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Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, Volume: 27, Número: 10, Publicado: 2005
  • A questão das cesarianas Editorial

    Martins-Costa, Sérgio; Ramos, José Geraldo Lopes
  • Streptococcus agalactiae em gestantes: prevalência de colonização e avaliação da suscetibilidade aos antimicrobianos Artigos Originais

    Borger, Irina Lermontov; d'Oliveira, Rachel Elise Cerqueira; Castro, Angela Christina Dias de; Mondino, Silvia Susana Bona de

    Resumo em Português:

    OBJETIVOS: verificar a ocorrência de colonização por Streptococcus agalactiae em gestantes e avaliar a suscetibilidade das amostras isoladas aos antimicrobianos. MÉTODOS: foram avaliadas 167 grávidas entre a 32ª e a 41ª semana de gestação, independente da presença ou não de fatores de risco, atendidas no ambulatório de pré-natal entre fevereiro de 2003 e fevereiro de 2004. O material vaginal/anal, colhido com um único swab, foi inoculado em caldo Todd-Hewitt acrescido de ácido nalidíxico (15 µg/mL) e gentamicina (8 µg/mL), com posterior subcultura no meio de ágar sangue. A identificação foi feita por meio da avaliação da morfologia e tipo de hemólise das colônias no meio de ágar sangue, teste da catalase, teste de cAMP e testes sorológicos. A avaliação da suscetibilidade aos antimicrobianos foi realizada pelos testes de difusão e de diluição em ágar. A análise estatística foi realizada por meio do teste de chi2; valores de p<0,05 foram considerados significativos. RESULTADOS: a freqüência de colonização foi de 19,2%, sem diferenças significativas com relação à idade, número de gestações, ocorrência de abortos e presença ou ausência de diabete melito (p>0,05). Todas as 32 amostras isoladas foram sensíveis a penicilina, cefotaxima, ofloxacina, cloranfenicol, vancomicina e meropenem. A resistência a eritromicina e clindamicina foi detectada em 9,4 e 6,2% das amostras, respectivamente. CONCLUSÕES: a incidência relativamente elevada (19,2%) de colonização por S. agalactiae entre as gestantes avaliadas e o isolamento de amostras resistentes, especialmente aos antimicrobianos recomendados nos casos de alergia à penicilina, enfatizam a importância de detectar esta colonização no final da gravidez, associada à avaliação da suscetibilidade aos antimicrobianos, para uma prevenção eficaz da infecção neonatal.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: to verify the occurrence of colonization by Streptococcus agalactiae in pregnant women attended at the prenatal outpatient clinic of the Teaching Maternity Hospital of Rio de Janeiro University (UFRJ) and to evaluate the susceptibility of the isolates to antimicrobial agents. METHODS: a total of 167 pregnant women between the 32nd and 41st week of gestation, regardless of risk factors, attended at the antenatal clinic between February 2003 and February 2004, were evaluated. The vaginal/anal material, collected by the same swab, was inoculated in Todd-Hewitt broth to which nalidixic acid (15 µg/mL) and gentamicin (8 µg/mL) were added, with following subcultures onto sheep blood-agar. Identification was carried out observing colony morphology and beta-hemolysis type on blood-agar, catalase, cAMP, and serological tests. The antimicrobial susceptibility testing used agar diffusion and agar dilution methods. Statistical analysis was performed by the chi2 test with the level of significance set at p<0,05. RESULTS: the frequency of colonization was 19.2%, with no significant differences when age, number of gestations, number of abortions and the presence or absence of diabetes mellitus were compared (p>0.05). All 32 isolated strains were susceptible to penicillin, cefotaxime, ofloxacin, chloramphenicol, vancomycin and meropenem. Resistance to erythromycin and clindamycin was detected in 9.4 and 6.2% of the isolates, respectively. CONCLUSIONS: the relatively high incidence (19.2%) of colonization by S. agalactiae among the evaluated pregnant women and the recovery of antimicrobial resistant strains, especially those recommended in cases of penicillin allergy, emphasize the importance, for a correct prevention of neonatal infections, of detecting colonization at the end of pregnancy and evaluating antimicrobial susceptibility.
  • Fatores de risco para macrossomia fetal em gestações complicadas por diabete ou por hiperglicemia diária Artigos Originais

    Kerche, Luciane Teresa Rodrigues Lima; Abbade, Joelcio Francisco; Costa, Roberto Antonio Araújo; Rudge, Marilza Vieira Cunha; Calderon, Iracema de Mattos Paranhos

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: identificar fatores de risco para a macrossomia fetal na população de gestantes portadoras de diabete ou hiperglicemia diária. MÉTODOS: estudo retrospectivo, tipo caso-controle, incluindo 803 pares de mães e recém-nascidos desta população específica, distribuídos em dois grupos: macrossômicos (casos, n=242) e não macrossômicos (controles, n=561). Foram comparadas variáveis relativas à idade, paridade, peso e índice de massa corporal (IMC), ganho de peso (GP), antecedentes de diabete, hipertensão arterial e tabagismo, tipo e classificação do diabete e indicadores do controle glicêmico no terceiro trimestre. As médias foram avaliadas pelo teste F e as variáveis categorizadas foram submetidas à análise univariada, utilizando-se o teste do chi². Os resultados significativos foram incluídos no modelo de regressão múltipla, para identificação do risco independente de macrossomia, considerando-se OR, IC 95% e valor de p. Para todas as análises foi estabelecido o limite de significância estatística de 5% (p<0,05). RESULTADOS: observou-se associação significativa entre macrossomia e GP maior que 16 kg, IMC >25 kg/m², antecedentes pessoais, obstétricos e, especificamente, o de macrossomia, classificação nos grupos de Rudge (IB e IIA + IIB), média glicêmica (MG) >120 mg/dL e média de glicemia pós-prandial >130 mg/dL no terceiro trimestre. Na análise de regressão múltipla, o GP >16 kg (OR=1,79; IC 95%: 1,23-1,60), o IMC >25 kg/m² (OR=1,83; IC 95%: 1,27-2,64), o antecedente pessoal de diabete (OR=1,56; IC 95%: 1,05-2,31) e de macrossomia (OR=2,37; IC 95%: 1,60-3,50) e a MG >120 mg/dL no terceiro trimestre (OR=1,78; IC 95%: 1,13-2,80) confirmaram risco independente para macrossomia nestas gestações de risco. CONCLUSÃO: o GP superior a 16 kg, o IMC maior ou igual a 25 kg/m², a MG superior a 120 mg/dL no terceiro trimestre e a presença de antecedentes pessoais de diabete ou de macrossomia foram identificados como fatores de risco para macrossomia fetal em gestantes portadoras de diabete ou de hiperglicemia diária.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: to identify risk factors for fetal macrosomia in pregnant women with diabetes or daily hyperglycemia. METHODS: retrospective study, control-case, including 803 pairs of mothers and newborns belonging to this specific population, divided into two groups - macrosomic (cases, n=242) and non-macrosomic (controls, n=561). Variables regarding age, parity, weight and body mass index (BMI), weight gain (WG), diabetes history, high blood pressure and tabagism, diabetes type and classification, and glycemic control indicators in the third trimester were compared. The means were evaluated by the F test and the categorized variables were submitted to univariate analysis using the chi² test. The significative results were included in the multiple regression model for the identification of macrosomia independent risk considering OR, 95% CI and p value. The statistical significance limit of 5% was established for all analyses. RESULTS: there was a significative association between macrosomia and WG >16 kg, BMI >25 kg/m², personal, obstetric and macrosomic history, classification in the Rudge groups (IB and IIA + IIB), glycemic mean (GM) >120 mg/dL and postprandial glycemic mean >130 mg/dL in the third trimester. In the multiple regression analysis, WG >16 kg (OR=1,79; 95% CI: 1,23-1.60), BMI >25 kg/m² (OR=1.83; 95% CI: 1.27-2.64), personal history of diabetes (OR=1.56; 95% CI: 1.05-2.31) and of macrosomia (OR=2.37; 95% CI: 1.60-3.50) and GM >120 mg/dL in the third trimester (OR=1.78; 95% CI: 1.13-2.80) confirmed to be independent risk factors for macrosomia in these pregnancies. CONCLUSION: WG >16 kg, BMI >25 kg/m², GM >120 mg/dL in the third trimester and personal history of macrosomia and diabetes were identified as risk factors for fetal macrosomia in pregnant women with diabetes or daily hyperglycemia.
  • Prevalência de aderências intra-uterinas após aspiração manual a vácuo para tratamento de abortamento Artigos Originais

    Godoy, Carlos André de Carvalho; Cordeiro, Maria Rachel Aguiar; Serrano, Rodrigo; Costa, Hélio de Lima Ferrreira Fernandes

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: avaliar a prevalência de aderências intra-uterinas após aspiração manual a vácuo para tratamento de abortamento. MÉTODOS: estudo prospectivo, descritivo, com comparação de grupos, realizado no período de novembro de 2000 a agosto de 2001, em 80 mulheres de 15 a 48 anos internadas em hospital público para tratamento de qualquer tipo de abortamento. A aspiração manual a vácuo consistiu na retirada do conteúdo uterino por sucção com seringa de Karman conectada a cânulas plásticas. As aderências intra-uterinas foram rastreadas em todas as pacientes, por meio de histeroscopia, realizada 40 a 60 dias após a aspiração. Para análise dos resultados foram utilizados o teste exato de Fisher, ANOVA e estimativa do risco de prevalência, quando indicados. RESULTADOS: a histeroscopia identificou 13 pacientes com aderências intra-uterinas (prevalência de 16,3%), sendo a maioria delas de constituição mucosa (9 de 13), gravidade mínima (11 de 13) e localização lateral no útero (5 de 13). Foram mais freqüentes nas mulheres com mais de 8 semanas de gravidez (24,4 vs 3,7%, risco de prevalência de 6,6) e naquelas com abortamento retido (41,7 vs 12,1%, risco de prevalência de 3,54). CONCLUSÃO: a prevalência de aderências intra-uterinas após aspiração manual a vácuo foi 16,3%. Aborto retido e idade gestacional avançada parecem estar associados à ocorrência das aderências.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: to evaluate the prevalence of intrauterine adhesions after manual vacuum aspiration for the treatment of abortion. METHODS: a prospective, descriptive study, with group comparison was carried out between November 2000 and August 2001 on 80 women between 15 and 48 years old, admitted to a public hospital for abortion care. Manual vacuum aspiration consisted of extracting the uterine content by suction using a Karman syringe connected to plastic cannulas. Intrauterine adhesions were screened by hysteroscopy, performed 40-60 days after the aspiration. Statistical analysis was performed using Fisher exact test, ANOVA and estimation of prevalence risk, when indicated. RESULTS: hysteroscopy identified intrauterine adhesions in 13 patients (prevalence = 16.3%), most of them of the mucosal type (9 of 13), minimal severity (11 of 13) and lateral location in the uterus (5 of 13). Adhesions were more frequent at a gestational age more than 8 weeks (24.4 vs 3.7%; prevalence risk of 6.6) as well as in missed abortion (41.7 vs 12.1% ; prevalence risk of 3.54). CONCLUSIONS: prevalence of intrauterine adhesions after manual vacuum aspiration was 16.3%. Missed abortion and advanced gestational age seem to be associated with the occurrence of adhesions.
  • Desfecho da gravidez em portadoras de esclerodermia difusa e limitada Artigos Originais

    Francisco, Marina Celli; Neves, Felipe Trentin; Skare, Thelma Larocca; Beck, Ricardo Teodoro

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: verificar se existe diferença no número de abortamentos e recém-nascidos (RN) de baixo peso entre as pacientes com esclerodermia (SSc) se comparadas com as mulheres sem a doença entre as formas da doença e quando a manifestação da SSc ocorre antes ou após a gestação. MÉTODOS: foram incluídas 26 pacientes com SSc. Os casos foram analisados quanto ao número de gestações, abortamentos, peso ao nascer e sexo dos filhos, correlacionando-se com a forma da doença e a relação temporal do diagnóstico com a gestação. As pacientes não haviam feito uso de medicações que interferissem na gestação, nem apresentavam outra doença. Para controle foram incluídas 26 mulheres saudáveis, sem doenças que alterassem o curso da gestação, pareadas para nível socioeconômico e idade. Para estudo estatístico foram feitas tabelas de freqüência, de contingência e empregados os testes de Fisher, chi2 e Mann-Whitney. RESULTADOS: entre as pacientes com SSc, houve 96 gestações com 13,5% (n=13) de abortamentos. No grupo controle, 94 gestações com 9,6% (n=9) de abortamentos. Não houve diferença quanto ao número de RN de baixo peso nestes dois grupos (n=8 e controles, n=6, com p=0,54) e tampouco entre o número de abortos (p=0,46). Entretanto, o número de RN de baixo peso foi significativamente maior entre os casos com a forma difusa da doença (forma difusa, n=4 e limitada, n=4, com p=0,04) e em pacientes que engravidaram após o diagnóstico estabelecido de SSc (37,5% em mulheres sabidamente doentes e 6,7% em mulheres que engravidaram antes de adoecer, com p=0,03). O número de RN masculinos foi maior no grupo das SSc (p=0,002). CONCLUSÕES: as mulheres portadoras de SSc apresentam um número maior de RN de baixo peso na forma difusa da doença e quando a gravidez se estabelece após o diagnóstico clínico da doença.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: to verify if there is any difference in the number of miscarriages and newborns with low weight in patients with scleroderma (SSc) when compared with women without the disease, between the two clinical variants of the disease and when the expression of SSc occurred before or after the gestation. METHODS: twenty-six patients were analyzed regarding the number of pregnancies, miscarriages, sex, and birth weight of the children, studying the clinical variant of the disease and the temporal relationship between diagnosis and gestation. The patients had not used either medications that could interfere in gestation or had any other disease that could do it. For control, twenty-six healthy women, without diseases that might alter the gestation, of the same ages and socioeconomic status were studied. For the statistical analysis study, tables of frequency, tables of contingency, and Fisher, chi2 and Mann-Whitney tests were used. Statistical significance was considered when p<0.05. RESULTS: among the patients with SSc, there were 96 gestations with 13.5% (n=13) of miscarriages. In the control group, there were 94 gestations with 9.6% (n=9) of miscarriages. There were no differences in the number of newborns with low weight between the two groups (cases, n=8 and controls, n=6, with p=0.54), nor in the number of miscarriages (p=0.46). However, the number of newborn babies with low weight was significantly higher among the cases with the diffuse disease (diffuse form, n=4 and limited, n=4, with p=0.04) and among patients that became pregnant after the diagnosis of SSc (37.5% in women known to be sick and 6.7% in women who became pregnant before getting ill, with p=0.03). The number of male newborns was higher in the women with SSc (p=0.002). CONCLUSIONS: the women with SSc showed a higher number of low-weight newborns in the group with diffuse disease and when pregnancy occurred after the clinical diagnosis of the disease.
  • Resultados obtidos em mulheres portadoras de endometriose pélvica avançada e mulheres com ligadura tubária, submetidas a ICSI: análise comparativa Artigos Originais

    Aoki, Tsutomu; Donadio, Nilson; Auge, Antonio Pedro; Prado, Roberto Adelino de Almeida; Borges Junior, Edson; Ribeiro, Paulo Augusto Ayroza G.; Santos, Roberto Euzébio dos

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: análise comparativa dos resultados obtidos em mulheres portadoras de endometriose pélvica avançada e mulheres com ligadura tubária, submetidas a injeção intracitoplasmática de espermatozóide (ICSI). MÉTODOS: noventa e três mulheres com diagnóstico de infertilidade, com ciclo menstrual normal, não submetidas a qualquer tratamento hormonal e cirúrgico durante o último ano, índice de massa corporal igual a 20-25, portadoras de ovários sem a presença de cistos ou tumores participaram deste estudo e foram divididas em dois grupos: tubário (TUB), 39 mulheres com ligadura tubária, e endometriose (EDT), 54 mulheres com EDT-III e EDT-IV, submetidas a indução ovulatória com FSH-r e ICSI. Os dados clínicos e laboratoriais foram comparados. Testes chi2, Fisher, t pareado, t de Student e Mann-Whitney foram empregados. RESULTADOS: níveis mais baixos de estradiol (2243,1 vs 1666,3; p=0,001) e número menor de folículos por paciente (16,9 vs 13,9; p=0,001) foram recuperados no grupo EDT, apesar da utilização de maior número de unidades de FSH-r (1775,6 vs 1998,6; p=0,007, para TUB e EDT, respectivamente). Não houve diferença quanto à taxa de recuperação ovocitária (69 vs 73,5%; p=0,071) assim como nas taxas de fertilização normal (83,7 vs 81,7%; p=0,563 respectivamente para TUB e EDT. No entanto, menor número de pré-embriões ótimos foi obtido no grupo EDT (36,4 vs 24,8%, respectivamente para TUB e EDT; p=0,005). As taxas de gestação total (41,0 vs 42,6%; p=0,950) e de implantação (13,9% x 14,5%; p=0,905) não foram significativamente diferentes quando TUB e EDT foram comparados. CONCLUSÕES: os ovários das mulheres do grupo EDT parecem ser menos responsivos à indução da ovulação com FSH-r. A endometriose parece comprometer o número médio de folículos e de pré-embriões ótimos sem prejudicar as taxas de recuperação ovocitária e fertilização. No entanto, uma vez formados, os pré-embriões do grupo EDT exibem chances de implantação e gestação semelhantes àquelas do grupo TUB.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: comparative analysis of the outcome of women with advanced pelvic endometriosis and women with tubal sterilization submitted to intracytoplasmic sperm injection (ICSI). METHODS: ninety-three infertile women, with normal menstrual cycle, without hormonal or surgical treatment during 12 months, body mass index of 20-25, ovaries with no tumors or cysts were included in the present study and divided into two groups: tubal sterilization (TUB), 39 women, and endometriosis (EDT), 54 women with III-EDT and IV-EDT, undergoing ovulatory induction using r-FSH and ICSI. Clinical and laboratorial data were compared. chi2, Fisher, Student's t, and Mann-Whitney tests were employed. RESULTS: lower estradiol levels (2,243.1 vs 1,666.3; p=0.001) and lower number of follicles per patient (16.9 vs 13.9, p=0.001) were noted in EDT group, in spite of more units of r-FSH (1,775.6 vs 1,998.6; p=0.007, for TUB and EDT, respectively). There were no differences in the rates of retrieved oocyte (69 vs 73.5%; p=0.071) as well as in normal fertilization rates (83.7 vs 81.7%; p=0.563, for TUB and EDT, respectively. However, lower number of top quality preembryos were obtained in patients from EDT group (36.5 vs 24.8%, TUB and EDT, respectively; p=0.005). Total pregnancy (41.0 vs 42.6%; p=0.950) and implantation rates (13.9 vs 14.5%; p=0.905) were not different when groups TUB and EDT were compared. CONCLUSIONS: ovaries of women from EDT group seem to be less responsive to ovulatory induction with r-FSH. EDT seems to impair the mean number of follicles and top quality preembryos with no impairment of retrieved oocyte and fertilization rates. However, once obtained, preembryos from EDT patients are able to exhibit similar implantation potential and pregnancy when compared with patients from TUB group.
  • Associação entre o polimorfismo no códon 72 da p53 e as lesões pré-malignas e malignas cervicais Artigos Originais

    Anschau, Fernando; Schmitt, Virgínia Minghelli; Gonçalves, Manoel Afonso Guimarães; Garicochea, Bernardo

    Resumo em Português:

    OBJETIVOS: testar a hipótese de que o polimorfismo no códon 72 do gene TP53 é fator de risco para as lesões pré-malignas e malignas cervicais associadas ou não ao papilomavírus humano (HPV). MÉTODOS: foram incluídas amostras de cérvice uterina, para pesquisa de DNA de HPV e do polimorfismo no códon 72 da p53 com o uso da reação em cadeia da polimerase (PCR), de 155 pacientes que se submeteram à biópsia cervical. Foram formados três grupos de acordo com o diagnóstico histológico: lesão escamosa intra-epitelial de baixo grau (LSIL), lesão escamosa intra-epitelial de alto grau (HSIL) e carcinoma cervical. Aquelas pacientes sem alterações displásicas, citológicas e histológicas, foram consideradas controles. Para testar a associação entre o polimorfismo no códon 72 do gene TP53 e os grupos, foi utilizado o teste de chi2. Considerou-se como significativo o intervalo de confiança no nível de 95% (alfa=0,05). RESULTADOS: quarenta pacientes tiveram o diagnóstico histológico de carcinoma cervical, 18 tinham HSIL, 24 tinham LSIL e 73 foram consideradas controles. O genótipo Arg/Arg p53 foi encontrado em 60,0% das pacientes com câncer, 50,0% dos casos com HSIL, 45,8% dos casos com LSIL e em 45,2% dos controles. Não houve diferença significativa entre as proporções de cada genótipo da p53 nos diferentes grupos independente da presença do HPV (chi2: 3,7; p=0,716). CONCLUSÕES: nossos dados não suportam a hipótese de que o polimorfismo no códon 72 do gene TP53 é importante no desenvolvimento de lesões cervicais pré-malignas e malignas associadas ou não ao HPV.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: to test the hypothesis that gene TP53 codon 72 polymorphism is a risk factor for premalignant and malignant cervical lesions associated or not with human papillomavirus (HPV). METHODS: uterine cervical samples were collected for HPV DNA and TP53 codon 72 polymorphism tests from 155 patients who underwent cervical biopsy. Three groups were formed according to histological diagnosis: low-grade squamous intraepithelial lesion (LSIL), high-grade squamous intraepithelial lesion (HSIL) and cervical carcinoma. Subjects without cytological and histological displasic changes were considered controls. To verify the association between the gene TP53 codon 72 polymorphism and the groups, the chi2 test was applied. Confidence interval was considered significant at 95% (alpha=0.05). RESULTS: forty subjects were found to present cervical carcinoma, 18 had HSIL, 24 had LSIL and 73 were grouped as controls. The genotype Arg/Arg p53 was found in 60% of the patients with cancer, in 50.0% of the cases with HSIL, 45.8% with LSIL, and in 45.2% of the controls. No significant differences were identified in the frequencies of p53 genotype between all groups, independently of the presence of HPV (chi2: 3.7; p=0.716). CONCLUSIONS: our data do not support hypothesis that the gene TP53 codon 72 polymorphism is important for the development of pre-malignant and malignant cervical lesions associated or not with HPV.
  • Avaliação dos resultados do tratamento cirúrgico de pacientes portadoras de endometriose do septo retovaginal Artigos Originais

    Fahmy, Walid Makin; Lopes, Reginaldo Coelho Guedes; Ramos, José Francisco Dória; Baracat, Fausto Farah; Gomes, Ana Maria Pereira; Takeda, Gilberto Kendi; Prado, Daniela Siqueira

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: avaliar os resultados dos 14 primeiros casos de tratamento cirúrgico videolaparoscópico de pacientes com endometriose profunda do septo retovaginal no Setor de Endoscopia Ginecológica do Hospital do Servidor Público Estadual "Francisco Morato de Oliveira". MÉTODOS: foi realizada análise retrospectiva com dados retirados de prontuários, associada ao atendimento ambulatorial pós-operatório das 14 pacientes operadas entre fevereiro de 2002 e fevereiro de 2004, apresentando as seguintes características: a idade das pacientes variou de 33 a 44 anos, com média de 38,4; a paridade variou de 0 a 3, com média de 1,1; os principais sintomas pré-operatórios foram: dismenorréia em 14 (100%), dispareunia de profundidade em 12 (85,7%), dor pélvica acíclica em 10 (71,4%), dor à evacuação em duas (14,3%), enterorragia em duas (14,3%) e infertilidade em duas (14,3%). A dosagem plasmática do CA-125 esteve entre 3,6 e 100,3 U/mL, com média de 52,9 U/mL. RESULTADOS: o exame anatomopatológico das lesões do septo retovaginal foi compatível com endometriose em nove (64,3%) pacientes. Quanto à sintomatologia dolorosa, houve regressão total em sete (50%) pacientes, melhora de mais de 80% em duas (14,3%), sem melhora em quatro (28,6%) e piora em uma (7,1%). A incidência de complicações foi de 14,3%, sendo uma lesão de ureter associada a lesão no sigmóide e uma lesão retal diagnosticada no 8º dia de pós-operatório. CONCLUSÃO: pode-se concluir que a endometriose profunda do septo retovaginal pode ser tratada pela cirurgia laparoscópica, com baixa morbidade, e trazendo alívio dos sintomas para a maioria das pacientes.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: to evaluate the results of 14 cases of laparoscopic surgical treatment of patients with deep endometriosis of the rectovaginal septum in the Sector of Gynecological Endoscopy of the 'Hospital do Servidor Público Estadual "Francisco Morato de Oliveira"'. METHODS: a retrospective analysis was accomplished with data from the records, associated with postoperative evaluation of the patients operated between February 2002 and February 2004. The patients' age varied from 33 to 44 years, with a mean of 38.4. The parity ranged from 0 to 3, with a mean of 1.1. The main preoperative symptoms were: dysmenorrhea in 14 (100%), deep dyspareunia in 12 (85.7%), non-ciclic pelvic pain in 10 (71.4%), pain at defecation in two (14.3%), rectal bleeding in two (14.3%), and infertility in two (14.3%). The plasma level of CA-125 ranged from 3.6 to 100.3 U/mL, with a mean of 52.9 U/mL. RESULTS: the histological examination of the lesions of the rectovaginal septum was compatible with endometriosis in nine (64.3%) patients. Concerning painful symptoms, there was total regression in seven (50%) patients, partial regression (more than 80% relief) in two (14.3%), no improvement in four (28.6%), and worsening in one (7.1%). The incidence of complications was 14.3%: a ureter lesion associated with lesion of the sigmoid and a lesion of the rectum diagnosed on the 8th postoperative day. Conclusion: it can be concluded that endometriosis of the rectovaginal septum can be treated through laparoscopic surgery with low morbidity, leading to a complete or almost complete relief of the symptoms in most of the patients.
  • Características de um grupo de adolescentes com suspeita de neoplasia intra-epitelial cervical Artigos Originais

    Nascimento, Maria Isabel do; Pires, Elaine da Silva; Gil, Daniella Queiroz; Nunes, Glaucimara Gonzaga; Balboa, Victoria; Stasiaki, Fabio Volnei; Cunha, Alfredo de Almeida

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: avaliar a prevalência de alterações citológicas, colposcópicas e histopatológicas observadas no colo uterino de adolescentes com suspeita de neoplasia cervical e as correlações epidemiológicas, compararando com mulheres adultas jovens. MÉTODOS: estudo transversal, retrospectivo de revisão de 366 prontuários de mulheres encaminhadas para esclarecimento diagnóstico com suspeita de neoplasia cervical. As pacientes foram classificadas em dois grupos definidos por idade. O grupo Adolescente foi composto por 129 mulheres de 13 a 19 anos e o grupo Adulta foi composto por 237 mulheres de 20 a 24 anos. Foram calculados razão de prevalência (RP), respectivos intervalos de confiança (IC) a 95% para cada variável, teste chi2 ou teste exato de Fisher quando aplicável para comparação das proporções. RESULTADOS: a sexarca ocorreu em média aos 15,0 anos no grupo Adolescente e 16,6 anos no grupo Adulta. A chance de diagnóstico de alterações citológicas no primeiro exame realizado (RP=2,61; IC 95%: 2,0-3,4), a condição neoplasia intra-epitelial cervical (NIC) a esclarecer (RP=1,78; IC 95%: 1,26-2,52) e a colposcopia de baixo grau (RP=1,42; IC 95%: 1,08-1,86) foram estatisticamente significantes no grupo Adolescente. A análise histopatológica não mostrou diferenças para qualquer grau de NIC. Entretanto, foram identificados dois casos de carcinoma microinvasor, sendo um em cada grupo, e três casos de carcinoma invasor no grupo Adulta. CONCLUSÃO: nosso estudo sugere que o câncer de colo uterino é raro na adolescência, mas verificamos que alterações a ele associadas aconteceram em mulheres muito jovens. A investigação da neoplasia intra-epitelial cervical com a aplicação criteriosa dos mesmos métodos utilizados para a mulher adulta foi apropriada também na adolescência.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: to evaluate the prevalence of cytologic, colposcopic and histopathologic alterations observed in the uterine cervix of adolescents with suspected cervical neoplasia and to compare it with young adult women. METHODS: a cross-sectional, retrospective study that analyzed 366 medical records of females referred to clarify diagnosis of the suspected cervical neoplasia. The patients had been classified into two groups defined by age. The Adolescent group was composed of 129 females between 13 and 19 years and the Adult group was composed of 237 females between 20 and 24 years. Data were analyzed statistically by the prevalence ratio (PR), respective confidence intervals (CI) at 95% for each variable, chi2 test, or Fisher exact test used to compare proportion. RESULTS: the first sexual intercourse coitarche occurred on average at 15.0 years in the Adolescent group and 16.6 years in the Adult group. The possibility of diagnosis of cytological alterations in the first Papanicolaou smears (PR=2.61; CI 95%: 2.0-3,4), the condition of non-clarified cervical intraepithelial neoplasia (CIN) (PR=1.78; CI 95%: 1.26-2,52), and the colposcopic impressions of low grade (PR=1.42; CI 95%: 1.08-1.86) were statistically significant in the Adolescent group. The histopathologic analysis did not show differences at any grade of CIN. However, two cases of microinvasive carcinoma, one in each group, and three cases of clinical invasive carcinoma in the Adult group were identified. CONCLUSION: our study suggests that cervical cancer is rare among adolescents, but we verified that alterations associated with it occurred even in younger women. The evaluation of cervical intraepithelial neoplasia with the careful application of the same tools used for adult women was appropriate also in adolescence.
  • Síndromes hipertensivas da gestação: identificação de casos graves Revisão

    Peraçoli, José Carlos; Parpinelli, Mary Angela

    Resumo em Português:

    A hipertensão arterial está entre as causas mais freqüentes de morte materna. Entre os tipos presentes na gravidez destacam-se as manifestações específicas, isto é, a pré-eclâmpsia e a hipertensão gestacional, definidas clinicamente por aumento dos níveis da pressão arterial após a 20ª semana de gestação, associado (pré-eclâmpsia) ou não (hipertensão gestacional) à proteinúria. Na fase inicial a doença é assintomática, porém, quando não tratada ou não se interrompe a gestação, sua evolução natural é desenvolver as formas graves, como a eclâmpsia e a síndrome HELLP. Eclâmpsia é definida pela manifestação de uma ou mais crises convulsivas tônico-clônicas generalizadas e/ou coma, em gestante com hipertensão gestacional ou pré-eclâmpsia, na ausência de doenças neurológicas. Pode ocorrer durante a gestação, durante o trabalho de parto e no puerpério imediato. É comumente precedida pelos sinais e sintomas de eclâmpsia iminente (distúrbios do sistema nervoso central, visuais e gástricos). A associação de hemólise, plaquetopenia e disfunção hepática já era relatada na literatura na década de cinqüenta. Em 1982, Weinstein reuniu estas alterações sob o acrônimo de HELLP, significando hemólise (H), aumento de enzimas hepáticas (EL) e plaquetopenia (LP), e denominou-as de síndrome HELLP. A literatura diverge em relação aos valores dos parâmetros que definem a síndrome. Sibai et al. (1986) propuseram sistematização dos padrões laboratoriais e bioquímicos para o diagnóstico da mesma, que foi adotada pelo Ministério da Saúde do Brasil. As manifestações clínicas podem ser imprecisas, sendo comuns queixas como dor epigástrica, mal-estar geral, inapetência, náuseas e vômitos. O diagnóstico precoce é, eminentemente, laboratorial e deve ser pesquisado de maneira sistemática nas mulheres com pré-eclâmpsia grave/eclâmpsia e/ou dor no quadrante superior direito do abdome. Diferenciar a síndrome HELLP de outras ocorrências, com manifestações clínicas e/ou laboratoriais semelhantes, não é tarefa fácil. O diagnóstico diferencial é particularmente difícil para doenças como púrpura trombocitopênica trombótica, síndrome hemolítico-urêmica e fígado gorduroso agudo da gravidez, devido à insuficiente história clínica e à semelhança dos aspectos fisiopatológicos. O conhecimento da fisiopatologia da pré-eclâmpsia, o diagnóstico precoce e a atuação precisa no momento adequado nas situações complicadas pela eclâmpsia e/ou síndrome HELLP permitem melhorar o prognóstico materno e perinatal.

    Resumo em Inglês:

    Arterial hypertension is one of the most frequent causes of maternal death. The most important types found in pregnancy are gestational hypertension, clinically defined by increased arterial pressure after the 20th week of pregnancy, and preeclampsia associated with proteinuria. In the initial phase, the disease is asymptomatic, but when not treated or when the pregnancy is not interrupted, it naturally progresses to serious forms such as eclampsia and HELLP syndrome. Eclampsia is defined by one or more generalized tonic-clonic seizures or coma in a pregnant woman with gestational hypertension or preeclampsia, and without neurological disease. It may occur during pregnancy, labor, and immediately after delivery. It is often preceded by signs and symptoms of imminent eclampsia (central nervous system, visual and gastric disorders). Its association with hemolysis, low platelet count, and hepatic dysfunction had already been reported in the literature of the 1950's. In 1982, Weinstein grouped these alterations as a syndrome under the acronym of HELLP, meaning hemolysis (H), elevated liver enzyme levels (EL), and low platelet (LP) count. The literature differs in relation to the parameter values that define the syndrome. Sibai et al. (1986) proposed a system of laboratory and biochemical diagnosis standards which has been adopted by the Brazilian Health Ministry. Clinical manifestations are sometimes imprecise; common complaints are epigastric pain, general malaise, loss of appetite, nausea, and vomiting. Early diagnosis is exclusively by laboratory tests and should be systematically investigated in women with serious preeclampsia/eclampsia or pain in the superior right abdominal quadrant. Differentiating HELLP syndrome from others with similar clinical or laboratory manifestations is not easy. Differential diagnosis is particularly difficult regarding diseases such as thrombotic thrombocytopenic purpura, hemolytic-uremic syndrome, or acute fatty liver of pregnancy, due to poor clinical history, and similar physiopathological aspects. An understanding of preeclampsia physiopathology, early diagnosis, and precise action at the right moment in situations complicated by eclampsia or HELLP syndrome, allows a better maternal and perinatal prognosis.
  • Hidropisia fetal não-imune: efeito da presença de cromossomopatia na mortalidade fetal e neonatal Resumo De Tese

    Fritsch, Alessandra
  • Efetividade da assistência pré-natal sobre a mortalidade materna e a morbi-mortalidade neonatal no Brasil Resumo De Tese

    Lima, Bruno Gil de Carvalho
  • Estudo da glibenclamida no tratamento do diabete melito gestacional e sua repercussão no peso e glicemia neonatal Resumo De Tese

    Silva, Jean Carl
  • Fatores associados à infecção do sítio cirúrgico após cirurgia para o tratamento do câncer de mama em mulheres usuárias do sistema de drenagem Resumo De Tese

    Felippe, Wilza Andrade Barbosa
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