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Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, Volume: 29, Número: 5, Publicado: 2007
  • O arrependimento após a esterilização cirúrgica e o uso das tecnologias reprodutivas Editorial

    Vieira, Elisabeth Meloni
  • Fatores associados ao futuro reprodutivo de mulheres desejosas de gestação após ligadura tubária Artigos Originais

    Cunha, Antônio Carlos Rodrigues da; Wanderley, Miriam da Silva; Garrafa, Volnei

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: analisar os fatores associados ao futuro reprodutivo de mulheres submetidas previamente à laqueadura tubária (LT), que desejavam nova gestação, atendidas em serviço público. MÉTODOS: realizou-se estudo prospectivo, no qual foram incluídos 98 pacientes, submetidas previamente a LT, que procuraram o serviço de reprodução humana no período de janeiro de 1996 a janeiro de 2004 desejando nova gestação. Utilizou-se, como instrumento de pesquisa, o seguimento dessas mulheres desde a primeira consulta, na qual solicitaram a reversão do procedimento, até a aplicação do questionário estruturado no final do período do estudo, abordando aspectos sociodemográficos das pacientes nos momentos da solicitação da laqueadura e da reversão do procedimento. RESULTADOS: a média da idade na época da ligadura era de 25 anos, sendo que 55,1% tinham menos de 25 anos, 46,9% tinham três ou mais filhos, e dez tinham apenas um filho. As causas mais comuns para a indicação da LT foram: desejo de contracepção (48%), problemas financeiros (25,5%), e problemas conjugais (15,3%). As principais razões para tentativa de nova gravidez foram: novo matrimônio/novo parceiro (80,6%), ter um novo filho com o mesmo parceiro (8,2%), e morte de um filho (6,1%). O tempo de arrependimento informado pela maioria das mulheres foi entre dois e quatro anos, e a procura pela reversão, no intervalo de seis a dez anos. Para 83,6% da amostra, faltou informação a respeito da laqueadura e dificuldades da reversão. Em 20 pacientes foi realizada recanalização tubária e, das dez mulheres que ficaram grávidas, seis tiveram filhos a termo. Para oito pacientes foi indicada fertilização in vitro, e, destas, quatro mulheres ficaram grávidas e duas conceberam recém-nascidos a termo. CONCLUSÕES: LT em mulheres jovens, vulneráveis e não informadas a respeito do caráter definitivo do método pode aumentar a demanda em serviços de reprodução assistida e comprometer o futuro reprodutivo, uma vez que apenas uma minoria dessas pacientes alcançam os objetivos.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: to analyze the factors associated with the reproductive future of patients wishing to become pregnant after having being submitted to tubal ligation (TL), attended at a public service. METHODS: a prospective study including 98 patients previously submitted to TL, who came to the Human Reproduction Center of the University Hospital of Brasilia (HUB), from January 1996 to January 2004, wishing to become pregnant again These patients were followed up from their first appointment till the end of the study, when they answered a structured questionnaire about the social demographic aspects at both the moment they asked for the TL and the reversion of the procedure. RESULTS: the patients’ average age at the TL procedure was 25 years old. Among them, 55.1% were younger than 25, 46.9% had three or more children, and ten of them had only one child. The most common reasons for the TL procedure were: contraception (48%), financial difficulties (25.5%) and marital problems (15.3%). The major causes for wishing a new pregnancy were: a new relationship/marriage (80.6%), the desire of having another child with the same partner (8.2%), and the death of a child (6.1%). The regret time informed by most of the patients was between two and four years, and the search for reversion was between six and ten years. About 83.6% of the sample referred lack of information about the procedure and the difficulties of reversion. Twenty patients were submitted to TL reversal procedure; from the ten who became pregnant, only six delivered babies, after a full-term pregnancy. Eight patients were referred to in vitro fertilization treatment, four of them became pregnant and two delivered healthy babies. CONCLUSIONS: TL in young vulnerable women, not informed about the definitive condition of the method, may increase the search for attended reproduction services and impair their reproductive future, as far as only 8.1% of the sample delivered babies and reached their goal.
  • Prevalência dos fatores trombofílicos em mulheres com infertilidade Artigos Originais

    Soligo, Adriana de Góes e Silva; Barini, Ricardo; Carvalho, Egle Cristina Couto de; Annichino-Bizzacchi, Joyce

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: determinar a prevalência dos fatores trombofílicos em mulheres inférteis. MÉTODOS: estudo de corte transversal, no qual foram admitidas mulheres inférteis atendidas em clínica privada e submetidas à investigação de trombofilia, conforme protocolo da referida clínica, no período de março de 2003 a março de 2005, após aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Foram incluídas mulheres com história de infertilidade, definida como um ano de coito desprotegido sem concepção. Foram excluídas mulheres com hepatopatia e dados incompletos em prontuário, obtendo-se uma amostra de 144 mulheres. Os fatores trombofílicos avaliados foram: o anticorpo anticardiolipina (ACL), o anticoagulante lúpico (ACGL), a deficiência de proteína C (DPC), a deficiência de proteína S (DPS), a deficiência de antitrombina III (DAT), a presença do fator V de Leiden, uma mutação no gene da protrombina e a mutação do metileno tetrahidrofolato redutase (MTHFR). Resultados: os valores de prevalência obtidos para ACL e ACGL foram de 2%. A prevalência dos fatores trombofílicos hereditários foram: DPC=4%, DPS=6%, DAT=5%, fator V de Leiden=3%, mutação da protrombina=3% e mutação MTHFR=57%. CONCLUSÕES: das 144 pacientes selecionadas, 105 mulheres, ou seja, 72,9% apresentavam pelo menos um fator trombofílico presente. Isto reforça a importância e justifica a necessidade da investigação destes fatores neste grupo de mulheres.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: to establish the prevalence of thrombophilic factors in infertile women. METHODS: a cross-sectional study was performed, in which infertile women, seen in a private clinic with investigation for thrombophilia were included, according to the protocol of the clinic, between March 2003 and March 2005, after the approval of the Research Ethics Committee of the Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). One hundred and forty-four infertile women without any liver disease were evaluated. Infertility is defined as one year of unprotected sexual intercourse without conception. The acquired and/or inherited thrombophilic factors investigated were: anticardiolipin antibody (aCL), lupus anticoagulant (LA), protein C deficiency (PCD), protein S deficiency (PSD), antithrombin III deficiency (ATD), presence of the factor V Leiden, mutation G20 210A in the prothrombin gene, and C677T mutation of methylene tetrahydrofolate reductase (MTHFR). RESULTS: the prevalence values obtained for aCL and LA were 2%. The prevalence of the hereditary thrombophilic factors were: PCD=4%, PSD=6%, ATD=5%, factor V Leiden=3%, prothrombin mutation=3%, MTHFR mutation=57%. Conclusions: of the 144 patients selected, 105 women (72.9%) presented at least one thrombophilic factor. This reinforces the importance and justifies the need of investigation in this group.
  • Correlação entre os níveis de proteína C reativa ultra-sensível e as características clínicas e laboratoriais em mulheres com síndrome do ovário policístico Artigos Originais

    Oliveira, Mônica de; Costa, Laura Olinda Bregieiro Fernandes; Farias, Francisco Alfredo Bandeira e; Viana, Aline de Oliveira Ribeiro; Santos, Mayra Pereira dos

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: avaliar a concentração plasmática da proteína C reativa ultra-sensível (PCRus) e a sua correlação com variáveis clínicas, hormonais e metabólicas em pacientes portadoras da síndrome do ovário policístico (SOP). Métodos: estudo transversal, que incluiu 46 pacientes portadoras de síndrome do ovário policístico, diagnosticadas segundo os critérios de Rotterdam (2003), e 44 pacientes controle, que foram submetidas a dosagem da PCRus. O índice de massa corporal (IMC), a idade, a circunferência abdominal e os níveis de insulina de jejum, de testosterona, do HOMA-IR (homeostasis model assessment-insulin resistance) e do colesterol total, além de frações foram correlacionados aos níveis de PCR, utilizando-se análise de regressão multivariada. RESULTADOS: as portadoras da SOP apresentavam idade, IMC, circunferência abdominal, insulina de jejum, HOMA-IR, colesterol total e lipoproteína de baixa densidade (LDL) em concentrações plasmáticas superiores às do controle. Houve diferença significante nos níveis da PCRus entre o grupo da SOP (2,7±2,17 mg/dL) e o controle (1,6±1,49 mg/dL), p<0,05. Quando os níveis da PCRus foram categorizados em baixo (<1,0 mg/L), médio (1-3,0 mg/L) e elevado (3,0 mg/L) risco cardiovascular, 28,3% das portadoras da SOP apresentaram níveis da PCRus para baixo risco, 34,8% para médio e 37% para elevado risco cardiovascular. A prevalência da síndrome metabólica foi mais elevada entre as portadoras da SOP (30,4%), quando comparadas ao grupo controle (6,8%). Após o ajuste das variáveis de confusão, por um modelo de regressão linear multivariada stepwise, a presença da SOP mostrou efeito independente das outras variáveis sobre os níveis da PCRus. CONCLUSÕES: os níveis da PCRus foram mais elevados nas mulheres portadoras da SOP. A SOP tem efeito independente na determinação dos níveis plasmáticos da PCR.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: to evaluate the ultra-sensitive C-Reactive Protein level (us-CRP) in patients with Polycystic Ovary Syndrome (PCOS), and the correlation of clinical and laboratory parameters with the us-CRP level. Methods: in this cross-sectional study, 46 women with Polycystic Ovary Syndrome, according to the Rotterdam criteria, and 44 control women have been included. Serum was analyzed for C reactive protein (CRP) levels. Body mass index (BMI), age, circumference waist, HOMA-IR, total, low and high density lipoprotein cholesterol, triglycerides, glucose, testosterone and insulin levels were correlated to CRP level through a linear regression model. RESULTS: PCOS patients not only were older and had higher BMI, but their waist circumference, fasting insulin, HOMA-IR, total and LDL cholesterol were also higher, as compared to the women from the control group. A significant difference was observed in the us-CRP level between the PCOS (2.7 mg/dL±2.17) the control (1.6 mg/dL±1.49) groups. When us-CRP levels were categorized as of low (<1.0 mg/L), moderate (1-3.0 mg/L) and high (3.0 mg/L) risk for cardiovascular episodes, only 28.3% women with PCOS had us-CRP levels defined as low, 34.8% as moderate and 37% as high risk. The prevalence of Metabolic Syndrome was higher in the women with PCOS (30.4%) than in the women from the control group (6.8%). Through a stepwise linear regression model, only waist circumference, presence of metabolic syndrome and age had a confounding effect in the relation between us-CRP and PCOS. After adjustment for confounding factors, PCOS showed an independent effect on us-CRP level. CONCLUSIONS: the us-CRP levels were higher in the PCOS women than in the healthy controls. By a regression model, PCOS showed an independent effect on us-CRP level.
  • Efeitos da isoflavona e dos estrogênios conjugados eqüinos sobre a qualidade de vida na pós-menopausa Artigos Originais

    Vieira, Lúcia Helena Laprano; Soares Júnior, José Maria; Nunes, Márcia Gaspar; Simões, Ricardo Santos; Kaari, Cristina; Haidar, Mauro Abi; Baracat, Edmund Chada

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: analisar os efeitos da isoflavona e do estrogênio sobre a qualidade de vida de mulheres na pós-menopausa. MÉTODOS: realizou-se estudo randomizado, duplo-cego, com 79 pacientes, amenorréia de 12 meses, idade superior a 40 anos e índice de massa corporal (IMC) superior a 30 kg/m². As mulheres foram aleatoriamente divididas em dois grupos de tratamento: GECP recebeu duas cápsulas, via oral, de 12/12 horas, uma contendo 0,625 mg de estrogênios conjugados eqüinos e, a outra, placebo (n=33); GECS recebeu duas cápsulas de 150 mg de extrato de soja, com 60 mg de isoflavonas cada (n=32), por seis meses. O Questionário de Qualidade de Vida Específico para Menopausa foi empregado antes e após um, três e seis meses de tratamento. Os parâmetros do risco de câncer ginecológico foram avaliados. Para análise dos dados, aplicaram-se os testes de ANOVA e de Tukey. RESULTADOS: quanto aos parâmetros vasomotores, houve redução nos valores após seis meses de tratamento, 1,6±0,8 e 2,4±1,6, em relação aos valores antes da terapia, 4,0±2,2 e 4,2±2,3, respectivamente, nos GECP e GECS. Os aspectos psicossociais mostraram diminuição dos valores após seis meses de terapia, 2,5±1,2 e 2,9±1,4, em relação aos valores antes da terapia, 3,6±1,6 e 4,1±1,9, respectivamente, nos GECP e GECS. De forma semelhante ocorre no aspecto físico e nos sintomas sexuais. CONCLUSÕES: as isoflavonas agem positivamente na qualidade de vida de mulheres na pós-menopausa, semelhantemente aos estrogênios conjugados eqüinos.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: to analyze the isoflavone and estrogen effects on the postmenopausal quality of life. METHODS: this is a randomized and double-blind study with 79 postmenopausal patients, 12 months of amenorrhea, 40 years old or more and body mass index (BMI) above 30 kg/m². The participants were randomly divided into two treatment groups: GECP received orally two capsules, every 12 hours, one contained 0.625 mg conjugated equine estrogen and another placebo (n=33); GECS received two capsules of 150 mg extract of soy, with 60 mg isoflavone (n=32). Both treatments were administered for six months. The Quality Menopause Specific Questionnaire of Life was applied before and after one, three and six months of treatment. The parameters of gynecological cancer risk were evaluated. ANOVA and the Tukey test were used for data analysis. RESULTS: there was a reduction in the values of the vasomotor parameters after six months of treatment, 1.6±0.8 and 2.4±1.6, compared to before therapy, 4.0±2.2 and 4.2±2.3 in GECP and GECS, respectively. The psychological aspects showed reduction in values after six months of therapy, 2.5±1.2 and 2.9±1.4, compared to before treatment, 3.6±1.6 and 4.1±1.9 in GECP and GECS, respectively. Similar results were obtained on the physical aspects and in the sexual symptoms. CONCLUSIONS: isoflavones may positively act on life quality of postmenopausal women. This effect was similar to conjugated equine estrogen.
  • Insulinoterapia, controle glicêmico materno e prognóstico perinatal: diferença entre o diabetes gestacional e o clínico Artigos Originais

    Basso, Neusa Aparecida de Sousa; Costa, Roberto Antonio Araújo; Magalhães, Cláudia Garcia; Rudge, Marilza Vieira Cunha; Calderon, Iracema de Mattos Paranhos

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: avaliar protocolo de insulinoterapia e conseqüentes resultados maternos e perinatais, no diabetes gestacional e clínico, num serviço de referência para gravidez de alto risco. MÉTODOS: estudo prospectivo e descritivo, incluindo 103 gestantes portadoras de diabetes gestacional ou clínico, tratadas com insulina e acompanhadas no serviço, no período de outubro de 2003 a dezembro de 2005. Foram excluídos casos de gemelaridade, abortamento, abandono do pré-natal e parto fora do serviço. Compararam-se idade gestacional no início do tratamento; dose, aplicações/dia e incremento de insulina (UI/kg); média glicêmica e resultados perinatais. Utilizaram-se ANOVA e testes de Fisher e Goodman, considerando p<0,05. RESULTADOS: a multiparidade (92 versus 67,9%), o índice de massa corporal (IMC) pré-gestacional >25 kg/m² (88 versus 58,5%), o ganho de peso <8 kg (36 versus 17%) e o maior incremento de insulina caracterizaram o diabetes gestacional. No diabetes clínico, apesar da maior proporção de média glicêmica ≥120 mg/dL (39,2 versus 24%) no final da gestação, a insulinoterapia teve início precoce (47,2 versus 4%), maior duração (56,6 versus 6%), e maior dose diária de insulina (92 versus 43 UI/dia), administrada em até três aplicações/dia (54,7 versus 16,0). A macrossomia foi maior entre os recém-nascidos do grupo diabetes gestacional (16 versus 3,8%), sendo o único resultado neonatal significativo. Não houve óbito neonatal e o único caso de óbito fetal ocorreu no diabetes clínico. As demais complicações neonatais não diferenciaram os grupos e a maioria dos recém-nascidos recebeu alta em até sete dias (46% versus 55,8%). CONCLUSÕES: a análise desta série de casos identificou diferenças no protocolo de insulinoterapia em relação à quantidade (UI/dia), à dose (UI/kg de peso) e ao número de aplicações diárias, mais acentuadas no diabetes clínico, e ao incremento de insulina, maior no diabetes gestacional. De modo indireto, a qualidade do controle glicêmico materno e os resultados perinatais satisfatórios atestaram que o protocolo de tratamento foi adequado e não dependeu do tipo de diabetes.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: to evaluate the insulin therapy protocol and its maternal and perinatal outcome in patients with clinical or gestational diabetes in a high risk reference service. METHODS: descriptive and prospective study including 103 pregnant women with gestational or clinical diabetes treated with insulin and attended by the reference service from October 2003 to December 2005. Gemellarity, miscarriages, unfinished prenatal care and deliveries not attended by the service were excluded. The gestational age at the beginning of the treatment, dosage, doses/day, increment of insulin (UI/kg), glycemic index (GI) and perinatal outcomes were compared. ANOVA, Fisher’s exact test and Goodman’s test considering p<0.05 were used. RESULTS: multiparity (92 versus 67.9%), pre-gestational body mass index (BMI) >25 kg/m² (88 versus 58.5%), weight gain (WG) <8 kg (36 versus 17%) and a high increment of insulin characterized the gestational diabetes. For the patients with clinical diabetes, despite the highest GI (120 mg/dL (39.2 versus 24%)) at the end of the gestational period, insulin therapy started earlier (47.2 versus 4%), lasted longer (56.6 versus 6%) and higher doses of insulin (92 versus 43 UI/day) were administered up to three times a day (54.7 versus 16%). Macrosomia was higher among newborns from the cohort of patients with gestational diabetes (16 versus 3.8%), being the only significant neonatal outcome. There were no neonatal deaths, except for one fetal death in the cohort of patients with clinical diabetes. There were no differences in the other neonatal complications in both cohorts, and most of the newborns were discharged from hospital up to seven days after delivery (46% versus 55.8%). CONCLUSIONS: the analysis of these two cohorts has shown differences in the insulin therapy protocol in quantity (UI/day), dosage (UI/kg weight) and number of doses/day, higher for the clinical diabetes cohort, and in the increment of insulin, higher for the gestational diabetes cohort. Indirectly, the quality of maternal glycemic control and the satisfactory perinatal outcome have proven that the treatment protocol was adequate and did not depend on the type of diabetes.
  • Morbidade puerperal em portadoras e não-portadoras do vírus da imunodeficiência humana Artigos Originais

    Péret, Frederico José Amédeé; Melo, Victor Hugo; Paula, Liv Braga de; Andrade, Beatriz Amélia Monteiro de; Pinto, Jorge Andrade

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: comparar a morbidade de puérperas portadoras e não-portadoras do vírus da imunodeficiência humana (HIV). MÉTODOS: estudo prospectivo, controlado, realizado entre julho de 2001 e setembro de 2003, com inclusão na ocasião do parto de pacientes portadoras e não-portadoras do HIV. A morbidade foi dividida em menor (sangramento pós-parto aumentado, febre e endometrite) e maior (hemotransfusão, alterações profundas da ferida operatória e necessidade de intervenção cirúrgica), e foi avaliada quanto à presença ou não de infecção pelo HIV e o tipo de parto. Foram avaliadas 205 puérperas: 82 portadoras do HIV (grupo HIV-casos) e 123 não-portadoras. As variáveis contínuas foram analisadas pelo teste t de Student, e as categóricas pelos testes do chi2 e exato de Fisher, por meio do software Epi-Info 2000 (CDC, Atlanta). RESULTADOS: ocorreu morbidade puerperal em 18 pacientes do grupo HIV-casos (22%) e 17 do grupo-controle (14%), com predomínio das variáveis de morbidade menor, sem diferença significativa entre os grupos, exceto pelo risco mais alto de endometrite no grupo HIV-casos (RR=1,05; IC a 95%:1,01-1,1). Não foi observada diferença significativa entre os grupos quanto aos tipos de parto. Houve somente duas ocorrências de morbidade maior: hemotransfusão e fasciite necrotizante. CONCLUSÕES: puérperas portadoras do HIV apresentam morbidade semelhante à das puérperas não-portadoras do vírus, apesar da predominância de morbidade menor e do risco aumentado de endometrite no grupo portador do vírus. O acompanhamento clínico no puerpério imediato é estratégico para a identificação precoce da morbidade materna.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: to evaluate puerperal morbidity in HIV-infected and HIV non-infected puerperal women. METHODS: longitudinal and controlled study performed from July 2001 to September 2003, in 205 pregnant women admitted for birth delivery at Odete Valadares Maternity, divided in two groups: HIV-infected women (82) and HIV non-infected women (123). Postpartum morbidity evaluation was performed from birth delivery up to 15 days postpartum. Morbidity was categorized as minor (postpartum hemorrhage, fever and endometritis) or major (blood transfusion, deep alterations of the surgical wound and indication for surgical intervention), and was evaluated both according to the presence or absence of HIV infection and the mode of delivery. Continuous variables were analyzed by the Student’s t-test, and categorical variables were analyzed by chi2 and Fisher’s exact test using Epi-Info 2000 (CDC, Atlanta). RESULTS: puerperal morbidity was observed in 18 patients from the HIV group (22%) and in 17 patients from the control group (14%) with predominance of minor morbidity, without statistical significance, except for an increased risk of endometritis in the HIV group (RR=1.05; CI 95%:1.01-1.10). No significant difference was observed concerning the mode of delivery between the two groups. There were only two major morbidities: blood transfusion and necrotizing fasciitis. CONCLUSIONS: HIV-infected and non-infected puerperal women have a similar morbidity, despite the lower morbidity in the HIV non-infected group and the increased risk of endometritis in the HIV group. Clinical puerperium follow-up is a strategic control tool for an early identification of maternal morbidity.
  • O uso de adoçantes na gravidez: uma análise dos produtos disponíveis no Brasil Artigo De Revisão

    Torloni, Maria Regina; Nakamura, Mary Uschiyama; Megale, Alexandre; Sanchez, Victor Hugo Saucedo; Mano, Claudia; Fusaro, Annunziata Sônia; Mattar, Rosiane

    Resumo em Português:

    Os adoçantes são freqüentemente utilizados por mulheres em idade reprodutiva. Esta é uma revisão narrativa da literatura a respeito dos adoçantes atualmente comercializados no mercado brasileiro. Existem poucas informações sobre o uso da sacarina e ciclamato na gestação, e seus efeitos sobre o feto. Devido às limitadas informações disponíveis e ao seu potencial carcinogênico em animais, a sacarina e o ciclamato devem ser evitados durante a gestação (risco C). O aspartame tem sido extensivamente estudado em animais, sendo considerado seguro para uso na gestação (risco B), exceto para mulheres homozigóticas para fenilcetonúria (risco C). A sucralose e o acessulfame-K não são tóxicos, carcinogênico ou mutagênicos em animais, mas não existem estudos controlados em humanos. Porém, como esses dois adoçantes não são metabolizados, parece improvável que seu uso durante a gestação possa ser prejudicial (risco B). A estévia, substância derivada de uma planta nativa brasileira, não produz efeitos adversos sobre a gestação em animais, porém não existem estudos em humanos (risco B). Os agentes de corpo usados na formulação dos adoçantes (manitol, sorbitol, xilitol, eritrol, lactilol, isomalte, maltilol, lactose, frutose, maltodextrina, dextrina e açúcar invertido) são substâncias consideradas seguras para o consumo humano. Concluindo, segundo as evidências atualmente disponíveis, o aspartame, a sucralose, o acessulfame e a estévia podem ser utilizados com segurança durante a gestação.

    Resumo em Inglês:

    Sweeteners are frequently used by women of reproductive age. This is a narrative review about the sweeteners currently sold in the Brazilian commerce. There is a few information on the use of saccharin and cyclamates in pregnancy and their effects on the fetus. Due to the limited information available and their carcinogenic potential in animal species, saccharin and cyclamates should be avoided during pregnancy (risk C). Aspartame has been extensively studied in animals and it is considered safe for use during pregnancy (risk B), except by women homozygous for phenylketonuria (risk C). Sucralose and acessulfame-K are not toxic, carcinogenic or mutagenic in animals, but there are no controlled studies in humans. However, since these two sweeteners are not metabolized, it is unlikely that their use during pregnancy could be harmful (risk B). Stevia, a substance extracted from a native Brazilian plant, is innocuous in animal pregnancies, but there are no controlled studies in humans (risk B). Body agents found in the composition of artificial sweeteners (mannitol, sorbitol, xylitol, erithrol, lactilol, isomalt, maltilol, lactose, fructose, maltodextrin, dextrin, and inverted sugar) are substances generally regarded as safe for human consumption. In conclusion, according to the currently available evidence, aspartame, sucralose, acessulfame-K and stevia can be safely used during pregnancy.
  • Validação de metodologia de avaliação antropométrica de gestantes Resumo De Tese

    Padilha, Patrícia de Carvalho
  • Critérios preditores para o sucesso do tratamento da gravidez tubária íntegra com dose única de metotrexate Resumo De Tese

    Soares, Roberto da Costa
Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia Av. Brigadeiro Luís Antônio, 3421, sala 903 - Jardim Paulista, 01401-001 São Paulo SP - Brasil, Tel. (55 11) 5573-4919 - Rio de Janeiro - RJ - Brazil
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