Anestesia do tronco encefálico após bloqueio retrobulbar extraconal: é possível evitar? Relato de caso Informações Clínicas

    Carneiro, Haroldo Maciel; Oliveira, Bruno; Ávila, Marcos P.; Alves Neto, Onofre

    Resumo em Português:

    JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: O CEROF-HC é uma instituição pública especializada em oftalmologia. A realização de bloqueios anestésicos para intervenções cirúrgicas oftálmicas é prática comum e eficiente. Como técnica não é isenta de riscos, há possibilidade de perfuração de meninges e a injeção de anestésico local (AL) na região do sistema nervoso central (SNC). O objetivo deste relato foi mostrar um caso de anestesia do tronco encefálico como complicação do bloqueio oftálmico e chamar a atenção para a profilaxia do acidente e o tratamento das complicações. RELATO DO CASO: Paciente do sexo feminino, 60 anos, ASA II, com diagnóstico de catarata grau II, indicada para facectomia com implante de lente intra-ocular no olho direito. Histórico clínico de hipertensão arterial e antecedente de vitrectomia. Exames físicos, laboratoriais e cardiológicos normais. Foi realizado bloqueio retrobulbar extraconal, com anestésico local (lidocaína e bupivacaína) e hialuronidase (volume total de 5 mL). Imediatamente após, a paciente apresentou apnéia e perda da consciência. Foi tratada com intubação traqueal (IOT) e ventilação mecânica, mantendo-se estável. Foi realizada a operação. Começou a se movimentar 30 minutos após IOT, recuperando-se totalmente, sem apresentar qualquer seqüela. CONCLUSÕES: O bloqueio oftálmico, apesar de seguro, não é isento de riscos. O principal fator de risco é a inadequada realização da técnica anestésica. O anestésico local (AL), no bloqueio oftálmico, pode atingir o SNC por punção inadvertida da artéria oftálmica ou por punção das meninges que envolvem o nervo óptico, com a dispersão para o espaço subaracnóideo. Embora rara, pode levar a complicação grave, com parada respiratória, que, se não diagnosticada e tratada prontamente, pode ser fatal. São apresentadas as possibilidades de ocorrência dessa complicação, assim como a discussão da nomenclatura dos bloqueios anestésicos realizados em oftalmologia. Ressalta-se a importância do conhecimento desta e de outras complicações pela equipe cirúrgica, com necessidade de preparo e de monitorização adequada para que se diagnostique a possível complicação e se instale prontamente o tratamento, objetivando riscos mínimos para o paciente.

    Resumo em Espanhol:

    JUSTIFICATIVA Y OBJETIVOS: El CEROF-HC es una institución pública especializada en oftalmología. La realización de bloqueos anestésicos para intervenciones quirúrgicas oftálmicas es una práctica común y eficiente. Como técnica no está exenta de riesgos, existe la posibilidad de perforación de meninges y la inyección de anestésico local (AL) en la región del sistema nervioso central (SNC). El objetivo de este relato fue mostrar un caso de anestesia del tronco encefálico como complicación del bloqueo oftálmico y destacar la profilaxis del accidente y el tratamiento de las complicaciones. RELATO DE CASO: Paciente del sexo femenino, 60 años, ASA II, con diagnóstico de catarata grado II, indicada para facectomía con implante de lente intraocular en el ojo derecho. Hoja clínica de hipertensión arterial y antecedente de vitrectomía. Exámenes físicos, laboratoriales y cardiológicos normales. Fue realizado bloqueo retrobulbar extraconal con anestésico local (lidocaína y bupivacaína) e hialuronidasis (volumen total de 5 mL). Inmediatamente después, la paciente presentó apnea y pérdida de la conciencia. Fue tratada con intubación traqueal (IOT) y ventilación mecánica, manteniéndose estable. Se realizó la operación. Empezó a moverse 30 minutos después del IOT, recuperándose totalmente sin presentar ninguna secuela. CONCLUSIONES: El bloqueo oftálmico, a pesar de seguro, no está exento de riesgos. El principal factor de riesgo es la inadecuada realización de la técnica anestésica. El anestésico local (AL), en el bloqueo oftálmico, puede alcanzar el SNC por punción inadvertida de la arteria oftálmica o por punción de las meninges que envuelven el nervio óptico, con la dispersión para el espacio subaracnoideo. Aunque sea rara, puede conllevar a complicación grave, con parada respiratoria, que, si no se diagnostica y se trata rápidamente, puede ser fatal. Se presentan las posibilidades de esta complicación, y la discusión de la nomenclatura de los bloqueos anestésicos realizados en oftalmología. Se destaca la importancia del conocimiento de esta y de otras complicaciones por el equipo quirúrgico, con necesidad de preparación y monitorización adecuada para que se diagnostique la posible complicación y se instale rápidamente el tratamiento, objetivando los riesgos mínimos para el paciente.

    Resumo em Inglês:

    BACKGROUND AND OBJECTIVES: The CEROF-HC is a public hospital specialized in ophthalmology. Anesthetic blocks for ophthalmic surgeries are common and effective. But the technique is not devoid of risks, and there is the possibility of meningeal perforation and injection of the local anesthetic (LA) in the central nervous system (CNS). The objective of this study was to report a case of brainstem anesthesia as a complication of the ophthalmologic regional anesthesia, stress the importance of preventing this accident, and discuss the treatment. CASE REPORT: A female patient, 60 years old, ASA II, with a diagnosis of grade II cataract, was scheduled for a facectomy and implantation of intraocular lens in the right eye. The patient had a past medical history of hypertension and vitrectomy. Physical exam, laboratory and cardiologic exams were normal. An extraconal retrobulbar block was performed with local anesthetic (lidocaine and bupivacaine) and hyaluronidase (total volume of 5 mL). Immediately after, the patient developed apnea and loss of consciousness. She was treated with tracheal intubation and mechanical ventilation, remaining stable. The surgery was performed as planned. Thirty minutes after the intubation, the patient began to move, recovering completely, without deficits. CONCLUSIONS: Although safe, ophthalmic block is not devoid of risks. The main risk factor is improper anesthetic technique. In the ophthalmic block, the local anesthetic (LA) can reach the CNS by inadvertently puncturing the ophthalmic artery or the meninges that surround the optic nerve, with dispersion to the subarachnoid space. Although rare, it can lead to a severe complication with respiratory arrest that can be fatal if it is not diagnosed promptly. Here we present the possibilities of such a complication, and discuss the nomenclature of anesthetic blocks used in ophthalmology. The importance of the knowledge of this and other complications by the surgical team is paramount, as well as the preparation and adequate monitoring to diagnose and treat immediately this complication to minimize the risks to the patient.
  • Anestesia em paciente com síndrome de Marshall-Smith: relato de caso Informações Clínicas

    Mandim, Beatriz Lemos da Silva; Fonseca, Neuber Martins; Ruzi, Roberto Araújo; Temer, Paulo Cezar Silva

    Resumo em Português:

    JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A síndrome Marshall-Smith é uma doença rara, caracterizada por dismorfismo facial, acelerada maturação óssea, atraso no desenvolvimento neuropsicomotor e anormalidade das vias aéreas. Os pacientes com essa síndrome apresentam grande probabilidade de complicações anestésicas, sobretudo com relação ao manejo das vias aéreas. Há poucos dados na literatura anestésica a respeito desta síndrome. O objetivo deste relato foi apresentar as dificuldades e a conduta anestésica em uma criança de 28 dias, portadora dessa síndrome, submetida à cirurgia para correção de atresia de coanas sob anestesia geral. RELATO DO CASO: Criança do sexo masculino, 28 dias de vida, 2,8 kg, submetida à anestesia geral para correção cirúrgica de atresia de coanas. Apresentava as características típicas da síndrome Marshall-Smith como tórax estreito, pectus escavatum, mãos e pés grandes, pescoço comprido, dismorfismo facial, palato alto e estreito e acelerada maturação óssea. A indução anestésica foi inalatória sob máscara com O2 a 100% associado ao sevoflurano. Devido à possibilidade de intubação difícil, foi programada intubação traqueal com fibrobroncoscópio. Após intubação traqueal e ventilação assistida manual, foi administrado 1,5 mg de rocurônio e, passados dez minutos, o paciente apresentou bradicardia (80 bpm) e hipóxia acentuada (30% de saturação de O2) e impossibilidade de ventilação manual através do tubo traqueal, sendo necessária a realização de traqueostomia de urgência, quando se optou por suspender o procedimento cirúrgico. CONCLUSÃO: Em casos de emergência anestésico-cirúrgica, nos quais a criança não ventila e não é possível a intubação traqueal, ocorre dessaturação com bradicardia associada e a tomada de decisão deve ser rápida e apropriada para garantir uma ventilação pulmonar adequada. Esses pacientes necessitam avaliação cuidadosa das vias aéreas para identificação de obstrução alta e baixa. Durante a anestesia, a ventilação espontânea deve ser mantida durante a indução até que seja possível o controle das vias aéreas evitando a utilização de bloqueadores neuromusculares.

    Resumo em Espanhol:

    JUSTIFICATIVA Y OBJETIVO: El síndrome Marshall-Smith es una enfermedad rara, caracterizada por deformidad facial, acelerada madurez ósea, atraso en el desarrollo neuro psicomotor y anormalidad de las vías aéreas. Los pacientes con este síndrome presentan una gran probabilidad de complicaciones anestésicas, principalmente con relación al manejo de las vías aéreas. Existen pocos datos en la literatura anestésica a respecto de este síndrome. El objetivo de este relato fue presentar las dificultades y la conducta anestésica en un niño de 28 días, portador de este síndrome, sometido a cirugía para la corrección de atresia de coanas bajo anestesia general. RELATO DEL CASO: Niño del sexo masculino, 28 días de vida, 2,8 kg, sometido a anestesia general para la corrección quirúrgica de atresia de coanas. Presentaba las características típicas del síndrome Marshall-Smith como tórax estrecho, pectus escavatum, manos y pies grandes, cuello largo, deformidad facial, palato alto y estrecho y una acelerada madurez ósea. La inducción anestésica fue por inhalación bajo máscara con O2 a 100% asociado al sevoflurano. Debido a la posibilidad de intubación difícil, fue programada intubación traqueal con fibrobroncoscopio. Después de intubación traqueal y ventilación asistida manual, fue administrado 1,5 mg de rocuronio y, pasados diez minutos, el paciente presentó bradicardia (80 lpm) e hipoxia acentuada (30% de saturación de O2) e imposibilidad de ventilación manual a través del tubo traqueal, siendo necesaria la realización de traqueotomía de urgencia cuando se optó por suspender el procedimiento quirúrgico. CONCLUSIÓN: En casos de emergencia anestésico-quirúrgica donde el niño no ventila y no es posible la intubación traqueal, ocurre una falta de saturación con bradicardia asociada y la toma de decisión debe ser rápida y apropiada para garantizar una ventilación pulmonar adecuada. Esos pacientes necesitan evaluación cuidadosa de las vías aéreas para la identificación de obstrucción alta y baja. Durante la anestesia, la ventilación espontánea debe ser mantenida durante la inducción hasta que sea posible el control de las vías aéreas evitando la utilización de bloqueadores neuromusculares.

    Resumo em Inglês:

    BACKGROUND AND OBJECTIVES: The Marshall-Smith Syndrome is a rare disease characterized by facial dysmorphism, accelerated osseous maturation, retarded neuropsychomotor development, and abnormalities of the airways. Patients with this syndrome have a high risk of developing anesthetic complications, especially concerning the maintenance of the airways. There are very few data in the anesthetic literature regarding this syndrome. The objective of this report was to show the difficulties and anesthetic management in a 28-day old child with this syndrome, who underwent surgery for correction of choanal atresia under general anesthesia. CASE REPORT: A male child, 28 days old, weighing 2.8 kg, undergoing general anesthesia for surgical correction of choanal atresia. The child presented the typical manifestations of the Marshall-Smith syndrome, with a narrow thorax, pectus excavatum, large hands and feet, long neck, facial dysmorphism, high and arched palate, and accelerated osseous maturation. Anesthetic induction was done with a mask with 100% O2 associated with sevoflurane. Due to the possibility of a difficult intubation, tracheal intubation with a fibrobronchoscope was scheduled. After tracheal intubation and assisted manual ventilation, 1.5 mg of rocuronium were administered and, after ten minutes, the patient developed bradycardia (80 bpm), severe hypoxemia (O2 saturation of 30%), and manual ventilation through the tracheal tube became impossible. An urgent tracheostomy was done and the surgical procedure was cancelled. CONCLUSION: In cases of anesthetic-surgical emergencies, in which the child does not ventilate and tracheal intubation is not possible, there is desaturation and bradycardia, requiring fast and appropriate decision making to guarantee adequate pulmonary ventilation. These patients need careful evaluation of the airways to identify upper and lower airways obstruction. During anesthesia, spontaneous ventilation should be maintained during induction until control of the airways is possible, avoiding the use of neuromuscular blockers.
  • Síndrome coronariana aguda em paciente com doença coronariana de alto risco no pós-operatório de colecistectomia videolaparoscópica Informações Clínicas

    Hobaika, Adriano Bechara de Souza; Seiberlich, Émerson; Issa, Márcia Rodrigues Néder

    Resumo em Português:

    JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A isquemia miocárdica perioperatória é um evento incomum e quase sempre está relacionada com taquicardia e/ou hipotensão arterial em pacientes com doença coronariana de alto risco. RELATO DO CASO: Paciente do sexo masculino, 71 anos, diabético, hipertenso e com doença coronariana, submetido à colecistectomia videolaparoscópica. A anestesia foi induzida com propofol, cisatracúrio e remifentanil e mantida com sevoflurano e remifentanil. Durante o fechamento da parede o paciente apresentou hipertensão arterial, sem alterações ao ECG. A velocidade de infusão de remifentanil foi aumentada e, após cinco minutos, o paciente apresentou bloqueio atrioventricular total associado à redução da pressão arterial média (PAM). Após a administração de 1,0 mg de atropina e 0,1 mg de adrenalina, o paciente apresentou taquicardia temporária e a PAM se normalizou. Ele foi transferido consciente e extubado para UTI, onde, após 12 horas, apresentou dor precordial e ECG com infradesnivelamento ST de V4 a V6. O ecocardiograma revelou boa função sistólica, sem alterações segmentares e curva de CK-MB normal. O paciente foi tratado em protocolo de angina instável. CONCLUSÕES: O paciente apresentava risco aumentado para isquemia pós-operatória e foi submetido a um procedimento no qual as alterações hemodinâmicas são profundas. É sabido que instabilidades hemodinâmicas perioperatórias em pacientes com doença coronariana aumentam o risco de síndromes coronarianas no pós-operatório e estas podem ocorrer até 72 horas após o ato cirúrgico, apresentando-se, na maioria dos casos, de forma silenciosa. A administração pré-operatória de betabloqueadores e, mais recentemente, de estatinas têm se mostrado eficiente na redução de eventos isquêmicos perioperatórios nesses pacientes.

    Resumo em Espanhol:

    JUSTIFICATIVA Y OBJETIVOS: La isquemia miocárdica perioperatoria es un evento no común y está relacionada frecuentemente con la taquicardia y/o hipotensión arterial en pacientes con enfermedad coronaria de alto riesgo. RELATO DEL CASO: Paciente del sexo masculino, 71 años, diabético, hipertenso y con enfermedad coronaria, sometido a colecistectomía videolaparoscópica. La anestesia fue inducida con propofol, cisatracurio y remifentanil y mantenida con sevoflurano y remifentanil. Durante el cierre de la pared el paciente presentó hipertensión arterial sin alteraciones al ECG. La velocidad de infusión de remifentanil fue aumentada y después de cinco minutos, el paciente presentó bloqueo atrio ventricular total asociado a la reducción de la presión arterial promedio (PAM). Después de la administración de 1.0 mg de atropina y 0.1 mg de adrenalina, el paciente presentó taquicardia temporal y la PAM se normalizó. Fue transferido consciente y extubado para la UTI, y después de 12 horas, presentó dolor precordial y ECG con infra desnivelación ST de V4 a V6. El ecocardiograma reveló una buena función sistólica sin alteraciones segmentarias. Curva de CK-MB normal. El paciente fue tratado en protocolo de angina inestable. CONCLUSIONES: El paciente presentaba riesgo aumentado para isquemia postoperatoria y fue sometido a un procedimiento en el cual las alteraciones hemodinámicas son profundas. Se sabe que inestabilidades hemodinámicas perioperatorias en pacientes con enfermedad coronaria aumentan el riesgo de síndromes coronarias en el postoperatorio y estas pueden ocurrir hasta 72 horas después de la cirugía, presentándose, en la mayoría de los casos, de forma silenciosa. La administración preoperatoria de beta-bloqueadores y más recientemente, estatinas se han mostrado eficiente en la reducción de eventos isquémicos perioperatorios en esos pacientes.

    Resumo em Inglês:

    BACKGROUND AND OBJECTIVES: Perioperative myocardial ischemia is rare, being frequently related with tachycardia and/or hypotension in patients with severe coronary artery disease. CASE REPORT: A male patient, 71 years old, with diabetes, hypertension, and coronary artery disease underwent laparoscopic cholecystectomy. Anesthesia was induced with propofol, cisatracurium, and remifentanil and maintained with sevoflurane and remifentanil. During closure of the abdominal wall, the patient became hypotensive without ECG changes. The rate of remifentanil infusion was increased and, after five minutes, the patient developed complete atrioventricular block and reduction in mean arterial pressure (MAP). After the administration of 1.0 mg of atropine and 0.1 mg of adrenaline, the patient developed temporary tachycardia and MAP returned to normal. He was transferred to the ICU awake and after being extubated; after 12 hours, the patient complained of chest pain and the ECG demonstrated depression of the ST segment from V4 to V6. The echocardiogram demonstrated good systolic function without segmental changes. The CPK-MB curve was normal. The patient was treated with the protocol for unstable angina. CONCLUSIONS: The patient presented a high risk for postoperative ischemia and underwent a surgical procedure with important hemodynamic changes. It is known that perioperative hemodynamic instability in patients with coronary artery disease increase the risk of postoperative coronary syndrome, which may happen up to 72 hours after the procedure and, in the majority of the cases, it is silent. The preoperative administration of beta-blockers and, more recently, statins have proved to be effective in reducing perioperative ischemia in these patients.
  • Disfunção temporária do nervo lingual após uso de máscara laríngea: relato de caso Informações Clínicas

    Cardoso, Hugo Eckener Dantas de Pereira; Kraychete, Durval Campos; Lima Filho, José A.; Garrido, Luciano S.; Rocha, Anita Perpétua Carvalho

    Resumo em Português:

    JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A máscara laríngea tem sido utilizada com freqüência em Anestesiologia. O emprego dessa técnica, embora esteja relacionado com um menor número de complicações quando comparado com a cânula traqueal, não é isento de morbidade, principalmente, nos casos de via aérea difícil. O objetivo desse relato foi apresentar um caso de lesão unilateral de nervo lingual após o uso da máscara laríngea. RELATO DO CASO: Paciente do sexo feminino foi submetida à intervenção cirúrgica para troca de prótese mamária bilateral, sob anestesia geral balanceada, com máscara laríngea de tamanho 3. O volume aplicado para insuflação do balonete foi de 30 mL de ar. Após a primeira hora do pós-operatório, iniciou quadro de dormência e dor na garganta e nos dois terços posteriores da língua que evoluiu em 24 horas com perda da percepção do sabor dos alimentos. A suspeita diagnóstica foi de neuropraxia do nervo lingual pelo uso de máscara laríngea. Esse quadro se manteve por três semanas, período em que se obteve resolução dos sintomas. CONCLUSÃO: Complicações após o uso de máscara laríngea, apesar de raras, podem ocorrer. A neuropraxia do nervo lingual é uma delas. O seu diagnóstico é clínico, e a sua evolução, favorável, com resolução dos sintomas em semanas ou meses.

    Resumo em Espanhol:

    JUSTIFICATIVA Y OBJETIVOS: La máscara laríngea ha sido utilizada con frecuencia en Anestesiología. El empleo de esa técnica, aunque esté relacionada a un menor número de complicaciones cuando se le compara a la cánula traqueal, no está exento de morbidez, principalmente en los casos de vía aérea difícil. El objetivo de este relato fue presentar un caso de lesión unilateral de nervio lingual trás del uso de la máscara laríngea. RELATO DEL CASO: Paciente del sexo femenino, sometida a intervención quirúrgica para cambio de prótesis mamaria bilateral, bajo anestesia general balanceada, con máscara laríngea de tamaño tres. El volumen aplicado para insuflación del globo fue de 30 mL de aire. Después de la primera hora del postoperatorio, se inició el cuadro de adormecimiento y dolor en la garganta y en los dos tercios posteriores de la lengua que evolucionó en 24 horas con pérdida de la percepción del sabor de los alimentos. La sospecha diagnóstica fue de neuropraxia del nervio lingual por el uso de máscara laríngea. Este cuadro se mantuvo por tres semanas, período en que se obtuvo una resolución de los síntomas. CONCLUSIÓN: Complicaciones después del uso de máscara laríngea, a pesar de no frecuentes, pueden ocurrir. La neuropraxia del nervio lingual es una de ellas. Su diagnóstico es clínico y su evolución es favorable con resolución de los síntomas en semanas o meses.

    Resumo em Inglês:

    BACKGROUND AND OBJECTIVES: The laryngeal mask has been frequently used in Anesthesiology. Although the rate of complications with this technique is smaller than that of the endotracheal tube, it is not devoid of risks, especially in cases of difficult airways. The objective of this study was to report a case of unilateral lingual nerve damage after the use of the laryngeal mask airway. CASE REPORT: A female patient underwent a surgical procedure for removal of bilateral breast prosthesis under general, balanced anesthesia, with a size three laryngeal mask. The balloon was inflated with 30 mL of air. After the first postoperative hour, she developed decreased sensation and pain in the oropharynx and posterior two thirds of the tongue, which evolved for loss of taste in the next 24 hours. A tentative diagnosis of lingual nerve neuropraxis secondary to the use of the laryngeal mask was made. After three weeks, her symptoms subsided. CONCLUSION: Although complications after the use of the laryngeal mask airway are rare, they do occur, and neuropraxis of the lingual nerve is one of them. The diagnosis is clinical and it has a good outcome, with resolution of the symptoms within a few weeks or months.
  • Enfisema subcutâneo durante inclusão de prótese mamária: relato de caso Informações Clínicas

    Franco, Talita; Franco, Diogo; Treiger, Natan

    Resumo em Português:

    JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A ocorrência de enfisema subcutâneo na parede torácica durante procedimento cirúrgico onde se realizou infiltração de anestésico pode sugerir a presença de pneumotórax e suas possíveis complicações. A ocorrência de pneumotórax durante mamoplastia de aumento já foi descrita. Contudo, não foram encontrados na literatura pesquisada, relatos de presença isolada de enfisema subcutâneo nesse tipo de procedimento. O objetivo deste relato foi ressaltar a importância de adequada monitoração do paciente no intra-operatório, da integração dos membros da equipe e descrever o enfisema subcutâneo, isolado, em paciente submetida à inclusão de próteses mamárias. RELATO DO CASO: Paciente com 27 anos, 1,70 m, 54 kg, apresentava hipomastia bilateral, tendo sido submetida à inclusão de próteses mamárias em plano retroglandular. O procedimento foi realizado sob anestesia geral inalatória, associada à infiltração de solução anestésica, em plano subcutâneo, da área a ser manipulada. Durante a operação percebeu-se crepitação, característica de enfisema subcutâneo, em extensa área anterior do tórax. Não houve alteração nos parâmetros de monitoração da paciente. A radiografia realizada no pós-operatório confirmou o quadro clínico e descartou a ocorrência de outras complicações. CONCLUSÕES: A ocorrência de enfisema subcutâneo durante inclusão de próteses mamárias pode ser um dado inocente, mas é importante verificar as condições clínicas da paciente e afastar a possibilidade de pneumotórax.

    Resumo em Espanhol:

    JUSTIFICATIVA Y OBJETIVOS: La incidencia de enfisema subcutáneo en la pared torácica durante procedimiento quirúrgico donde se realizó infiltración de anestésico puede sugerir la presencia de neumotórax y sus posibles complicaciones. La incidencia de neumotórax durante mamoplastía de aumento ya fue descrita, pero no se encontraron en la literatura investigada, relatos de presencia aislada de enfisema subcutáneo en este tipo de procedimiento. El objetivo de este relato fue resaltar la importancia de un adecuado monitoreo del paciente en el intraoperatorio, de la integración de los miembros del equipo y describir el enfisema subcutáneo, aislado, en paciente sometida a la inclusión de prótesis mamarias. RELATO DEL CASO: Paciente con 27 años, 1,70 m, 54 kg, presentaba hipomastia bilateral, habiendo sido sometida a la inclusión de prótesis mamarias en plan retroglandular. El procedimiento fue realizado bajo anestesia general inhalatoria, asociada a la infiltración de solución anestésica en plan subcutáneo, del área a ser manipulada. Durante la operación se notó crepitación, característica de enfisema subcutáneo, en extensa área anterior del tórax. No hubo alteración en los parámetros de monitoreo de la paciente. La radiografía realizada en el postoperatorio confirmó el cuadro clínico y descartó la incidencia de otras complicaciones. CONCLUSIONES: La incidencia de enfisema subcutáneo durante inclusión de prótesis mamarias puede ser un dato insignificante, pero es importante verificar las condiciones clínicas de la paciente y apartar la posibilidad de neumotórax.

    Resumo em Inglês:

    BACKGROUND AND OBJECTIVES: Subcutaneous emphysema of the thoracic wall during a surgical procedure with infiltration of local anesthetics may suggest the presence of pneumothorax and its complications. The development of pneumothorax during breast augmentation has already been reported; however, we did not find any reports in the literature on isolated subcutaneous emphysema during this type of procedure. The objective of this report was to emphasize the importance of adequate intraoperative monitoring of the patient, integration of team members, and describe the isolated subcutaneous emphysema in a patient during breast augmentation. CASE REPORT: A 27 years old patient with 1.70 m and 54 kg, with bilateral hypomasty, underwent breast augmentation in a retroglandular plane. It was done under inhalational general anesthesia associated with infiltration of an anesthetic solution in the subcutaneous tissue in the area to be manipulated. During the procedure, crepitation, characteristic of subcutaneous emphysema, was observed over a large area of the anterior thorax. There were no changes in monitoring parameters. Postoperative chest X-rays confirmed the clinical diagnosis and ruled out the presence of other complications. CONCLUSIONS: Subcutaneous emphysema during breast augmentation can be an innocent sign, but it is important to evaluate the patient to rule out the presence of a pneumothorax.
  • O esvaziamento gástrico e a insuficiência renal crônica Artigos De Revisão

    Hirata, Eunice Sizue; Mesquita, Maria Aparecida; Alves Filho, Gentil; Terra, Cecilia Hirata

    Resumo em Português:

    INTRODUÇÃO E OBJETIVOS: A primeira referência de retardo no esvaziamento gástrico (EG) foi feita por Grodstein em 1979. Outros estudos foram publicados posteriormente, nem sempre confirmando essa observação. A importância do EG em anestesia pode ser resumida em um de seus aspectos principais, o jejum pré-operatório. O retardo no esvaziamento pode causar estase e aumentar o risco de vômito e aspiração pulmonar. A possibilidade de existir retardo do esvaziamento em urêmicos é atraente. Queixas dispépticas são comuns nesses pacientes e poderiam ser explicadas pela dificuldade de esvaziamento gástrico. Apesar das evidências, a literatura é muito controversa nesse aspecto. Não há consenso quanto aos resultados obtidos. Diferenças no método de estudo utilizado poderiam explicar esses resultados, observados em estudos clínicos e experimentais. O objetivo desse estudo foi rever alguns aspectos importantes da síndrome dispéptica em pacientes com insuficiência renal crônica (IRC) terminal, com ênfase no retardo do EG. CONTEÚDO: Serão abordados os aspectos básicos relacionados com a fisiologia do EG, os métodos mais empregados para o estudo do EG, a síndrome dispéptica e a uremia e o esvaziamento gástrico na insuficiência renal crônica. CONCLUSÕES: O EG é um processo fisiológico complexo de transferência do alimento do estômago para o duodeno, cujos mecanismos ainda não estão devidamente esclarecidos. A cintilografia, utilizando refeições acrescidas de radiofármacos, é o exame mais utilizado para o estudo do EG. Uma porcentagem expressiva de pacientes com IRC terminal apresenta retardo no EG. Possivelmente outros mecanismos, além da uremia que participa da função motora gástrica, estão envolvidos nesta disfunção.

    Resumo em Espanhol:

    INTRODUCCIÓN Y OBJETIVOS: La primera referencia de retardo en el vaciamiento gástrico (EG) fue hecha por Grodstein en 1979. Otros estudios fueron publicados posteriormente, y no siempre confirmando esa observación. La importancia del EG en anestesia puede ser resumida un uno de sus aspectos principales, el ayuno preoperatorio. El retardo en el vaciamiento puede causar estasis y aumentar el riesgo de vómito y aspiración pulmonar. La posibilidad de existir retardo del vaciamiento en urémicos nos atrae. Quejas dispépticas son comunes en estos pacientes y podrían ser explicadas por la dificultad de vaciamiento gástrico. A pesar de las evidencias, la literatura es muy controvertida en este aspecto. No existe un consenso en cuanto a los resultados obtenidos. Diferencias en el método de estudio utilizado podrían explicar esos resultados, observados en estudios clínicos y experimentales. El objetivo de este estudio fue ver nuevamente algunos aspectos importantes del síndrome dispéptico en pacientes con insuficiencia renal crónica (IRC) terminal, con énfasis en el retardo del EG. CONTENIDO: Se abordarán los aspectos básicos relacionados a la fisiología del EG, los métodos más empleados para el estudio del EG, el síndrome dispéptico y la uremia y el vaciamiento gástrico en la insuficiencia renal crónica. CONCLUSIONES: El EG es un proceso fisiológico complejo de transferencia del alimento del estómago para el duodeno, cuyos mecanismos todavía no se conocen bien. La cintilografía, utilizando comidas con radio fármacos, es el examen más utilizado para el estudio del EG. Un porcentaje expresivo de pacientes con IRC terminal presenta retardo en el EG. Posiblemente otros mecanismos, además de la uremia, involucrando la función motora gástrica, están involucrados en esta disfunción.

    Resumo em Inglês:

    BACKGROUND AND OBJECTIVES: The first reference to delayed gastric emptying (GE) was made by Grodstein in 1979. Other studies have since been published, not always confirming his work. The importance of GE in anesthesia can be resumed by one of its main aspects, preoperative fasting. Delayed gastric emptying can lead to stasis and increase the risk of vomiting and aspiration. The possibility that uremic patients present delayed gastric emptying is fascinating. Gastric complaints are common in this patient population, and could be explained by the difficulty to empty the stomach. Despite the evidence, there is controversy in the literature regarding this subject. There is no consensus regarding the results. Differences in the methods of the studies could explain the results obtained in clinical and experimental trials. The objective of this study was to review a few important aspects of the dyspeptic syndrome in patients with chronic renal failure (CRF), emphasizing the delayed GE. CONTENTS: The basic aspects of the physiology of GE, methods used more often to study GE, dyspeptic syndrome and uremia, and gastric emptying in chronic renal failure will be discussed. CONCLUSIONS: Gastric emptying is a complex physiological process that transfers food from the stomach to the duodenum, whose mechanisms are yet to be fully characterized. Scintigraphy, using meals with radiolabelled drugs, is the exam used more often to study GE. An expressive percentage of the patients with end-stage renal disease also present delayed GE. It is possible that other mechanisms, besides uremia, involved in gastric motor function also play a role in this dysfunction.
  • Tremores intra e pós-operatório: prevenção e tratamento farmacológico Artigos De Revisão

    Albergaria, Viviane Ferreira; Lorentz, Michelle Nacur; Lima, Frederico Augusto Soares de

    Resumo em Português:

    JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Os tremores podem ocorrer como um efeito adverso da intervenção cirúrgica e anestesia. A incidência de tremores pós-operatórios varia entre 6,3% e 66%. Pacientes jovens, sexo masculino, uso de agentes anestésicos halogenados e tempo prolongado de anestesia ou procedimento cirúrgico estão relacionados com tremores. Os tremores são involuntários e apresentam-se como atividade muscular oscilatória com finalidade de aumentar a produção de calor. Tremor pós-operatório é uma desagradável complicação que está relacionada com o aumento de morbidade. O tremor aumenta o metabolismo, resultando em um acréscimo de 200% a 500% no consumo de oxigênio. CONTEÚDO: Discute as causas, a prevenção e o tratamento dos tremores intra- e pós-operatório em pacientes adultos e pediátricos submetidos à intervenção cirúrgica sob anestesia geral ou do neuroeixo. CONCLUSÕES: Os tremores são, juntamente com náuseas e vômitos, causas de intenso desconforto na sala de recuperação pós-anestésica, além de potencialmente prejudiciais por gerarem aumento da demanda metabólica. Embora a presença de tremores não tenha sido diretamente relacionada com a morbidade cardíaca, a prevenção tem se tornado tema de debate e de vários artigos científicos. A prevenção e o tratamento de tremores devem ser implementados. Pacientes com reserva cardiopulmorar limitada podem sofrer com acidose láctica, dessaturação venosa mista e hipoxemia.

    Resumo em Espanhol:

    JUSTIFICATIVA Y OBJETIVOS: Los temblores pueden ocurrir como un efecto adverso de la intervención quirúrgica y anestesia. La incidencia de temblores postoperatorios varía entre 6,3% y 66%. Pacientes jóvenes, sexo masculino, uso de agentes anestésicos halogenados y tiempo prolongado de anestesia o procedimiento quirúrgico están relacionados con temblores. Los temblores son involuntarios y se presentan como actividad muscular oscilatoria con finalidad de aumentar la producción de calor. E temblor postoperatorio es una desagradable complicación que está relacionada con el aumento de la morbidez. El temblor aumenta el metabolismo resultando en un aumento de 200% a 500% en el consumo de oxígeno. CONTENIDO: Discute las causas, prevención y tratamiento de los temblores intra y postoperatorio en pacientes adultos y pediátricos sometidos a la intervención quirúrgica bajo anestesia general o del neuroeje. CONCLUSIONES: Los temblores son, juntamente con náuseas y vómitos, causas de intensa incomodidad en la sala de recuperación pos anestésica, además de potencialmente perjudiciales por generar un aumento de la demanda metabólica. Aunque la presencia de temblores no haya sido directamente relacionada a la morbidez cardiaca, la prevención se ha hecho tema de debate y de varios artículos científicos. La prevención y el tratamiento de temblores deben ser implementados. Pacientes con reserva cardio pulmorar limitada pueden sufrir con la acidosis láctica, falta de saturación venosa mixta e hipoxemia.

    Resumo em Inglês:

    BACKGROUND AND OBJECTIVES: Tremors can be an adverse effect of the surgical intervention and anesthesia. The incidence of postoperative tremors varies from 6.3% to 66%. Young age, male gender, the use of halogenated anesthetics, and prolonged anesthesia or surgical procedure are related with tremors. Tremors are involuntary and present as oscillating muscular activity aiming at increasing heat production. Postoperative tremors are a disagreeable complication related with increased morbidity. Tremors increase the metabolism, resulting in a 200% to 500% increase in oxygen consumption. CONTENTS: The objective of this paper was to discuss the causes, prevention, and treatment of intra- and postoperative tremors in adults and children undergoing general anesthesia or neuroaxis anesthesia for surgical interventions. CONCLUSIONS: Tremors, along with nausea and vomiting, cause severe discomfort in the recovery room, besides being highly prejudicial because they generate an increase in the metabolism. Although the presence of tremors has not been directly related with cardiac morbidity, its prevention has become the subject of discussion and several scientific reports. Prevention and treatment of tremors should be implemented. Patients with limited cardiovascular reserve could develop lactic acidosis, mixed venous desaturation, and hypoxemia.
  • Efeitos da adição do óxido nitroso na anestesia durante pneumoperitônio em intervenção cirúrgica videolaparoscópica Cartas Ao Editor

    Nunes, Rogean R; Cavalcante, Sara Lúcia
  • Réplica Cartas Ao Editor

    Fernandes, Cláudia Regina; Souza Filho, Lenilson Marinho; Gomes, Josenília Maria Alves; Messias, Erick Leite; Escalante, Rodrigo Dornfeld
  • É possível usar a hidrocortisona no tratamento da cefaléia após raquianestesia? Cartas Ao Editor

    Barbosa, Fabiano Timbó; Cunha, Rafael Martins da
  • Dra. Consuelo Plemont Maia * - † 09.12.2006 Homenagem

    Imbelloni, Luiz Eduardo
Sociedade Brasileira de Anestesiologia R. Professor Alfredo Gomes, 36, 22251-080 Botafogo RJ Brasil, Tel: +55 21 2537-8100, Fax: +55 21 2537-8188 - Campinas - SP - Brazil
E-mail: bjan@sbahq.org