Acessibilidade / Reportar erro
Revista Brasileira de Anestesiologia, Volume: 69, Número: 2, Publicado: 2019
  • Estudo comparativo do esvaziamento gástrico entre uma solução isotônica e um suplemento nutricional por meio da ultrassonografia Scientific Articles

    Bisinotto, Flora Margarida Barra; Silveira, Luciano Alves Matias da; Rossi, Tiago Caneu; Martins, Laura Bisinotto; Zago, Gustavo Palis; Mendonça, Mariana Andrade Lopes

    Resumo em Português:

    Resumo Justificativa e objetivos: O jejum pré-operatório pode levar a efeitos indesejáveis no paciente cirúrgico, em que há um estimulo à ingestão de líquidos sem resíduos até 2 horas antes da anestesia. O objetivo deste estudo foi avaliar o esvaziamento gástrico de duas soluções diferentes por meio da ultrassonografia. Métodos: Em um estudo prospectivo, randomizado, cego, 34 voluntários saudáveis ingeriram 200 mL de duas soluções sem resíduos, em duas etapas: uma solução isotônica com carboidratos, eletrólitos, osmolaridade de 292 mOsm.L-1 e 36 kcal; e outra suplementação nutricional, com carboidratos, proteínas, eletrólitos, osmolaridade de 680 mOs.L-1 e 300 kcal. Após 2 horas, fez-se ultrassonografia gástrica com avaliação da área do antro e volume gástrico e relação do volume gástrico sobre o peso (vol.p-1), cujo valor acima de 1,5 mL.kg-1 foi considerado risco para broncoaspiração. Considerou-se p< 0,05 como estatisticamente significativo. Resultados: Houve diferença significativa entre todos os parâmetros avaliados 2 horas após a ingestão de suplementação nutricional em relação ao jejum. O mesmo ocorreu quando foram comparados os parâmetros entre solução isotônica e suplementação nutricional 2 horas após a ingestão. Apenas um paciente apresentou vol.p-1< 1,5 mL.kg-1 2 horas após a ingestão de suplementação nutricional; e apenas um apresentou vol.p-1 > 1,5 mL.kg-1, após a ingestão de solução isotônica. Conclusão: Este estudo demonstrou que o esvaziamento gástrico de volumes iguais de diferentes soluções depende de sua constituição. Aqueles com alto valor calórico e alta osmolaridade, e com proteínas presentes, 2 horas após a ingestão, aumentaram os volumes gástricos, compatíveis com o risco de aspiração gástrica.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Background and objectives: Preoperative fasting may lead to undesirable effects in the surgical patient in whom there is a stimulus to ingesting clear liquids until 2 hours before anesthesia. The aim of this study was to evaluate the gastric emptying of two different solutions using ultrasound. Methods: In a prospective, randomized, blind study, 34 healthy volunteers ingested 200 mL of two solutions without residues in two steps: an isotonic solution with carbohydrates, electrolytes, osmolarity of 292 mOsm.L-1, and 36 kcal; and other nutritional supplementation with carbohydrates, proteins, electrolytes, osmolarity of 680 mO.L-1, and 300 kcal. After 2 hours, a gastric ultrasound was performed to assess the antrum area and gastric volume, and the relation of gastric volume to weight (vol.w-1), whose value above 1.5 mL.kg-1 was considered a risk for bronchoaspiration. A p-value <0.05 was considered statistically significant. Results: There was a significant difference between all parameters evaluated 2 hours after the ingestion of nutritional supplementation compared to fasting. The same occurred when the parameters between isotonic solution and nutritional supplementation were compared 2 hours after ingestion. Only one patient had vol.w-1 <1.5 mL.kg-1 2 hours after ingestion of nutritional supplementation; and only one had vol.w-1 >1.5 mL.kg-1 after ingestion of isotonic solution. Conclusion: This study demonstrated that gastric emptying of equal volumes of different solutions depends on their constitution. Those with high caloric and high osmolarity, and with proteins present, 2 hours after ingestion, increased the gastric volumes, which is compatible with the risk of gastric aspiration.
  • Fatores de risco para hipotermia pós-operatória em sala de recuperação pós-anestésica: estudo piloto prospectivo de prognóstico Scientific Articles

    Mendonça, Fabrício Tavares; Lucena, Marcelo Cabral de; Quirino, Raul Silva; Govêia, Catia Sousa; Guimarães, Gabriel Magalhaes Nunes

    Resumo em Português:

    Resumo Justificativa: A hipotermia ocorre em até 20% dos pacientes no perioperatório. A monitoração sistemática pós-operatória da temperatura não é um padrão de atendimento no Brasil e há poucas publicações sobre recuperação da temperatura na sala de recuperação pós-anestésica. Desenho e cenário: Estudo multicêntrico, observacional, transversal, conduzido no Hospital de Base do Distrito Federal e no Hospital Materno Infantil de Brasília. Métodos: Na admissão e alta da sala de recuperação pós-anestesia, os pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos eletivos ou de urgência foram avaliados de acordo com a temperatura timpânica, sinais vitais, eventos adversos perioperatórios, tempo de permanência na sala de recuperação pós-anestesia e tempo de internação hospitalar. Resultados: Setenta e oito pacientes com idades entre 18 e 85 anos foram avaliados. A incidência de temperatura <36 ºC na admissão à sala de recuperação pós-anestesia foi de 69,2%. Raquianestesia (p < 0,0001), cesariana (p = 0,03) e os pacientes que receberam morfina (p = 0,005) e sufentanil (p = 0,003) apresentaram temperaturas significativamente menores ao longo do tempo. Durante a permanência na sala de recuperação pós-anestesia, os pacientes idosos apresentaram uma tendência maior a apresentarem hipotermia e menor capacidade de recuperação dessa condição, em comparação com os pacientes jovens (p < 0,001). Anestesia combinada também foi associada a taxas mais altas de hipotermia, seguida pelas anestesias regional e geral isoladas (p < 0,001). Conclusão: Em conclusão, este estudo piloto mostrou que a hipotermia perioperatória ainda é um problema prevalente em nossa prática anestésica. Mais de metade dos pacientes analisados apresentaram hipotermia durante a admissão à sala de recuperação pós-anestésica. Demonstramos a viabilidade de um grande estudo multicêntrico, transversal, de hipotermia pós-operatória em sala de recuperação pós-anestésica.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Background: Hypothermia occurs in up to 20% of perioperative patients. Systematic postoperative temperature monitoring is not a standard of care in Brazil and there are few publications about temperature recovery in the postoperative care unit. Design and setting: Multicenter, observational, cross-sectional study, at Hospital de Base do Distrito Federal and Hospital Materno Infantil de Brasília. Methods: At admission and discharge from postoperative care unit, patients undergoing elective or urgent surgical procedures were evaluated according to tympanic temperature, vital signs, perioperative adverse events, and length of stay in postoperative care unit and length of hospital stay. Results: 78 patients, from 18 to 85 years old, were assessed. The incidence of temperatures <36 ºC at postoperative care unit admission was 69.2%. Spinal anesthesia (p < 0.0001), cesarean section (p = 0.03), and patients who received morphine (p = 0.005) and sufentanil (p = 0.003) had significantly lower temperatures through time. During postoperative care unit stay, the elderly presented a greater tendency to hypothermia and lower recovery ability from this condition when compared to young patients (p < 0.001). Combined anesthesia was also associated to higher rates of hypothermia, followed by regional and general anesthesia alone (p < 0.001). Conclusion: In conclusion, this pilot study showed that perioperative hypothermia is still a prevalent problem in our anesthetic practice. More than half of the analyzed patients presented hypothermia through postoperative care unit admission. We have demonstrated the feasibility of a large, multicenter, cross-sectional study of postoperative hypothermia in the post-anesthetic care unit.
  • Efeito do acetaminofeno versus fentanil intravenosos na dor pós litotripsia transuretral Scientific Articles

    Zolhavarieh, Seyed Mohammad; Mousavi-Bahar, Seyed Habibollah; Mohseni, Maede; Emam, Amir Hossein; Poorolajal, Jalal; Majzoubi, Faeze

    Resumo em Português:

    Resumo Justificativa: A dor pós-operatória é a complicação mais comum no período pós-operatório. Este estudo foi realizado para avaliar o efeito de acetaminofeno versus fentanil no alívio da dor pós-operatória em pacientes submetidos a cirurgias urológicas. Métodos: Este ensaio clínico foi realizado com pacientes cujas idades variou entre 18 e 65 anos. Os pacientes foram randomicamente designados para receber 2.000 mg de acetaminofeno (propacetamol) ou 2 mcg.kg-1 de fentanil por via intravenosa 15 min antes do final da cirurgia. A dor pós-operatória foi avaliada a cada 6 horas por 24 horas, utilizando a escala visual analógica. A dose total de morfina administrada em 24 horas e o estado hemodinâmico foram avaliados. Resultados: Oitenta pacientes foram incluídos no estudo. O escore médio de dor em 6, 12, 18 e 24 horas após a cirurgia foi menor no grupo acetaminofeno que no grupo fentanil, mas a diferença não foi estatisticamente significativa, exceto em 12 e 18 horas após a cirurgia (p < 0,05). A quantidade de morfina administrada foi maior no grupo fentanil que no grupo acetaminofeno, mas a diferença não foi estatisticamente significativa. O estado hemodinâmico, incluindo pressão arterial sistólica e diastólica e frequência cardíaca, foi quase o mesmo nos dois grupos, mas a média de SpO2 foi significativamente maior no grupo acetaminofeno que no grupo fentanil. Conclusões: Este estudo indicou que acetaminofeno intravenoso é tão eficaz quanto fentanil intravenoso no alívio da dor após cirurgias urológicas (litotripsia transuretral).

    Resumo em Inglês:

    Abstract Background: Postoperative pain is the most common postoperative complication. This study was conducted to assess the effect of acetaminophen versus fentanyl on postoperative pain relief in patients who underwent urologic surgeries. Methods: This clinical trial was conducted on patients aged 18–65 years. Patients were randomly assigned to receive either 2000 mg acetaminophen (propacetamol) or 2 mcg.kg-1 fentanyl intravenously, 15 min before the end of surgery. The postoperative pain was evaluated every 6 h for 24 h using the Visual Analog Scale. Total morphine dose taken in 24 h and hemodynamic status were evaluated. Results: Eighty patients were enrolled into the trial. The mean score of pain in 6, 12, 18, and 24 h after surgery was lower in the acetaminophen group than in the fentanyl group but the difference was not statistically significant except in 12 and 18 h after surgery (p < 0.05). The amount of administered morphine was higher in the fentanyl group than in the acetaminophen group, but the difference was not statistically significant. The hemodynamic status including systolic and diastolic blood pressure and heart rates were nearly the same in the two groups but the SpO2 mean was significantly higher in the acetaminophen group than the fentanyl group. Conclusions: This trial indicated that intravenous acetaminophen is as effective as intravenous fentanyl in pain relief after urologic surgeries (transurethral lithotripsy).
  • Efeito da melatonina sobre o efeito colateral de sonolência diurna da gabapentina em pacientes adultos com dor neuropática Scientific Articles

    Altiparmak, Basak; Cil, Hemra; Celebi, Nalan

    Resumo em Português:

    Resumo Justificativa e objetivos: Gabapentina é um agente antiepiléptico, amplamente utilizado para o tratamento da dor neuropática. Embora conhecida por ser bem-tolerada, sonolência e tontura são os seus efeitos adversos mais frequentes. Neste estudo, nosso objetivo foi avaliar o efeito da melatonina sobre o efeito colateral de sonolência diurna da gabapentina, a qualidade do sono e a intensidade da dor em pacientes com dor neuropática. Métodos: Os pacientes que sofriam de "dor neuropática" e com prescrição para receber terapia com gabapentina foram divididos aleatoriamente em dois grupos. O Grupo 1 recebeu 3 mg de melatonina e 900 mg de gabapentina por via oral, o Grupo 2 recebeu uma cápsula de placebo correspondente e 900 mg de gabapentina. A escala de sonolência de Epworth (ESS), o índice de qualidade do sono de Pittsburgh para avaliação da qualidade do sono (PSQI) e a escala de avaliação verbal (VRS) foram aplicados nos dias 0, 10 e 30 de tratamento. A necessidade de medicamentos analgésicos adicionais foi registrada. Resultados: Oitenta pacientes foram incluídos no estudo; idade, sexo, quantidade de analgésico adicional consumida e os escores basais de ESS, PSQI e VRS foram semelhantes entre os grupos. Os escores ESS, PSQI e VRS do Grupo 1 foram significativamente menores que os do Grupo 2 no décimo dia de tratamento (p = 0,002, p = 0,003, p = 0,002, respectivamente). No trigésimo dia de tratamento, os escores ESS e VRS foram significativamente menores no Grupo 1 (p = 0,002, p = 0,008, respectivamente). No entanto, os escores PSQI não diferiram significativamente entre os grupos (p = 0,0566). Conclusões: A suplementação de melatonina melhorou de forma rápida e significativa o efeito colateral de sonolência diurna da gabapentina, mas a qualidade do sono dos pacientes com dor neuropática foi semelhante entre os grupos.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Background and objectives: Gabapentin is an antiepileptic drug. Widely used for the management of neuropathic pain. Although it is known to be well tolerated, somnolence and dizziness are the most frequent adverse effects. In this study, we aimed to evaluate the effect of melatonin on daytime sleepiness side effect of gabapentin, sleep quality and pain intensity of patients with neuropathic pain. Methods: Patients suffering from "neuropathic pain" and planed to receive gabapentin therapy were randomly divided into two groups. Group 1 received melatonin 3 mg and gabapentin 900 mg orally, group 2 received matching placebo capsule and gabapentin 900 mg. The Epworth Sleepiness Scale, the Pittsburgh sleep quality index for assessment of sleep quality and Verbal Rating Scale were completed at the 0th, 10th and 30th days of treatment. Additive analgesic drug requirements were recorded. Results: Eighty patients were enrolled to the study; age, gender, ratio of additive analgesic consumption, baseline Epworth Sleepiness Scale, Pittsburg Sleep Quality index and Verbal Rating Scale scores were similar between the groups. Epworth Sleepiness Scale scores, Pittsburgh sleep quality index scores and Verbal Rating Scale scores in Group 1 were significantly lower than group 2 at the 10th day of treatment (p = 0.002, p = 0.003, p = 0.002 respectively). At the 30th day of treatment, Epworth Sleepiness Scale scores and Verbal Rating Scale scores were significantly lower in Group 1 (p = 0.002, p = 0.008 respectively). However, Pittsburgh sleep quality index scores did not significantly differ between the groups (p = 0.0566). Conclusions: Melatonin supplementation rapidly and significantly improved daytime sleepiness side-effect of gabapentin, however sleep quality of the patients with neuropathic pain was similar between groups.
  • Adição de dexmedetomidina à bupivacaína em bloqueio paravertebral guiado por ultrassom potencializa o alívio da dor pós-operatória em pacientes submetidos à toracotomia Scientific Articles

    Biçer, Cihangir; Ünalan, Esra Nur; Aksu, Recep; Önal, Ömer; Güneş, Işın

    Resumo em Português:

    Resumo Justificativa e objetivo: O bloqueio paravertebral torácico é uma técnica regional opcional para o alívio da dor pós-toracotomia, deste modo diminui o consumo de opioides, náuseas e vômitos no pós-operatório, tontura, depressão respiratória e custos com saúde. O objetivo deste estudo foi investigar os efeitos de bupivacaína isolada e bupivacaína + dexmedetomidina no escore de dor pós-operatória e no consumo de analgésicos em pacientes submetidos à toracotomia sob bloqueio paravertebral guiado por ultrassom. Material e método: Noventa e três pacientes, ASA I-II, com idades entre 18 e 65 anos, foram incluídos no estudo e programados para cirurgia torácica. Antes da indução anestésica, o procedimento de bloqueio paravertebral foi realizado por um anestesista com o uso de ultrassom. Os casos foram estratificados aleatoriamente em três grupos. O procedimento de bloqueio paravertebral foi realizado com injeção de 20 mL de bupivacaína a 0,5% no Grupo B (n = 31) e de 20 mL de bupivacaína a 0,5% + 1 mL de dexmedetomidina (100 µg) no Grupo BD. O Grupo C recebeu morfina intravenosa via analgesia controlada pelo paciente sem bloqueio paravertebral. Os escores de dor pós-operatória foram registrados na sala de recuperação e no pós-operatório usando a escala VAS. Parâmetros hemodinâmicos, efeitos adversos e consumo de morfina também foram registrados. Resultados: Não houve diferença significativa entre os grupos B e C em relação a efeitos adversos intraoperatórios, como bradicardia e hipotensão, enquanto esses efeitos adversos foram significativamente maiores no Grupo BD (p = 0,04). Os escores VAS em repouso e movimento foram significativamente menores no Grupo BD em relação ao Grupo C (p < 0,001). O consumo total de morfina foi significativamente menor nos grupos B e BD em comparação com o Grupo C (p < 0,001). No Grupo BD, a frequência cardíaca e a pressão arterial média foram menores, mas esse resultado não foi clinicamente significativo (p < 0,05). Conclusão: A adição de dexmedetomidina à bupivacaína reduz os escores de dor pós-operatória e o consumo de morfina em pacientes submetidos à toracotomia sob bloqueio paravertebral guiado por ultrassom.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Background and objective: Thoracic paravertebral blockade is an alternative regional technique for comforting post-thoracotomy pain, thereby decreasing opioid consumption, postoperative nausea and vomiting, dizziness, respiratory depression and health care costs. The objective of this study was to investigate the effects of bupivacaine and bupivacaine plus dexmedetomidine on postoperative pain score and analgesic consumption in thoracotomy patients who had undergone ultrasonography-guided paravertebral blockade. Material and method: 93 ASA I-II patients aged 18-65 years were included in the study and scheduled for thoracic surgery. Prior to anesthesia induction, the paravertebral blockade procedure was performed by an anesthetist with ultrasonography. Cases were randomly stratified into three groups. The paravertebral blockade procedure was performed with 20 mL 0.5% bupivacaine injection in Group B (n = 31) and 20 mL 0.5% bupivacaine + 1 mL dexmedetomidine (100 µg) injection in Group BD. Group C received postoperative i.v. morphine via patient-controlled analgesia without paravertebral blockade. Post-operative pain scores were recorded in the recovery room and post-operatively using a VAS. Hemodynamic parameters, adverse effects and morphine consumption were also recorded. Results: No significant difference was determined between Group B and Group C regarding intra-operative adverse effects such as bradicardia and hypotension, while these adverse effects were significantly higher in Group BD (p = 0.04). VAS scores with rest and upon movement were significantly lower in Group BD compared to Group C (p < 0.001). Total morphine consumption was significantly lower in both Group B and Group BD in comparison with Group C (p < 0.001). In Group BD, HR and MAP were lower, but this was not clinically significant (p < 0.05). Conclusion: The addition of dexmedetomidine to bupivacaine lowers postoperative pain scores and morphine consumption in thoracotomy patients who receive ultrasonography guided paravertebral blockade.
  • Perfil dos relatos de suscetibilidade à hipertermia maligna confirmados com teste de contratura muscular no Brasil Scientific Articles

    Silva, Helga Cristina Almeida da; Ferreira, Gisele; Rodrigues, Gislene; Santos, Joilson Moura dos; Andrade, Pamela Vieira; Hortense, Alexandre; Perez, Marcelo Vaz; Amaral, José Luiz Gomes do

    Resumo em Português:

    Resumo Justificativa e objetivo: Hipertermia maligna é uma síndrome farmacogenética hipermetabólica, autossômica dominante, com mortalidade entre 10%-20%, desencadeada por uso de anestésico inalatório halogenado ou relaxante muscular succinilcolina. O padrão-ouro para pesquisa de suscetibilidade à hipertermia maligna é o teste de contratura muscular in vitro em resposta ao halotano e à cafeína. A determinação da suscetibilidade nas famílias suspeitas permite planejar anestesias seguras sem agentes desencadeantes para os pacientes confirmados como suscetíveis à hipertermia maligna pelo teste de contratura muscular in vitro positivo. Além disso, o paciente no qual a suspeita de hipertermia maligna foi excluída pelo teste de contratura muscular in vitro negativo pode ser anestesiado de forma convencional. Suscetibilidade à hipertermia maligna tem manifestação variável, desde indivíduo assintomático que apresenta crise de hipertermia maligna durante anestesia com agentes desencadeantes, até paciente com atrofia e fraqueza muscular por miopatia central core disease. O objetivo deste trabalho é analisar o perfil dos relatos de suscetibilidade à hipertermia maligna confirmados com teste de contratura muscular in vitro. Método: Análise das fichas de notificação dos pacientes com suspeita pessoal/familiar de hipertermia maligna investigados com teste de contratura muscular in vitro, após assinatura do termo de consentimento, entre 1997-2010. Resultados: Dos 50 eventos que motivaram a suspeita de hipertermia maligna e a investigação familiar (amostra com 27 ± 18 anos, 52% homens, 76% brancos), 64% foram investigados por crise de hipertermia maligna anestésica, com mortalidade de 25%. Sinais mais comuns da crise de hipertermia maligna foram hipertermia, taquicardia e rigidez muscular. Suscetibilidade à hipertermia maligna foi confirmada em 79,4% dos 92 parentes investigados com teste de contratura muscular in vitro. Conclusão: Crises de hipertermia maligna assemelharam-se às descritas em outros países, porém com frequência inferior à estimada no país.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Background and objectives: Malignant hyperthermia is an autosomal dominant hypermetabolic pharmacogenetic syndrome, with a mortality rate of 10%–20%, which is triggered by the use of halogenated inhaled anesthetics or muscle relaxant succinylcholine. The gold standard for suspected susceptibility to malignant hyperthermia is the in vitro muscle contracture test in response to halothane and caffeine. The determination of susceptibility in suspected families allows the planning of safe anesthesia without triggering agents for patients with known susceptibility to malignant hyperthermia by positive in vitro muscle contracture test. Moreover, the patient whose suspicion of malignant hyperthermia was excluded by the in vitro negative muscle contracture test may undergo standard anesthesia. Susceptibility to malignant hyperthermia has a variable manifestation ranging from an asymptomatic subject presenting a crisis of malignant hyperthermia during anesthesia with triggering agents to a patient with atrophy and muscle weakness due to central core myopathy. The aim of this study is to analyze the profile of reports of susceptibility to malignant hyperthermia confirmed with in vitro muscle contracture test. Method: Analysis of the medical records of patients with personal/family suspicion of malignant hyperthermia investigated with in vitro muscle contracture test, after given written informed consent, between 1997 and 2010. Results: Of the 50 events that motivated the suspicion of malignant hyperthermia and family investigation (sample aged 27 ± 18 years, 52% men, 76% white), 64% were investigated for an anesthetic malignant hyperthermia crisis, with mortality rate of 25%. The most common signs of a malignant hyperthermia crisis were hyperthermia, tachycardia, and muscle stiffness. Susceptibility to malignant hyperthermia was confirmed in 79.4% of the 92 relatives investigated with the in vitro muscle contracture test. Conclusion: The crises of malignant hyperthermia resembled those described in other countries, but with frequency lower than that estimated in the country.
  • Pré-condicionamento com dexmedetomidina protege contra lesão pulmonar em ratos com choque hemorrágico Scientific Articles

    Zhang, Lei; Wang, Wei; Qiao, Qian-Qian; Bu, Xue-Shan; Tang, Ling-Hua; Jia, Yi-Fan; Xia, Zhong-Yuan; Meng, Qing-Tao

    Resumo em Português:

    Resumo Justificativa e objetivos: Dexmedetomidina demonstrou efeitos protetores contra a lesão pulmonar in vitro. Neste estudo, investigamos se o pré-condicionamento com dexmedetomidina protege contra a lesão pulmonar em ratos com choque hemorrágico. Métodos: Ratos machos, Sprague-Dawley, foram aleatoriamente divididos em quatro grupos (n = 8): grupo controle, grupo com choque hemorrágico, grupo com 5 µg.kg-1 de dexmedetomidina (DEX1) e grupo com 10 µg.kg-1 de dexmedetomidina (DEX2). Solução salina ou dexmedetomidina foi administrada durante 20 minutos. Trinta minutos após a injeção, a hemorragia foi iniciada nos grupos choque hemorrágico, DEX1 e DEX2. Quatro horas após a ressuscitação, a proteína e o conteúdo celular no lavado broncoalveolar e a histopatologia pulmonar foram medidos. Malondialdeído, superóxido dismutase, Bcl-2, Bax e caspase-3 também foram testados no tecido pulmonar. Resultados: Na comparação com o grupo choque hemorrágico, o pré-tratamento com 5 ug.kg-1 de dexmedetomidina reduziu a apoptose (2,25 ± 0,24 vs. 4,12 ± 0,42%, p < 0,05), escore histológico (1,06 ± 0,12 vs. 1,68 ± 0,15, p < 0,05) e proteína (1,92 ± 0,38 vs. 3,95 ± 0,42 mg.mL-1, p < 0,05) e leucócitos (0,42 ± 0,11 vs. 0,92 ± 0,13 × 109/L, p < 0,05) no lavado broncoalveolar; o que está correlacionado com o aumento da atividade da superóxido dismutase (8,35 ± 0,68 vs. 4,73 ± 0,44 U.mg-1 de proteína, p < 0,05) e diminuição do malondialdeído (2,18 ± 0,19 vs. 3,28 ± 0,27 nmoL.mg-1 de proteína, p < 0,05). O pré-condicionamento com dexmedetomidina também aumentou o nível de Bcl-2 (0,55 ± 0,04 vs. 0,34 ± 0,05, p < 0,05) e diminuiu o nível de Bax (0,46 ± 0,03 vs. 0,68 ± 0,04, p < 0,05), caspase-3 (0,49 ± 0,03 vs. 0,69 ± 0,04, p < 0,05). No entanto, não houve diferença entre os grupos DEX1 e DEX2 para essas proteínas (p > 0,05). Conclusão: O pré-condicionamento com dexmedetomidina tem um efeito protetor contra a lesão pulmonar causada por choque hemorrágico em ratos. Os potenciais mecanismos envolvidos são a inibição da morte celular e a melhora da antioxidação. Porém, não mostrou um efeito dose-dependente.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Background and objectives: Dexmedetomidine has demonstrated protective effects against lung injury in vitro. Here, we investigated whether dexmedetomidine preconditioning protected against lung injury in hemorrhagic shock rats. Methods: Male Sprague-Dawley rats were randomly divided into four groups (n = 8): control group, hemorrhagic shock group, 5 ug.kg-1 dexmedetomidine (DEX1) group, and 10 ug.kg-1 dexmedetomidine (DEX2) group. Saline or dexmedetomidine were administered over 20 min. 30 min after injection, hemorrhage was initiated in the hemorrhagic shock, DEX1 and DEX2 group. Four hours after resuscitation, protein and cellular content in bronchoalveolar lavage fluid, and the lung histopathology were measured. The malondialdehyde, superoxide dismutase, Bcl-2, Bax and caspase-3 were also tested in the lung tissue. Results: Compare with hemorrhagic shock group, 5 ug.kg-1 dexmedetomidine pretreatment reduced the apoptosis (2.25 ± 0.24 vs. 4.12 ± 0.42%, p < 0.05), histological score (1.06 ± 0.12 vs. 1.68 ± 0.15, p < 0.05) and protein (1.92 ± 0.38 vs. 3.95 ± 0.42 mg.mL-1, p < 0.05) and WBC (0.42 ± 0.11 vs. 0.92 ± 0.13 × 109/L, p < 0.05) in bronchoalveolar lavage fluid. Which is correlated with increased superoxide dismutase activity (8.35 ± 0.68 vs. 4.73 ± 0.44 U.mg-1 protein, p < 0.05) and decreased malondialdehyde (2.18 ± 0.19 vs. 3.28 ± 0.27 nmoL.mg-1 protein, p < 0.05). Dexmedetomidine preconditioning also increased the Bcl-2 level (0.55 ± 0.04 vs. 0.34 ± 0.05, p < 0.05) and decreased the level of Bax (0.46 ± 0.03 vs. 0.68 ± 0.04, p < 0.05), caspase-3 (0.49 ± 0.03 vs. 0.69 ± 0.04, p < 0.05). However, we did not observe any difference between the DEX1 and DEX2 groups for these (p > 0.05). Conclusion: Dexmedetomidine preconditioning has a protective effect against lung injury caused by hemorrhagic shock in rats. The potential mechanisms involved are the inhibition of cell death and improvement of antioxidation. But did not show a dose-dependent effect.
  • YouTube como fonte informativa sobre bloqueios do plexo braquial: avaliação de conteúdo e valor educativo Scientific Articles

    Selvi, Onur; Tulgar, Serkan; Senturk, Ozgur; Topcu, Deniz I.; Ozer, Zeliha

    Resumo em Português:

    Resumo Justificativa e objetivos: O YouTube, site de compartilhamento de vídeos mais popular, contém um número significativo de vídeos médicos, incluindo bloqueios do plexo braquial. Apesar do uso generalizado dessa plataforma como fonte de informação médica, não há regulamentação para a qualidade ou o conteúdo dos vídeos. O objetivo deste estudo é avaliar o conteúdo do material no YouTube relevante para o desempenho do bloqueio do plexo braquial e sua qualidade como fonte de informação visual digital. Métodos: A pesquisa no YouTube foi realizada usando palavras-chave associadas ao bloqueio do plexo braquial e, de 374 vídeos, 86 foram incluídos na lista de observação. Os avaliadores classificaram os vídeos separadamente, de acordo com os questionários. O questionário-1 (Q1) foi preparado de acordo com as diretrizes da ASRA/Miller's Anesthesia como livro de referência e o Questionário-2 (Q2) foi formulado usando uma modificação dos critérios em Avaliação de Diretrizes para Mídia de Vídeo. Resultados: No total, 72 vídeos sobre bloqueios guiados por ultrassom e 14 vídeos sobre bloqueios com estimulador de nervos foram avaliados. No Q1, para os vídeos apresentando bloqueios guiados por ultrassom, os menores escores foram para Q1–5 (1,38) em relação às complicações e os maiores escores foram para Q1–13 (3,30) em relação à imagem sonoanatômica. Nos vídeos que apresentaram bloqueios com estimulador de nervos, os menores e os maiores escores foram dados para Q1–7 (1,64) em relação ao equipamento e Q1–12 (3,60) em relação à explicação das contrações musculares, respectivamente. No Q2, 65,3% dos bloqueios guiados por ultrassom e 42,8% dos bloqueios com estimulador de nervos apresentaram escores abaixo de satisfatórios. Conclusões: A maioria dos vídeos examinados para este estudo carece da abordagem abrangente necessária para orientar com segurança as pessoas que buscam informações sobre o bloqueio do plexo braquial.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Background and objectives: YouTube, the most popular video-sharing website, contains a significant number of medical videos including brachial plexus nerve blocks. Despite the widespread use of this platform as a medical information source, there is no regulation for the quality or content of the videos. The goals of this study are to evaluate the content of material on YouTube relevant to performance of brachial plexus nerve blocks and its quality as a visual digital information source. Methods: The YouTube search was performed using keywords associated with brachial plexus nerve blocks and the final 86 videos out of 374 were included in the watch list. The assessors scored the videos separately according to the Questionnaires. Questionnaire-1 (Q1) was prepared according to the ASRA guidelines/Miller's Anesthesia as a reference text book, and Questionnaire-2 (Q2) was formulated using a modification of the criteria in Evaluation of Video Media Guidelines. Results: 72 ultrasound-guided and 14 nerve-stimulator guided block videos were evaluated. In Q1, for ultrasound-guided videos, the least scores were for Q1–5 (1.38) regarding the complications, and the greatest scores were for Q1–13 (3.30) regarding the sono-anatomic image. In videos with nerve stimulator, the lowest and the highest scores were given for Q1–7 (1.64) regarding the equipment and Q1–12 (3.60) regarding the explanation of muscle twitches respectively. In Q2, 65.3% of ultrasound-guided and 42.8% of blocks with nerve-stimulator had worse than satisfactory scores. Conclusion: The majority of the videos examined for this study lack the comprehensive approach necessary to safely guide someone seeking information about brachial plexus nerve blocks.
  • Retenção do conhecimento após treinamento de ultrassonografia cardíaca focada: estudo-piloto prospectivo de coorte Scientific Articles

    Mizubuti, Glenio B.; Allard, Rene V.; Ho, Anthony M.-H.; Wang, Louie; Beesley, Theresa; Hopman, Wilma M.; Egan, Rylan; Sydor, Devin; Engen, Dale; Saha, Tarit; Tanzola, Robert C.

    Resumo em Português:

    Resumo Justificativa e objetivos: A ultrassonografia cardíaca no local de atendimento (USCLA) provou ser importante para orientar o processo de tomada de decisão clínica dos anestesiologistas. Treinar os residentes para fazer e interpretar uma USCLA é viável e eficaz. No entanto, o grau de retenção do conhecimento após o treinamento permanece um assunto de debate. Procuramos fornecer uma descrição do currículo de quatro semanas do treinamento de USCLA e avaliar a retenção do conhecimento entre os residentes de anestesia seis meses após a rotação em USCLA. Métodos: Uma análise prospectiva foi realizada com 11 residentes seniores de anestesia. Ao final da rotação em USCLA, os participantes preencheram um questionário (avaliando o número de exames ultrassonográficos concluídos, o conhecimento adquirido e o nível de conforto dos residentes com a USCLA) e fizeram um exame de múltipla escolha para USCLA, composto por perguntas escritas e baseadas em vídeo. Seis meses depois, os participantes preencheram um questionário de acompanhamento e um exame similar. A autoavaliação do conhecimento e os escores do exame foram comparados no final da rotação e após seis meses. Correlações de Spearman foram usadas para testar a relação entre o número de exames concluídos e os escores dos exames, o conhecimento percebido, os escores dos exames, o número de exames e o conhecimento percebido. Resultados: Os escores médios dos exames (50) foram: 44,1 no final da rotação e 43 após seis meses. Os residentes tiveram conhecimento percebido significativamente maior (10) no final da rotação (8,0) que após seis meses (5,5), p = 0,003. No final da rotação, todos os residentes se sentiram confortáveis usando o aparelho de USCLA e, aos seis meses, 10/11 ainda se sentiam confortáveis. Todos os residentes haviam usado o USCLA em sua prática clínica após o final da rotação e a razão mais citada para não usar o USCLA com mais frequência foi a falta de necessidade clínica percebida. Uma correlação forte e estatisticamente significativa (rho = 0,804, p = 0,005) foi observada entre o número de exames realizados durante a rotação em USCLA e o conhecimento percebido em seis meses de seguimento. Conclusão: Quatro semanas de treinamento intensivo de USCLA resultaram em aquisição e retenção adequadas do conhecimento por seis meses.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Background and objectives: Focused Cardiac Ultrasound (FoCUS) has proven instrumental in guiding anesthesiologists’ clinical decision-making process. Training residents to perform and interpret FoCUS is both feasible and effective. However, the degree of knowledge retention after FoCUS training remains a subject of debate. We sought to provide a description of our 4-week FoCUS curriculum, and to assess the knowledge retention among anesthesia residents at 6 months after FoCUS rotation. Methods: A prospective analysis involving eleven senior anesthesia residents was carried out. At end of FoCUS Rotation (EOR) participants completed a questionnaire (evaluating the number of scans completed and residents’ self-rated knowledge and comfort level with FoCUS), and a multiple-choice FoCUS exam comprised of written- and video-based questions. Six months later, participants completed a follow-up questionnaire and a similar exam. Self-rated knowledge and exam scores were compared at EOR and after 6 months. Spearman correlations were conducted to test the relationship between number of scans completed and exam scores, perceived knowledge and exam scores, and number of scans and perceived knowledge. Results: Mean exam scores (out of 50) were 44.1 at EOR and 43 at the 6-month follow-up. Residents had significantly higher perceived knowledge (out of 10) at EOR (8.0) than at the 6-month follow-up (5.5), p = 0.003. At the EOR, all trainees felt comfortable using FoCUS, and at 6 months 10/11 still felt comfortable. All the trainees had used FoCUS in their clinical practice after EOR, and the most cited reason for not using FoCUS more frequently was the lack of perceived clinical need. A strong and statistically significant (rho = 0.804, p = 0.005) correlation between number of scans completed during the FoCUS rotation and 6-month follow-up perceived knowledge was observed. Conclusion: Four weeks of intensive FoCUS training results in adequate knowledge acquisition and 6-month knowledge retention.
  • Anestesia materna deve atrasar a amamentação? Revisão sistemática da literatura Review Articles

    Oliveira, Morenna Ramos e; Santos, Murillo Gonçalves; Aude, Débora Alves; Lima, Rodrigo Moreira e; Módolo, Norma Sueli Pinheiro; Navarro, Lais Helena

    Resumo em Português:

    Resumo Introdução: A importância e os benefícios do aleitamento materno para os bebês e para as mães estão bem estabelecidos e documentados na literatura. No entanto, é frequente que mães lactantes precisem se submeter à anestesia geral ou raquianestesia e, devido à falta de informações, muitas delas interrompem a amamentação após a anestesia. Existem poucos dados disponíveis sobre a transferência de anestésicos para o leite materno. O objetivo desta revisão foi desenvolver algumas considerações e recomendações com base na literatura disponível. Métodos: Uma busca sistemática da literatura realizada usando com os seguintes bancos de dados em ciências da saúde: Embase, Lilacs, Pubmed, Scopus e Web of Science. A pesquisa bibliográfica mais recente foi realizada em 6 de abril de 2018. Uma pesquisa bibliográfica adicional foi realizada através do site da Organização Mundial da Saúde. Usamos os seguintes termos para a estratégia de busca: "Anestesia" e "Aleitamento materno" e seus derivados. Resultados: Nesta pesquisa, 599 registros foram encontrados e 549 foram excluídos por diferentes razões. Foram incluídos 50 manuscritos, com diferentes modelos de estudo: estudos prospectivos, estudos observacionais retrospectivos, revisões, relatos de casos, ensaios clínicos randômicos, caso-controle e acesso a sites. Pequenas concentrações da maioria dos agentes anestésicos são transferidas para o leite materno; entretanto, sua administração parece ser segura para mães lactantes quando administrados em dose única durante a anestesia e isso não deve contraindicar o aleitamento materno. Por outro lado, altas doses, administração contínua ou repetida dos fármacos aumentam o risco de efeitos adversos em neonatos e devem ser evitados. Poucas drogas, como diazepam e meperidina, produzem efeitos adversos em bebês amamentados, mesmo quando administradas em doses únicas. Dexmedetomidina parece ser segura se a amamentação começar 24 horas após a interrupção do medicamento. Conclusões: A maioria dos anestésicos é segura para mães que amamentam e oferecem baixo risco para os recém-nascidos amamentados quando a administração é em dose única. No entanto, altas doses e repetidas administrações de drogas aumentam significativamente o risco de efeitos adversos em recém-nascidos. Além disso, diazepam e meperidina devem ser evitados em mulheres que amamentam. Finalmente, anestesiologistas e pediatras devem considerar o risco-benefício individual, com atenção especial para os recém-nascidos prematuros ou bebês com doenças concomitantes, pois são mais suscetíveis a efeitos adversos.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Introduction: The importance and benefits of breastfeeding for the babies and mothers are well established and documented in the literature. However, it is frequent that lactating mothers need to undergo general or spinal anesthesia and, due to the lack of information, many of them interrupt breastfeeding after anesthesia. There are limited data available regarding anesthetics transfer to breast milk. This review aims to develop some considerations and recommendations based on available literature. Methods: A systematic search of the literature was conducted by using the following health science databases: Embase, Lilacs, Pubmed, Scopus, and Web of Science. The latest literature search was performed on April 6th, 2018. Additional literature search was made via the World Health Organization's website. We used the following terms for the search strategy: "Anesthesia" and "Breastfeeding", and their derivatives. Results: In this research, 599 registers were found, and 549 had been excluded by different reasons. Fifty manuscripts have been included, with different designs of studies: prospective trials, retrospective observational studies, reviews, case reports, randomized clinical trials, case–control, and website access. Small concentrations of the most anesthetic agents, are transferred to the breast milk; however, their administration seem to be safe for lactating mothers when administered as a single dose during anesthesia and this should not contraindicate the breastfeeding. On the other hand, high-doses, continuous or repeated administration of drugs increase the risk of adverse effects on neonates, and should be avoided. Few drugs, such as diazepam and meperidine, produce adverse effects on breastfed babies even in single doses. Dexmedetomidine seems to be safe if breastfeeding starts 24 h after discontinuation of the drug. Conclusions: Most of the anesthetic drugs are safe for nursing mothers and offer low risk to the breastfed neonates when administered in single-dose. However, high-dose and repeated administration of drugs significantly increase the risk of adverse effects on neonates. Moreover, diazepam and meperidine should be avoided in nursing women. Finally, anesthesiologists and pediatricians should consider individual risk/benefit, with special attention to premature neonates or babies with concurrent diseases since they are more susceptible to adverse effects.
  • Dissecção de aorta pós-troca valvar mitral: o papel da ecocardiografia intraoperatória no diagnóstico Clinical Information

    Costa, José Mateus; Papa, Fábio de Vasconcelos; Staszko, Kamila Fernanda

    Resumo em Português:

    Resumo O uso da ecocardiografia transesofágica no intraoperatório em cirurgias valvulares é bem estabelecido de acordo com os guidelines mais recentes, assim como o seu uso no diagnóstico, manuseio e resgate de complicações perioperatórias. O objetivo deste relato de caso é ilustrar uma situação em que o seu uso no intraoperatório influenciou de maneira positiva o seu desfecho.

    Resumo em Inglês:

    Abstract According to the most recent guidelines, the use of intraoperative transesophageal echocardiography in valvular surgeries is well established, as well as its use in the diagnosis, management, and rescue of perioperative complications. The aim of this case report is to illustrate a condition in which its intraoperative use had a positive influence on the outcome.
  • Buscando o motivo da instabilidade hemodinâmica: relato de caso sobre o papel do ultrassom intraoperatório Clinical Information

    Becerra, Ángel; Trujillo, Héctor; Valencia, Lucía; Rodríguez-Pérez, Aurelio

    Resumo em Português:

    Resumo Justificativa e objetivos: O atendimento rápido e eficaz do paciente de trauma é necessário. O objetivo deste relato de caso foi destacar a importância do ecocardiograma intraoperatório como uma ferramenta útil em pacientes que sofrem de instabilidade hemodinâmica refratária sem explicação aparente. Relato de caso: Uma mulher de 41 anos sofreu um acidente de automóvel. No departamento de emergência, nenhuma anormalidade foi encontrada no ECG ou na radiografia de tórax. Uma ultrassonografia abdominal revelou a presença de líquido livre no abdome, e a paciente foi submetida à laparotomia exploradora de urgência. No entanto, a paciente continuou apresentando hipotensão arterial e acidose metabólica. Na busca pelo motivo de sua instabilidade hemodinâmica, um ecocardiograma transtorácico foi realizado no período intraoperatório e constatou a presenc¸a de derrame pericárdico. Após a remoção dos coágulos pericárdicos pelo cirurgião cardíaco, a condição da paciente melhorou clínica e analiticamente. Conclusão: Todo anestesiologista deve saber utilizar o ecocardiograma intraoperatório como ferramenta eficaz para estabelecer as medidas adequadas para promover a sobrevida de pacientes com traumatismos graves.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Background and objectives: A prompt and effective management of trauma patient is necessary. The aim of this case report is to highlight the importance of intraoperative echocardiography as a useful tool in patients suffering from refractory hemodynamic instability no otherwise explained. Case report: A 41 year-old woman suffered a car accident. At the emergency department, no abnormalities were found in ECG or chest X-ray. Abdominal ultrasound revealed the presence of abdominal free liquid and the patient was submitted to urgent exploratory laparotomy. Nevertheless, she persisted suffering arterial hypotension and metabolic acidosis. Looking for the reason of her hemodynamic instability, intraoperative transthoracic echocardiography was performed, finding out the presence of pericardial effusion. Once the cardiac surgeon extracted pericardial clots, patient’s situation improved clinically and analytically. Conclusion: Every anesthesiologist should be able to use the intraoperative echocardiography as an effective tool in order to establish the appropriate measures to promote the survival of patients suffering severe trauma.
  • Importância da ultrassonografia direcionada no pré-operatório de pacientes com fratura de fêmur: relato de caso Clinical Information

    Cruvinel, Marcos Guilherme Cunha; Carneiro, Fabiano Soares; Bessa, Roberto Cardoso

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivo: Exemplificar o papel do emprego da ultrassonografia à beira do leito pelo anestesiologista e oferecer uma abordagem individualizada para a condição específica do paciente, sem que haja postergação desnecessária de correções cirúrgicas de fraturas de fêmur em idosos. Relato do caso: Paciente feminina, 86 anos, hipertensa, vítima de fratura trocantérica de fêmur, levada ao bloco cirúrgico após liberação cardiológica. O exame ultrassonográfico à beira do leito possibilitou a identificação de estenose aórtica, hipertrofia ventricular esquerda, estenose de carótida e indícios de hipovolemia. A partir desses achados, decidiu-se pelo bloqueio nos nervos femoral e cutâneo lateral da coxa guiado pela ultrassonografia como técnica anestésica. Conclusão: O uso da ultrassonografia direcionada à beira do leito pelo anestesiologista pode fornecer informações relevantes para a individualização da técnica anestésica, sem que haja postergação da intervenção cirúrgica, a qual comumente ocorre quando o paciente é referenciado para exame completo pelo especialista.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objective: The aim of this report is to represent the role of the use of bedside ultrasound by the anesthesiologist, offering an individualized approach to the specific condition of the patient, without unnecessary postponement of femur fracture surgical repair in the elderly. Case report: Female patient, 86 years old, hypertensive, victim of trochanteric fracture of the femur, taken to the operating room after being released by cardiology service. A bedside ultrasound exam allowed the identification of aortic stenosis, left ventricular hypertrophy, carotid stenosis, and signs of hypovolemia. From these findings, it was decided to use an ultrasound-guided block of the nerves femoral and lateral cutaneous of the thigh as an anesthetic technique. Conclusions: The use of ultrasound guidance by the anesthesiologist can provide relevant information for individualizing the anesthetic technique, without postponing the surgical intervention, which usually occurs when the patient is referred for complete examination by the specialist.
  • O bloqueio contínuo do quadrado lombar tipo 3 fornece analgesia pós-operatória efetiva para cirurgia do quadril: relato de caso Clinical Information

    Yayik, Ahmet Murat; Cesur, Sevim; Ozturk, Figen; Ahiskalioglu, Ali; Celik, Erkan Cem

    Resumo em Português:

    Resumo Introdução: A cirurgia de quadril é uma cirurgia de grande porte que causa dor intensa no pós-operatório. Embora a dor durante o repouso seja consideravelmente reduzida, a mobilização é importante em termos de complicações tromboembólicas. O bloqueio doquadrado lombar é uma técnica analgésica regional que bloqueia os ramos nervosos de T6-L3. Esse bloqueio pode fornecer analgesia adequada e reduzir o consumo de opioides após cirurgiasde quadril. Relato de caso: Realizamos o bloqueio contínuo do quadrado lombar tipo 3 em dois pacientes submetidos à artroplastia de quadril. Durante as 24 hs de pós-operatório foram registrados os escores de dor, o consumo de anestésicos locais em analgesia controlada pelo paciente e a necessidade de analgésicos adicionais. Em dois pacientes, os escores de dor pós-operatória foram < 6 durante o repouso e fisioterapia. O paciente foi mobilizado no período pós-operatório imediato, sem precisar de analgésico opioide adicional e sem fraqueza muscular. Discussão: O bloqueio contínuo do quadrado lombar pode ser usado para aliviar a dor aguda no pós-operatório de cirurgia de quadril porque fornece anestesia unilateral sem fraqueza muscular.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Introduction: Hip surgery is a major surgery that causes severe postoperative pain. Although pain during rest is usually considerably reduced mobilization is important in terms of thromboembolic complications. The quadratus lumborum block is a regional analgesic technique that blocks T6-L3 nerve branches. This block may provide adequate analgesia and reduce opioid consumption after hip surgery. Case report: We performed continuous quadratus lumborum type 3 block in two patients who underwent hip arthroplasty. Postoperative 24-h pain scores, local anesthetic consumptions on patient-controlled analgesia and additional analgesic requirement were recorded. In two patients, postoperative pain scores were less than 6 during rest and physiotherapy. Patient was mobilized in the early postoperative period without additional opioid analgesic requirement and without muscle weakness. Discussion: Continuous quadratus lumborum block may be used to relieve postoperative acute pain in hip surgery because it provides one-sided anesthesia without muscle weakness.
  • Manejo anestésico de paciente com cianose grave após estenose de valva bioprotética Clinical Information

    Zeng, Jun; Wei, Wei

    Resumo em Português:

    Resumo Apresentamos o caso de uma paciente de 39 anos, com hipoxemia em risco de vida após a substituição da valva tricúspide devido à anomalia de Ebstein e cianose grave devido à estenose de valva bioprotética e comunicação interatrial. O manejo anestésico de um paciente com disfunção obstrutiva grave de prótese valvar pode ser um desafio. Os pacientes com anomalia de Ebstein também precisam de atenção especial para manter a pressão equalizada entre o átrio direito e o esquerdo. A ecocardiografia transesofágica e a saturação cerebral de oxigênio forneceram informações em tempo real nos cuidados perioperatórios.

    Resumo em Inglês:

    Abstract We presented a 39-year-old female patient with life-threatening hypoxemia after tricuspid valve replacement because of Ebstein's anomaly. And the severe cyanosis is due to bioprosthetic valve stenosis and atrial septal defect. Anesthetic management of a patient with severe obstructive prosthetic valve dysfunction can be challenging. Similar considerations should be given to patients with Ebstein's anomaly to maintain the pressure equalized between the right and left atrial. Transesophageal echocardiography and cerebral oxygen saturation provided real time information in perioperative care.
  • Anestesia e desafios perioperátorios para cirurgia de separação de gêmeos toraco-onfalópagos: relato de caso Clinical Information

    Freitas, Milton Halyson Benevides de; Lima, Luciana Cavalcanti; Couceiro, Tania Cursino de Menezes; Costa, Maria Célia Ferreira da; Freitas, Márcio Handerson Benevides de

    Resumo em Português:

    Resumo Justificativa e objetivos: Gêmeos conjugados são gêmeos monozigóticos conectados por alguma parte do corpo. Esse é um fenômeno raro, estimado entre 1:50.000 a 1:200.000 nascimentos. O objetivo deste relato é apresentar o manejo anestésico e os desafios perioperatórios para cirurgia de separação. Relato de caso: Gêmeos toraco-onfalópagos foram diagnosticados por ultrassonografia e acompanhados pela equipe de medicina fetal do serviço. Após 11 horas da cesárea, a equipe cirúrgica pediátrica optou pela separação dos gêmeos. Foram monitorados com cardioscopia, oximetria, capnografia, termômetro nasofaríngeo, débito urinário e pressão arterial não invasiva. Optou-se por indução inalatória com oxigênio e sevoflurano a 4%. O G1 foi intubado com tubo orotraqueal 3,5 sem cuff e após três tentativas de intubação do G2 sem sucesso usou-se máscara laríngea número 1. Após obtenção da via aérea nos gêmeos, complementou-se indução com fentanil, propofol e rocurônio. Ventilação mecânica no modo pressão controlada 6 ml.kg-1 e peridural lombar L1-L2 com ropivacaína 0,2% (2,5 mg.kg-1). A equipe cirúrgica pediátrica iniciou a separação dos gêmeos através de esternotomia, ligadura de vasos hepáticos. Após duas horas de procedimento, a separação foi concluída, prosseguiram-se o tratamento cirúrgico de G1 e os cuidados de G2 até o óbito. Conclusões: A cirurgia de separação de gêmeos conjugados é um desafio, requer planejamento e coordenação de uma equipe multidisciplinar durante todos os estágios.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Background and objectives: Conjoined twins are monozygotic twins physically joined at some part of the body. This is a rare phenomenon, estimated between 1:50,000 and 1:200,000 births. The objective of this report is to present the anesthetic management and the perioperative challenges for a separation surgery. Case report: Thoraco-omphalopagus twins were diagnosed by ultrasound and were followed by the fetal medicine team of the service. After 11 h of cesarean surgery, the pediatric surgical team chose to separate the twins. They were monitored with cardioscopy, oximetry, capnography, nasopharyngeal thermometer, urinary output, and non-invasive blood pressure. We chose inhaled induction with oxygen and 4% Sevoflurane. T1 patient was intubated with a 3.5 uncuffed endotracheal tube, and, after three unsuccessful intubation attempts of patient T2, a number 1 laryngeal mask was used. After securing the twins’ airway, the induction was supplemented with fentanyl, propofol, and rocuronium. Mechanical ventilation in controlled pressure mode (6 mL.kg−1) and lumbar epidural (L1-L2) with 0.2% ropivacaine (2.5 mg.kg−1) were used. The pediatric surgical team initiated the separation of the twins via sternotomy, ligation of hepatic vessels. After 2 hours of procedure, the separation was completed, continuing the surgical treatment of T1 and the support of T2 until his death. Conclusions: Conjoined twin separation surgery is a challenge, which requires planning and coordination of a multidisciplinary team during all stages.
  • Bradicardia grave e assistolia associadas ao sugamadex: relato de caso Clinical Information

    Oliveira, Catarina; Marques, Catarina; Simões, Vânia; Spencer, Leina; Poeira, Rita; Casteleira, Margarida

    Resumo em Português:

    Resumo Justificativa e objetivos: O sugamadex é uma gama ciclodextrina modificada, o primeiro agente seletivo para reversão do bloqueio neuromuscular induzido pelos relaxantes musculares não despolarizantes do tipo esteroide, com maior afinidade para o rocurônio. Neste artigo apresentamos um caso de bradicardia grave e assistolia após administração de sugamadex. Relato do caso: Doente do sexo masculino, 54 anos, ASA II, com antecedentes pessoais de hipertensão, dislipidemia e obesidade, submetido à herniorrafia umbilical em regime de urgência sob anestesia geral balanceada. O relaxamento muscular intraoperatório foi mantido com rocurônio. No fim da cirurgia o doente mantinha bloqueio neuromuscular com duas respostas no TOF, pelo que foi administrado sugamadex 200 mg. Cerca de trinta segundos após a sua administração, o doente desenvolveu bradicardia acentuada (FC 30 bpm) seguida de período de assistolia. Conclusões: A bradicardia e a assistolia documentadas foram atribuídas à administração do sugamadex. Este caso evidencia que, apesar de rara, a parada cardíaca é um efeito adverso possível desse fármaco e que o conhecimento dessa situação pode ser determinante para a evolução do doente.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Background and objectives: Sugamadex is a modified gamma-cyclodextrin, the first selective agent for reversal of neuromuscular blockade induced by steroidal non-depolarizing muscle relaxants, with greater affinity for rocuronium. In this article we present a case of severe bradycardia and asystole following sugammadex administration. Case report: A 54-year-old male patient, ASA II, with a history of hypertension, dyslipidemia and obesity, who underwent an emergency umbilical herniorrhaphy under balanced general anesthesia. Intraoperative muscle relaxation was maintained with rocuronium. At the end of the surgery, the patient maintained a neuromuscular block with two TOF responses, and sugammadex (200 mg) was administered. About thirty seconds after its administration, the patient developed marked bradycardia (HR 30 bpm) followed by asystole. Conclusions: Documented bradycardia and asystole were attributed to the administration of sugammadex. This case shows that, although rare, cardiac arrest is a possible adverse effect of this drug, and that the knowledge of this situation can be determinant for the patient’s evolution.
  • Edema pulmonar por pressão negativa: relato de casos e revisão da literatura Clinical Information

    Silva, Luisa Almeida Rodrigues; Guedes, Alexandre Almeida; Salgado, Marcello Fonseca; Chaves, Leandro Fellet Miranda; Araújo, Fernando de Paiva

    Resumo em Português:

    Resumo Justificativa e objetivos: O edema pulmonar por pressão negativa ocorre por aumento da pressão negativa intratorácica após inspiração contra via aérea superior obstruída. A pressão gerada é transmitida aos capilares pulmonares e supera a pressão de equilíbrio hidrostático, o que causa extravasamento de líquido para o parênquima pulmonar e alvéolos. Em anestesiologia, situações comuns como laringoespasmo e obstrução de via aérea superior podem desencadear essa complicação, que apresenta considerável morbidade e exige diagnóstico e propedêutica imediatos. A desobstrução das vias aéreas superiores, ventilação não invasiva com pressão positiva, oxigênio suplementar e, se necessário reintubação com ventilação mecânica são a base da terapia. Relato de caso: Caso 1: Masculino, 52 anos, submetido a apendicectomia sob anestesia geral com intubação orotraqueal, uso de bloqueador neuromuscular adespolarizante, revertido com anticolinesterásico; apresentou laringoespasmo após extubação, seguido de edema pulmonar. Caso 2: Feminino, 23 anos, submetida a mamoplastia redutora sob anestesia geral com intubação orotraqueal, bloqueador neuromuscular adespolarizante revertido com anticolinesterásico, apresentou inspiração contra glote fechada após extubação, tratada com ventilação não invasiva com pressão positiva; após uma hora apresentou edema pulmonar. Caso 3: Masculino, 44 anos, submetido a ureterolitotripsia sob anestesia geral, sem bloqueador neuromuscular, apresentou laringoespasmo após retirada de máscara laríngea e evoluiu com edema pulmonar. Caso 4: Masculino, sete anos, submetido a redução cruenta de fratura sob anestesia geral com intubação orotraqueal, uso de bloqueador neuromuscular adespolarizante; apresentou laringo-espasmo revertido com ventilação não invasiva com pressão positiva após extubação, seguidode edema pulmonar. Conclusões: O anestesiologista deve evitar que o paciente faça inspiração forçada contra glotefechada, além de ser capaz de reconhecer e tratar os casos de edema pulmonar por pressãonegativa.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Background and objectives: Negative pressure pulmonary edema occurs by increased intrathoracic negative pressure following inspiration against obstructed upper airway. The pressure generated is transmitted to the pulmonary capillaries and exceeds the pressure of hydrostatic equilibrium, causing fluid extravasation into the pulmonary parenchyma and alveoli. In anesthesiology, common situations such as laryngospasm and upper airway obstruction can trigger this complication, which presents considerable morbidity and requires immediate diagnosis and propaedeutics. Upper airway patency, noninvasive ventilation with positive pressure, supplemental oxygen and, if necessary, reintubation with mechanical ventilation are the basis of therapy. Case report: Case 1: Male, 52 years old, undergoing appendectomy under general anesthesia with orotracheal intubation, non-depolarizing neuromuscular blocker, reversed with anticholinesterase, presented with laryngospasm after extubation, followed by pulmonary edema. Case 2: Female, 23 years old, undergoing breast reduction under general anesthesia with oro-tracheal intubation, non-depolarizing neuromuscular blocker, reversed with anticholinesterase,presented with inspiration against closed glottis after extubation, was treated with non-invasiveventilation with positive pressure; after 1 hour, she had pulmonary edema. Case 3: Male, 44 yearsold, undergoing ureterolithotripsy under general anesthesia, without neuromuscular blocker,presented with laryngospasm after laryngeal mask removal evolving with pulmonary edema. Case 4: Male, 7 years old, undergoing crude fracture reduction under general anesthesia withorotracheal intubation, non-depolarizing neuromuscular blocker, presented with laryngospasmreversed with non-invasive ventilation with positive pressure after extubation, followed bypulmonary edema. Conclusions: The anesthesiologists should prevent the patient from perform a forced inspirationagainst closed glottis, in addition to being able to recognize and treat cases of negative pressurepulmonary edema.
Sociedade Brasileira de Anestesiologia R. Professor Alfredo Gomes, 36, 22251-080 Botafogo RJ Brasil, Tel: +55 21 2537-8100, Fax: +55 21 2537-8188 - Campinas - SP - Brazil
E-mail: bjan@sbahq.org