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Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, Volume: 33, Número: 3, Publicado: 2011
  • Sistemas eletrônicos de informação na assistência e pesquisa em saúde da mulher: para quando um maior envolvimento dos profissionais de saúde? Editorial

    Reis, Zilma Silveira Nogueira; Correia, Ricardo João Cruz; Pereira, Altamiro da Costa
  • Desenvolvimento das fissuras cerebrais fetais: avaliação com ultrassonografia tridimensional Artigos Originais

    Alves, Cynthia Maria Soares; Araujo Júnior, Edward; Nardozza, Luciano Marcondes Machado; Oliveira, Patrícia Soares de; Goldman, Suzan Menasce; Ajzen, Sérgio Aron; Moron, Antonio Fernandes

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: avaliar a distância das fissuras cerebrais fetais à borda interna da calota craniana por meio da ultrassonografia tridimensional (US3D). MÉTODOS: realizou-se um estudo de corte transversal em 80 gestantes normais entre a 21ª e 34ª semanas de gestação. Avaliou-se a distância entre a tábua óssea interna da calota craniana fetal e as fissuras de Sylvius, parieto-occipital, hipocampo e calcarina. Para a obtenção desta distância para as três primeiras fissuras, realizou-se uma varredura tridimensional através do plano axial (nível dos ventrículos laterais). Para a obtenção da distância da fissura calcarina utilizou-se uma varredura coronal (nível dos lobos occiptais). Para avaliar a correlação entre as fissuras e a idade gestacional foram realizadas regressões de primeiro grau, sendo os ajustes calculados pelo coeficiente de determinação (R²). Foram determinados percentis 5, 50 e 95 para cada fissura. Avaliou-se ainda a correlação entre a distância destas fissuras com os diâmetros biparietal (DBP) e circunferência craniana (CC) utilizando o coeficiente de correlação de Pearson (r). RESULTADOS: todas as medidas das fissuras apresentaram correlação linear com a idade gestacional (Sylvius: R²=0,5; parieto-occipital: R²=0,7; hipocampo: R²=0,3 e calcarina: R²=0,3). A média da distância das fissuras variou de 7,0 a 14,0 mm, 15,9 a 28,7 mm, 15,4 a 25,4 mm e 15,7 a 24,8 mm para as fissuras de Sylvius, parieto-occipital, hipocampo e calcarina, respectivamente. As fissuras de Sylvius e parieto-occipital apresentaram as maiores correlações com o DBP (r=0,8 e 0,7, respectivamente) e a CC (r=0,7 e 0,8, respectivamente). CONCLUSÕES: a distância das fissuras cerebrais fetais à borda interna da calota craniana por meio da US3D apresentou correlação positiva com a idade gestacional.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: to assess the distance of the fetal cerebral fissures from the inner edge of the skull by three-dimensional ultrasonography (3DUS). METHODS: this cross-sectional study included 80 women with normal pregnancies between 21st and 34th weeks. The distances between the Sylvian, parieto-occiptal, hippocampus and calcarine fissures and the internal surface of the fetal skull were measured. For the evaluation of the distance of the first three fissures, an axial three-dimensional scan was obtained (at the level of the lateral ventricles). To obtain the calcarine fissure measurement, a coronal scan was used (at the level of the occipital lobes). First degree regressions were performed to assess the correlation between fissure measurements and gestational age, using the determination coefficient (R²) for adjustment. The 5th, 50th and 95th percentiles were calculated for each fissure measurement. Pearson's correlation coefficient (r) was used to assess the correlation between fissure measurements and the biparietal diameter (BPD) and head circumference (HC). RESULTS: all fissure measurements were linearly correlated with gestational age (Sylvian: R²=0.5; parieto-occiptal: R²= 0.7; hippocampus: R²= 0.3 and calcarine: R²= 0.3). Mean fissure measurement ranged from 7.0 to 14.0 mm, 15.9 to 28.7 mm, 15.4 to 25.4 mm and 15.7 to 24.8 mm for the Sylvian, parieto-occiptal, hippocampus and calcarine fissures, respectively. The Sylvian and parieto-occiptal fissure measurements had the highest correlations with the BPD (r=0.8 and 0.7, respectively) and HC (r=0.7 and 0.8, respectively). CONCLUSION: the distance from the fetal cerebral fissures to the inner edge of the skull measured by 3DUS was positively correlated with gestational age.
  • Eficácia de dinoprostone e misoprostol para indução do trabalho de parto em nulíparas Artigos Originais

    Oliveira, Tenilson Amaral; melo, Elisa Matias Vieira de; Aquino, Márcia Maria Auxiliadora de; Mariani Neto, Corintio

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: verificar a eficácia e a segurança de dinoprostone e misoprostol para indução do parto vaginal, com ou sem o uso de ocitocina em nulíparas. MÉTODOS: realizou-se estudo retrospectivo, observacional, envolvendo 238 pacientes que foram submetidas à indução do parto de janeiro de 2008 a fevereiro de 2010 com uso de misoprostol 25 mcg via vaginal ou pessário contendo 10 mg de dinoprostone. Desse grupo, foram selecionadas 184 pacientes, que apresentavam as seguintes características: nulíparas, gestação entre 37 e 42 semanas, feto único, apresentação cefálica, membranas íntegras e índice de Bishop < 3. Os resultados obstétricos e neonatais foram analisados e comparados entre ambos os grupos. A análise estatística foi realizada com o teste t, Chi quadrado e exato de Fisher, adotando-se como nível de significância valores p<0,05. RESULTADOS: a taxa de parto vaginal não foi estatisticamente diferente em pacientes que utilizaram misoprostol e dinoprostone (43,2 versus 50%, p=0,35), respectivamente. O amadurecimento do colo foi superior no grupo com misoprostol (87,3 versus 75,6%, p=0,04). Foi necessária a utilização da ocitocina em 58,8% no grupo com misoprostol e 57,3% no grupo com dinoprostone após o amadurecimento do colo. Falha de indução foi a principal indicação do parto cesárea em ambos os grupos, sem diferença estatística significante. Eventos adversos maternos e fetais, como taquissistolia e índices de Apgar foram similares. CONCLUSÃO: dinoprostone e misoprostol são eficazes para indução do parto vaginal, embora seja necessária a associação com ocitocina, apresentando perfil de segurança semelhante, sendo misoprostol mais eficiente no amadurecimento do colo uterino.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: to determine the efficacy and safety of dinoprostone and misoprostol for the induction of vaginal childbirth, with or without the use of oxytocin in nulliparous women. METHODS: in this retrospective observational study, 238 patients were subjected to the induction of delivery from January 2008 to February 2010 with the use of misoprostol 25 mcg by the vaginal route or a pessary containing 10 mg of dinoprostone. A total of 184 patients were selected, with the following characteristics: nulliparous, gestational age of 37-42 weeks, singleton pregnancies, cephalic presentation, intact membranes, and Bishop score < 3. Obstetric and neonatal data were analyzed and compared between groups. The Student t-test, chi-square test and Fisher's exact test were used for statistical analysis, with the level of significance set at p<0.05. RESULTS: the rate of vaginal childbirth did not differ significantly in patients who used misoprostol and dinoprostone (43.2% versus 50%; p = 0.35, respectively). The ripening of cervix was higher in the group treated with misoprostol (87.3% versus 75.6%, p=0.04). The use of oxytocin was necessary in 58.8% of the misoprostol group and 57.3% in the dinoprostone group after the ripening of cervix. Failed induction was the primary indication of caesarean section delivery in both groups, with no significant difference between them. Fetal and maternal adverse events, such as tachysystole and Apgar scores were similar. CONCLUSION: dinoprostone and misoprostol are both effective for vaginal childbirth induction, although they need to be combined with oxytocin. They showed a similar safety profile, with misoprostol being more efficient regarding cervical ripening.
  • Endometriose em cicatriz cirúrgica: uma série de 42 pacientes Artigos Originais

    Vilarino, Fabia Lima; Bianco, Bianca; Martins, Ana Carolina Melo; Christofolini, Denise Maria; Barbosa, Caio Parente

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: avaliar a frequência e o quadro clínico de pacientes com endometriose incisional. MÉTODOS: estudo retrospectivo descritivo a partir da revisão de prontuários de pacientes submetidas à ressecção de nódulos em cicatriz cirúrgica na Faculdade de Medicina do ABC, no período de novembro de 1990 a setembro de 2003. A idade, a paridade, o número de cesáreas, os sintomas, a localização do tumor, o diagnóstico inicial, o tratamento e a recorrência foram relatados e analisados. Os resultados foram representados por porcentagem, média e desvio padrão. RESULTADOS: foram encontrados 42 pacientes com diagnóstico de endometriose em cicatriz. Dos 42 casos, 37 eram de endometriose em cicatriz de cesárea; 3 casos em episiotomia e 2 casos em ápice vesical aderido à histerorrafia. A média de idade das pacientes foi de 32,4 anos com desvio padrão de ±6,2 anos. Todas tinham como antecedente cirúrgico exclusivo o parto, e a queixa principal foi nodulação com dor perimenstrual em 40% dos casos. Em 57% das pacientes, a avaliação clínica foi complementada pelo exame de ultrassonografia pélvica ou transvaginal. As pacientes foram tratadas com ressecção completa do nódulo e a recidiva ocorreu em apenas dois casos. CONCLUSÃO: a endometriose em cicatriz cirúrgica é incomum; entretanto, tem diagnóstico inicial fácil se o quadro clínico for conhecido. O tratamento eficaz é cirúrgico.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: to evaluate the frequency and clinical picture of patients with incisional endometriosis. METHODS: retrospective descriptive study performed from the medical records of patients that underwent nodules resection in the surgical scar at Faculdade de Medicina do ABC, from November 1990 to September 2003. The age, parity, number of cesarean sections, symptoms, tumor location, initial diagnosis, treatment, and recurrences were surveyed and analyzed. The results were reported as percentage, mean, and standard deviation. RESULTS: we found 42 patients that were diagnosed with scar endometriosis. From these 42 cases, 37 were of endometriosis on cesarean section scar; 3 cases of episiotomies and 2 cases on bladder in scar of hysterography. The mean age of the patients was 32.4 years old, standard deviation of ±6.2 years. All of them had previous obstetric surgery, and the main complaint was nodulation with perimenstrual pain in 40% of the cases. In 57% of the patients, the clinical evaluation was confirmed by pelvic or transvaginal ultrasonography. Patients were treated with total resection, and recurrence occurred in only two cases. CONCLUSION: scar surgical endometriosis is uncommon; however, the clinical diagnosis is easy when the signs and symptoms are known. The effective treatment is surgical resection.
  • Presença de células da junção escamo-colunar em esfregaços cérvico-vaginais de mulheres acima de 40 anos Artigos Originais

    Nai, Gisele Alborghetti; Souza, Karen Karina Gusmão de; Rodrigues, Eliane Rissato; Barbosa, Ricardo Luís

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: avaliar a frequência de células da junção escamo-colunar (JEC) em esfregaços cérvico-vaginais de mulheres com 40 anos ou mais. MÉTODOS: foi realizado um estudo retrospectivo, com revisão de 24.316 laudos colpocitológicos realizados no período de janeiro de 2005 a dezembro de 2008, para avaliação dos casos sem material da JEC. Os critérios de exclusão foram: hiterectomia total, esfregaços com atrofia intensa ou insatisfatórios para análise, casos sem visualização do colo uterino ou com o orifício externo do colo uterino fechado ao exame e aqueles sem a idade da paciente. Foram incluídas neste estudo 21.866 citologias cérvico-vaginais. Avaliou-se a relação entre a presença de material da JEC e uso de terapia de reposição hormonal (TRH) nas pacientes com 40 anos ou mais e a relação entre presença de material da JEC e processo inflamatório moderado a intenso nas pacientes com idade inferior ou igual a 39 anos. Para análise estatística utilizou-se o teste do χ2 e o teste de razão de chances. RESULTADOS: apenas 11,2% das pacientes com idade inferior a 40 anos não apresentavam material da JEC em seus esfregaços, enquanto nas pacientes com 40 anos ou mais, 47% não apresentavam (p=0,0001). A maioria das pacientes com 40 anos ou mais (92,1%) não fazia uso de TRH e este não foi um fator preditor da incidência de material da JEC nestas pacientes (p>0,05). Em contrapartida, a maioria das pacientes com idade inferior a 40 anos sem material da JEC (74,5%) apresenta inflamação exuberante no esfregaço (p=0,0001). CONCLUSÃO: pacientes com 40 anos ou mais apresentam uma menor incidência de material da JEC em esfregaços cérvico-vaginais, e inflamação é um fator que contribui para ausência de material da JEC nos esfregaços das pacientes com idade inferior a 40 anos.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: to evaluate the frequency of cells of the cervical transitional zone (CTZ) in cervicovaginal smears of women older than 40 years. METHODS: we conducted a retrospective study with review of 24,316 Pap smear reports during the period from January 2005 to December 2008, to evaluate the cases without material of the CTZ. Exclusion criteria were: total hysterectomy, smears with severe atrophy or unsatisfactory for analysis, cases without visualization of the cervix or the external orifice of the cervix closed during examination and records without the patient's age. A total of 21,866 cervical-vaginal cytology reports were included in this study. We evaluated the relationship between the presence of material of the CTZ and use of hormone replacement therapy (HRT) in patients aged 40 years or more and the relationship between presence of material of the CTZ and a moderate to intense inflammatory process in patients aged 39 years or less. Data were analyzed statistically by the χ2 test and Odds Ratio. RESULTS: only 11.2% of patients younger than 40 years had no material from the CTZ in their smears, while 47% patients older than 40 years had no material from the CTZ (p=0.0001). Most patients aged 40 years or more (92.1%) did not use HRT and this was not a predictor of incidence of CTZ material in these patients (p> 0.05). In contrast, most patients younger than 40 years without CTZ material (74.5%) had abundant inflammation in the smears (p=0.0001). CONCLUSION: patients aged 40 years or more had a lower incidence of material from the CTZ in cervicovaginal smears, and inflammation was a factor that contributed to the absence of CTZ material in the smears from patients younger than 40 years.
  • Qualidade de vida de mulheres com baixa massa óssea na pós-menopausa Artigos Originais

    Dallanezi, Glauber; Nahas, Eliana Aguiar Petri; Freire, Beatriz Funayama; Nahas-Neto, Jorge; Corrente, José Eduardo; Mazeto, Gláucia Maria Ferreira da Silva

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: avaliar a qualidade de vida de pacientes com osteoporose e osteopenia, acompanhadas em ambulatórios especializados em osteoporose e climatério, comparando-as com pacientes com densidade mineral óssea (DMO) normal. MÉTODOS: estudo de série de casos transversal, observacional, que se propôs a analisar, por meio do questionário Medical Outcomes Study 36 Short-Form Health Survey (SF-36), a qualidade de vida de mulheres com osteopenia e osteoporose. Foram avaliadas 124 mulheres na pós-menopausa divididas em três grupos: 55 pacientes com diagnóstico densitométrico de osteoporose, 35 com o de osteopenia e 34 que apresentavam DMO normal. Os três grupos foram comparados com relação aos dados demográficos, características clínicas e de estilo de vida e aos diferentes domínios do SF-36. RESULTADOS: as pacientes dos grupos osteopenia e DMO normal apresentaram menor idade média (56,7±7,1 e 52,9±5,4 anos), maior índice de massa corpórea (IMC) (28,6±3,7 e 30,9±5,1 kg/m²) e menor tempo de menopausa (8,4±5,9 e 5,8±4,5 anos) quando comparadas ao grupo osteoporose (61,8±10,1 anos, IMC de 25,7±5,3 kg/m², 15,5±7,5 anos, respectivamente; p<0,05). De acordo com o SF-36, não houve diferença significativa entre os grupos com relação aos domínios, à exceção do domínio vitalidade, que se mostrou superior no grupo osteoporose. Com relação à impressão pessoal sobre seu estado de saúde, das pacientes que o consideraram bom, um maior percentual pertencia ao grupo osteoporose, e entre aquelas que o consideraram ruim, um percentual menor pertencia ao grupo osteopenia. CONCLUSÃO: a qualidade de vida foi similar em mulheres com osteoporose e osteopenia, em relação às com DMO normal, à exceção do domínio vitalidade, que foi superior, paradoxalmente, nas pacientes com osteoporose.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: to evaluate the quality of life of patients with osteoporosis and osteopenia followed-up at outpatient clinics specialized in osteoporosis and climacterium and to compare it to that of patients with normal bone mineral density (BMD). METHODS: cross-sectional case series, observational study, which intended to analyze the quality of life of women with osteopenia and osteoporosis by the Medical Outcomes Study 36 Short-Form Health Survey (SF-36) questionnaire. We evaluated 124 postmenopausal women divided into three groups: 55 patients with a densitometric diagnosis of osteoporosis, 35 with osteopenia and 34 who presented a normal BMD. The three groups were compared in terms of demographic data, clinical and life style characteristics and the different domains of SF-36. RESULTS: patients from the osteopenia and normal BMD groups presented lower age (56.7±7.1 and 52.9±5.4 years), greater body mass index (BMI) (28.6±3.7 and 30.9±5.1 kg/m²) and shorter time since menopause (8.4±5.9 and 5.8±4.5 years) than those from the osteoporosis group (61.8±10.1 years, BMI of 25.7±5.3 kg/m², 15.5±7.5 years, respectively; p<0.05). According to SF-36, there was no significant difference between groups concerning the domains, except for the vitality domain, which was found to be superior in the osteoporosis group. Regarding the personal impression about their health, a greater percentage of the patients who considered it to be good was from the osteoporosis group and, of the patients who considered it bad, a smaller percentage belonged to the osteopenia group. CONCLUSION: the quality of life was similar in women with osteoporosis and osteopenia when compared to women with normal BMD, except for the vitality domain, which, paradoxically, was superior in patients with osteoporosis.
  • Acurácia da punção aspirativa por agulha fina e da punção por agulha grossa no diagnóstico de lesões mamárias Artigos Originais

    Frankel, Patrícia Pontes; Esteves, Viviane Fernandes; Thuler, Luiz Claudio Santos; Vieira, Roberto José da Silva

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: avaliar a acurácia da punção aspirativa por agulha fina (PAAF) e da punção por agulha grossa (PAG) no diagnóstico da lesão mamária e do câncer de mama. MÉTODOS: trata-se de um estudo transversal, retrospectivo e descritivo, baseado na busca em prontuários médicos. A PAAF e a PAG foram realizadas sequencialmente, como rotina do serviço de Mastologia. Os dois procedimentos percutâneos foram realizados em 233 pacientes, no período de março de 2005 a fevereiro de 2007. Foram incluídas mulheres com idade igual ou superior a 18 anos, com alterações no exame clínico e/ou de imagem das mamas ou com histórico familiar de câncer de mama e/ou ovário. A PAAF e a PAG foram realizadas de acordo com as recomendações técnicas do Instituto Nacional de Câncer. Foram calculados o percentual de concordância, o coeficiente Kappa de Cohen, a sensibilidade, a especificidade, os valores preditivos positivo e negativo e a acurácia da PAAF e da PAG, considerando como padrão-ouro a biópsia cirúrgica. RESULTADOS: a média de idade das pacientes foi de 49 anos (±12,7), os tumores mediam em média 26,9 mm (±23,1), e em 47,2% dos casos, tinham mais de 20 mm. A sensibilidade, a especificidade, os valores preditivos positivo e negativo e a acurácia foram maiores na PAG do que na PAAF, independentemente do tamanho da lesão mamária, tendo a PAG uma acurácia diagnóstica de 97,5% e a PAAF de 77,5%. CONCLUSÃO: apesar de a PAG mostrar maiores valores de sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo, valor preditivo negativo e acurácia que a PAAF, tanto para as lesões palpáveis quanto para as impalpáveis, o método permanece útil no diagnóstico minimamente invasivo das lesões mamárias, sobretudo quando seus resultados são analisados em conjunto com o exame clínico e de imagem.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: to determine the accuracy of fine-needle aspiration biopsy (FNAB) and of core-needle biopsy (CNB) in diagnosing breast lumps and breast cancer. METHODS: this was a cross-sectional, retrospective and descriptive study based on the review of medical records. FNAB and CNB were carried out sequentially according to the routine of the Mastology Service. Both percutaneous procedures were applied to 233 patients during the period from March 2005 to February 2007. Women aged 18 years or more with changes in the clinical and/or image examination of the breast or a family history of breast and/or ovarian cancer were included. FNAB and CNB were carried out according to the technical recommendations of the National Institute of Cancer. The percentage of agreement, Cohen's Kappa coefficient, sensitivity, specificity, positive and negative predictive values and the accuracy of FNAB and CNB were calculated, considering the surgical biopsy as the gold standard. RESULTS: the average age of the patients was 49.0 years (±12.7) and the tumors measured 26.9 mm on average (±23.1), being larger than 20 mm in 47.2% of cases. Sensitivity, specificity, positive and negative predictive values and accuracy were higher for CNB than for FNAB, regardless of the size of the breast lesion. The diagnostic accuracy was 97.5% for CNB and 77.5% for FNAB. CONCLUSION: although the CNB showed higher rates of sensitivity, specificity, positive predictive value, negative predictive value and accuracy than FNAB for palpable and non-palpable breast lumps, the method remains useful for the minimally invasive diagnosis of mammary lesions, especially when its results are analyzed together with the clinical and imaging examination.
  • Avaliação crítica das nomenclaturas diagnósticas dos exames citopatológicos cervicais utilizadas no Sistema Único de Saúde (SUS) Artigos Originais

    Aguiar, Luciana Silva; Moura, Talita de Paula Silva; Etlinger, Daniela; Yamamoto, Luzia Setuko Umeda; di Loreto, Celso; Cury, Lise Cristina Baltar; Pereira, Sônia Maria Miranda

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: identificar as nomenclaturas diagnósticas dos exames citopatológicos cervicais utilizadas pelos laboratórios que atendem o Sistema Único de Saúde (SUS) e participantes do Monitoramento Externo de Qualidade (MEQ). Avaliar as informações adquiridas de profissionais ginecologistas que atuam no SUS sobre os tipos de classificação diagnóstica que recebem nos laudos citopatológicos cervicais. MÉTODOS: foram avaliados 94 laudos citopatológicos liberados pelos laboratórios participantes do MEQ no Estado de São Paulo e 126 questionários aplicados aos ginecologistas que atenderam o SUS. RESULTADOS: dos 94 laboratórios, 81 (86,2%) utilizam uma única nomenclatura diagnóstica: 79 (97,6%) utilizam a Nomenclatura Brasileira para Laudos Citopatológicos (NBLC), 1 (1,2%) utiliza a classificação de Papanicolaou e 1 (1,2%) utiliza a de Richart. Dos 13 (13,8%) laboratórios que utilizam mais de uma nomenclatura, 5 apresentam 2 tipos, e 8, de 3 a 4, 9 dos quais incluem a classificação de Papanicolaou. O estudo demonstrou que 52 (55,3%) laboratórios apresentaram mais de um diagnóstico descritivo num mesmo laudo. Dos 126 ginecologistas que responderam ao questionário de avaliação dos laudos citopatológicos, 78 (61,9%) disseram receber laudos dos laboratórios com apenas uma classificação diagnóstica, 48 (38,1%), laudos com mais de uma classificação, e 2 receberam as 4 classificações. Entre os 93 (73,8%) ginecologistas que preferem uma classificação, 56 (60,2%) alegaram que a NBLC contribui para a conduta clínica, 13 (14,0%) optaram pela nomenclatura de Richart, 8 (8,6%), de Reagan e 16 (17,2%), a de Papanicolaou. De 33 (26,2%) ginecologistas que preferem mais de uma nomenclatura, 5 optaram pelas 4 classificações. CONCLUSÕES: Os dados obtidos mostram que ainda há resistência por parte dos patologistas no emprego da nomenclatura oficial nos laudos citológicos do SUS. Há uma discrepância entre informações que os ginecologistas gostariam que estivessem nos laudos e as que são fornecidas pelos médicos patologistas. Maiores esforços devem ser empregados no sentido de estimular o uso da nomenclatura oficial.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: to identify the nomenclature for reporting cervical cytological diagnoses used by laboratories which render services to the Brazilian Unified Health System (SUS) and which participate in External Quality Monitoring (MEQ). To evaluate the information acquired from gynecologists of the SUS regarding the various diagnostic classifications that they receive in the cervical cytology diagnostic reports. METHODS: we evaluated 94 cytology reports issued by laboratories which participate in the MEQ in the State of São Paulo, Brazil, and 126 questionnaires applied to gynecologists who work for the SUS. RESULTS: out of the 94 laboratories, 81 (86.2%) use one diagnostic classification: 79 (97.6%) use the Brazilian Nomenclature for Cytological Reports (NBLC), 1 (1.2%) uses the Papanicolaou classification and 1 (1.2%) uses the Richart diagnostic classification. Of the 13 (13.8%) laboratories that use more than one classification, 5 use 2 types and 8 use 3 to 4 types, with 9 including the Papanicolau diagnostic classification. The study showed that 52 (55.3%) laboratories presented more than one descriptive diagnosis in the same report. Out of the 126 gynecologists who filled out a questionnaire evaluating the cytopathology reports, 78 (61.9 %) stated that they received laboratory reports with only one diagnostic classification, 48 (38.1%) received reports with more than one classification and 2 received reports with all 4 classifications. Among the 93 (73.8%) gynecologists who prefer only one classification, 56 (60.2%) claimed that the NBLC contributes to clinical practice, 13 (14.0%) opted for the Richart classification, 8 (8.6%) for the Reagan classification and 16 (17.2%) for the Papanicolaou classification. Out of 33 (26.2%) gynecologists who prefer more than one classification, 5 opted for the 4 classifications. CONCLUSIONS: these data suggest that there is still resistance on the part of pathologists about using the official nomenclature in cytology reports for SUS. There is discrepancy between the information that gynecologists would like to see in the reports and the information provided by the pathologists. Greater efforts should be made to stimulate the use of the official nomenclature.
  • Comportamento do médico residente diante das questões sobre função sexual no ciclo gravídico-puerperal: comparação entre três especialidades - Ginecologia/Obstetrícia, Psiquiatria e Clínica Médica Resumo De Tese

    Vieira, Teresa Cristina Souza Barroso
  • Avaliação clínico-epidemiológica e qualidade de vida em mulheres com câncer de mama Resumo De Tese

    Soares, Príscila Bernardina Miranda
  • Reprodutibilidade intra e interobservador da dilatação e variação do índice de pulsatilidade mediada por fluxo da artéria braquial em gestantes Resumo De Tese

    Lima, Jailson Costa
  • A sexualidade em mulheres submetidas à histerectomia total e subtotal Resumo De Tese

    Faleiros, Nayara de Paula
Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia Av. Brigadeiro Luís Antônio, 3421, sala 903 - Jardim Paulista, 01401-001 São Paulo SP - Brasil, Tel. (55 11) 5573-4919 - Rio de Janeiro - RJ - Brazil
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