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Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, Volume: 33, Número: 6, Publicado: 2011
  • Sulfato de magnésio para neuroproteção fetal

    Costa, Fabricio da Silva; Lopes, Laudelino; Brennecke, Shaun
  • Polimorfismo do receptor de progesterona como fator de risco para o parto prematuro Artigos Originais

    Oliveira, Tenilson Amaral; Cunha, Danielle Renzoni da; Policastro, Adriana; Traina, Évelyn; Gomes, Mariano Tamura; Cordioli, Eduardo

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: investigar a associação entre o polimorfismo do gene do receptor da progesterona (PROGINS) e o risco de parto prematuro. MÉTODOS: estudo caso-controle, para o qual foram selecionadas 57 pacientes com antecedente de parto prematuro (Grupo Caso) e 57 pacientes com parto a termo na gravidez atual e sem antecedentes de parto prematuro (Grupo Controle). Foi realizada a coleta de 10 mL de sangue por venopunção de veia periférica para extração de DNA. As genotipagens foram feitas por reação em cadeia de polimerase (PCR) nas condições de ciclagem específicas para o polimorfismo em estudo seguida de eletroforese em gel de agarose a 2%. Foram determinados três genótipos: selvagem (T1/T1), heterozigoto (T1/T2) e mutado (T2/T2). As frequências genotípicas e alélicas dos dois grupos foram comparadas pelo teste do χ² adotando-se, com o nível de significância, valor p<0,05. Calculou-se ainda o Odds Ratio (OR, razão de chances) com intervalos de confiança de 95% (IC95%). RESULTADOS: as frequências genotípicas do alelo selvagem (T1) e alelo mutante (T2) encontradas para o polimorfismo PROGINS foram de 75,4% T1/T1, 22,8% T1/T2 e 1,8% T2/T2 no Grupo com parto pré-termo e 80,7% T1/T, 19,3% T1/T2 e 0% T2/T2 no Grupo com parto a termo. Não houve diferenças entre os grupos, analisando-se as frequências genotípicas e alélicas: p=0,4 (OR=0,7) e p=0,4 (OR=0,7). CONCLUSÕES: o presente estudo sugere que a presença do polimorfismo PROGINS em nossa população não está associado ao risco de parto prematuro.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: to investigate the association between gene polymorphism of the progesterone receptor (PROGINS) and the risk of premature birth. METHODS: In this case-control study, 57 women with previous premature delivery (Case Group) and 57 patients with delivery at term in the current pregnancy and no history of preterm delivery (Control Group) were selected. A 10 mL amount of peripheral blood was collected by venipuncture and genomic DNA was extracted followed by the polymerase chain reaction (PCR) under specific conditions for this polymorphism and 2% agarose gel electrophoresis. The bands were visualized with an ultraviolet light transilluminator. Genotype and allele PROGINS frequencies were compared between the two groups by the χ2 test, with the level of significance set at value p<0.05. The Odds Ratio (OR) was also used, with 95% confidence intervals. RESULTS: PROGINS genotypic frequencies were 75.4% T1/T1, 22.8% T1/T2 and 1.8% T2/T2 in the Group with Preterm Delivery and 80.7% T1/T1, 19.3% T1/T2 and 0% T2/T2 in the term Delivery Group. There were no differences between groups when genotype and allele frequencies were analyzed: p=0.4 (OR=0.7) and p=0.4 (OR=0.7). CONCLUSIONS: the present study suggests that the presence of PROGINS polymorphism in our population does not constitute a risk factor for premature birth.
  • Uso do misoprostol em substituição à curetagem uterina em gestações interrompidas precocemente Artigos Originais

    Arcanjo, Francisco Carlos Nogueira; Ribeiro, Alita Silva; Teles, Tarciano Granjeiro; Macena, Raimunda Hermelinda Maia; Carvalho, Francisco Herlânio Costa

    Resumo em Português:

    OBJETIVOS: Avaliar a eficácia do misoprostol administrado via vaginal para esvaziamento uterino em gestações interrompidas precocemente, bem como o tempo entre a administração e o esvaziamento, correlacionando-os com a idade gestacional. MÉTODOS: Ensaio clínico com 41 pacientes com gestações interrompidas entre a 7ª e a 12ª semanas gestacionais, com média de idade de 27,3 (±6,1) anos. A paridade média foi de 2,2 (±1,2) partos; o número médio de abortamentos prévios foi 0,2 (±0,5). Foram administrados 800 µg de misoprostol via vaginal, em dose única; após 24 horas, foi realizado ultrassom transvaginal. Considerou-se abortamento completo quando o diâmetro anteroposterior da cavidade endometrial media <15 mm. Pacientes que permaneceram com diâmetro maior que 15 mm foram submetidas à curetagem uterina. Foram comparados, por meio dos testes binomial e t de Student, dois grupos (<8 semanas e >8 semanas de idade gestacional) em relação aos desfechos: frequência de abortamento completo e intervalo entre administração de misoprostol e o abortamento (em minutos). O nível de significância utilizado foi de 5%. RESULTADOS: A idade gestacional, no momento do diagnóstico, foi de 8,5 semanas em média (DP=1,5). Os intervalos entre a administração de misoprostol e as contrações uterinas, e entre a administração e o abortamento, foram de 322,5±97,0 min e 772,5±201,0 min, respectivamente. Houve abortamento completo em 80,3%. No primeiro grupo, a taxa de sucesso foi de 96,2% e no segundo, de 53,3% (p<0,01). Observou-se diferença estatisticamente significante para o tempo entre a administração e o esvaziamento uterino (676,2±178,9 versus 939,5±105,7 minutos, p<0,01). Os efeitos colaterais observados foram hipertermia (12,1%), náuseas (7,3%), diarreia ou mastalgia (2,4%). Não se observou nenhum caso de infecção genital. CONCLUSÕES: O uso do misoprostol vaginal é uma segura e eficaz alternativa à curetagem uterina para gestações interrompidas no primeiro trimestre, sendo melhor em gestações até 8ª semana. O intervalo de tempo até o esvaziamento foi menor em gestações que foram interrompidas mais precocemente.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: To evaluate the effectiveness of misoprostol administered vaginally for uterine evacuation in interrupted early pregnancies and the time between the administration and emptying correlated with gestational age. METHODS: Clinical trial with 41 patients with pregnancies interrupted between the 7th and the 12th gestational weeks. The mean age was 27.3 (±6.1) years. Mean parity was 2.2 (±1.2) deliveries. The average number of previous abortions was 0.2 (± 0.5). Misoprostol was administered vaginally in a single 800 µg dose and transvaginal ultrasound was performed after 24 hours. Abortion was considered complete when the anteroposterior diameter of the endometrial cavity measured <15 mm. Patients whose diameter remained was larger than 15 mm underwent uterine curettage. Two groups (<8 and >8 weeks of gestational age) were compared using the binomial test and Student's t test regarding outcome: frequency of complete abortion and the interval between administration of misoprostol and abortion (in minutes). The level of significance was 5%. RESULTS: The mean gestational age at diagnosis was 8.5 weeks (SD=1.5). The intervals between administration of misoprostol and uterine contractions and between the administration and abortion were 322.5±97.0 minutes and 772.5±201.0 minutes, respectively. There was complete abortion in 80.3%. The success rate was 96.2% for the first group and 53.3% for the second (p<0.01). We observed a statistically significant difference in time between administration and uterine evacuation (676.2±178.9 vs. 939.5±105.7 minutes, p<0.01). The side effects observed were hyperthermia (12.1%), nausea (7.3%), diarrhea or breast pain (2.4%). No case of genital infection was observed. CONCLUSIONS: The use of vaginal misoprostol is a safe and effective alternative to curettage for interrupted early pregnancies, being better in pregnancies up to the 8th week. The time interval until emptying was lower in pregnancies that were interrupted earlier.
  • Problemas conjugais e outros fatores associados a transtornos psiquiátricos do pós-parto Artigos Originais

    Kerber, Suzi Roseli; Falceto, Olga Garcia; Fernandes, Carmen Luiza C.

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: Estudar a associação entre transtornos mentais pós-parto e fatores demográficos e psicossociais, pré e perinatais. MÉTODOS: Todas as familias com crianças de quatro meses da Vila Jardim - Porto Alegre (RS) - nascidos entre novembro de 1998 e dezembro de 1999 foram avaliadas. Utilizou-se o Self Report Questionnaire (SRQ-20) e entrevistas clínicas semiestruturadas individuais e do casal para fundamentar uma hipótese diagnóstica segundo os critérios do da quarta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-IV). Realizou-se a avaliação da relação conjugal e do relacionamento da mãe com as famílias de origem e a rede social utilizando-se a Escala de Avaliação Global do Funcionamento Relacional (GARF). RESULTADOS: Foram avaliadas 148 mães e os 116 pais que coabitavam. Segundo o SRQ, 34,4% das mães e 25,4% dos pais apresentaram suspeita de transtorno psiquiátrico. Clinicamente os percentuais foram maiores. Coabitar ou não com companheiro não esteve associado com transtorno mental materno. Na análise da totalidade do grupo de mulheres, estiveram associados: baixa renda familiar (OR=0,8; p<0,05) e a presença de transtorno materno no passado (OR=2,2; p<0,05). O estudo apenas das mulheres que coabitavam (n=116) mostrou associação exclusivamente com a má qualidade da relação conjugal (OR=7,3; p<0,05). CONCLUSÃO: Este estudo reforça a necessidade de se verificar a presença de transtorno mental materno da mãe nas consultas de pré-natal e puericultura, e introduz dados sobre o pai e, especialmente, sobre a importância da relação conjugal.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: To study the association between postpartum psychiatric disorder and demographic and psychosocial, pre- and perinatal factors. METHODS: All families having 4-month-old infants in Vila Jardim, a district of Porto Alegre, Brazil, born at a public hospital from November 1998 through December 1999 were assessed. The Self-Report Questionnaire (SRQ-20) and semi-structured interviews were used for the psychiatric assessment that included a possible diagnosis using Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders IV (DSM- IV) criteria. Relational functioning between couples, the relationship with mother's family of origin and social network were assessed using the DSM-IV Global Assessment of Relational Functioning Scale (GARF). RESULTS: A total of 148 mothers and 116 cohabiting fathers were assessed. According to the SRQ, 34.4% of the mothers and 25.4% of the fathers had a suspicion of psychiatric disorder. Clinical assessments using DSM-IV criteria detected larger numbers. In the analysis of the whole group of women, low family income (OR=0.8; p<0.05) and presence of previous maternal disorder (OR=2.2; p<0.05) were associated. When only women living with partners were assessed (n=116), there was an exclusive association with quality of marital relationship (OR=7.3; p<0.05). CONCLUSION: This study reinforces the need of investigating the presence of maternal psychiatric disorder during prenatal care, introduces data about the father, and especially, the importance of routine assessment of the marital relationship.
  • Análise do rastreamento combinado no primero trimestre da gestação para detecção de anomalias cromossômicas Artigos Originais

    Drummond, Carolina Leite; Oliveira, Rita de Cássia Sanches; Bussamra, Luiz Claudio de Silva; Mangueira, Cristóvão Luis P; Cordioli, Eduardo; Aoki, Tsutomu

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: avaliar o desempenho do rastreamento combinado do primeiro trimestre da gestação na detecção de anomalias cromossômicas em um grupo da população brasileira. MÉTODO: estudo retrospectivo envolvendo gestantes com feto único, referidas ao setor de medicina fetal para a realização do teste de rastreamento do primeiro trimestre da gestação pela combinação da idade materna, a medida da translucência nucal e dois marcadores bioquímicos do soro materno: free B-hCG e PAPP-A. Para avaliar o desempenho do teste foram calculados a sensibilidade, especificidade, valores preditivos positivos e negativos e as taxas de falso positivo, considerando como risco elevado valores superiores a 1:300. RESULTADOS: foram incluídas 456 gestantes submetidas ao teste. A idade materna avançada, acima de 35 anos, ocorreu em 36,2% dos casos. A incidência de cromossomopatia na população estudada foi de 2,2%. Vinte e uma das gestantes (4,6%) apresentou risco elevado ao teste (superior a 1:300). Usando-se este ponto de corte, a sensibilidade do teste foi de 70% para as cromossomopatias em geral e 83,3% para os casos de trissomia do cromossomo 21, com taxa de falso positivo de 3,1%. CONCLUSÃO: o rastreamento combinado do primeiro trimestre foi eficaz na detecção das anomalias cromossômicas, principalmente em relação aos casos de trissomia 21, com baixas taxas de falso positivo. Observou-se importante contribuição do teste em reduzir a indicação do exame invasivo comparado ao uso da idade materna como fator de risco.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: to evaluate the performance of the combined first trimester screening for chromosomal abnormalities in a group of the Brazilian population. METHODS: a retrospective study including pregnant women with single fetuses referred to a fetal medicine center to perform the first trimester screening that combines maternal age, nuchal translucency measurement and two maternal serum biochemical markers: free B-hCG and PAPP-A. To evaluate the performance of the test, the detection rate, specificity, negative and positive predicted values and false-positive rates were calculated, considering as high risk the cut-off value above 1 in 300. RESULTS: we studied 456 patients submitted to the test. Advanced maternal age above 35 years was observed in 36.2% of cases. The incidence of chromosomal abnormalities in the study population was 2.2%. Twenty-one patients (4.6%) presented a high risk (above 1:300) by the combined test. Using this cut-off level, the detection rate of the test was 70% for all chromosomal abnormalities and 83.3% for trisomy 21, for a false-positive rate of 3.1%. CONCLUSIONS: the combined first trimester screening was effective to detect chromosomal abnormalities, mainly for trisomy 21, with low false-positive rates. The combined test contributed to decreasing the indication of an invasive test if we compare to maternal age alone as a risk factor.
  • Fatores de risco para osteoporose em mulheres na pós-menopausa do sudeste brasileiro Artigos Originais

    Buttros, Davi de Araújo Brito; Nahas-Neto, Jorge; Nahas, Eliana Aguiar Petri; Cangussu, Luciana Mendes; Barral, Ana Beatriz Cesar Rodrigues; Kawakami, Márcia Suemy

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: Avaliar a densidade mineral óssea (DMO) e os fatores de risco associados à osteoporose na pós-menopausa. MÉTODOS: Estudo clínico transversal com 431 mulheres (idade 40 - 75 anos). Foram incluídas mulheres com: amenorréia >12 meses e idade >45 anos ou, ooforectomia bilateral >40 anos, com DMO (escore T de coluna lombar/colo de fêmur) pelo DEXA dos últimos 12 meses. Fatores de risco avaliados: idade, idade e tempo de menopausa, tabagismo, atividade física (30 min/5 vezes/ semana), artrite reumatoide (AR), uso de corticoterapia e de terapia hormonal (TH), fratura prévia, fratura materna de quadril e índice de massa corpórea (IMC=peso/altura²). Foram empregodos teste do χ² e método de regressão logística no risco (Odds Ratio - OR) para osteoporose. RESULTADOS: Pelos critérios da Organização Mundial da Saúde, 106 (24,6%) mulheres apresentavam osteoporose (escore T <-2,5DP), 188 (43,6%) osteopenia (-1,0/-2,4DP) e 137 (31,8%) eram normais (>-1,0DP). Foi detectada osteoporose em 12% das mulheres com idade entre 40 e 49anos, em 21,8% no grupo de 50 a 59 anos e 45,7% nas mulheres com idade >60anos (p<0,001). Osteoporose ocorreu em 11,8% com tempo de menopausa <5 anos, 29,4% de 6 - 10 anos, e 41% >10anos (p<0,001). Naquelas com idade da menopausa <40 anos, 80% apresentaram osteopenia/osteoporose (p=0,03) e com IMC<20kg/m², 50% osteoporóticas (p<0,001). O risco de detectar osteoporose aumentou com a idade (OR=1,1; IC95%=1,0-1,1), tempo de menopausa (OR=1,0; IC95%=1,0-1,1), tabagismo atual (OR=2,1; IC95%=1,2-3,8), AR (OR=3,6; IC95%=1,3-9,6) e história materna de fratura de quadril (OR=2,1; IC95%=1,1-3,0) (p<0,05). Contrariamente, o uso de TH (OR=0,49; IC95%=0,3-0,9) e elevado IMC (OR=0,9; IC95%=0,8-0,9) reduziram o risco de detecção da osteoporose (p<0,05). CONCLUSÃO: Em mulheres na pós-menopausa, idade, tempo de menopausa, tabagismo e história materna de fratura, foram indicadores clínicos do risco para osteoporose, enquanto o uso de TH e IMC elevado, apresentaram-se como fatores protetores.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: To evaluate bone mineral density (BMD) and their risk factors associated with postmenopausal osteoporosis. METHODS: A cross-sectional clinical study was performed on 431 women (aged 40 - 75 years). Inclusion criteria: amenorrhea >12 months and age >45 years or, bilateral oophorectomy >40 years with BMD values (T-score of lumbar spine/femur neck) by DXA of the last 12 months. Risk factors evaluated: age, age and time of menopause, smoking, physical activity (30 min/5 times/week), rheumatoid arthritis (RA), use of corticotherapy and hormone therapy (HT), previous fracture, maternal hip fracture and body mass index (BMI=weight/height²). The χ2 test and the logistic regression method (Odds Ratio - OR) were used to determine osteoporosis risk. RESULTS: According to WHO criteria, 106 (24.6%) women showed osteoporosis (T-score <-2.5 DP), 188 (43.6%) osteopenia (-1.0/-2.4 DP), and 137 (31.8%) were normal (>-1.0 DP). Osteoporosis was detected in 12% of women aged 40 - 49 years, in 21.8% of women aged 50 - 59 years and in 45.7% of women aged >60 years (p<0.001). Osteoporosis occurred in 11.8% of women with a menopause period <5 years, in 29.4% with a menopause period from 6 to 10 years, and in 41% of women with a menopause period >10 years (p<0.001). Of the women with early menopause, 80% showed osteopenia/osteoporosis (p=0.03), and of those with BMI <20 kg/m², 50% were osteoporotic (p<0.001). The risk for osteoporosis detection increased with age (OR=1.1; CI95%=1.0-1.1), time of menopause (OR=1.1; CI95%=1.0-1.1), smoking (OR=1.9; CI95%=1.2-3.2), RA (OR=3.6; CI95%=1.3-9.6) and maternal fracture history (OR=2.1; CI95%=1.1-3.0) (p<0.05). In contrast, HT use (OR=0.3; 95%CI=0.2-0.6) and high BMI (OR=0.9; 95%CI=0.8-0.9) reduced the risk (p<0.05). CONCLUSION: In postmenopausal women, age, time of menopause, smoking and maternal history of fracture were clinical indicators of risk for osteoporosis, whereas HT use and high BMI proved to be protective factors.
  • Fatores associados à descontinuação do uso de anticoncepcionais orais combinados Artigos Originais

    Bahamondes, Luis; Pinho, Felipe; Melo, Nilson Roberto de; Oliveira, Eliane; Bahamondes, María Valeria

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: Avaliar as razões para descontinuar diversos anticoncepcionais orais combinados entre mulheres brasileiras iniciantes do método, residentes em áreas urbanas. MÉTODOS: Estudo de corte transversal com 400 ginecologistas do Brasil, registrados na Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. Cada médico entrevistou 10 mulheres não grávidas, não lactantes, não em amenorreia, com idades entre 18 e 39 anos que consultavam solicitando anticoncepcional oral combinado (ACO), com um questionário no início de uso e aos 6 meses posteriores. O questionário incluiu dados sociodemográficos, tipo de ACO escolhido ou prescrito e razões para descontinuação, caso ocorresse durante o seguimento. A estratégia de seleção permitiu a inclusão de mulheres de diferentes estratos socioeconômicos, mas somente atendidas em consultórios privados ou de convênios. O tamanho da amostra foi estimado em 1.427 mulheres. RESULTADOS: Foram obtidas 3.465 entrevistas na primeira visita e 1.699 aos 6 meses posteriores. As mulheres tinham predominantemente entre 20 e 29 anos, 57,3% eram solteiras e em proporção quase igual de 45% tinham ensino médio ou superior. A maioria (60,7%) era nuligestas e dentre as que tinham usado algum método contraceptivo anteriormente, 71,8% tinham utilizado ACO. Entre os ACO mais prescritos ou escolhidos, o mais prevalente foram os monofásicos com etinilestradiol (20 µg) e no tocante ao progestágeno, o mais prevalente foi com gestodeno (36,5%), seguido por ACO com drosperinona (22,0%). Aos 6 meses, 63,5% continuavam em uso do ACO. Dentre as que descontinuaram o uso, as principais razões dadas foram: desejo de engravidar (36,5%) e efeitos colaterais (57,3%) como cefaléia (37,6%), aumento de peso (16,6%) e sangramento irregular (23,6%). CONCLUSÕES: A taxa de continuação do uso de ACO foi baixa aos seis meses e este estudo pode contribuir para que os médicos orientem melhor suas pacientes iniciantes no uso de ACO sobre os eventos adversos esperados que são mínimos e temporários e sobre os benefícios não contraceptivos dos ACO.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: Due to the scarce information available in Brazil in relation to the number of women who initiated the use of combined oral contraceptives and prematurely discontinued, the objective was to assess the reasons for discontinuation of the use of several combined oral contraceptives among Brazilian women living in urban areas. METHODS: A cross-sectional study with 400 gynecologists registered withy the Brazilian Federation of Obstetricians and Gynecologists. Each physician interviewed 10 non-pregnant, not breastfeeding, not amenorrheic women aged 18 to 39 years who consulted requesting combined oral contraceptive (COC) with a questionnaire at the beginning of use and at six months later. The questionnaire included sociodemographic data, type of COC chosen or prescribed and reasons for discontinuation when it occurred during follow-up. The strategy of selection allowed the inclusion of women from different socioeconomic strata, however, only those attended at private or insurance offices. The sample size was estimated at 1,427 women. RESULTS: A total of 3,465 interviews were conducted at the first visit and 1,699 six months later. The women were 20 to 29 years old, 57.3% were single and an equal proportion of 45.0% attended high school or college. Most (60.7%) were nulligravidas and among those who had used some contraceptive before, 71.8% had used a COC. Among the more prescribed or chosen COC the most prevalent were monophasic with ethynil estradiol (20 µg) and regarding progestin the most prevalent was with gestodene (36.5%) followed by a COC with drosperinone (22.0%). At six months 63.5% still used COC. Among those who discontinued the main reasons were wishing to become pregnant (36.5%) and side effects (57.3%) and the most prevalent were headache (37.6%), weight gain (16.6%) and irregular bleeding (23.6%). CONCLUSIONS: The continuation rate of COC was low at six months and this study could contribute to a better counseling on the part of physicians of patients who initiate COC about side-events that are rare, minimal and temporary and about the benefits of COC use.
  • Anormalidades metabólicas em mulheres com síndrome dos ovários policísticos: obesas e não obesas Artigos Originais

    Romano, Lucas Gabriel Maltoni; Bedoschi, Giuliano; Melo, Anderson Sanches; Albuquerque, Felipe Oliveira de; Silva, Ana Carolina Japur de Sá Rosa e; Ferriani, Rui Alberto; Navarro, Paula Andrea

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: Comparar as características metabólicas de mulheres jovens do sudeste brasileiro, obesas e não obesas com síndrome dos ovários policísticos (SOP). MÉTODOS: Estudo transversal que incluiu 218 mulheres de idade reprodutiva com diagnóstico de SOP - 90 mulheres não obesas (IMC entre 18,5 e 29,9 kg/m²) e 128 pacientes obesas (IMC >30 kg/m²), selecionadas no momento do diagnóstico. Foram comparadas as frequências de resistência insulínica (RI), intolerância à glicose (IG), síndrome metabólica (MetS) e diabetes mellitus tipo 2 (DM2) e os valores médios de colesterol total (CT), triglicérides (TG), lipoproteínas de alta (LDL) e baixa densidade (HDL), entre as pacientes obesas e não obesas com SOP. Foram comparadas também as características clínicas e hormonais (hormônio folículo estimulante, luteinizante, prolactina, hormônio tireoestimulante, testosterona total, sulfato de dehidroepiandrostenediona e 17-hidroxiprogesterona) nos dois grupos. A análise estatística foi realizada com o auxílio do software SAS 9.0. Para análise das variáveis com distribuição normal, utilizou-se o teste t de Student não pareado; na ausência desta característica, o teste utilizado foi Mann-Whitney bicaudal. Para as variáveis qualitativas utilizou-se o teste Exato de Fisher. Em todas as análises, foi considerado o nível de significância de 5% (p<0,05). RESULTADOS: As frequências de RI, IG e MetS foram significativamente mais elevadas em pacientes com SOP obesas do que não obesas (66,7, 29,9 e 63% versus 24,7, 12,2 e 16.4%, respectivamente). As pacientes obesas apresentaram maiores níveis de CT e TG (189,8±35.8 mg/dL e 145.4±71.1 mg/dL, respectivamente) do que as não obesas (172,1±38.4 mg/dL e 99,3±54 mg/dL, respectivamente). Ambos os grupos apresentaram níveis médios de HDL abaixo de 50 mg/dL. CONCLUSÕES: Mulheres obesas jovens com SOP apresentam maior frequência de RI, IG e SM do que as não obesas. Todavia, a ocorrência dos distúrbios metabólicos é elevada também na pacientes não obesas, sugerindo que a presença da síndrome favoreça o desenvolvimento de comorbidades metabólicas, com potenciais repercussões a médio e longo prazos.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: To compare the metabolic characteristics of obese and non-obese young women with polycystic ovary syndrome (POS) from the Brazilian Southeast. METHODS: This was a cross-sectional study conducted on 218 women of reproductive age with a diagnosis of POS - 90 non-obese women (BMI between 18.5 and 29.9 kg/m²), and 128 obese patients (BMI >30 kg/m²) selected at the time of diagnosis. The frequency of insulin resistance (IR), glucose intolerance (GI), metabolic syndrome (MetS) and type 2 diabetes mellitus (DM2) and mean values of total cholesterol (TC), triglycerides (TG), high-density (HDL) and low-density lipoproteins (LDL), were compared between obese and non-obese patients with POS. The two groups were also compared in terms of clinical and hormonal characteristics (follicle stimulating hormone, prolactin, thyroid stimulating hormone, total testosterone, dihydroepiandrostenedione sulfate, and 17-hydroxyprogesterone). Statistical analysis was performed using the SAS 9.0 software. Quantitative variables were compared by the Student´s t-test (data with normal distribution) or by the Mann-Whitney test (non-parametric distribution). Qualitative variables were compared by the Fisher test. The level of significance was set at 5% (p<0.05) in all analyses. RESULTS: The frequency of IR, GI and MetS was significantly higher in obese than non-obese patients with POS (66.7, 29.9, and 63% versus 24.7, 12.2, and 16.4%, respectively). Obese patients had higher TC and TG levels (189.8±35.8 mg/dL and 145.4±71.1 mg/dL, respectively) than non-obese patients (172.1±38.4 mg/dL and 99.3±54 mg/dL, respectively). Both groups had mean HDL levels below 50 mg/dL. CONCLUSIONS: Young obese women with POS have a higher frequency of IR, GI and MS than non-obese. However, the occurrence of metabolic disorders is elevated also in the non-obese patients, suggesting that the presence of the syndrome may favor the development of metabolic comorbidities with potential medium- and long-term repercussions.
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