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Arquivos Brasileiros de Cardiologia, Volume: 107, Número: 1, Publicado: 2016
  • Papel do Internacional Journal of Cardiovascular Sciences na Ampliação das Publicações Brasileiras em Cardiologia e Ciências Cardiovasculares Editorial

    Moreira, Luiz Felipe P.
  • Terapia Hormonal para Tratamento da Remodelação Cardíaca: Existem Evidências? Editorial

    Cicchetto, Luís Alexandre F.; Polegato, Bertha F.; Zornoff, Leonardo A. M.
  • Colchicina para Redução de Fibrilação Atrial em Pós-Operatório de Revascularização Miocárdica Original Articles

    Zarpelon, Camila Stuchi; Netto, Miguel Chomiski; Jorge, José Carlos Moura; Fabris, Cátia Carolina; Desengrini, Dieli; Jardim, Mariana da Silva; Silva, Diego Guedes da

    Resumo em Português:

    Resumo Fundamento: A alta prevalência de fibrilação atrial (FA) no pós-operatório de cirurgia de revascularização miocárdica ocasiona maior morbidade e mortalidade. Objetivos: Avaliar a eficácia da colchicina como profilaxia para FA no pós-operatório de cirurgia de revascularização miocárdica, o impacto da FA sobre o tempo de internação hospitalar e óbito e identificar fatores de risco para o seu aparecimento. Métodos: Entre maio de 2012 e novembro de 2013, 140 pacientes submetidos à cirurgia de revascularização miocárdica foram randomizados, 69 no grupo controle e 71 no grupo colchicina. A colchicina foi utilizada na dose de 1 mg via oral, duas vezes ao dia, no pré-operatório, e 0,5 mg, duas vezes ao dia, até a alta hospitalar. Dose única de 1 mg foi administrada aos internados 12 horas ou menos antes da cirurgia. Resultados: O desfecho primário foi a taxa de FA no pós-operatório de cirurgia de revascularização miocárdica. Os pacientes do grupo colchicina não apresentaram redução na incidência de FA em comparação aos do grupo controle (7,0% versus 13,0%, respectivamente; p = 0,271). Não houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos em relação à taxa de óbito por qualquer causa (5,6% versus 10,1%; p = 0,363) e ao tempo de internação (14,5 ± 11,5 versus 13,3 ± 9,4 dias; p = 0,490). Porém, o grupo colchicina apresentou maior taxa de infecção (26,8% versus 8,7%; p = 0,007). Conclusões: O uso da colchicina para profilaxia da FA no pós-operatório de revascularização miocárdica não se mostrou eficaz neste estudo. Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos número RBR-556dhr.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Background: The high prevalence of atrial fibrillation (AF) in the postoperative period of myocardial revascularization surgery increases morbidity and mortality. Objective: To assess the efficacy of colchicine to prevent AF in the postoperative period of myocardial revascularization surgery, the impact of AF on hospital length of stay and death, and to identify its risk factors. Methods: Between May 2012 and November 2013, 140 patients submitted to myocardial revascularization surgery were randomized, 69 to the control group and 71 to the colchicine group. Colchicine was used at the dose of 1 mg orally, twice daily, preoperatively, and of 0.5 mg, twice daily, until hospital discharge. A single dose of 1 mg was administered to those admitted 12 hours or less before surgery. Results: The primary endpoint was AF rate in the postoperative period of myocardial revascularization surgery. Colchicine group patients showed no reduction in AF incidence as compared to control group patients (7.04% versus 13.04%, respectively; p = 0.271). There was no statistically significant difference between the groups regarding death from any cause rate (5.6% versus 10.1%; p = 0,363) and hospital length of stay (14.5 ± 11.5 versus 13.3 ± 9.4 days; p = 0.490). However, colchicine group patients had a higher infection rate (26.8% versus 8.7%; p = 0.007). Conclusion: The use of colchicine to prevent AF after myocardial revascularization surgery was not effective in the present study. Brazilian Registry of Clinical Trials number RBR-556dhr.
  • Atividade Física e Perfil Lipídico no Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil) Original Articles

    Silva, Raquel Caroline da; Diniz, Maria de Fátima Haueisen Sander; Alvim, Sheila; Vidigal, Pedro Guatimosim; Fedeli, Ligia Maria Giongo; Barreto, Sandhi Maria

    Resumo em Português:

    Resumo Fundamento: A prática regular de atividade física (AF) induz alterações desejáveis nos níveis das lipoproteínas de alta densidade (HDL) e de baixa densidade (LDL) e dos triglicérides (TG), importantes fatores de risco cardiometabólico, mas persistem dúvidas se intensidade e duração da AF têm benefícios equivalentes. Objetivo: Investigar a associação da intensidade e da duração da AF com os níveis de HDL, LDL e TG. Métodos: Estudo transversal com 12.688 participantes da linha de base do Estudo Longitudinal da Saúde do Adulto que não usavam medicação para controle de lipídeos. Regressão linear múltipla foi usada para avaliar a associação, após ajustes por fatores sociodemográficos e de saúde, entre a intensidade e a duração da AF e os níveis de HDL, LDL e TG (logaritmo natural). Resultados: AF moderada e vigorosa bem como a prática de AF ≥ 150 min/semana foram associadas a maiores níveis de HDL. Maior intensidade de AF e AF ≥ 150 min/semana foram associadas a menores níveis de TG. Após ajustes, AF moderada e AF vigorosa aumentaram a média de HDL em 0,89 mg/dL e 1,71 mg/dL, respectivamente, e reduziram a média geométrica de TG em 0,98 mg/dL e 0,93 mg/dL, respectivamente. AF ≥ 150 min/semana aumentou a média de HDL em 1,05 mg/dL e reduziu a média geométrica de TG em 0,98 mg/dL. Conclusão: Nossos resultados reforçam os benefícios da AF sobre níveis de HDL e TG, sugerindo vantagem para a intensidade vigorosa quando comparada à recomendação baseada apenas na duração da AF.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Background: Regular physical activity (PA) induces desirable changes in plasma levels of high- and low-density lipoproteins (HDL and LDL, respectively) and triglycerides (TG), important risk factors for cardiometabolic diseases. However, doubts whether intensity and duration have equivalent benefits remain. Objective: To assess the association of PA intensity and duration with HDL, LDL and TG levels. Methods: Cross-sectional study with 12,688 participants from the Brazilian Longitudinal Study of Adult Health (ELSA-Brasil) baseline, who were not on lipid-lowering medication. After adjustment for important covariates, multiple linear regression was used to assess the association of PA intensity and duration with HDL, LDL and TG (natural logarithm) levels. Results: Both moderate and vigorous PA and PA practice ≥ 150 min/week were significantly associated with higher HDL and lower TG levels. Vigorous PA was associated with lower LDL only on univariate analysis. After adjustments, moderate and vigorous PA increased mean HDL level by 0.89 mg/dL and 1.71 mg/dL, respectively, and reduced TG geometric mean by 0.98 mg/dL and 0.93 mg/dL, respectively. PA practice ≥ 150 min/week increased mean HDL level by 1.05 mg/dL, and decreased TG geometric mean by 0.98 mg/dL. Conclusion: Our findings reinforce the benefits of both PA parameters studied on HDL and TG levels, with a slight advantage for vigorous PA as compared to the recommendation based only on PA duration.
  • Tendências da Taxa de Mortalidade por Doenças Cardiovasculares no Brasil, 1980-2012 Original Articles

    Mansur, Antonio de Padua; Favarato, Desidério

    Resumo em Português:

    Resumo Fundamento: Estudos questionaram a tendência de queda da mortalidade por doenças cardiovasculares (DCV) no Brasil nos últimos anos. Objetivo: analisar as tendências recentes na mortalidade por doença isquêmica do coração (DIC) e doenças cerebrovasculares (DCbV) na população brasileira. Métodos: dados de mortalidade e população foram obtidos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e Ministério da Saúde. O risco de morte foi ajustado pelo método direto, tendo como referência a população mundial de 2000. Foram analisadas, nos períodos de 1980-2006 e 2007-2012, as tendências da mortalidade em mulheres e homens. Resultados: houve diminuição da mortalidade por DCV e DCbV em mulheres e homens para ambos os períodos (p < 0,001). As variações anuais de mortalidade para os períodos de 1980-2006 e 2007-2012 foram, respectivamente: DCV total: -1,5% e -0,8%; DCV homens: -1,4% e -0,6%; DCV mulheres: -1,7% e -1,0%; DIC homens: -1,1% e 0,1%; DIC mulheres: -1,5% e 0,4%; DCbV homens: -1,7% e -1,4%; DCbV mulheres: -2,0% e -1,9%. De 1980 a 2006, houve diminuição da mortalidade por DIC em homens e mulheres (p < 0,001), mas de 2007-2012, as mudanças na mortalidade por DIC não foram significativas em homens [y = 151 + 0.04 (R2 = 0.02; p = 0,779)] e mulheres [y = 88-0.54 (R2 = 0,24; p = 0,320)]. Conclusão: A tendência da mortalidade por DIC parou de cair no Brasil de 2007 a 2012.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Background: Studies have questioned the downward trend in mortality from cardiovascular diseases (CVD) in Brazil in recent years. Objective: to analyze recent trends in mortality from ischemic heart disease (IHD) and stroke in the Brazilian population. Methods: Mortality and population data were obtained from the Brazilian Institute of Geography and Statistics and the Ministry of Health. Risk of death was adjusted by the direct method, using as reference the world population of 2000. We analyzed trends in mortality from CVD, IHD and stroke in women and men in the periods of 1980-2006 and 2007-2012. Results: there was a decrease in CVD mortality and stroke in women and men for both periods (p < 0.001). Annual mortality variations for periods 1980-2006 and 2007-2012 were, respectively: CVD (total): -1.5% and -0.8%; CVD men: -1.4% and -0.6%; CVD women: -1.7% and -1.0%; DIC (men): -1.1% and 0.1%; stroke (men): -1.7% and -1.4%; DIC (women): -1.5% and 0.4%; stroke (women): -2.0% and -1.9%. From 1980 to 2006, there was a decrease in IHD mortality in men and women (p < 0.001), but from 2007 to 2012, changes in IHD mortality were not significant in men [y = 151 + 0.04 (R2 = 0.02; p = 0.779)] and women [y = 88-0.54 (R2 = 0.24; p = 0.320). Conclusion: Trend in mortality from IHD stopped falling in Brazil from 2007 to 2012.
  • Evolução da Mortalidade por Doenças Cerebrovasculares e Hipertensivas no Brasil entre 1980 e 2012 Original Articles

    Villela, Paolo Blanco; Klein, Carlos Henrique; Oliveira, Gláucia Maria Moraes de

    Resumo em Português:

    Resumo Introdução: As doenças cerebrovasculares e hipertensivas estão entre as principais causas de óbito no mundo. Porém, existem poucos dados sobre o comportamento destas doenças ao longo dos anos. Objetivos: Avaliar a evolução temporal das taxas de mortalidade e mortalidade proporcional por doenças cerebrovasculares e hipertensivas, de acordo com sexo e idade, no Brasil entre 1980 e 2012. Métodos: Foram avaliadas as causas básicas de óbito, entre 1980 e 2012, em ambos os sexos e por grupos etários, para as doenças do aparelho circulatório (DAC), doenças cerebrovasculares (DCBV) e doenças hipertensivas (DHIP). Foram também avaliadas todas as causas (TC), causas externas (CE) e causas mal definidas (CMD) de óbito. Dados sobre óbitos e população foram obtidos do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Foram estimadas as taxas anuais brutas e padronizadas de mortalidade por 100.000 habitantes e os percentuais dos coeficientes de mortalidade proporcional. Resultados: Com exceção das CE, nas demais ocorreu elevação das taxas de mortalidade por 100 mil habitantes com o avanço da idade. Nas DAC, DCBV e DHIP, a mortalidade proporcional cresceu até a faixa dos 60-69 anos nos homens, e até 70-79 anos nas mulheres, com posterior estabilização em ambos os sexos. As taxas padronizadas de DAC e DCBV em ambos os sexos declinaram. Entretanto, as taxas de DHIP apresentaram comportamento oposto e aumentaram discretamente no período estudado. Conclusão: Apesar do declínio nas taxas de mortalidade padronizadas para as DAC e DCBV, houve crescimento dos óbitos por DHIP, o que pode estar relacionado a fatores ligados ao preenchimento das declarações de óbito, declínio das taxas de CMD e aumento na prevalência de hipertensão.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Background: Cerebrovascular and hypertensive diseases are among the main causes of death worldwide. However, there are limited data about the trends of these diseases over the years. Objective: To evaluate the temporal trends in mortality rates and proportional mortality from cerebrovascular and hypertensive diseases according to sex and age in Brazil between 1980 and 2012. Methods: We evaluated the underlying causes of death between 1980 and 2012 in both sexes and by age groups for circulatory diseases (CD), cerebrovascular diseases (CBVD), and hypertensive diseases (HD). We also evaluated death due to all causes (AC), external causes (EC), and ill-defined causes of death (IDCD). Data on deaths and population were obtained from the Department of Information Technology of the Unified Health System (Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde, DATASUS/MS). We estimated crude and standardized annual mortality rates per 100,000 inhabitants and percentages of proportional mortality rates. Results: With the exception of EC, the mortality rates per 100,000 inhabitants of all other diseases increased with age. The proportional mortality of CD, CBVD, and HD increased up to the age range of 60-69 years in men and 70-79 years in women, and reached a plateau in both sexes after that. The standardized rates of CD and CBVD declined in both sexes. However, the HD rates showed the opposite trend and increased mildly during the study period. Conclusion: Despite the decline in standardized mortality rates due to CD and CBVD, there was an increase in deaths due to HD, which could be related to factors associated with the completion of the death certificates, decline in IDCD rates, and increase in the prevalence of hypertension.
  • Dimensão Fractal na Quantificação da Disfunção Cardíaca Induzida por Hipertensão Pulmonar Experimental em Ratos Original Articles

    Pacagnelli, Francis Lopes; Sabela, Ana Karênina Dias de Almeida; Mariano, Thaoan Bruno; Ozaki, Guilherme Akio Tamura; Castoldi, Robson Chacon; Carmo, Edna Maria do; Carvalho, Robson Francisco; Tomasi, Loreta Casquel; Okoshi, Katashi; Vanderlei, Luiz Carlos Marques

    Resumo em Português:

    Resumo Fundamento: Insuficiência cardíaca direita apresenta grande morbimortalidade e pode ser causada por hipertensão arterial pulmonar. Um método diferenciado e inovador utilizado em avaliações histológicas é a dimensão fractal, que permite a caracterização de estruturas irregulares e complexas e pode quantificar alterações estruturais dos tecidos. Objetivo: Avaliar a utilização do método da dimensão fractal nos cardiomiócitos de ratos com hipertensão arterial pulmonar induzida por monocrotalina, associada com análise histológica e funcional. Métodos: Ratos Wistar machos foram divididos em 2 grupos: controle (C; n = 8) e hipertensão arterial pulmonar induzida por monocrotalina (M; n = 8). Após 5 semanas da indução da hipertensão arterial pulmonar pela monocrotalina, foi realizado ecocardiograma. Os animais foram eutanasiados, o coração dissecado e os ventrículos pesados para avaliação dos parâmetros anatômicos. Lâminas histológicas foram confeccionadas, coradas com hematoxilina/eosina para análise da dimensão fractal, realizada pelo método box-counting . Inicialmente foi testada a normalidade dos dados (teste Shapiro Wilk) e a comparação entre os grupos foi por meio do teste t de Student não pareado ou teste de Mann Whitney (p < 0,05). Resultados: Maiores valores da dimensão fractal foram observados no grupo M em comparação ao C (1,43 ± 0,06 vs. 1,37 ± 0,04; p < 0,05). O ecocardiograma apontou menores valores no grupo M para velocidade máxima pulmonar, tempo de aceleração pulmonar e tempo de ejeção, sugerindo piora funcional nesses animais, que também apresentaram hipertrofia cardíaca. Conclusão: As alterações observadas comprovam a disfunção cardíaca induzida pela hipertensão arterial pulmonar e apontam que a dimensão fractal é um método eficaz para avaliar alterações morfológicas cardíacas induzidas pela disfunção ventricular.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Background: Right-sided heart failure has high morbidity and mortality, and may be caused by pulmonary arterial hypertension. Fractal dimension is a differentiated and innovative method used in histological evaluations that allows the characterization of irregular and complex structures and the quantification of structural tissue changes. Objective: To assess the use of fractal dimension in cardiomyocytes of rats with monocrotaline-induced pulmonary arterial hypertension, in addition to providing histological and functional analysis. Methods: Male Wistar rats were divided into 2 groups: control (C; n = 8) and monocrotaline-induced pulmonary arterial hypertension (M; n = 8). Five weeks after pulmonary arterial hypertension induction with monocrotaline, echocardiography was performed and the animals were euthanized. The heart was dissected, the ventricles weighed to assess anatomical parameters, and histological slides were prepared and stained with hematoxylin/eosin for fractal dimension analysis, performed using box-counting method. Data normality was tested (Shapiro-Wilk test), and the groups were compared with non-paired Student t test or Mann Whitney test (p < 0.05). Results: Higher fractal dimension values were observed in group M as compared to group C (1.39 ± 0.05 vs. 1.37 ± 0.04; p < 0.05). Echocardiography showed lower pulmonary artery flow velocity, pulmonary acceleration time and ejection time values in group M, suggesting function worsening in those animals. Conclusion: The changes observed confirm pulmonary-arterial-hypertension-induced cardiac dysfunction, and point to fractal dimension as an effective method to evaluate cardiac morphological changes induced by ventricular dysfunction.
  • Estudo Prospectivo de Coorte sobre Cardiotoxicidade na Terapia Adjuvante com Trastuzumabe em Pacientes com Câncer de Mama Original Articles

    Matos, Erika; Jug, Borut; Blagus, Rok; Zakotnik, Branko

    Resumo em Português:

    Resumo Fundamento: Cardiotoxicidade é um importante efeito colateral da terapia com trastuzumabe, recomendando-se vigilância cardíaca. Objetivos: Avaliar prospectivamente as características basais de pacientes, nível de fração N-terminal do pró-peptídeo natriurético cerebral (NT-proBNP) e parâmetros ecocardiográficos como possíveis preditores de disfunção cardíaca relacionada ao trastuzumabe. Métodos: Em um estudo clínico prospectivo de coorte, realizou-se avaliação ecocardiográfica e neuro-humoral basal, aos 4, 8 e 12 meses em pacientes com câncer de mama submetidas a terapia adjuvante com trastuzumabe após antraciclina (3-4 ciclos). Definiu-se disfunção cardíaca relacionada ao trastuzumabe como uma redução na fração de ejeção ventricular esquerda (FEVE) ≥ 10%. Resultados: Este estudo incluiu 92 pacientes (idade média, 53,6 ± 9,0 anos). Pacientes que desenvolveram redução na FEVE ≥ 10% (20,6%) relacionada ao trastuzumabe durante tratamento tinham FEVE basal significativamente maior (70,7 ± 4,4%) do que aqueles sem (64,8 ± 5,5%) (p = 0,0035). Todos os demais parâmetros basais medidos (idade, índice de massa corporal, hipertensão arterial, nível de NT-proBNP e outros parâmetros ecocardiográficos) não foram identificados como significativos. Conclusões: Nossos achados sugerem que as características basais das pacientes, nível de NT-proBNP e parâmetros ecocardiográficos, contanto que dentro da variação normal, não são ferramentas confiáveis para predição precoce de disfunção cardíaca relacionada ao trastuzumabe em pacientes submetidas a terapia adjuvante com trastuzumabe após baixa dose de antraciclina. Uma redução na FEVE em pacientes com FEVE basal alta-normal, ainda que estatisticamente significativa, não é clinicamente relevante.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Background: Cardiotoxicity is an important side effect of trastuzumab therapy and cardiac surveillance is recommended. Objectives: The aim of our study was to prospectively assess baseline patients' characteristics, level of N-terminal pro-brain natriuretic peptide (NT-proBNP) and echocardiographic parameters as possible predictors of trastuzumab-related cardiac dysfunction. Methods: In a prospective cohort study, clinical, echocardiographic and neurohumoral assessment was performed at baseline, after 4, 8 and 12 months in breast cancer patients undergoing post-anthracycline (3-4 cycles) adjuvant therapy with trastuzumab. Trastuzumab-related cardiac dysfunction was defined as a decline of ≥ 10% in left ventricular ejection fraction (LVEF). Results: 92 patients (mean age, 53.6 ± 9.0 years) were included. Patients who developed trastuzumab-related LVEF decline ≥ 10% (20.6%) during treatment had significantly higher baseline LVEF (70.7 ± 4.4%) than those without (64.8 ± 5.5%) (p = 0.0035). All other measured baseline parameters (age, body mass index, arterial hypertension, level of NT-proBNP and other echocardiographic parameters) were not identified as significant. Conclusions: Our findings suggest that baseline patient' characteristics, level of NT-proBNP and echocardiographic parameters, as long as they are within normal range, are not a reliable tool to predict early trastuzumab-related cardiac dysfunction in patients undergoing post-low dose anthracycline adjuvant trastuzumab therapy. A LVEF decline in patients with high-normal baseline level although statistically significant is not clinically relevant.
  • Reprodutibilidade de Padrões de Realce pelo Gadolínio e Espessura Parietal em Cardiomiopatia Hipertrófica Original Articles

    Rodriguez-Granillo, Gaston A.; Deviggiano, Alejandro; Capunay, Carlos; Zan, Macarena C. De; Carrascosa, Patricia

    Resumo em Português:

    Resumo Fundamento: Os dados de reprodutibilidade da extensão e dos padrões de realce tardio pelo gadolínio (RTG) em cardiomiopatia hipertrófica (CMH) são limitados. Objetivo: Explorar a reprodutibilidade da espessura parietal (EP) da região, extensão do RTG e padrões de RTG em pacientes com CMH avaliados com ressonância magnética cardíaca (RMC). Métodos: A extensão do RTG foi avaliada pelo número de segmentos com RTG e pela massa total do VE com RTG (%RTG) e foi definido o padrão RMC com RTG para cada segmento. Resultados: A população do estudo foi composta por um total de 42 pacientes (672 segmentos) com CMH. As medições médias de EP mostraram uma diferença média entre observadores de -0,62 ± 1,0 mm (6,1%), com limites de concordância de 1,36 mm, -2,60 mm e um coeficiente de correlação intraclasse (CCI) de 0,95 (95% IC 0,93-0,96). Medições máximas de EP mostraram uma diferença média entre observadores de -0,19 ± 0,8 mm (0,9%), com limites de concordância de 1,32 mm, -1,70 mm e CCI de 0,95 (95% IC 0,91-0,98). O % RTG mostrou uma diferença média entre observadores de -1,17 ± 1,2% (21%), com limites de concordância de 1,16%, -3,49% e CCI de 0,94 (95% IC 0,88-0,97). A diferença média entre observadores com relação ao número de segmentos com RTG foi de -0,40 ± 0,45 segmentos (11%) com limites de concordância de 0,50 segmentos, -1,31 segmentos e CCI de 0,97 (95% IC 0,94-0,99). Conclusões: O número de segmentos com RTG pode ser mais reprodutível do que o percentual da massa do VE com RTG.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Background: Reproducibility data of the extent and patterns of late gadolinium enhancement (LGE) in hypertrophic cardiomyopathy (HCM) is limited. Objective: To explore the reproducibility of regional wall thickness (WT), LGE extent, and LGE patterns in patients with HCM assessed with cardiac magnetic resonance (CMR). Methods: The extent of LGE was assessed by the number of segments with LGE, and by the total LV mass with LGE (% LGE); and the pattern of LGE-CMR was defined for each segment. Results: A total of 42 patients (672 segments) with HCM constituted the study population. The mean WT measurements showed a mean difference between observers of -0.62 ± 1.0 mm (6.1%), with limits of agreement of 1.36 mm; -2.60 mm and intraclass correlation coefficient (ICC) of 0.95 (95% CI 0.93-0.96). Maximum WT measurements showed a mean difference between observers of -0.19 ± 0.8 mm (0.9%), with limits of agreement of 1.32 mm; -1.70 mm, and an ICC of 0.95 (95% CI 0.91-0.98). The % LGE showed a mean difference between observers of -1.17 ± 1.2 % (21%), with limits of agreement of 1.16%; -3.49%, and an ICC of 0.94 (95% CI 0.88-0.97). The mean difference between observers regarding the number of segments with LGE was -0.40 ± 0.45 segments (11%), with limits of agreement of 0.50 segments; -1.31 segments, and an ICC of 0.97 (95% CI 0.94-0.99). Conclusions: The number of segments with LGE might be more reproducible than the percent of the LV mass with LGE.
  • Regurgitação Paravalvar: Análise de Desfechos Clínicos no Tratamento Cirúrgico e Percutâneo Original Articles

    Pinheiro, Carlos Passos; Rezek, Daniele; Costa, Eduardo Paiva; Carvalho, Edvagner Sergio Leite de; Moscoso, Freddy Antonio Brito; Taborga, Percy Richard Chavez; Jeronimo, Andreia Dias; Abizaid, Alexandre Antonio Cunha; Ramos, Auristela Isabel de Oliveira

    Resumo em Português:

    Resumo Fundamento: Regurgitação ou escape paravalvar é uma complicação grave e incomum associada ao implante de prótese valvar. Estudos mostram incidência de 3% a 6% com repercussão hemodinâmica. Existem poucos estudos na literatura que comparam as abordagens cirúrgica e percutânea para sua correção. Objetivos: Comparar as abordagens cirúrgica e percutânea de correção da regurgitação paravalvar quanto a desfechos clínicos durante a internação e após 1 ano do procedimento. Métodos: Este é um estudo retrospectivo, descritivo e observacional, que incluiu 35 pacientes com escape paravalvar acompanhados no Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia entre janeiro de 2011 e dezembro de 2013 e que necessitaram de correção. Os pacientes foram divididos de acordo com o tratamento estabelecido e acompanhados por um período 1 ano após o procedimento. Resultados: O grupo submetido ao tratamento percutâneo foi considerado como de maior risco para complicações por apresentar pacientes mais idosos, com maior prevalência de diabetes, maior quantidade de cirurgias valvares prévias e menor valor médio de clearance de creatinina. Durante a evolução intra-hospitalar, observou-se grande número de complicações nos dois grupos (74,3% dos casos), sem diferença estatística nos desfechos analisados. Após 1 ano, o grupo percutâneo teve maior número de reintervenções (8,7% vs. 20%, p = 0,57) e mortalidade maior (0% vs. 20%, p = 0,08). Uma alta incidência de escape residual mitral foi verificada após procedimento percutâneo (8,7% vs. 50%, p = 0,08). Conclusão: A cirurgia é o tratamento de escolha da regurgitação paravalvar. A abordagem percutânea pode ser uma alternativa para os pacientes com risco cirúrgico elevado.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Background: Paravalvular regurgitation (paravalvular leak) is a serious and rare complication associated with valve replacement surgery. Studies have shown a 3% to 6% incidence of paravalvular regurgitation with hemodynamic repercussion. Few studies have compared surgical and percutaneous approaches for repair. Objectives: To compare the surgical and percutaneous approaches for paravalvular regurgitation repair regarding clinical outcomes during hospitalization and one year after the procedure. Methods: This is a retrospective, descriptive and observational study that included 35 patients with paravalvular leak, requiring repair, and followed up at the Dante Pazzanese Institute of Cardiology between January 2011 and December 2013. Patients were divided into groups according to the established treatment and followed up for 1 year after the procedure. Results: The group submitted to percutaneous treatment was considered to be at higher risk for complications because of the older age of patients, higher prevalence of diabetes, greater number of previous valve surgeries and lower mean creatinine clearance value. During hospitalization, both groups had a large number of complications (74.3% of cases), with no statistical difference in the analyzed outcomes. After 1 year, the percutaneous group had a greater number of re-interventions (8.7% vs 20%, p = 0.57) and a higher mortality rate (0% vs. 20%, p = 0.08). A high incidence of residual mitral leak was observed after the percutaneous procedure (8.7% vs. 50%, p = 0.08). Conclusion: Surgery is the treatment of choice for paravalvular regurgitation. The percutaneous approach can be an alternative for patients at high surgical risk.
  • Descobertas de Carlos Chagas como Pano de Fundo para a Construção Científica da Cardiopatia Chagásica Crônica Review Article

    Bestetti, Reinaldo B.; Restini, Carolina Baraldi A.; Couto, Lucélio B.

    Resumo em Português:

    Resumo A construção científica da doença de Chagas crônica (DCC) começou em 1910, quando Carlos Chagas salientou a presença de arritmia cardíaca em exames físicos de pacientes com doença de Chagas crônica, e descreveu um caso de insuficiência cardíaca associada à inflamação do miocárdio e à presença de ninhos de parasitas durante a autópsia. Ele descreveu morte súbita cardíaca associada a arritmias em 1911, e sua associação ao bloqueio AV total detectado com o polígrafo de Jacquet, conforme reportou em 1912. Chagas mostrou a presença de fibrose do miocárdio como subjacente ao quadro clínico da DCC em 1916, e apresentou uma caracterização completa dos aspectos clínicos da DCC em 1922. Em 1928, Chagas detectou fibrose do sistema condutor, e apontou a presença de cardiomegalia acentuada no raio X do tórax, associada a sintomatologia mínima. O uso da reação sorológica no diagnóstico de DCC foi posta em prática clínica em 1936, após a morte de Chagas, e juntamente com o ECG de 12 derivações, revelou a importância epidemiológica da DCC em 1945. Em 1953, ficou comprovado o longo período de tempo entre a infecção inicial e o aparecimento de DCC, enquanto que a incidência anual de DCC na forma indeterminada da doença foi estabelecida em 1956. Os aspectos clínicos fundamentais de DCC descritos por Carlos Chagas foram complementados pelo uso de cateterismo cardíaco em 1965, teste ergométrico em 1973, Holter em 1973, teste eletrofisiológico em 1975, ecocardiografia em 1975, biópsia endomiocárdica em 1981 e ressonância magnética em 1995.

    Resumo em Inglês:

    Abstract The scientific construction of chronic Chagas heart disease (CCHD) started in 1910 when Carlos Chagas highlighted the presence of cardiac arrhythmia during physical examination of patients with chronic Chagas disease, and described a case of heart failure associated with myocardial inflammation and nests of parasites at autopsy. He described sudden cardiac death associated with arrhythmias in 1911, and its association with complete AV block detected by Jacquet's polygraph as Chagas reported in 1912. Chagas showed the presence of myocardial fibrosis underlying the clinical picture of CCHD in 1916, he presented a full characterization of the clinical aspects of CCHD in 1922. In 1928, Chagas detected fibrosis of the conductive system, and pointed out the presence of marked cardiomegaly at the chest X-Ray associated with minimal symptomatology. The use of serological reaction to diagnose CCHD was put into clinical practice in 1936, after Chagas' death, which along with the 12-lead ECG, revealed the epidemiological importance of CCHD in 1945. In 1953, the long period between initial infection and appearance of CCHD was established, whereas the annual incidence of CCHD from patients with the indeterminate form of the disease was established in 1956. The use of heart catheterization in 1965, exercise stress testing in 1973, Holter monitoring in 1975, Electrophysiologic testing in 1973, echocardiography in 1975, endomyocardial biopsy in 1981, and Magnetic Resonance Imaging in 1995, added to the fundamental clinical aspects of CCHD as described by Carlos Chagas.
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