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Jornal Brasileiro de Psiquiatria, Volume: 69, Número: 2, Publicado: 2020
  • COVID-19 pandemics and mental health: In times like these, we learn to live again Editorial

    Luz, Mariana Pires; Berger, William
  • New connections, new horizons: Jornal Brasileiro de Psiquiatria and Neuroscience Editorial

    Monteiro-Junior, Renato Sobral
  • Acurácia do teste de fluência semântica para separar pessoas saudáveis de pacientes com doença de Alzheimer em uma população de baixa escolaridade Original Article

    Neves, Tatiana Reis Fabiano; Araújo, Narahyana Bom de; Silva, Felipe de Oliveira; Ferreira, José Vinícius Alves; Nielsen, Thomas Rune; Engedal, Knut; Laks, Jerson; Deslandes, Andrea Camaz

    Resumo em Português:

    RESUMO Objetivo Avaliar a acurácia de duas categorias semânticas do teste de fluência verbal (categorias de supermercado e animal) para separar idosos saudáveis e pacientes com doença de Alzheimer com baixa escolaridade. Métodos Avaliamos 69 idosos com menos de 5 anos de escolaridade, consistindo em 31 idosos saudáveis e 38 pacientes diagnosticados com a doença de Alzheimer. A fluência verbal semântica foi avaliada nas categorias animal e supermercado. O teste de Mann-Whitney U e o teste t independente foram usados para comparar os dois grupos, e a precisão diagnóstica dos testes foi analisada por sensibilidade, especificidade, razão de verossimilhança e área sob a curva (AUC). Resultados Encontramos uma diferença significativa entre os grupos de idosos saudáveis e com doença de Alzheimer, tanto na fluência verbal de animais (p = 0,014) quanto na de supermercado (p < 0,001). A categoria supermercado apresentou melhor precisão diagnóstica geral (AUC = 0,840; IC 95% = 0,746-0,933; p < 0,001) em comparação com a categoria animal (AUC = 0,671; IC 95% = 0,543-0,800; p = 0,014). Conclusão A categoria supermercado de fluência verbal semântica fornece melhor acurácia do que a categoria animal para a identificação de demência em uma população idosa brasileira com baixo nível educacional.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT Objective Evaluate the accuracy of two semantic categories of the verbal fluency test (supermarket and animal categories) to separate healthy elderly individuals and lower educated Alzheimer’s disease patients. Methods We evaluated 69 older adults with less than 5 years of schooling, consisting of 31 healthy elderly, and 38 patients diagnosed with Alzheimer’s disease. Semantic verbal fluency was evaluated using the animal and supermarket categories. Mann-Whitney U and Independent t Tests were used to compare the two groups, and the diagnostic accuracy of the tests was analyzed by sensitivity, specificity, likelihood ratio’s, and the Area Under the Curve (AUC). Results We found a significant difference between the healthy older and Alzheimer’s disease groups, in both, animal (p = 0.014) and supermarket verbal fluency (p < 0.001). The supermarket category showed better overall diagnostic accuracy (AUC = 0.840, 95% CI = 0.746-0.933; p < 0.001) compared to the animal category (AUC = 0.671, 95% CI = 0.543-0.800; p = 0.014). Conclusion The supermarket category of semantic verbal fluency provides better accuracy than the animal category for the identification of dementia in a Brazilian elderly population with low educational level.
  • Floor Maze Test como preditor de declínio cognitivo em idosos residentes de instituições de longa permanência Original Article

    Almeida, Creso Alberto Bem de; Figueiredo, Luiz Felipe da Silva; Plácido, Jéssica; Silva, Felipe de Oliveira; Maciel-Pinheiro, Paulo de Tarso; Monteiro-Junior, Renato Sobral; Deslandes, Andrea Camaz; Laks, Jerson

    Resumo em Português:

    RESUMO Objetivo Pesquisas em instituições de longa permanência para idosos (ILPI) mostram uma associação entre o aumento de risco de declínio cognitivo e o comprometimento das habilidades de navegação espacial dos idosos. A navegação espacial pode ser definida como uma habilidade complexa, que depende de funções cognitivas e motoras, emergindo como um importante marcador de estadiamento da demência. O presente estudo teve por objetivo comparar a navegação espacial de idosos saudáveis; institucionalizados e com demência Métodos Foi realizado um estudo de corte transversal com 78 idosos (saudáveis = 37, demência = 22, institucionalizados = 19) avaliados por meio do Miniexame do estado mental (MEEM), Floor Maze Test (FMT) e 8-foot-up-and-go (8UG). Uma ANOVA One-way foi realizada para comparar os grupos. Resultados Como esperado, o grupo saudável foi mais ágil, tanto no FMT imediato ( X 2 = 31,23; p < 0,01) quanto no tardio ( X 2 = 41,21; p < 0,01). Quando comparados os grupos demência e institucionalizados, não houve diferença significativa no MEEM e FMT tardio. Porém, os idosos institucionalizados mostraram piores resultados que o grupo demência no FMT imediato (p < 0,01) e no teste 8UG (p < 0,01). Conclusão Os resultados indicam um pior desempenho na navegação espacial, função executiva e habilidades motoras dos idosos em ILPI e com demência. A possibilidade de idosos institucionalizados serem subdiagnosticados deve ser considerada.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT Objective Long-term care facilities (LTCF) are associated with an increased risk of cognitive decline and impairment in spatial navigation abilities. Recent studies have demonstrated that spatial navigation as a complex skill, involving cognitive and motor functions, emerging as a new marker for the progression of dementia. The present study aims to compare spatial navigation in healthy, institutionalized, and AD elderly subjects. Methods In a cross-sectional study, we evaluated 78 elderly individuals (healthy = 37, AD = 22, institutionalized = 19) using the Mini-Mental State Examination (MMSE), Floor Maze Test (FMT) and 8-foot-up-and-gotest (8UG) to assess global cognitive function, spatial navigation and motor function, respectively. Results In the FMT, the immediate maze time (IMT) and delay maze time (DMT) were significantly shorter in the healthy group than those of the institutionalized and AD groups ( X 2 = 31.23; p < 0.01) and ( X 2 = 41.21; p < 0.01), while there were no significant differences between the AD and institutionalized groups in terms of the DMT and MMSE results. However, the institutionalized group showed worse results in terms of IMT (p < 0.01) and 8UG (p < 0.01) than those in the dementia group. Conclusion Our results indicate that both institutionalized older people and patients with Dementia have a deficit in the spatial navigation ability, cognitive functions and motor skills. We should consider that there might be a possibility of underdiagnosis in institutionalized older people.
  • Violência doméstica e risco de problemas de internalização e externalização em adolescentes com familiares apresentando transtornos por uso de substâncias Original Article

    Vilela, Thaís dos Reis; Rocha, Marina Monzani da; Figlie, Neliana Buzi; Pillon, Sandra Cristina; Diehl, Alessandra; Mari, Jair de Jesus

    Resumo em Português:

    RESUMO Objetivo Investigar a associação entre exposição à violência doméstica e aumento do risco de problemas internalizantes e externalizantes e uso de substâncias entre adolescentes que vivem em famílias com transtorno por uso de substâncias (TUS) em uma comunidade de baixa renda de São Paulo, Brasil. Métodos Estudo transversal com 102 adolescentes de 12 a 17 anos (M = 14,2, DP = 1,7) que vivem com familiares com TUS. Os desfechos foram avaliados por meio do Inventário de Autoavaliação para Adolescentes (YSR), questionários de fatores de estresse psicossociais, Drug Use Screening Inventory (DUSI) e Inventário de Frases de Violência Doméstica (IFVD). Resultados A amostra apresentou altas taxas de problemas emocionais/comportamentais no YSR, sendo 24,5% com escores na faixa clínica para Problemas Internalizantes, 21,6% para Problemas Externalizantes e 26,5% para Problemas Totais. A presença de problemas de saúde mental foi preditora do uso de substâncias (RP = 2,22; IC 95% = 1,2-4,13) e o uso de substâncias foi preditor do aumento da prevalência de problemas emocionais/comportamentais. O uso de álcool prediz mais do que o dobro do risco de problemas emocionais/comportamentais (RP = 2,01; IC 95% = 1,08-3,76), enquanto o uso de substâncias ilícitas esteve associado com um aumento de quase três vezes na prevalência de Problemas Internalizantes (RP = 2,87; IC 95% = 1,19-6,89) e Externalizantes (RP = 3,3; IC 95% = 1,35-8,04). Conclusão Adolescentes que convivem diretamente com familiares com TUS estão em risco para o desenvolvimento de problemas emocionais/comportamentais. Os achados reforçam a necessidade de políticas públicas que incluam programas de proteção para adolescentes que vivem em famílias com transtornos causados pelo uso de substâncias.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT Objective To investigate the association between exposure to domestic violence and increased risk of internalizing and externalizing problems and substance use among adolescents living with relatives with substance use disorder (SUD) at a low-income community of São Paulo, Brazil. Methods A cross-sectional study was conducted with 102 adolescents aged 12-17 years (M = 14.2, SD = 1.7) who were living with relatives suffering from SUD. Outcomes were measured using the Youth Self-Report (YSR), psychosocial stress factors questionnaire, Drug Use Screening Inventory (DUSI) and Phrase Inventory of Intrafamily Child Abuse (PIICA). Results The sample presented high prevalence of emotional/behavioral problems with YSR’s scores in the clinical range for Internalizing Problems (24.5%), Externalizing Problems (21.6%), and Total Problems (26.5%). The presence of mental health problems predicted substance use (PR = 2.22; 95% CI = 1.2-4.13), and substance use predicted increased risk of mental health problems. Alcohol use predicted more than double the risk of emotional/behavioral problems (PR = 2.01; 95% CI = 1.08-3.76), while illicit drug use was associated with an almost threefold increase in the prevalence of Internalizing (PR = 2.87; 95% CI = 1.19-6.89) and Externalizing Problems (PR = 3.3; 95% CI = 1.35-8.04). Conclusion Adolescents of relatives with SUD are at risk of developing emotional and behavioral problems. These findings reinforce the need to develop public mental health policies, which include protective interventions to adolescents living in families affected by substance use disorders.
  • Adolescentes usuários de serviço de saúde mental: avaliação da percepção de melhora com o tratamento Original Article

    Rodrigues, Thayane Alves dos Santos; Rodrigues, Lauane Pereira de Sousa; Cardoso, Ângela Maria Rosas

    Resumo em Português:

    RESUMO Objetivo Avaliar a mudança percebida pelos adolescentes usuários de um serviço ambulatorial especializado de saúde mental infantojuvenil. Métodos Estudo transversal com amostragem por conveniência. Foram realizadas entrevistas individuais com questionário que inclui questões demográficas e socioeconômicas, juntamente com a Escala de Mudança Percebida – versão paciente, validada no Brasil. Essa escala aborda mudanças percebidas em diversas dimensões da vida: ocupação, saúde física, aspectos psicobiológicos, sono, relacionamento e estabilidade emocional. O estudo foi realizado de agosto de 2017 a novembro de 2018, abrangendo 100 adolescentes de 12 a 18 anos em tratamento no serviço, no mínimo há 6 meses. Resultados A maioria foi do sexo feminino (64,0%), com idade entre 16 e 18 anos (48,0%), atendida há mais de um ano (84,0%). Os diagnósticos mais citados pelos adolescentes foram transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (39%) e transtornos de ansiedade (36%). O resultado da avaliação global apontou o sentimento de melhora em 83% dos participantes; quanto à mudança percebida nos itens da escala relacionados à melhora, incluem-se: interesse em trabalhar (71,0%), convivência com a família (67,0%) e interesse pela vida (60,0%). Conclusão A avaliação da assistência à saúde oferecida pelos serviços públicos de saúde mental é um importante indicador de qualidade e resolutividade das ações, possibilitando identificar os aspectos a serem aperfeiçoados ou reforçados nos processos de trabalho, a fim de favorecer melhores práticas de cuidado na infância e na adolescência.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT Objective To evaluate the change perceived by adolescents, who are users of a specialized outpatient mental health service for children and adolescents. Methods Cross-sectional study with convenience sampling. Individual interviews were conducted with a questionnaire that includes demographic and socioeconomic questions, together with the Perceived Change Scale – patient version, validated in Brazil. This scale addresses perceived changes in several dimensions of life: occupation, physical health, psychobiological aspects, sleep, relationship and emotional stability. The study was conducted from August 2017 to November 2018, covering 100 adolescents between 12 and 18 years undergoing treatment in the service for at least 6 months. Results The majority were female (64.0%), aged between 16 and 18 years (48.0%), attended for more than one year (84.0%). The most cited diagnoses by teenagers were attention deficit hyperactivity disorder (39%) and anxiety disorders (36%). The result of the global evaluation showed the feeling of improvement in 83% of the participants; regarding the perceived change in the items of the scale related to improvement, they include: interest in working (71.0%), coexistence with family (67.0%) and interest in life (60.0%). Conclusion The evaluation of health care offered by public mental health services is an important indicator of quality and resoluteness of actions, making it possible to identify the aspects to be improved or reinforced in work processes, in order to favor better care practices in childhood and adolescence.
  • Uso do celular antes de dormir: um fator com maior risco para sonolência excessiva em adolescentes de escolas militares Original Article

    Souza, Evanice Avelino de; Pinto, Julio Cesar Barbosa de Lima; Alves, Felipe Rocha

    Resumo em Português:

    RESUMO Objetivo Investigar a prevalência de sonolência diurna excessiva (SDE) e os fatores associados em adolescentes de escolas militares. Métodos Participaram 466 adolescentes do ensino médio (15 a 17 anos) de ambos os sexos (230 homens). Os participantes foram entrevistados sobre as características sociodemográficas e sobre a duração de sono (semana e final de semana), adotando-se valores < 8 horas de sono como tempo insuficiente de sono. A SDE foi avaliada com a escala de sonolência de Epworth, na qual os adolescentes que obtivessem escores ≥ 10 apresentavam SDE. Resultados A prevalência geral de SDE foi de 34,1%. A média de horas de sono foi de 6,9 h (±1,85) em dias da semana e de 8,5 h (±1,96) nos fins de semana. Identificou-se que 60% dos adolescentes apresentaram baixa duração do sono semanal (p = 0,05). Observaram-se, no modelo final de regressão, maiores riscos de SDE nos indivíduos com baixa duração de sono (OR: 1,55; IC de 95%: 1,04-2,31) e que utilizavam o celular antes de dormir (OR: 4,30; IC de 95%: 2,00-9,23). Conclusão A SDE foi fortemente associada ao uso de celular antes de dormir. Outros fatores associados são sono insuficiente e estudar em tempo integral. Medidas educacionais, administrativas e de saúde são necessárias para melhorar o sono em adolescentes.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT Objective To investigate the prevalence of excessive daytime sleepiness (EDS) and associated factors in adolescents attending military schools. Methods 466 high school students (15-17 years old) of both sexes (230 men) participated. Participants were interviewed about sociodemographic characteristics and sleep duration (week and weekend), adopting values < 8 hours of sleep as insufficient sleep time. EDS was assessed with the Epworth Sleepiness Scale; where students with scores ≥ 10 had EDS. Results The overall prevalence of EDS was 34.1%. The mean for sleep hours was 6.9 h (±1,85) on weekdays and 8.5 h (±1.96) on weekends. It was identified that 60% of the adolescents presented short weekly sleep duration (p = 0.05). In the final regression model, higher EDS risks were observed in those subjects that had a short sleep duration (OR: 1.55; 95% CI: 1.04-2.31) and those that used the cell phone before bedtime (OR: 4.30; 95% CI: 2.00-9.23). Conclusion EDS was strongly associated with cell phone use before bedtime. Other associated factors are insufficient sleep and studying full-time. Educational, administrative and health measures are needed to improve sleep in adolescents.
  • Ortorexia nervosa e imagem corporal em adolescentes e adultos Original Article

    Lorenzon, Luís Felipe Lopes; Minossi, Patrícia Beatriz Pedroso; Pegolo, Giovana Eliza

    Resumo em Português:

    RESUMO Objetivo Identificar a frequência do comportamento de risco para ortorexia nervosa em uma amostra de indivíduos com idades entre 18 e 60 anos e associar com o estado nutricional (classificação do peso corporal) variáveis sociodemográficas e imagem corporal. Métodos Trata-se de um estudo transversal constituído por indivíduos de ambos os sexos. Utilizou-se o questionário ORTO-15 (com pontos de corte < 40 e < 35) para a identificação de comportamentos de risco para ortorexia e a Escala de Silhuetas para a imagem corporal. O estado nutricional foi avaliado por meio do índice de massa corporal, com peso e altura autorreferidos. Para a análise dos dados, aplicou-se o teste qui-quadrado, com nível de significância de 5%. Resultados Participaram 430 indivíduos, sendo 56,7% (n = 244) mulheres, com idade para ambos os sexos entre 18,1 e 59,9 anos. Constatou-se maior número de participantes com risco para ortorexia ao utilizar o ponto de corte < 40 (91,4%, n = 393) quando comparado ao ponto de corte < 35 (54,4%, n = 234) (p < 0,0001). O estado nutricional não esteve associado ao comportamento ortoréxico (< 35, p = 0,68; < 40, p = 0,69), bem como à imagem corporal, em ambos os sexos (< 40 e < 35). A idade entre 40 e 60 anos associou-se com a presença de ortorexia (< 35) (p = 0,0005), enquanto não houve associação com as variáveis sexo, escolaridade, estado civil e renda (< 40 e < 35). Conclusão Os resultados do presente estudo indicam alta frequência de comportamento de risco para ortorexia. Sugerimos a investigação da frequência nos diversos segmentos populacionais e dos fatores associados ao desenvolvimento de atitudes ortoréxicas.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT Objective To identify the frequency of risky behavior for orthorexia nervosa in a sample of individuals aged between 18 and 60 years and associate it with nutritional status (classification of body weight), sociodemographic variables and body image. Methods This is a cross-sectional study of individuals of both sexes. The ORTO-15 questionnaire (with cutoff points < 40 and < 35) was used to identify risk behaviors for orthorexia and the Silhouette Scale for body image perception. Nutritional status was assessed by body mass index, with self-reported weight and height. For data analysis, the chi-square test was applied, with a significance level of 5%. Results 430 individuals participated, being 56.7% (n = 244) women, aged between 18.1 and 59.9 years for both sexes. There was a higher number of participants at risk for orthorexia when using the cutoff < 40 (91.4%, n = 393) when compared to the cutoff < 35 (54.4%, n = 234) (p < 0.0001). Nutritional status was not associated with orthorexic behavior (< 35, p = 0.68; < 40, p = 0.69), as well as body image in both sexes (< 40 and < 35). Age between 40 and 60 years was associated with the presence of Orthorexia (< 35) (p = 0.0005), while there was no association with gender, education, marital status and income (< 40 and < 35). Conclusion The results of the present study indicate a high frequency of risk behavior for Orthorexia. We suggest investigating the frequency in the various population segments and the factors associated with the development of orthorexic attitudes.
  • Prevalência e correlatos do transtorno de ansiedade generalizada em idosos atendidos em atenção primária Brief Communication

    Menta, Caroline; Bisol, Luísa Weber; Nogueira, Eduardo Lopes; Engroff, Paula; Cataldo Neto, Alfredo

    Resumo em Português:

    RESUMO Objetivo Examinar a prevalência do transtorno de ansiedade generalizada (TAG) em idosos e suas associações com fatores sociodemográficos e de saúde. Métodos Estudo transversal, composto por uma amostra de base populacional de 578 indivíduos com 60 anos ou mais, participantes do programa Estratégia Saúde da Família (ESF) de Porto Alegre, RS, Brasil. Agentes de saúde treinados realizaram coleta de dados dos indivíduos durante as visitas domiciliares. A avaliação diagnóstica psiquiátrica foi realizada por psiquiatras, no Hospital São Lucas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), por meio da aplicação do Mini International Neuropsychiatric Interview plus (MINIplus). Resultados O TAG foi encontrado em 9% (n = 52; IC 95% = 6,9-11,6) da amostra. Os principais resultados da análise multivariada evidenciaram associações entre TAG e aposentadoria (RP: 0,43; IC: 0,25-0,76), história de quedas (RP: 2,52; IC: 1,42-4,49), coabitação com quatro ou mais pessoas (RP: 1,80; IC: 1,04-3,13), ter mais de uma hospitalização no último ano (RP: 2,53, IC: 1,17-5,48) e autopercepção de saúde avaliada como regular (RP: 2,75, IC: 1,02-7,47). Idosos aposentados apresentaram risco 2,32 menor de TAG, embora fatores confundidores possam ter superestimado esse achado e subestimado a associação com gênero feminino (RP: 1,61; IC: 0,83-3,10). Conclusões Estimou-se uma alta prevalência de TAG nessa população de idosos. Foram encontradas associações de TAG com autopercepção de saúde regular, coabitação com quatro ou mais pessoas, mais de uma hospitalização no último ano e história de quedas. Esses dados oriundos da Estratégia Saúde da Família são importantes para o desenvolvimento de estratégias adicionais que possam melhorar a prática de assistência à saúde na população idosa.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT Objective To examine the prevalence of generalized anxiety disorder (GAD) and its associations with sociodemographic and health factors. Methods A cross-sectional study with a population-based sample of 578 individuals aged 60 years or older from the Family Health Strategy (FHS) program of Porto Alegre, RS, Brazil. Home visit screening and general data collection were made by trained Community Health Workers (CHWs). Diagnoses of psychiatric disorders were made by board-certified psychiatrists using the Mini International Neuropsychiatric Interview plus (MINIplus) in the Hospital São Lucas of the Pontifical University of Rio Grande do Sul (PUCRS). Results GAD was found in 9% of the sample (n = 52; CI 95% = 6.9-11.6). The main results of the multivariate analysis show associations between GAD and retirement (PR: 0.43, CI: 0.25-0.76), history of falls (PR: 2.52, CI: 1.42-4.49), cohabitation with four or more people (PR: 1.80, CI: 1.04-3.13), having more than one hospitalization in the last year (PR: 2.53, CI: 1.17-5.48) and self-perception of health as regular (PR: 2.75, CI: 1.02-7.47). Retirement in the elderly shows 2.32x less risk of GAD, although confounding factors may have overestimated this finding and underestimated the association with female gender (PR: 1.61, CI: 0.83-3.10). Conclusions We estimate a high prevalence of GAD in this population. Associations were found between GAD and health self-perceived as regular, cohabitation with four or more people, history of falls and more than one hospitalization in the last year. These epidemiological data from the Family Health Strategy are important to develop further strategies for this age group that could improve the health care practice.
  • Metacognição no transtorno bipolar: uma revisão sistemática Literature Review

    Silva, Rafael de Assis da; Tancini, Marcelo Baggi; Cheniaux, Elie; Mograbi, Daniel C.

    Resumo em Português:

    RESUMO Objetivo Realizar uma revisão sistemática investigando a metacognição no transtorno bipolar (TB). Os objetivos secundários incluem explorar os correlatos clínicos e sociodemográficos da metacognição no TB e como a metacognição varia de acordo com o estado afetivo, estabelecer uma comparação com outros transtornos mentais e investigar se as intervenções metacognitivas no TB são eficazes ou não. Métodos Realizou-se uma revisão sistemática da literatura científica sobre a metacognição em pacientes com TB. Foram buscados estudos clínicos originais sobre o tema nas bases de dados Medline, ISI , PsycINFO e SciELO. Os termos de busca empregados foram: “metacognition” OR “metacognitive” OR “metamemory” AND “bipolar” OR “mania” OR “manic” . Resultados Foram selecionados nove artigos. A metacognição parece estar mais prejudicada no TB do que em controles e menos prejudicada do que na esquizofrenia. Por sua vez, parece não haver diferença entre bipolares e deprimidos unipolares quanto à capacidade metacognitiva. Maior nível educacional e maior duração da doença parecem estar associados a uma melhor capacidade metacognitiva, enquanto a maior gravidade dos sintomas de TB está associada a uma pior metacognição. O treinamento metacognitivo em pacientes com TB é uma perspectiva clínica promissora. Conclusão Os estudos sobre metacognição no TB são escassos, mas a literatura existente indica possíveis fatores clínicos e sociodemográficos associados a pior metacognição no transtorno, sugerindo também que intervenções terapêuticas metacognitivas podem ser clinicamente relevantes para o manejo do TB.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT Objective To perform a systematic review investigating metacognition in bipolar disorder (BD). Secondary objectives include exploring clinical and sociodemographic correlates of metacognition in BD, how metacognition varies according to affective state, establishing a comparison with other mental disorders, and investigating whether metacognitive interventions in BD are effective or not. Methods A systematic review of the scientific literature on metacognition in BD patients was carried out. Original clinical studies on the subject were searched in the Medline, ISI, PsycINFO and SciELO databases. The search terms included were: “metacognition” OR “metacognitive” OR “metamemory” AND “bipolar” OR “mania” OR “manic”. Results A total of nine articles were selected. Metacognition appears to be more impaired in BD than in controls, but less impaired than in schizophrenia. There seems to be no difference between bipolar and unipolar depression regarding metacognitive capacity. Higher educational level and longer duration of illness seem to be associated with better metacognitive capacity, while higher severity of BD symptoms is linked to worse metacognition. Metacognitive training in BD patients is a promising clinical perspective. Conclusion Studies on metacognition in BD are scarce, but the existing literature indicates potential clinical and sociodemographic factors associated with poorer metacognition in the disorder, also suggesting that metacognitive therapeutic interventions may be clinically relevant for the management of BD.
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