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Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, Volume: 34, Número: 4, Publicado: 2012
  • Desafios do tratamento de pacientes com doença trofoblástica gestacional Editorial

    Maestá, Izildinha; Braga, Antonio
  • Aderência autorreferida a medicamentos prescritos durante a gestação Artigos Originais

    Oliveira Filho, Alfredo Dias de; Gama, Danielle Pires da; Leopardi, Maria das Graças; Dias, Julia Maria Gonçalves; Lyra Júnior, Divaldo Pereira de; Neves, Sabrina Joany Felizardo

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: Avaliar a adesão terapêutica autorreferida durante a gestação em amostra de mulheres brasileiras. MÉTODOS: Foi realizado um estudo transversal com puérperas internadas no serviço de obstetrícia de um hospital universitário, entre agosto e novembro de 2010. Foram incluídas puérperas com 18 anos ou mais, idade gestacional superior a 22 semanas e peso do feto igual ou maior que 500 g. Foram excluídas puérperas em uso de sedativos e/ou outros medicamentos capazes de alterar o estado de consciência. Os dados foram coletados por meio de entrevista face a face, com uso de questionário estruturado contendo perguntas sobre características sociodemográficas, uso de medicamentos, número de gestações anteriores, métodos contraceptivos utilizados, atendimento pré-natal e adesão terapêutica. Para a determinação da adesão, foi utilizada a escala de adesão terapêutica de Morisky - MMAS-4 de quatro itens. Foram utilizados o Teste H de Kruskal-Wallis e o Teste de Χ2 de Pearson e exato de Fisher para análise estatística. RESULTADOS: A média de idade das gestantes foi de 22,5 anos (DP=6,5), das quais 53,8% iniciaram acompanhamento pré-natal no primeiro trimestre da gravidez. Das 130 pacientes entrevistadas, 96,9% fizeram uso de algum medicamento durante o período gestacional, com média de 2,8 medicamentos por paciente. As principais classes prescritas foram: antianêmicos (55,1%); analgésicos, anti-inflamatórios e antipiréticos (19,0%); e anti-infecciosos (7,2%). Fizeram uso de dois a quatro medicamentos 71,6% das pacientes. Apenas 19,2% das pacientes foram consideradas aderentes. As pacientes com menores taxas de adesão foram aquelas com maior escolaridade, renda própria, início do acompanhamento pré-natal no primeiro trimestre de gravidez e aborto prévio. CONCLUSÃO: Apesar de a maioria das gestantes fazer uso de medicamentos prescritos durante a gestação, a taxa de adesão ao tratamento foi baixa, indicando uma necessidade de investigações adicionais sobre o impacto da não adesão durante a gestação e suas causas.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: To assess medication adherence therapeutic during pregnancy in a sample of Brazilian women during the post-partum period. METHODS: We conducted a cross-sectional study in the obstetric unit of a university hospital, Brazil, between August and November 2010. We recruited patients aged 18 years or more, with a gestational age of more than 22 weeks whose newborns weighed more than 500 g. Patients were excluded if they used sedatives or other mind-altering drugs. Data were collected after labor using a structured questionnaire containing questions about sociodemographic characteristics, medication use, number of previous pregnancies, contraceptive methods, prenatal care, and medication adherence. Medication adherence was assessed using the four-item Morisky medication adherence scale - MMAS-4, groups were compared by the Fisher exact Test and Kruskal-Wallis Test and Χ2 de Pearson Test. RESULTS: Mean age was 22.5 years (SD=6.5), and 53.8% of the pregnant women had initiated prenatal care during the first trimester of pregnancy. Of the 130 patients interviewed, 96.9% had used at least one prescribed drug during pregnancy, with an average of 2.8 drugs per patient. The major classes prescribed were antianemics (55.1%), analgesics, anti-inflammatories, and antipyretics (19.0%) and anti-infectives (7.2%). 71.6% took two to four drugs. Only 19.2% of patients were considered adherent. The variables that showed a negative influence on adherence were: higher level of education, having one's own income, earlier prenatal care and previous abortion. CONCLUSION: Our findings indicate that, although most of the patients used prescribed drugs during pregnancy, the rate of medication adherence was low, which indicates the need for further investigation about the impact of non-adherence during pregnancy and its causes.
  • Influência das intercorrências maternas e fetais nos diferentes graus de corioamnionite Artigos Originais

    Machado, Juliana Reis; Rocha, Laura Penna; Barrilari, Sue Ellen Gonçalves; Pucci, Karla Roberta Martins; Reis, Marlene Antônia dos; Castro, Eumênia Costa da Cunha; Corrêa, Rosana Rosa Miranda

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: Avaliar a influência das complicações maternas, da prematuridade, dos parâmetros antropométricos do feto e de condições do recém-nascido nos diferentes graus de corioamnionite. MÉTODOS: Foram analisadas 90 placentas provenientes de partos realizados no Hospital de Clinicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro com diagnóstico de inflamação no exame anatomopatológico. A revisão dos prontuários foi realizada para adquirir informações materno-fetais relevantes. A infecção foi classificada em: grau I - deciduíte; grau II - corioamnionite; grau III - corioamnionite e vasculite; grau IV - sepse neonatal; e grau V - morte fetal e pneumonite. RESULTADOS: Dentre as gestantes analisadas, 50,0% não apresentaram intercorrências, 15,0% apresentaram amniorrexe prematura, 15,0% infecção do trato urinário, 7,5% síndromes hipertensivas, 7,5% infecção transvaginal, 5,0% infecção hematogênica e 11,1% outras complicações. Mais da metade dos neonatos eram do sexo masculino e 72,2% a termo. Analisando o grau de corioamnionite, 56,7% apresentaram o grau I, 22,2 % grau II, 4,4% grau III, 10,0% grau IV e 6,7% grau V. Na análise estatística foi utilizado o Teste Χ2 para a análise de variáveis qualitativas e o Teste de Spearman para a análise das correlações. Os graus mais elevados de corioamnionite foram observados nos casos que apresentaram intercorrências maternas. Foram observadas correlações negativas entre todos os parâmetros fetais e o grau de corioamnionite, sendo significativa em relação ao peso, ao comprimento, à circunferência torácica e ao Apgar no primeiro e quinto minuto. CONCLUSÕES: Os diferentes padrões de corioamnionite estão relacionados a diferentes manifestações clínicas materno-fetais, influenciando nas condições de vida do recém-nascido e na gravidade de lesões morfológicas encontradas em natimortos.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: To evaluate the influence of maternal complications, prematurity, fetal anthropometric parameters and conditions of the newborn on different degrees of chorioamnionitis. METHODS: We analyzed 90 placentas from deliveries performed at the General Hospital of Triângulo Mineiro Federal University with a diagnosis of inflammation in the anatomopathological exams. We reviewed the medical records to obtain relevant maternal and fetal information. The infections were classified as grade I - deciduitis; grade II - chorioamnionitis; grade III - chorioamnionitis and vasculitis; grade IV - neonatal sepsis and grade V - fetal death and pneumonitis. RESULTS: Among the pregnant women analyzed, 50.0% had no complications, 15.0% had ruptured membranes, 15.0% urinary tract infection, 7.5% hypertensive disorders, 7.5% transvaginal infection, 5.0% hematogenous infection, and 11.1% other complications. More than a half the neonates were males and 72.2% were born at term. Analysis of the degree of chorioamnionitis showed that 56.7% had grade I, 22.2% grade II, 4.4% grade III, 10.0% grade IV, and 6.7% grade V. Data were analyzed statistically by the Χ2 test for qualitative variables and by the Spearman test for correlation analysis. The higher grades of chorioamnionitis were observed in cases of maternal complications. We observed negative correlations between all parameters and the degree of fetal chorioamnionitis, which were significant regarding weight, length, thoracic circumference and Apgar score in the first and fifth minutes. CONCLUSIONS: The different patterns of chorioamnionitis were related to different maternal and fetal clinical features, affecting the life conditions of the newborn and the severity of morphological lesions found in stillbirths.
  • Comprimento cervical como preditor do período de latência e de infecção na rotura prematura pré-termo de membranas Artigos Originais

    Sousa, Carla Roberta Macedo de; Linhares, José Juvenal; Arcanjo, Francisco Carlos Nogueira; Andrade, Renata Nogueira; Vieira, Márcio Fragoso

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: Avaliar o comprimento cervical, por ultrassonografia transvaginal, em pacientes entre 28 e 34 semanas de idade gestacional, correlacionando com o período de latência e o risco de infecção materna e neonatal. MÉTODOS: Foram avaliadas 39 pacientes divididas em relação ao comprimento cervical nos pontos de corte de 15, 20 e 25 mm. Em relação ao período de latência, foram avaliados os parâmetros de 72 horas. Foram incluídas gestantes com feto vivo e idade gestacional entre 28 e 34 semanas, com diagnóstico confirmado na admissão de rotura prematura de membranas. Pacientes com corioamnionite, gestação múltipla, malformações fetais, malformações uterinas (útero bicorno, septado e didelfo), antecedentes de cirurgia prévia no colo uterino (conização e cerclagem) e dilatação do colo maior de 2 cm nas nulíparas e 3 cm nas multíparas foram excluídas no estudo. RESULTADOS: O comprimento do colo <15 mm mostrou-se fortemente associado ao período de latência até 72 horas (p=0,008). O comprimento do colo <20 mm também esteve associado ao período de latência menor que 72 horas (p=0,04). O comprimento de colo <25 mm não apresentou correlação e o período de latência de 72 horas (p=0,12). Não houve correlação entre o comprimento de colo e o período de latência com a infecção materna e neonatal. CONCLUSÃO: A presença de colo curto (<15 mm) mostrou-se relacionada com o período de latência menor 72 horas, porém sem correlação com infecção materna ou neonatal.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: To verify cervical length using transvaginal ultrasonography in pregnant women between 28 and 34 weeks of gestation, correlating it with the latent period and the risk of maternal and neonatal infections. METHODS: 39 pregnant women were evaluated and divided into groups based on their cervical length, using 15, 20 and 25 mm as cut-off points. The latency periods evaluated were three and seven days. Included were pregnant women with live fetuses and gestational age between 28 and 34 weeks, with a confirmed diagnosis on admission of premature rupture of membranes. Patients with chorioamnionitis, multiple gestation, fetal abnormalities, uterine malformations (bicornus septate and didelphic uterus), history of previous surgery on the cervix (conization and cerclage) and cervical dilation greater than 2 cm in nulliparous women and 3 cm in multiparae were excluded from the study. RESULTS: A <15 mm cervical length was found to be highly related to a latency period of up to 72 hours (p=0.008). A <20 mm cervical length was also associated with a less than 72 hour latency period (p=0.04). A <25 mm cervical length was not found to be statistically associated with a 72 hour latency period (p=0,12). There was also no significant correlation between cervical length and latency period and maternal and neonatal infection. CONCLUSION: The presence of a short cervix (<15 mm) was found to be related to a latency period of less than 72 hours, but not to maternal or neonatal infections.
  • Baixa dose de misoprostol sublingual (12,5 µg) para indução do parto Artigos Originais

    Gattás, Daniele Sofia de Moraes Barros; Souza, Alex Sandro Rolland; Souza, Caroline Gomes Fernandes de; Florentino, André Vinícius de Assis; Nóbrega, Bianca Virgolino; Fook, Valéria Pascoal de Oliveira Lia; Amorim, Melania Maria Ramos

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: Descrever os resultados maternos e perinatais utilizando 12,5 µg de misoprostol sublingual para indução do parto em gestantes com feto vivo a termo. MÉTODOS: Realizou-se um estudo multicêntrico, tipo ensaio clínico, aberto e não randomizado, no período de julho a dezembro de 2009. Foram incluídas 30 gestantes com indicação de indução do parto, a termo, feto vivo, escore de Bishop menor ou igual a seis, apresentação cefálica, peso fetal estimado menor que 4.000 g e índice de líquido amniótico maior que cinco. Foram excluídas mulheres com cicatriz uterina, alteração da vitalidade fetal, anomalias congênitas, gestação múltipla, restrição de crescimento intrauterino, hemorragia genital e contraindicações ao parto vaginal. O comprimido de misoprostol sublingual 12,5 µg foi administrado a cada seis horas, até o início do trabalho de parto, máximo de oito doses. RESULTADOS: O trabalho de parto foi induzido satisfatoriamente em 90% das gestantes. As médias dos intervalos entre a primeira dose e o início das contrações uterinas e o parto foram de 14,3±11,7 horas e 25,4±13 horas, respectivamente. A frequência de parto vaginal foi de 60%. A taquissistolia ocorreu em duas gestantes, sendo revertida em ambos os casos sem necessitar de cesariana. A eliminação de mecônio foi observada em quatro pacientes e o escore de Apgar foi menor que sete no quinto minuto em um recém-nascido. CONCLUSÃO: Os desfechos maternos e perinatais foram favoráveis depois da indução do parto com misoprostol sublingual na dose de 12,5 µg a cada seis horas. No entanto, são necessários ensaios clínicos controlados comparando esse esquema posológico com outras doses e vias de administração

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: To describe the maternal and perinatal outcomes after the use of 12.5 µg of sublingual misoprostol for labor induction in women with term pregnancy and a live fetus. METHODS: We conducted a multicenter, open and non-randomized clinical trial during the period from July to December 2009. We included 30 pregnant women with an indication for labor induction at term, carrying a live fetus, with a Bishop score of six or less, cephalic presentation, estimated fetal weight of less than 4,000 g and an amniotic fluid index greater than five. We excluded women with a previous uterine scar, non-reassuring fetal status, congenital anomalies, multiple pregnancy, intrauterine growth restriction, genital bleeding, and contraindications of vaginal delivery. A tablet of 12.5 µg sublingual misoprostol was administered every six hours, until the beginning of labor, with the maximum of eight doses. RESULTS: Labor was successfully induced in 90% of pregnant women. The mean interval between the first dose and the onset of uterine contractions and delivery was 14.3±11.7 hours and 25.4±13 hours, respectively. The frequency of vaginal delivery was 60%. Uterine tachysystole occurred in two pregnant women, being reversed in both cases without the need for cesarean section. Meconium-stained amniotic fluid was observed in four patients, and an Apgar score of less than 7 at five minutes in only one newborn. CONCLUSION: Maternal and perinatal outcomes were favorable after induction of labor with sublingual misoprostol at a dose of 12.5 µg every six hours. However, controlled trials are needed to compare this regimen with other doses and routes of administration.
  • Gravidez e disfunção lacrimal Artigos Originais

    Skare, Thelma Larocca; Gehlen, Marcelo Luiz; Silveira, Danddara Morena Gonçalves; Uema, Mariana Mika de Sousa

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: Verificar a prevalência de disfunção lacrimal em grávidas, comparando-a com a de mulheres não grávidas. Correlacionar achados de diminuição do filme lacrimal com antecedentes obstétricos. MÉTODOS: Foram entrevistadas 150 mulheres grávidas e 150 não grávidas para avaliação da presença de sintomas de secura ocular e antecedentes obstétricos. Os dois grupos foram submetidos ao teste de Schirmer I e a um questionário para sintomas de olho seco. Pacientes com colagenoses, uso de medicamentos associados à secura de mucosas, hepatite C e infecção por vírus da imunodeficiência humana, inflamação intraocular prévia ou cirurgia ocular foram excluídas. Os dados obtidos foram analisados por testes de Χ2 e Fisher quanto às variáveis nominais, e pelo t de Student e Mann-Whitney quando numéricos. A significância adotada foi de 5%. RESULTADOS: Os dois grupos não diferiram quanto aos sintomas relacionados à secura ocular. O valor absoluto do teste de Schirmer foi igual nos dois grupos, tanto para olho direito (p=0,3) como esquerdo (p=0,3). Todavia, as mulheres grávidas tiveram maior prevalência de disfunção lacrimal em pelo menos um olho (p=0,004). A ocorrência de disfunção lacrimal nos dois grupos (pacientes e controles) estava associada a maior número de gestações a termo por paciente (p=0,04), mas não com número de abortos (p=0,9), nem com o tempo da gravidez (p=0,5). CONCLUSÕES: Mulheres grávidas têm mais disfunção lacrimal do que não grávidas. Nos dois grupos a prevalência de disfunção lacrimal é mais alta em mulheres com maior paridade.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: To assess the prevalence of lacrimal dysfunction during pregnancy comparing it to non-pregnant women and to correlate these findings with obstetric history. METHODS: We interviewed 150 pregnant and 150 non-pregnant women for symptoms of dry eyes and obstetric history. Both groups underwent Schirmer I testing and responded to a questionnaire on dry eye symptoms. Patients with collagen diseases, medications associated with dryness of mucous membranes, hepatitis C infection and AIDS, previous intraocular inflammation and eye surgery were excluded. Data were analyzed by the Χ2 and Fisher tests when the data were nominal and by the Student´s t-test and Mann-Whitney test when numerical. The level of significance was set at 5%. RESULTS: The two groups did not differ in symptoms of lacrimal dysfunction. The results of Schirmer's test were equal in both groups for the right eye (p=0.3) and left eye (p=0.3). However, pregnant women had a higher prevalence of at least one dry eye (p=0.004). The occurrence of dry eye in both groups (patients and controls) was associated with a greater number of full-term pregnancies/patient (p=0.04) but not with pregnancy time (p=0.5) or number of abortions (p=0.9). CONCLUSIONS: Pregnant women suffer more from lacrimal dysfunction than non pregnant women; in both groups the prevalence of tear dysfunction is more elevated in women with higher parity.
  • Estado nutricional e qualidade de vida da mulher climatérica Artigos Originais

    Gallon, Carin Weirich; Wender, Maria Celeste Osório

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: Associar a qualidade de vida com o estado nutricional da mulher climatérica. MÉTODOS: Trata-se de estudo transversal, no qual foi incluída uma amostra com 200 mulheres climatéricas, de 40 a 65 anos, que responderam a um Recordatório Alimentar de 24 horas e questões sobre fatores socioeconômicos, história clínica atual, pregressa e familiar. Para a avaliação antropométrica, foram utilizados índice de massa corpórea (IMC), circunferência da cintura (CC) e relação cintura/quadril. Para avaliação da qualidade de vida, foi aplicado o MRS-menopause rating scale. RESULTADOS: A média do IMC e da CC foi de 30,1 kg/m² (obesidade grau 1) e 99 cm (risco muito aumentado para doença cardiovascular), respectivamente. Constatou-se consumo aumentado de proteínas e diminuído de fibras, cálcio e vitamina D. A comorbidade mais prevalente foi a hipertensão arterial, 48,5% faziam uso de medicação para doenças cardiovasculares e 23%, de medicações antidepressivas. Quanto à qualidade de vida, foram encontrados resultados significativos relacionados ao IMC, como também à pressão arterial. CONCLUSÕES: Uma intervenção nutricional visando corrigir ou melhorar o consumo alimentar e o perfil antropométrico poderá resultar em benefícios relativos à saúde da mulher climatérica. A prevalência de obesidade, associada com pior qualidade de vida e morbimortalidade, reforça a necessidade de existir um programa de reeducação alimentar no climatério.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: To associate the quality of life with the nutritional status of climacteric women. METHODS: This was a cross-sectional study on a sample of 200 climacteric women aged 40 to 65 years who responded to a 24-hour food recall and to questions about socioeconomic factors and current, previous and family medical history. Body mass index (BMI), waist circumference (WC) and waist-hip ratio were used for anthropometric evaluation. To assess the quality of life, we applied the MRS-menopause rating scale. RESULTS: The average BMI and waist circumference were 30.1 kg/m² (obesity grade 1) and 99 cm (very increased risk for cardiovascular disease), respectively. Increased protein consumption and decreased fiber, calcium and vitamin D intake were detected. The most prevalent disease was hypertension, 48.5% of the women studied were taking medication for cardiovascular disease and 23% were taking antidepressant medications. Regarding quality of life, significant results related to BMI as well as blood pressure were found. CONCLUSIONS: A nutritional intervention aiming to correct or improve food consumption and anthropometric profile may result in health benefits for climacteric women. The prevalence of obesity, associated with a poorer quality of life, morbidity and mortality underscores the need for a feeding re-education program during the climacteric.
  • Correlação entre a idade e a contagem dos folículos antrais em mulheres inférteis Artigos Originais

    Castro, Eduardo Camelo de; Florêncio, Rodopiano de Souza; Monteiro Filho, Gercino; Amaral, Waldemar Naves do

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: Construir um nomograma correlacionando a idade com diferentes valores dos percentis da contagem dos folículos antrais (CFA) em mulheres inférteis. MÉTODOS: Foi feito um estudo transversal de todas as pacientes atendidas, no centro de reprodução assistida Fêmina, no período de 1º de março de 2010 a 1º de outubro de 2011. As pacientes foram submetidas à ultrassonografia transvaginal do 2º ao 4º dias de seu ciclo menstrual. Foram incluídas as pacientes de 21 a 45 anos, com ciclos regulares, dois ovários íntegros, sem evidência de endocrinopatias e que assinaram o consentimento. Foram excluídas as tabagistas, portadoras de galactosemia, cistos ovarianos, com antecedente de hepatopatia, cirurgia ginecológico-ovariana e tratamento com quimioterapia ou radioterapia. Com o intuito de se verificar a correlação da CFA com a idade das pacientes, foram utilizados os percentis 5, 25, 50, 75 e 95. Com o uso dos percentis foi feita uma regressão linear que possibilitasse perceber o efeito da idade sobre a CFA. Foi utilizado como nível de significância o valor de 5% (p<0,05). RESULTADOS: Cento e setenta e duas pacientes foram incluídas no estudo e a média de idade foi de 32,7 anos. Dentre as causas de infertilidade, os fatores masculino e tubário foram as principais etiologias, contribuindo com 65% dos casos. O nomograma correlacionando a idade com os percentis 5, 25, 50, 75 e 95 da CFA foi melhor ajustado por uma função linear. Os percentis que apresentaram as correlações mais altas foram o P25 (r=-0,9; p<0,001), o P50 (r=-0,9; p<0,001) e o P75 (r=-0,9; p<0,001). CONCLUSÃO: Construiu-se um nomograma correlacionando a idade com os diferentes valores dos percentis da CFA em mulheres inférteis sem endocrinopatias. Esse apresentou um padrão linear de redução da CFA com a idade, em todos os percentis. Esse nomograma pode ser uma referência para o clínico; no entanto, uma validação futura, com dados longitudinais, ainda é necessária.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: To produce age-related nomograms for ovarian antral follicle count (AFC) in infertile women. METHODS: It was done a cross-sectional study of patients attended in the center of assisted reproduction Fêmina, from March 2010 to October 2011. The patients were submitted to transvaginal ultrasonography from day 2 to day 4 of their menstrual period. Patients included were between 21 to 45 years old, with regular menses, two healthy ovaries, without any evidence of endocrinopathies and who gave written informed consent. Patients excluded were smokers, with galactosemia or ovarian cysts, with antecedents of liver disease, ovarian surgeries or who were treated with chemotherapy or radiotherapy. In order to check the evolution of the AFC in relation to patient age, we used the 5th, 25th, 50th, 75th and 95th percentiles. Linear regression was carried out using these percentiles, permitting us to determine the effect of age on the CFA. RESULTS: A total of 172 patients with a mean age of 32.7 years were included in the trial. The male and tubal factors were the main causes of infertility, accounting for 65% of cases. The age-related nomogram for the 5th, 25th, 50th, 75th and 95th percentiles of AFC revealed that changes were best fitted by a linear function. The percentiles that showed the highest correlations were 25 (r=-0.9; p<0.001), 50 (r=-0.9; p<0.001) and 75 (r=-0.9; p<0.001). CONCLUSION: A nomogram was constructed correlating age with the different AFC percentiles in infertile women without endocrinopathies. This showed a linear pattern of decline in AFC with age in all percentiles. These nomograms could provide a reference guide for the clinician. However, future validation, with longitudinal data, still is needed.
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