Acessibilidade / Reportar erro
Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, Volume: 66, Número: 1, Publicado: 1968
  • Revisão do gênero Ophidascaris Baylis, 1921 (Nematoda, Ascaridoidea)

    Freitas, J. F. Teixeira de
  • O ciclo anual dos Anopheles do subgênero Kerteszia, no sul do Brasil

    Aragão, Mario B.

    Resumo em Português:

    Sempre passou despercebido o fato dos Kerteszia serem anofelinos de desenvolvimento lento. Mesmo os pesquisadores que mantiveram criações dêsses mosquitos sempre consideraram que, a demora observada no desenvolvimento das larvas, era devida à imperfeição da técnica adotada. Em uma análise de dados mensais de pesquisas larvárias e de capturas de alados, foi observado que: 1 - A mortalidade, no período que vai da postura atè a 1.ª ecdise, é da ordem de 90%, e durante o 1.º estádio não deve ser inferior a 75%. 2 - Pelo menos durante três meses a porcentagem dos criadouros que albergam larvas de 1.º estádio, mantém-se abaixo de 35%, fato que só pode ser observado entre insetos de desenvolvimento lento. 3 - A proporção de criadouros com larvas de 1.º e 2.ª estádios apresentou seu valor máximo no outono, enquanto que, aquêles habitados por formas jovens da 3.ª e 4.ª idade, predominaram no inverno. 4 - Na única mata onde a periodicidade dos criadouros que continham pupas foi estatìsticamente significativa, a maior porcentagem foi encontrada na primavera. 5 - O fato dos criadouros habitados por larvas do 1.º estádio serem mais abundantes no outono, época em que já é diminuta a atividade dos alados, e os que albergam larvas de 4.º estádio apresentarem seu máximo no inverno, parece mostrar que as posturas do fim do verão não completam o seu desenvolvimento em menos de quatro meses. Para as outras épocas do ano, os dados não permitem que se forme nenhum juízo. 6 - O encontro de pupas durante todos os meses do ano, mostra que a eclosão de adultos é ininterrupta. 7 - Os dois aumentos bruscos da densidade anofélica observados, geralmente, em setembro e em janeiro, parecem mostrar que: a) os kertezias eclodidos no inverno e os sobreviventes da estação anterior, passam o período frio com a sua atividade reduzida e só começam a sugar, àvidamente, com a chegada das primeiras ondas de calor da primavera. b) As posturas feitas de setembro em diante, só vão produzir alados no fim de dezembro, isto é, quse quatro meses depois. 8) Depois de examinar os diversos fatôres que retardam o desenvolvimento dos mosquitos, concluiu que, a lentidão do crescimento das larvas dos kerteszias é uma resultante de sua evolução num ambiente permanentemente estabilizado, como é a água das bromeliáceas e, portanto, onde a deficiência de alimentosé crônica. 9 - O fato de tôdas as espécies do subgênero Kerteszia serem anofelinos de pequeno porte, parece ser um argumento favorável à conclusão anterior. Os dados em que se baseou o presente trabalho foram tirados de notas de campo, gentilmente cedidos pelo Dr. Henrique P. Veloso.

    Resumo em Inglês:

    It has not been previously stated that Kerteszia are anophelines a slow development. Even the researchers that have bred those mosquitoes, took the delay observed in the development of the larvae as resulting from inadequate techniques. From an analysis of the data concerning monthly collections of larvae and adults, carried out in the State of Santa Catarina, Brazil, it resulted: 1. The mortality in the period from oviposition to the first ecdysis, is ca. 90% and in the first stage, probably is not lower than 75%; 2. At least during three months the percentage of the breeding biotopes with first stage larvae is lower than 35%, a fact which may be observed only in populations of insects of slow development; 3. The percentage of breeding biotops with first and second stage larvae has its maximum value in autumm; on the other hand, the ones with larvae in the third and fourth stage, predominate in the winter; 4. In the only forest where the periodicity of the breeding biotipes showing pupae was statistically significant, the greater percentage of these breeding places was found in the spring; 5. The fact that the breeding biotopes with first stage larvae are more abundant in the autumn, a time during which activity of the adults is low, and that the ones with fourth stage larvae are more abundant in the winter, seems to show that the eggs laid at the end of the summer do not achieve their development in less than four months; 6. The presence of pupae during the whole year shows that the adults emerged without discontinuity; 7. Two sudden increases of adult desity, one in September and the other in January, seem to show that: a) The Kerteszia from the winter, and the ones which survived from the precedent season, have their activity reduced in the cold and only begin to be eager for blood with the first waves of warm air of the spring; b) The laying of the eggs, achieved in September will only give adults at the end of December, namely ca. four months later. 8. After studying different factors which may induce delaying of the development of mosquitoes, it was concluded that the slowness of growing showed by the Kerteszia larvae, results of their evolution in an habitat permanently stabilized, such as the water biotopes in the Bromeliaceae, where the food defficiency is permanent; 9. The fact that all Kerteszia species are of a small size is also favorable to the precedent conclusion. The data upon which this work was done were gathered from fieldnotes kindly supplied by Dr. Henrique P. Veloso.
  • Sôbre três cestódeos de aves Charadriiformes

    Rêgo, A. Arandas
  • Revisão do gênero Seuratia Skrjabin, 1916 e redescrição da espécie Seuratia Shipleyi (Stossich, 1900) Skrjabin, 1916 (Nematoda, Spiruroidea)

    Mendonça, J. Machado de; Rodrigues, H. de Oliveira

    Resumo em Português:

    Durante a terceira excursão realizada pela Seção de Helmintologia do Instituto Oswaldo Cruz, à localidade de Arraial do Cabo, em Cabo Frio, Estado do Rio de Janeiro, em junho de 1963, tivemos a oportunidade de encontrar ao amanhecer do dia 22 um exemplar fêmea de Diomodea melanophris Temm. (Albatroz), pousado no chão, nas proximidades da praia, provàvelmente levado para lá pela forte ventania que ocorrera durante a noite. Ao necropsiarmos essa ave encontramos, localizados mo estômago, alguns nematódeos dos quais um macho e quatro fêmeas pertencentes ao gênero Seuratia Skrjabin, 1916 e devido à sua raridade nas costas brasileiras e ao achado dos parasitos, resolvemos efetuar o reestudo dêsses helmintos, descritos por Stossich, e rever o gênero proposto por Skrjabin.
Instituto Oswaldo Cruz, Ministério da Saúde Av. Brasil, 4365 - Pavilhão Mourisco, Manguinhos, 21040-900 Rio de Janeiro RJ Brazil, Tel.: (55 21) 2562-1222, Fax: (55 21) 2562 1220 - Rio de Janeiro - RJ - Brazil
E-mail: memorias@fiocruz.br