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Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, Volume: 27, Número: 1, Publicado: 2005
  • Documento sem título Editorial

  • Variação interobservador no diagnóstico histopatológico do carcinoma ductal in situ da mama Artigos Originais

    Salles, Márcio de Almeida; Matias, Marco Antonio Rodrigues Freire; Resende, Lúcio Márcio Perri de; Gobbi, Helenice

    Resumo em Português:

    OBJETIVOS: fazer avaliação crítica do diagnóstico histopatológico do carcinoma ductal in situ (CDIS) da mama empregando a variação interobservador quanto ao diagnóstico, padrão arquitetural predominante, grau nuclear e grau histológico. MÉTODOS: oitenta e cinco casos com diagnóstico inicial de CDIS foram revisados por um mesmo patologista, especialista em patologia mamária, que selecionou 15 casos para análise interobservador. A análise foi realizada por cinco patologistas e um especialista internacional em patologia mamária, que receberam as mesmas lâminas e um protocolo para classificar as lesões em hiperplasia ductal atípica (HDA), CDIS e CDIS com microinvasão (CDIS-MIC). Caso o diagnóstico fosse de CDIS, os patologistas deveriam também classificá-lo quanto ao padrão arquitetural, grau nuclear e grau histológico. Os resultados foram analisados usando-se concordância percentual e o teste kappa. RESULTADOS: houve grande variação diagnóstica interobservador. Em um caso tivemos todos os diagnósticos, desde HDA, CDIS até CDIS-MIC. Usando o teste kappa para a comparação entre os diagnósticos dos cinco observadores e o especialista internacional obtivemos concordância interobservador mínima (<0,40). Quanto à classificação do CDIS em relação ao padrão arquitetural e ao grau histológico, os valores do teste kappa foram considerados ruins quanto à concordância interobservador. Os melhores resultados foram obtidos na análise da concordância quanto ao grau nuclear, com índices kappa de até 0,80, considerados como boa concordância. CONCLUSÃO: os baixos índices de concordância interobservador no diagnóstico e classificação do CDIS da mama indicam a dificuldade na utilização dos critérios diagnósticos mais empregados na literatura na interpretação destas lesões e a necessidade de treinamento especifico dos patologistas não-especialistas no diagnóstico destas lesões.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: to perform a critical evaluation of the histopathological diagnosis of ductal carcinoma in situ (DCIS) of the breast, through the analysis of interobserver variation related to diagnosis, architectural pattern, nuclear grade, and histological grade. METHODS: eighty-five cases with an initial diagnosis of DCIS were reviewed by the same pathologist, specialist in breast pathology, who selected 15 cases for interobserver analysis. The analysis was carried out by five pathologists and an international expert in breast pathology, who received the same slides and a protocol for classifying the lesions as atypical ductal hyperplasia (ADH), DCIS, or ductal carcinoma in situ with microinvasion (DCIS-MIC). If the diagnosis was DCIS, the pathologists should classify it according to the dominant architectural pattern, nuclear grade, and histological grade. The results were analyzed using percent concordance and the kappa test. RESULTS: there was a great interobserver diagnostic variation. In one case we had all diagnoses, from ADH, DCIS to DCIS-MIC. The kappa test for the comparison among the five observers' and the expert's diagnoses showed minimum interobservers' concordance (<0.40). Regarding DCIS classification related to the dominant architectural pattern and the histological grade, the kappa test values were considered poor among the pathologists. The best results were obtained for the nuclear grading, with a kappa index up to 0.80, considered as good concordance. CONCLUSION: the low index of interobserver concordance in diagnosis and classification of DCIS of the breast indicates the difficulty in using the most common diagnostic criteria of the literature and the need for specific training of non-specialist pathologists in breast pathology for the diagnosis of these lesions.
  • Comparação entre três esquemas de indução da ovulação para inseminação intra-uterina com relação à espessura endometrial e taxa de gravidez Artigos Originais

    Caetano, João Pedro Junqueira; Cota, Ana Márcia de Miranda; Sousa, Érica Becker Alves de; Lamaita, Rívia Mara; Moraes, Leonardo Augusto Meyer de; Aguiar, Luciana Pompermayer Teodoro; Marinho, Ricardo Melo

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: comparar as taxas de gravidez e as espessuras endometriais médias obtidas com a utilização de três esquemas de indução da ovulação para inseminação intra-uterina (IIU). MÉTODOS: foram avaliados retrospectivamente 110 ciclos de IIU, sendo estes divididos em três grupos, de acordo com o protocolo de indução da ovulação utilizado: 100 mg de citrato de clomifeno (CC) do 3º ao 7º dia do ciclo (grupo CC, n=24); acrescentou-se ao esquema do grupo CC 75 UI de gonadotrofina menopáusica humana (hMG) nos dias 3, 5 e 7 do ciclo (grupo CC+hMG, n=29) e hMG isolado, 75 UI do 3º ao 8º dia do ciclo (grupo hMG, n=57). Para análise estatística foi utilizado o teste t de Student para comparação entre médias e o teste c² para comparação entre proporções. RESULTADOS: a média de idade das pacientes no início do tratamento foi de 33,3 anos (23 a 40 anos), sendo similar nos três grupos. A espessura endometrial média no dia da aplicação da gonadotrofina coriônica humana (hCG) foi significativamente maior no grupo hMG (10,2±0,2 mm) em comparação à obtida nos grupos CC e CC + hMG (7,9±0,4 e 8,7±0,2 mm, respectivamente, p<0,001). A taxa de gestação clínica média foi de 18,2%, sendo semelhante nos três grupos (grupo CC=12,5%; grupo CC+hMG=24,1%; grupo hMG=19,3%). CONCLUSÃO: observou-se maior espessura endometrial média com o uso isolado de hMG em comparação ao uso isolado de CC ou à associação CC+hMG. Não foram observadas diferenças significativas entre as taxas de gestação clínica obtidas com os três esquemas de indução da ovulação utilizados (CC isolado, associação de CC e hMG e hMG isolado).

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: to compare pregnancy rates and mean endometrial thickness obtained with three protocols for induction of ovulation in cycles of intrauterine insemination (IUI). METHODS: one hundred and ten IUI cycles were retrospectively evaluated in the study, divided into three groups, according to the used ovulation induction protocols: 100 mg clomiphene citrate (CC) on days 3 to 7 of the cycle (CC group, n=24), 100 mg/day CC on days 3 to 7 of the cycle + 75 IU/day of human menopausal gonadotrophin (hMG) on days 3, 5 and 7 of the cycle (CC+hMG group, n=29), and 75 IU/day of hMG on days 3 to 8 of the cycle (hMG group, n=57). Statistical analysis was performed using Student's t test to compare the means and the c² test to compare the rates. Results were considered statistically significant at p<0.05. RESULTS: the patients' average age at the onset of the first cycle was 2340 years (mean age, 33.3 years). There were no statistically significant differences between groups. The mean endometrial thickness on the day of the human chorionic gonadotrophin (hCG) administration was significantly higher in the hMG group (10.2±0.2 mm), as compared with the CC and CC+hMG group (7.9±0.4 and 8.7±0.2 mm, respectively, p<0.001). The overall clinical pregnancy rate was 18.2%, and there were no statistically significant differences between the groups (CC group=12.5%; CC+hMG group=24.1% and hMG group=19.3%). CONCLUSION: the results indicate higher mean endometrial thickness in the hMG group as compared with the CC group and the CC+hMG group. There were no significant differences between clinical pregnancy rates obtained with each protocol (CC, CC+hMG and hMG).
  • Fatores indicadores da sintomatologia climatérica Artigos Originais

    De Lorenzi, Dino Roberto Soares; Danelon, Claudia; Saciloto, Bruno; Padilha Jr., Irineu

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: identificar fatores indicadores da sintomatologia climatérica. PACIENTES E MÉTODOS: estudo transversal de 254 mulheres pós-menopáusicas com idade entre 45 e 60 anos atendidas em Ambulatório de Climatério entre junho e outubro de 2002. Foram excluídas mulheres histerectomizadas ou sob terapia hormonal. As atitudes sobre a menopausa foram avaliadas por meio de instrumento construído a partir da adaptação de um questionário, constituindo-se de 11 questões referentes a atitudes positivas (vantagens) e 11 referentes a atitudes negativas (desvantagens) sobre a menopausa. Para a coleta de dados sociodemográficos e relacionados a variáveis reprodutivas e às condições de saúde da população estudada, utilizou-se questionário estruturado e previamente testado. A sintomatologia climatérica foi avaliada pelo índice de Kupperman e as atitudes sobre a menopausa por meio de instrumento específico. Os dados foram analisados pelo teste t de Student, análise de variância (ANOVA) e regressão linear múltipla. RESULTADOS: de modo geral, a sintomatologia climatérica foi leve em 28%, moderada em 42,3% e intensa em 30,7% dos casos. Os sintomas mais prevalentes foram a irritabilidade (87,1%), as artralgias/mialgias (77,5%) e a melancolia/tristeza (73,2%), ao passo que os mais intensos foram as ondas de calor, a irritabilidade e a insônia. Sintomas vasomotores foram referidos por 60,2% das entrevistadas. Mostraram-se indicadores da sintomatologia climatérica a cor, a atividade física regular e as atitudes com respeito a menopausa. A cor branca (p=0,02), a atividade física regular (p=0,04) e uma percepção positiva sobre a menopausa (p=0,01) associaram-se a sintomas climatéricos menos intensos. Em contrapartida, a percepção da menopausa como evento desvantajoso (atitude negativa) associou-se a pior sintomatologia climatérica (p<0,01). CONCLUSÕES: no presente estudo, a sintomatologia climatérica foi influenciada por fatores psicossociais e pela atividade física, além do estado de hipoestrogenismo característico desse período.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: to identify factors associated with climacteric symptoms. METHODS: a cross-sectional study of 254 women aged between 45 and 60 years was carried out at the Climacterium Outpatient Clinic of Caxias do Sul University, RS, from June to October 2002. Women with previous hysterectomy or under hormonal therapy were excluded. The climacteric symptoms were evaluated by means of the Kuppermann index and the attitudes toward menopause by a specific questionnaire. Data were analyzed by Student's t test, analysis of variance (ANOVA) and multiple linear regression analysis. RESULTS: twenty eight percent of the women reported mild climacteric symtoms, whereas 42.3% reported moderate symptoms and 30.7%, intense symptoms. The most prevalent symptoms were: irritability (87.1%), arthralgias/myalgias (77.5%) and melancholy (73.2%), while the most severe were hot flushes in 60.2% of the women, irritability and insomnia. Attitudes toward menopause, skin color and physical activity were predictors of climacteric symptoms. Positive attitudes toward menopause (p=0.01), white color (p=0.02) and the habit of practicing physical activity (0.04) were associated with less intense climacteric symptoms. Negative attitudes toward menopause were associated with worse climacteric symptoms (p<0.01). CONCLUSIONS: in the current study, the climacteric symptoms were influenced by psychosocial factors and physical activity, as well as by climacteric hypoestrogenism.
  • Existe diferença na contratilidade da musculatura do assoalho pélvico feminino em diversas posições? Artigos Originais

    Rett, Mariana Tirolli; Simões, José Antonio; Herrmann, Viviane; Marques, Andréa de Andrade; Morais, Sirlei Siani

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: avaliar e comparar resultados da eletromiografia de superfície do assoalho pélvico feminino em diversas posições (decúbito dorsal, na posição sentada e ortostática). MÉTODOS: foram avaliadas 26 mulheres submetidas a um protocolo de exercícios para o fortalecimento do assoalho pélvico como tratamento da incontinência urinária de esforço por hipermobilidade do colo vesical. Utilizou-se sensor intravaginal conectado ao equipamento Myotrac 3G TM e a avaliação consistia em: 60 segundos iniciais de repouso, cinco contrações fásicas, uma contração tônica de 10 segundos e outra de 20 segundos. As amplitudes destas contrações foram obtidas pela diferença entre a amplitude final da contração menos a amplitude de repouso (em µV) e foram comparadas com o uso do teste de Wilcoxon para amostras pareadas (p<0,05). RESULTADOS: as amplitudes das contrações foram maiores em decúbito dorsal, decrescendo sucessivamente nas posições sentada e ortostática. Em decúbito dorsal, as medianas das contrações fásicas e tônicas de 10 s e 20 s foram respectivamente 23,5 (5-73), 18,0 (3-58) e 17,0 (2-48). Na posição sentada foram 20,0 (2-69), 16,0 (0-58) e 15,5 (1-48), e na posição ortostática 16,5 (3-67), 12,5 (2-54) e 13,5 (2-41). Quando se comparou a posição ortostática, com o decúbito dorsal, observou-se diferença significativa em todas as contrações (p<0,001, p<0,001 e p=0,003). Resultados semelhantes também foram encontrados comparando-se a posição ortostática com a posição sentada. Todavia, entre o decúbito dorsal e a posição sentada, não foi observada diferença significativa. CONCLUSÃO: as amplitudes de todas as contrações do assoalho pélvico feminino foram inferiores na posição ortostática, sugerindo que o fortalecimento muscular deve ser intensificado nesta posição.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: to evaluate and compare results of female pelvic floor surface electromyography in different positions: lying, sitting and standing. METHODS: twenty-six women with the diagnosis of stress urinary incontinence treated with a protocol of exercises to strengthen the pelvic floor muscle were evaluated. Pelvic floor surface electromyography was performed with an intravaginal sensor connected to Myotrac 3G TM equipment, as follows: initial rest of 60 s, five phasic contractions, one 10-s tonic contraction and one 20-s tonic contraction. The amplitudes were obtained from the difference between the final contraction amplitude and the amplitude at rest (in µV). Wilcoxon test was applied for nonparametric data (p value <0.05). RESULTS: the amplitudes of contractions were higher in the lying position, decreasing in the sitting and standing positions. In the lying position, the median values of phasic and tonic contractions were 23.5 (5-73), 18.0 (3-58) and 17.0 (2-48), respectively. In the sitting position, they were 20.0 (2-69), 16.0 (0-58) and 15.5 (1-48). In the standing position they were 16.5 (3-67), 12.5 (2-54) and 13.5 (2-41). All amplitude values were significantly lower in the standing position compared to the lying position (p<0.001, p<0.001 and p=0.003). Similar results were also found in comparison to the sitting position. However, there was no significant difference between the lying and the sitting positions. CONCLUSION: all female pelvic floor contraction amplitudes were lower in the standing position, suggesting that the muscle strength should be intensified in that position.
  • Misoprostol sublingual versus vaginal para indução do parto a termo Artigos Originais

    Moraes Filho, Olímpio Barbosa de; Albuquerque, Rivaldo Mendes de; Pacheco, Álvaro José Correia; Ribeiro, Renata Holanda; Cecatti, José Guilherme; Welkovic, Stefan

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: comparar efetividade e segurança de uso de comprimido sublingual de 25 µg de misoprostol com o comprimido vaginal de 25 µg do misoprostol na indução do parto com idade gestacional e > 37 semanas e colo uterino desfavorável. MÉTODOS: realizou-se ensaio clínico controlado e aleatorizado, não cego, na Maternidade Monteiro de Morais (CISAM-UPE), em Recife, no período de outubro de 2003 a fevereiro de 2004. Participaram do estudo 123 gestantes com idade gestacional e > 37 semanas, índice de Bishop <8 e fora de trabalho de parto, que apresentavam indicação para interrupção da gravidez. As gestantes aleatoriamente receberam 25 µg de misoprostol sublingual ou 25 µg de misoprostol vaginal a cada seis horas, até uma dose máxima de oito comprimidos (200 µg). Para verificar diferenças entre os grupos foram utilizados média, desvio padrão, teste t de Student, c² para tendência e teste de Mann-Whitney. O valor de significação estatística adotado foi de 5%. RESULTADOS: não houve diferença significativa entre o número de mulheres que tiveram parto por via vaginal no grupo do misoprostol sublingual e no vaginal (65,5% vs 75,8%, p=0,22). Também não foi significativa a diferença do intervalo de tempo entre o início da indução e o parto (24 horas e 42 minutos vs 20 horas e 37 minutos, respectivamente, p=0,11) entre os grupos. Os grupos, sublingual e vaginal, não mostraram também diferenças significativas em relação à síndrome de hiperestimulação (1,7% vs 3,2%, p=0,95), às incidências de mecônio (5,2% vs 4,8%, p=0,74), ao índice de Apgar <7 no quinto minuto (3,4% vs 4,8%, p=0,98) e a outros efeitos adversos. CONCLUSÃO: o misoprostol na dose de 25 mg por via sublingual apresentou a mesma efetividade e segurança quando comparado com a mesma dose vaginal para indução do parto. O misoprostol por via sublingual parece representar mais uma opção a ser considerada na indução do parto.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: to compare the effectiveness and safety of sublingual misoprostol (25 µg) versus vaginal misoprostol (25 µg) (Prostokos®) for labor induction with gestational age > 37 weeks and unripe cervices. METHODS: a randomized controlled clinical trial was performed at the Maternidade Monteiro de Morais (CISAM-UPE), in Recife - PE, Brazil, from October 2003 to February 2004. One hundred and twenty-three women with gestational age > 37 weeks, Bishop score <8, not in labor and with medical indication for interruption of pregnancy were included in this study. The women received randomly 25 µg sublingual misoprostol or 25 µg vaginal misoprostol every 6 h, not exceeding eight doses. In order to evaluate the differences between the groups, means, standard deviations, Student's t-test, c² trend and Mann-Whitney test were used. The statistical significance was considered to be 5%. RESULTS: there were no significant differences between the number of women with vaginal delivery in the sublingual group as compared with the vaginal group (65.5 vs 75.8%, p<0.22), or in the interval of time between the induction onset and delivery (24 h and 42 min vs 20 h and 37 min respectively, p=0.11). The two groups, sublingual and vaginal, also did not differ as to the hyperstimulation syndrome (1.7 vs 3.2%, p=0.95), meconium incidence (5.2 vs 4.8%, p=0.74), Apgar score <7 at 5 min (3.4 vs 4.8%, p=0.98) and other adverse effects. CONCLUSION: twenty-five micrograms of sublingual misoprostol every six h presented the same effectiveness and safety as an equal vaginally administered dose of this substance. Sublingual misoprostol seems to be acceptable and is another option to be considered for labor induction.
  • Prevalência da infecção por HIV em parturientes de maternidades vinculadas ao SUS Artigos Originais

    Lemos, Lígia Mara Dolce de; Gurgel, Ricardo Queiroz; Dal Fabbro, Amaury Lelis

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: avaliar a prevalência do HIV nas parturientes de maternidades vinculadas ao SUS, pela utilização do teste rápido. MÉTODOS: estudo transversal realizado em maternidades conveniadas ao SUS no Estado de Sergipe, após treinamento realizado com os profissionais de saúde dessas maternidades. As parturientes foram submetidas ao teste rápido imunocromatográfico para HIV, independente de já o terem realizado no pré-natal, após aconselhamento e assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido. O teste utilizado foi DetermineTM - Abbott Laboratórios do Brasil. Utilizou-se o esquema de profilaxia da transmissão vertical para todos os casos, segundo o protocolo recomendado pelo Ministério da Saúde. Foi criado banco de dados no Epi-Info 2002 e calculada a prevalência em relação a todos os testes realizados no período de janeiro de 2003 a março de 2004, por meio de análise estatística descritiva. RESULTADO: após realização de 9.215 testes rápidos, foram detectadas 39 (0,42%) soropositivas para HIV, das quais 23 (59%) não conheciam a sua soropositividade. Duas gestantes que já eram sabidamente HIV positivas não relataram aos profissionais sua condição no momento da admissão. O número de parturientes que referiram ter freqüentado o serviço de pré-natal foi alto (89%), mas somente 32,5% destas foram submetidas ao teste para HIV na gestação. CONCLUSÃO: a prevalência detectada (0,42%) neste estudo é semelhante à nacional. É alta a prevalência de parturientes que desconhecem sua soropositividade para HIV, o que indica inadequado funcionamento de cuidados pré-natais dispensados. Na situação atual é necessária a triagem no momento do parto, para garantia de intervenções adequadas neste momento crucial da transmissão do HIV.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: to evaluate the prevalence of HIV infection in parturient women from maternity hospitals linked to the Public Health Service in Sergipe state (Brazil) using the rapid test, and to evaluate this strategy to introduce the protocol for adequate management of HIV patients. METHODS: cross-sectional study which included the training of all health personnel and enrollment of every parturient woman admitted to maternity hospitals linked to the Public Health Service of Sergipe in the Northeast of Brazil. They received instructions about HIV perinatal transmission, were asked to undertake the rapid test, independently of their knowledge about their HIV serologic status, and signed the term of free consent. Additional information about antenatal care and obstetric history was obtained. The test used was the DetermineTM - Abbott Laboratories, and we used the Health Ministry protocol for HIV infeccion prophylaxis. A database was created at Epi-Info 2002, and the prevalence was calculated in relation to all tests performed from January 2003 to March 2004. RESULTS: after 9215 performed tests, 39 HIV-seropositive patients (0.42%) were detected. Twenty-three of them (59%) had no previous knowledge about their seropositivity. Two patients that already knew their positive sorology status did not refer this condition to the health persomel. The Health Ministry protocol was used for all positive cases. Antenatal care attendance was high (89%) but only 32.5% of the patients had already been submitted to an HIV serologic test during pregnancy. CONCLUSIONS: HIV prevalence in pregnant women (0.42%) in Sergipe was similar to the average rate in Brazil. A large number of seropositive pregnant women did not know their serologic status at the moment of delivery. This indicates bad antenatal care performance and the necessity to keep using HIV rapid test at the moment of labor and delivery in order to reduce vertical transmission.
  • Investigação do fluxo expiratório máximo em gestantes saudáveis Artigos Originais

    Neppelenbroek, Gustavo Antonio; Mauad-Filho, Francisco; Cunha, Sérgio Pereira da; Duarte, Geraldo; Costa, Antonio Gadelha; Spara, Patrícia; Gelonezi, Glauce Maria

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: investigar os valores normais de fluxo expiratório máximo para gestantes normais, com uso de aparelho expiratório portátil (Mini-Wright Peak Flow Meter), relacionando as medidas obtidas com estatura, índice de massa corporal (IMC) e idade de cada paciente, ao longo da gestação. MÉTODOS: estudo prospectivo longitudinal com 26 grávidas acompanhadas do primeiro trimestre até 36 semanas, sendo examinadas a cada quatro semanas. Durante sete visitas, as gestantes exalaram forçadamente três vezes no aparelho respiratório portátil, sendo considerado o maior valor como fluxo expiratório máximo. Todas as medidas foram realizadas de forma assistida, pelo mesmo pesquisador. O coeficiente de Pearson foi utilizado para calcular as correlações entre fluxo e IMC, entre fluxo e estatura e entre fluxo e idade da paciente. RESULTADOS: a variação do fluxo na gestação pode ser determinada por fluxo = 328,32 0,07 x semana, com coeficiente de Pearson igual a zero. Para verificar se houve diferença entre os coeficientes de correlação entre IMC e fluxo, em cada intervalo estudado, comparou-se o menor coeficiente (0,47 da semana 30, fluxo = 123,49 + 7,64 x IMC) com o maior (0,59 da semana 34, fluxo = 87,77 + 9,05 x IMC) e foi obtido o valor de 0,22, entre as variáveis fluxo e IMC. Entre estatura e fluxo, houve correlação positiva (Pearson = 0,61), com fluxo = -477,47 + 497,38 x estatura. O coeficiente de correlação entre fluxo e idade foi de 0,24, não se obtendo equação linear neste caso. CONCLUSÕES: os valores de fluxo expiratório máximo não se modificaram ao longo da gestação. Fluxos mais elevados foram encontrados em pacientes mais altas. Gestantes com maiores IMC prévios à gestação apresentaram maiores fluxos. Não houve correlação entre fluxo e idade materna.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: to investigate the normal peak expiratory flow values in healthy pregnant women employing a portable expiratory apparatus (Mini-Wright Peak Flow Meter), and to relate the obtained measurements to each patient's height, body mass index (BMI) and age, along gestation. METHODS: a longitudinal prospective study including 26 pregnant women followed up from the first trimester to the 36th week of gestation and examined every four weeks. On the occasion of seven visits, the pregnant women performed forced exhaling into a portable expiratory apparatus three times, with the highest value being considered the peak expiratory flow. All measurements were made under the same investigator's supervision in order to reduce the margin of error. Pearson coefficient was used to calculate the correlation between flow and BMI, between flow and patient's height, and between flow and patient's age. RESULTS: the variation in flow values during pregnancy can be determined by flow = 328.32 -0.07 x week, with a Pearson coefficient equal to zero. To determine whether there was a difference in the correlation coefficients between BMI and flow, we compared the lowest coefficient (0.47 for week 30, flow = 123.49 + 7.64 x BMI) with the highest coefficient (0.59 for week 34, flow = 87.77 + 9.05 x BMI) of each studied time interval and obtained a value of 0.22, indicating a good correlation between the flow and BMI variables. There was a positive correlation between height and flow (Pearson = 0.61), with flow = -477.47 + 497.38 x height. The correlation coefficient between flow and age was 0.24, with the equation obtained in this case being non-linear. CONCLUSIONS: peak expiratory flow values did not change along gestation. Higher flows were observed in taller women. Pregnant women with a higher BMI before gestation presented higher flows. There was no correlation between flow and maternal age.
  • A importância do exame cito-anuscópico sob visão ampliada para o diagnóstico das neoplasias intra-epiteliais anais em pacientes com neoplasias intra-epiteliais genitais Nota Prévia

    Jacyntho, Cláudia; Giraldo, Paulo
  • Contribuição da inspeção visual com ácido acético e da captura híbrida II como métodos adjuntos à colpocitologia oncológica na detecção das lesões precursoras e/ou do câncer cervical Resumos De Teses

    Bragança, Joana Fróes
  • Dopplerfluxometria do ducto venoso entre a 10ª e 14ª semanas de gestação: elaboração da curva de normalidade Resumos De Teses

    Teixeira, Luciano da Silva
  • Efeito imuno-histoquimico, molecular e morfológico das isoflavonas no útero de ratas Resumos De Teses

    Mosquette, Rejane
Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia Av. Brigadeiro Luís Antônio, 3421, sala 903 - Jardim Paulista, 01401-001 São Paulo SP - Brasil, Tel. (55 11) 5573-4919 - Rio de Janeiro - RJ - Brazil
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