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Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, Volume: 28, Número: 11, Publicado: 2006
  • Ultra-sonografia em uroginecologia Editorial

    Girão, Manoel João Batista Castello
  • Análise dos parâmetros ultra-sonográficos empregados no diagnóstico da incontinência urinária de esforço Artigos Originais

    Ferlin, Rejane Maria; Urbanetz, Almir Antonio; Carvalho, José Gastão Rocha de; Rebolho, Mário Eduardo; Carvalho, Newton Sérgio de

    Resumo em Português:

    OBJETIVOS: verificar a sensibilidade, especificidade e acurácia de medidas ultra-sonográficas da bexiga e uretra no diagnóstico da incontinência urinária de esforço (IUE). MÉTODOS: o encurtamento da uretra, o abaixamento do colo vesical e a mudança da forma do trígono vesical, provocados pelo esforço miccional, foram medidos por ultra-sonografia transvaginal. A soma algébrica dos três indicadores foi utilizada como uma quarta medida para análise. A amostra era composta de 40 mulheres com IUE comparadas com 40 controles. Os casos diferiam dos controles com relação à idade, à paridade e ao número de gestações. Foram utilizados diversos pontos de corte para avaliar a sensibilidade, especificidade e acurácia diagnóstica do método. O diagnóstico urodinâmico da IUE e de controles serviu como padrão-ouro. Para a análise univariada dos dados, foram utilizados os testes chi2 de Yates e chi2 de Pearson. RESULTADOS: no melhor ponto de corte para o abaixamento do colo vesical, a sensibilidade foi de 40%, a especificidade de 72% e a acurácia de 57%; no melhor ponto de corte para a medida do encurtamento da uretra, a sensibilidade foi de 40%, a especificidade de 70% e a acurácia de 55%; no melhor ponto de corte para a mudança da forma do trígono vesical, a sensibilidade foi de 58%, a especificidade de 48% e a acurácia foi de 52%; no melhor ponto de corte para soma das diferenças das três medidas, a sensibilidade do método foi de 32%, a especificidade de 62% e a acurácia de 48%. CONCLUSÃO: a ultra-sonografia transvaginal, no presente estudo, não se mostrou um método válido para o diagnóstico da IUE.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: to verify the sensitivity, specificity and accuracy of some ultrasonographic measurements in the diagnosis of stress urinary incontinence (SUI). METHODS: transvaginal ultrasound measurements of the bladder neck descent, urethral mobility and urethrovesical funneling caused by urination effort were performed in 40 women with SUI and in 40 women from a control group. Age, parity and the number of pregnancies were different in both groups. Several cut points were performed to evaluate the sensitivity, specificity and accuracy of these measurements as a diagnostic tool for SUI. The urodynamic results were used as gold standard. Univariated analysis was done using Yates chi2 Test and Pearson chi2 Test. RESULTS: in the best cut point for bladder neck descent measurements, sensitivity was 40%, specificity was 72% and accuracy was 57%; in the best cut point for urethral mobility measurements, sensitivity was 40%, specificity was 70% and accuracy was 55%; in the best cut point for urethrovesical funneling measurements, sensitivity was 58%, specificity was 48% and accuracy was 52%; in the best cut point for the addition of the differences of these three measurements, sensitivity was 32%, specificity was 62% and accuracy was 48%. CONCLUSION: vaginal ultrasonography was not a valid diagnostic method for stress urinary incontinence in the present study.
  • Concentrações de FSH, LH, estradiol, progesterona e histamina no soro, no fluido peritoneal e no fluido folicular de mulheres com e sem endometriose Artigos Originais

    Lima, Andréa Pereira de; Rosa e Silva, Alzira Amélia Martins; Moura, Marcos Dias de

    Resumo em Português:

    OBJETIVOS: relatos da literatura mostram que não há dados conclusivos sobre a associação entre a endometriose e as concentrações de hormônios envolvidos no controle da reprodução. Este estudo foi realizado para determinar as concentrações de FSH, LH, estradiol (E), progesterona (P) e histamina (Hi) no soro, no fluido peritoneal e no fluido folicular de mulheres com e sem endometriose. MÉTODOS: a extensão da doença foi estadiada de acordo com a American Fertility Society classification (1997). Para a coleta de soro e de fluido peritoneal foram selecionadas 28 mulheres com endometriose submetidas à laparoscopia diagnóstica (18 mulheres inférteis com endometriose I-II e dez mulheres inférteis com endometriose III-IV). Para o grupo controle, foram selecionadas 21 mulheres férteis submetidas à laparoscopia para esterilização tubárea. O fluido folicular foi obtido de 39 mulheres inférteis submetidas a fertilização in vitro (21 mulheres com endometriose e 18 mulheres sem endometriose). RESULTADOS: as concentrações de FSH e LH no soro, no fluido peritoneal e no fluido folicular não diferiram significativamente entre os grupos. As concentrações de E e P no fluido peritoneal foram significativamente mais baixas em mulheres inférteis com endometriose (E: 154,2±15,3 para estágios I-II e 89,3±9,8 ng/mL para estágios III-IV; P: 11,2±1,5 para estágios I-II e 7,6±0,8 ng/mL para estágios III-IV) em comparação com mulheres controle (E: 289,1±30,1; P: 32,8±4,1 ng/mL) (Testes de Kruskal-Wallis/Dunn; p<0,05). No soro, as concentrações de E e P seguiram o mesmo padrão. No fluido folicular, as concentrações de E e Hi foram significativamente mais baixas em mulheres com endometriose (E: 97,4±11,1 ng/mL; Hi: 6,6±0,9 ng/mL) em comparação com mulheres sem endometriose (E: 237,5±28,5 pg/mL; Hi: 13,8±1,3 ng/mL), enquanto os níveis de P não revelaram diferença significativa entre os grupos (teste t de Student; p<0,05). CONCLUSÕES: nossos resultados indicam disfunção ovariana em mulheres com endometriose, com redução nas concentrações de estradiol, progesterona e histamina, o que pode contribuir para a subfertilidade freqüentemente associada à doença.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: literature reports show that there are no conclusive data about the association between endometriosis and the concentrations of hormones involved in the control of reproduction. Thus, the present study was undertaken to determine FSH, LH, estradiol (E), progesterone (P), and histamine (Hi) concentrations in serum, peritoneal fluid and follicular fluid of women with and without endometriosis. METHODS: the extent of the disease was staged according to the revised American Fertility Society classification (1997). For the collection of serum and peritoneal fluid, 28 women with endometriosis undergoing diagnostic laparoscopy were selected (18 infertile women with endometriosis I-II and ten infertile women with endometriosis III-IV). For the control group, 21 fertile women undergoing laparoscopy for tubal sterilization were selected. Follicular fluid was obtained from 39 infertile women undergoing in vitro fertilization (21 women with endometriosis and 18 women without endometriosis). RESULTS: FSH and LH levels in serum, peritoneal fluid and follicular fluid did not differ significantly between groups. On the other hand, E and P concentrations in the peritoneal fluid were significantly lower in infertile women with endometriosis (E: 154.2±15.3 for stages I-II and 89.3 ng/mL±9.8 ng/mL for stages III-IV; P: 11.2±1.5 for stages I-II and 7.6 ng/mL±0.8 for stages III-IV) in comparison with control women (E: 289.1 ng/mL±30.1; P: 32.8±4.1 ng/mL) (Kruskal-Wallis/Dunn tests; p<0.05). In serum, estradiol and progesterone concentrations followed the same pattern. In the follicular fluid, E and Hi concentrations were significantly lower in women with endometriosis (E: 97.4±11.1 pg/mL; Hi: 6.6±0.9 ng/mL) in comparison to women without endometriosis (E: 237.5±28.5 pg/mL; Hi: 13.8±1.3 ng/mL) (Student t-test; p<0.05), while progesterone levels revealed no significant difference between groups. CONCLUSIONS: our results indicate ovary dysfunction in women with endometriosis, with reduction on E, P and Hi concentrations, which may contribute to the subfertility often associated with the disease.
  • A análise seminal deve ser requisitada para homens com histórico de fertilidade prévia? Artigos Originais

    Pasqualotto, Eleonora Bedin; Ferreira, Ramon Venzon; Fonseca, Gabriela Poglia; Zago, Bibiana Eliza; Garbin Júnior, Cláudio; Pasqualotto, Fábio Firmbach

    Resumo em Português:

    OBJETIVOS: determinar se a história prévia de fertilidade pode predizer o atual status de fertilidade de um paciente masculino examinado por infertilidade do casal. MÉTODOS: estudo retrospectivo envolvendo análises seminais de 183 pacientes consecutivos subférteis avaliados entre setembro de 2002 e março de 2004. Foram excluídos do estudo os pacientes que haviam se submetido a radioterapia, quimioterapia, orquiectomia ou vasectomia. Os valores médios de todas as análises foram usados em pacientes com múltiplas análises de sêmen. Pacientes com concentração espermática superior a 20x10(6) espermatozóides/mL, motilidade superior a 50% e espermatozóides com morfologia estrita superior a 14% foram considerados normais. Os pacientes foram divididos em dois grupos, segundo o status de fertilidade: infertilidade primária (118 pacientes) e infertilidade secundária (65 pacientes). Os dados foram analisados pelos testes estatísticos chi2 e teste t de Student. RESULTADOS: não houve diferença na idade média entre os pacientes com infertilidade primária, 37,3±6,3, e infertilidade secundária, 38,1±5,9; p=0,08. No grupo de pacientes com infertilidade primária, 51,9% (61 pacientes) tiveram uma concentração espermática normal, 70,3% (83 pacientes) tiveram a motilidade espermática normal e 26,37% (31 pacientes), por sua vez, morfologia normal. No grupo de pacientes com infertilidade secundária, 53,8% (35 pacientes) tiveram concentração espermática normal, 75,4% (49 pacientes) tiveram motilidade espermática normal e 32,3% (21 pacientes), morfologia normal. Nenhuma diferença significativa foi detectada na concentração espermática (21,3x10(6)/mL versus 23,1x10(6)/mL; p=0,07), motilidade (45,2 versus 48,1%; p=0,08) e morfologia (6,1 versus 6,4%; p=0,09) entre os grupos de pacientes com infertilidade primária e secundária. CONCLUSÕES: a análise seminal deve ser solicitada mesmo em casos de fertilidade masculina prévia. Os médicos não devem presumir que um paciente possui uma análise seminal normal, baseados no fato de este possuir história de estabelecimento de uma gravidez no passado.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: to determine if the previous fertility history can predict current fertility status of a patient examined for couple’s infertility. METHODS: retrospective study involving semen analyses from 183 consecutive subfertile patients evaluated from September 2002 to March 2004. We excluded those patients who had undergone radio or chemotherapy, orchiectomy or vasectomy. Mean values of all analyses were used for patients with multiple semen analysis. Patients with more than 20x10(6) sperm/mL, motility higher than 50% and with normal strict sperm morphology higher than 14% were considered normal. Patients were divided into two groups, according to the fertility status: primary infertility (118 patients) and secondary infertility (65 patients). Data were analyzed according to the chi2 test and the Student t-test. RESULTS: no differences were detected in the mean age between patients with primary infertility, 37.3±6.3, and secondary infertility, 38.1±5.9; p=0.08. In the group of patients with primary infertility, 51.9% (61 patients) had a normal sperm concentration, 70.3% (83 patients) had normal sperm motility and 26.3% (31 patients) had normal sperm morphology. In the group of patients with secondary infertility, 53.8% (35 patients) had normal sperm concentration, 75.4% (49 patients) had normal sperm motility and 32.3% (21 patients) had normal sperm morphology. No significant differences were detected in sperm concentration (21.3x10(6)/mL versus 23.1x10(6)/mL; p=0.07), motility (45.2 versus 48.1%; p=0.08) and morphology (6.1 versus 6.4%; p=0.09) between groups of patients with primary and secondary infertility. CONCLUSIONS: semen analysis should be requested even in cases of prior male fertility. Physicians should not presume a patient to have a normal semen analysis based on his previous history of initiating a pregnancy.
  • Estudo piloto dos efeitos da terapia hormonal sobre o tecido mamário normal de mulheres após a menopausa Artigos Originais

    Elias, Simone; Dardes, Rita de Cássia Maio; Kemp, Cláudio; Logullo, Angela Flavia; Heinke, Thaís; Baracat, Edmund Chada; Lima, Geraldo Rodrigues de

    Resumo em Português:

    OBJETIVOS: avaliou-se o tecido mamário de mulheres antes e depois de seis meses de terapia estroprogestativa combinada contínua (0,625 mg de estrogênios conjugados eqüinos associados a 2,5 mg de acetato de medroxiprogesterona). MÉTODOS: todas as pacientes foram avaliadas antes de se instituir o tratamento e consideradas aptas para este. Foram obtidos fragmentos de tecido mamário por meio de biópsia percutânea com agulha grossa (acoplada a um propulsor automático - "core-biópsia"). O material foi fixado e os cortes corados por hematoxilina-eosina. Avaliou-se a densidade epitelial e o volume nuclear do epitélio mamário antes e após a terapia hormonal. Esses parâmetros morfométricos foram analisados graficamente com auxílio do programa Imagelab 2000 ®, após captura da imagem microscópica pelo sistema Vidcap 32. Esse programa permite que sejam selecionadas as áreas de interesse, possibilitando o cálculo de área, volume ou a relação da área ocupada entre diferentes estruturas. RESULTADOS: depois do uso da terapia, o volume nuclear nas mulheres em que o tratamento foi instituído em período mais tardio após a menopausa mostrou um aumento de cerca de 33% (de 103,6 para 138,1 µm³). A densidade epitelial não se modificou de forma significativa: o valor médio antes da terapia hormonal foi de 0,08 e após de 0,10. CONCLUSÕES: a terapia estroprogestativa combinada contínua empregada por seis meses induziu à alteração no volume nuclear das células epiteliais das mamas, sugerindo aumento de sua atividade metabólica. Provavelmente, esse evento precede outros que confirmariam o estímulo da proliferação celular por esses hormônios.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: to analyze breast tissue of postmenopausal women before and after six months of continuous combined estrogen-progestin replacement therapy (0.625 mg conjugated equine estrogens associated with 2.5 mg medroxyprogesterone acetate). METHODS: all patients were evaluated before treatment and considered eligible to receive the drug. The material was obtained from the upper outer left quadrant, through a percutaneous large-core breast biopsy. Epithelial density and nuclear volume on hematoxylin-eosin-stained plates were evaluated for the morphological study. Morphometry was graphically analyzed by optical microscopy (400X) after acquisition of image by a digital image-capturing system (Vidcap 32) and image analysis system (Imagelab 2000 Software®). RESULTS: after six months of estrogen-progestin replacement therapy, there was a significant increase in nuclear volume in late postmenopausal women (103.6 to 138.1 µm³). There was no difference in epithelial density with the treatment (before 0.08 and later 0.10). CONCLUSIONS: estrogen-progestin combined replacement therapy for six months induced an enhacement in nuclear volume of breast epithelial cells, suggesting an increase in their metabolic activity. However, it is important to emphasize that this finding was observed only in late postmenopausal women. The increased nuclear volume could precede other events that confirm the stimulation of cellular proliferation by these hormones.
  • Ultra-sonografia transvaginal do colo para a predição do parto pré-termo em pacientes sintomáticas com bolsa íntegra Artigos Originais

    Rios, Lívia Teresa Moreira; Martins, Marília da Glória; Barros, Rosy Ane de Jesus; Jansen, Giselly Duailibe; Pires, Claudio Rodrigues; Mattar, Rosiane

    Resumo em Português:

    OBJETIVOS: avaliar a utilidade do comprimento cervical ultra-sonográfico para a predição do parto em gestantes com contrações uterinas persistentes e bolsa íntegra. MÉTODOS: realizou-se estudo observacional, prospectivo, do tipo coorte no qual foram incluídas 45 gestantes internadas em nossa instituição entre a 22ª e a 34ª semana. Ultra-sonografia transvaginal do colo foi realizada uma única vez, após completado um ciclo de tocólise endovenosa, com aferição do comprimento, conforme critérios descritos previamente. Os achados ultra-sonográficos não foram utilizados para o diagnóstico ou conduta obstétrica. O desfecho estudado foi a ocorrência de parto pré-termo (<37 semanas). A análise estatística fundamentou-se em método de regressão logística univariada para determinar a significância do comprimento cervical para a predição do parto pré-termo. O nível de significância adotado foi de 5% (p<0,05) e o intervalo de confiança foi de 95% (IC 95%). RESULTADOS: a incidência de parto pré-termo foi de 51,1% (23/45). O comprimento cervical associou-se de forma significativa ao desfecho da gestação (p<0,0001). Após construção de curva característica operatória do receptor, um comprimento cervical de 20 mm revelou-se como melhor ponto de corte para a predição do parto pré-termo (sensibilidade: 86,9%; especificidade: 81,8%; valor preditivo positivo: 83,3% e valor preditivo negativo: 85,7%). A área calculada abaixo da curva característica operatória do receptor foi de 0,91 (IC 95%: 0.79-0.97; p<0,0001). CONCLUSÕES: nas mulheres com contrações uterinas persistentes e bolsa íntegra, em tratamento para trabalho de parto pré-termo, um comprimento cervical inferior a 20 mm demonstrou maior probabilidade de parto pré-termo. A ultra-sonografia transvaginal pode melhorar a acurácia diagnóstica em gestantes sintomáticas.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: to assess the role of ultrasonographic cervical length in predicting premature labor in patients presenting persistent uterine contractions and intact membranes. METHODS: a prospective observational cohort study was performed in 45 women admitted to our hospital between 22 and 34 weeks of gestation. Transvaginal sonographic evaluation of the cervix was performed once in the women who had completed a course of parenteral tocolysis. The cervical length was obtained according to criteria reported previously. Cervical sonographic findings were not used in diagnosis and management. Outcome variable was the occurrence of preterm delivery (<37 weeks). Statistical analysis consisted of univariate method with the purpose of determining the significant contribution of cervical length to the prediction of preterm delivery. The adopted significance level was 5% (p<0,05) and the confidence interval was 95% (95% CI). RESULTS: the incidence of preterm delivery was 51.11% (23/45). Cervical length was significantly associated with the outcome (p<0.0001). Receiver operating characteristic curve analysis showed that a cervical length of 20 mm was the best cutoff in predicting preterm delivery (sensitivity 86.9%; specificity 81.8%; positive predictive value 83.3%; negative predictive value 85.7%). The calculated area under the curve was 0.91 (95% CI: 0.79-0.97; p<0.0001). CONCLUSIONS: among women with persistent uterine contractions and intact membranes treated for preterm labor, a cervical length of less than 20 mm demonstrated a high likelihood of preterm birth. Transvaginal ultrasound may improve the accuracy of diagnosis in symptomatic women.
  • Influência da mobilidade materna na duração da fase ativa do trabalho de parto Artigos Originais

    Bio, Eliane; Bittar, Roberto Eduardo; Zugaib, Marcelo

    Resumo em Português:

    OBJETIVOS: investigar a influência da mobilidade da parturiente durante a fase ativa do trabalho de parto. MÉTODOS: foi realizado ensaio clínico controlado prospectivo, com análise comparativa entre um grupo de tratamento (n=50) e um grupo controle (n=50), no Centro Obstétrico do Hospital Universitário da Universidade de São Paulo (USP). Os critérios de inclusão foram: primigestas com feto único em apresentação cefálica; idade gestacional entre 37 e 42 semanas; parturientes com pelo menos duas contrações a cada dez minutos e cérvico-dilatação de até 4 cm, além da concordância em assinar o termo de consentimento livre e esclarecido. A evolução para cesárea foi critério de exclusão. Foram acompanhadas por fisioterapeuta durante toda a fase ativa e orientadas a manterem-se em posição vertical e em movimento, de acordo com a fase da dilatação cervical e a descida fetal no canal de parto. O grupo controle teve acompanhamento obstétrico sem a presença do fisioterapeuta. Este grupo foi selecionado retrospectivamente, a partir dos registros de prontuário, seguindo os mesmos critérios de inclusão e exclusão. RESULTADOS: foram acompanhadas 58 primigestas entre 15 e 37 anos. Dessas, 50 mulheres (86,2%) evoluíram para parto vaginal, sendo que oito (13,7%) evoluíram para cesárea e foram excluídas do estudo. Entre as 50 parturientes acompanhadas, a média de duração da fase ativa foi de cinco horas e 16 minutos, enquanto no grupo controle foi de oito horas e 28 minutos (p<0,001). Essa diferença se manteve em relação à bolsa amniótica íntegra ou rota. Também quanto ao esvaecimento do colo, apenas no grupo acompanhado as parturientes com colo fino apresentaram, em média, menor tempo de fase ativa (p<0,001). No grupo acompanhado, nenhuma parturiente fez uso de analgésicos durante a fase ativa contra 62% do grupo controle (p<0,001). Neste grupo, todas as parturientes usaram algum tipo de analgesia para o parto; no grupo acompanhado, 76% das mulheres que usaram anestesia o fizeram entre 9 e 10 cm de dilatação, sendo que 12% não fizeram uso de nenhuma anestesia (p<0,05). Não houve diferença significativa entre as médias de peso dos recém-nascidos e os índices de Apgar entre os dois grupos. CONCLUSÕES: a mobilidade adequada da parturiente influencia de maneira positiva o trabalho de parto: aumenta a tolerância à dor, evitando o uso de fármacos, e melhora a evolução da dilatação, diminuindo a duração da fase ativa do trabalho de parto.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: to investigate the influence of the maternal mobility during the active phase of labor. METHODS: a prospective clinical trial was conducted through comparative analysis among a treatment group (n=50) and a control group (n=50), in the Obstetric Center of the Hospital Universitário da Universidade de São Paulo (USP). The inclusion criteria were: primigravidae with a single fetus on cephalic presentation, with 37 to 42 weeks of pregnancy, with two uterine contractions every ten minutes and with cervical dilatation until 4 cm, besides the agreement to sign the free and informed consent term. The evolution of labor for cesarean section was the exclusion criteria. The patients were assisted during the active phase of labor by the physiotherapist and encouraged for staying in vertical position and movement, according to each dilatation stage and fetus head progression. The control group had obstetric support without the presence of the physiotherapist; it was selected retrospectively, according to the same inclusion and exclusion criteria. RESULTS: 58 primigravidae between 15 and 37 years old were accompanied; 50 of them (86.2%) evolved to vaginal birth and eight (13.7%) evolved to cesarean section and were excluded. Among the patients who were accompanied, the mean of active phase was five hours and 16 minutes, while in the control group it was eight hours and 28 minutes (p<0.001). This difference was maintained in relation to the amniotic sac either whole or ragged. As for the cervix uterine evanescence, the treatment group showed a smaller period of active phase in association to a thin uterine cervix (p<0.001). In the treatment group, none of the patients used analgesics during the active phase, against 62% of the control group (p<0.001). In this group, all the patients used some kind of anesthesia for delivery; in the treatment group, among those who used anesthesia, 76% did it while the dilatation was 9 or 10 cm and 12% did not use any kind of anesthesia (p<0.05). The average weight of the newborns and the apgar did not show significant difference rates between the two groups. CONCLUSIONS: the good performance of maternal mobility has positive influences on the labor process: it increases the tolerance to pain, avoids the use of drugs during labor, improves the evolution of dilatation and reduces the duration of the active phase.
  • Contracepção hormonal e anti-retrovirais em mulheres infectadas pelo HIV Revisão

    Amaral, Eliana; Viscola, Marco Aurélio Martino; Bahamondes, Luis

    Resumo em Português:

    Há controvérsia sobre a relação entre o uso de contraceptivos hormonais e o risco de adquirir o vírus da imunodeficiência humana (HIV), e pouco se sabe sobre os efeitos da contracepção hormonal em mulheres infectadas (efeitos colaterais, distúrbios menstruais, progressão da doença, interações com terapias anti-retrovirais). O objetivo deste artigo foi revisar os dados disponíveis quanto à vulnerabilidade ao HIV e à sua transmissibilidade na vigência do uso de contraceptivos hormonais bem como as conseqüências potenciais do uso desses contraceptivos por mulheres HIV-positivas sob terapia anti-retroviral (TARV), com ênfase nas interações medicamentosas. Concluiu-se que ainda não é possível elaborar recomendações, baseadas em evidências, sobre a contracepção hormonal em mulheres portadoras do HIV sob TARV. Assim, os infectologistas e os ginecologistas devem estar atentos às interações potenciais que possam representar aumento de efeitos adversos, individualizando a orientação sobre os esteróides contraceptivos, suas doses e vias de administração, considerando a TARV em uso.

    Resumo em Inglês:

    There is much controversy regarding the realtionship between the use of hormonal contraceptives and the risk of acquiring human immunodeficiency virus (HIV), and little is known about the effects of hormonal contraception in HIV-infected women (adverse events, menstrual disorders, disease progression, antiretroviral therapy interactions). The aim of the present study was to review available data regarding HIV vulnerability and transmission associated with hormonal contraceptives and the use of these contraceptives by women on antiretroviral therapy, with emphasis on drug interactions. In conclusion, it was not possible to offer evidence-based recommendations for the use of hormonal contraceptives among HIV-infected women under antiretroviral therapy. Infectious disease specialists and gynecologists providing care should be cautious about potential drug interaction leading to increase in adverse events, individualizing contraceptive drugs, route, and dosage, according to the antiretroviral therapy under use.
  • O tamanho tumoral como desfecho substituto na detecção precoce do câncer de mama: três décadas de experiência do Serviço de Mastologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre - RS Resumos De Teses

    Menke, Carlos Henrique
  • Fonoarticulação e traços suprassegmentais de adolescentes nas fases folicular e luteal dos ciclos menstruais Resumos De Teses

    Meurer, Eliséa Maria
  • Efeitos a longo prazo da aplicação de adesivos cirúrgicos na perviedade de tubas uterinas de coelhas Resumos De Teses

    Rivoire, Henri Chaplin
  • Infecção genital pelo Papiloma Vírus Humano (HPV) em adolescentes: diagnóstico biomolecular Resumos De Teses

    Barros, Luiza Daura Fragoso de
Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia Av. Brigadeiro Luís Antônio, 3421, sala 903 - Jardim Paulista, 01401-001 São Paulo SP - Brasil, Tel. (55 11) 5573-4919 - Rio de Janeiro - RJ - Brazil
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