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Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, Volume: 35, Número: 11, Publicado: 2013
  • Qualidade dos estudos clínicos publicados na RBGO ao longo de uma década (1999-2009): aspectos metodológicos, éticos e procedimentos estatísticos Artigos Originais

    Sá, Joceline Cássia Ferezini de; Marini, Gabriela; Gelaleti, Rafael Bottaro; Silva, João Batista da; Azevedo, George Dantas de; Rudge, Marilza Vieira Cunha

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: Avaliar a evolução metodológica e do delineamento estatístico nas publicações da Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (RBGO) a partir da resolução 196/96. MÉTODOS: Uma revisão de 133 artigos publicados nos anos de 1999 (65) e 2009 (68) foi realizada por dois revisores independentes com formação em epidemiologia clínica e metodologia da pesquisa científica. Foram incluídos todos os artigos clínicos originais, séries e relatos de casos, sendo excluídos os editoriais, as cartas ao editor, os artigos de revisão sistemática, os trabalhos experimentais, artigos de opinião, além dos resumos de teses e dissertações. Características relacionadas com a qualidade metodológica dos estudos foram analisadas por artigo, por meio de check-list que avaliou dois critérios: aspectos metodológicos e procedimentos estatísticos. Utilizou-se a estatística descritiva e o teste do χ2 para comparação entre os anos. RESULTADOS: Observa-se que houve diferença entre os anos de 1999 e 2009 no tocante ao desenho dos estudos e ao delineamento estatístico, demonstrando maior rigor nos respectivos procedimentos com o uso de testes mais robustos, relativamente, entre os anos de 1999 e 2009. CONCLUSÕES: Na RBGO, observou-se evolução metodológica dos artigos publicados entre os anos de 1999 e 2009 e aprofundamento nas análises estatísticas com o uso de testes mais sofisticados, como o uso mais frequente das análises de regressão e da análise multinível, que são técnicas primordiais na produção do conhecimento e planejamento de intervenções em saúde. Isso pode resultar em menos erros de interpretações.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: To evaluate the methodological and statistical design evolution of the publications in the Brazilian Journal of Gynecology and Obstetrics (RBGO) from resolution 196/96. METHODS: A review of 133 articles published in 1999 (65) and 2009 (68) was performed by two independent reviewers with training in clinical epidemiology and methodology of scientific research. We included all original clinical articles, case and series reports and excluded editorials, letters to the editor, systematic reviews, experimental studies, opinion articles, besides abstracts of theses and dissertations. Characteristics related to the methodological quality of the studies were analyzed in each article using a checklist that evaluated two criteria: methodological aspects and statistical procedures. We used descriptive statistics and the χ2 test for comparison of the two years. RESULTS: There was a difference between 1999 and 2009 regarding the study and statistical design, with more accuracy in the procedures and the use of more robust tests between 1999 and 2009. CONCLUSIONS: In RBGO, we observed an evolution in the methods of published articles and a more in-depth use of the statistical analyses, with more sophisticated tests such as regression and multilevel analyses, which are essential techniques for the knowledge and planning of health interventions, leading to fewer interpretation errors.
  • Localização da metástase no interior dos linfonodos sentinelas: um preditor de disseminação adicional axilar em câncer de mama?

    Alvarenga, César Augusto; Santos, César Cabello dos; Alvarenga, Marcelo; Paravidino, Paula Itagyba; Morais, Sirlei Siani; Brenelli, Henrique Benedito; Carvalho, Filomena Marino de

    Resumo em Português:

    OBJETIVO:Explorar a relação entre características morfológicas e localização histológica da metástase dentro dos linfonodos sentinelas (LS) e disseminação axilar em mulheres com câncer de mama. MÉTODOS: Foram selecionados 119 pacientes com LS positivo, submetidas à dissecação completa dos linfonodos axilares entre Julho de 2002 a Março de 2007. Foram recuperados a idade das pacientes e o tamanho do tumor primário. No tumor primário, avaliamos os graus histológico e nuclear e a invasão vascular peritumoral (IVP). Nos LS, avaliamos o tamanho da metástase, sua localização no linfonodo, o número de focos metastáticos, número de linfonodos envolvidos e a extensão extranodal. RESULTADOS: Cinquenta e um (42,8%) pacientes tiveram metástases adicionais confirmadas nos linfonodos não sentinelas (LNS). Alto grau histológico, IVP, metástase intraparenquimatosa, extensão extranodal e tamanho da metástase foram associados com LNS positivos. Metástase afetando a cápsula do LS foi associada com baixo risco de incidência de metástase adicional. Após análise multivariada, IVP e tamanho da metástase no LS foram os fatores de risco mais importantes para metástases adicionais nos LNS. CONCLUSÕES:O risco de envolvimento adicional dos LNS é maior em pacientes com IVP e tal risco aumenta progressivamente de acordo com a localização histológica da metástase no LS, que inicia na cápsula, onde aporta o linfático aferente, e termina no lado oposto, promovendo a extensão extranodal. Tamanho de metástase maior ou igual a 6,0 mm revela maior risco de metástase nos LNS.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: To explore the relationship between morphological characteristics and histologic localization of metastasis within sentinel lymph nodes (SLN) and axillary spread in women with breast cancer. METHODS: We selected 119 patients with positive SLN submitted to complete axillary lymph node dissection from July 2002 to March 2007. We retrieved the age of patients and the primary tumor size. In the primary tumor, we evaluated histologic and nuclear grade, and peritumoral vascular invasion (PVI). In SLNs we evaluated the size of metastasis, their localization in the lymph node, number of foci, number of involved lymph nodes, and extranodal extension. RESULTS: Fifty-one (42.8%) patients had confirmed additional metastasis in non-sentinel lymph nodes (NLSN). High histologic grade, PVI, intraparenchymatous metastasis, extranodal neoplastic extension and size of metastasis were associated with positive NLSN. SLN metastasis affecting the capsule were associated to low risk incidence of additional metastasis. After multivariate analysis, PVI and metastasis size in the SLN remained as the most important risk factors for additional metastasis. CONCLUSIONS:The risk of additional involvement of NSLN is higher in patients with PVI and it increases progressively according the histologic localization in the lymph node, from capsule, where the afferent lymphatic channel arrives, to the opposite side of capsule promoting the extranodal extension. Size of metastasis greater than 6.0 mm presents higher risk of additional lymph node metastasis.
  • Avaliação dos fatores de risco de quedas em mulheres na pós-menopausa inicial Artigos Originais

    Nahas, Eliana Aguiar Petri; Omodei, Michelle Sako; Cangussu, Luciana Mendes; Nahas-Neto, Jorge

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: Foi avaliar a frequência e os fatores de risco de quedas em mulheres na pós-menopausa. MÉTODOS: Estudo clínico, transversal, envolvendo 358 mulheres (idade entre 45 e 65 anos e amenorreia >12 meses) com tempo de pós-menopausa <10 anos. Os critérios de exclusão foram: doença neurológica ou músculo esquelético, vestibulopatias, hipertensão arterial não controlada, hipotensão postural, déficit visual sem correção, uso de medicamentos (sedativos e hipnóticos). A queda foi definida como mudança de posição inesperada, não intencional, que faz com que o indivíduo permaneça em nível inferior à posição inicial. Foram analisados o histórico de quedas (últimos 24 meses) e as características clínicas, antropométricas (índice de massa corpórea (IMC) e circunferência da cintura (CC)) e densidade mineral óssea. Na comparação segundo grupo de mulheres com e sem histórico de queda, foi empregado o Teste do Qui-quadrado ou Exato de Fisher e regressão logística com cálculo do odds ratio (OR). RESULTADOS: Entre as mulheres incluídas, 48,0% (172/358) referiram queda, com fratura em 17,4% (30/172). A queda ocorreu dentro de casa em 58,7% (101/172). A média de idade foi 55,7±6,5 anos, tempo de menopausa de 5,8±3,5anos, IMC 28,3±4,6 kg/m² e CC 89,0±11,4 cm. Foi observada maior frequência de tabagismo e diabetes entre as mulheres com histórico de quedas quando comparadas àquelas sem queda, de 25,6 versus 16,1% e 12,8 versus 5,9%, respectivamente (p<0,05). Na análise multivariada em função das variáveis clínicas influentes, o risco de queda aumentou com o tabagismo atual (OR 1,93; IC95% 1,01-3,71). Demais variáveis clínicas e antropométricas não influenciaram no risco de queda. CONCLUSÕES: Em mulheres na pós-menopausa inicial houve expressiva frequência de quedas. O tabagismo foi indicador clínico de risco para queda. Com o reconhecimento de fatores determinantes para queda, medidas preventivas são importantes, como a orientação de abolir o tabagismo.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: It was to evaluate the frequency and the risk factors of falls in early postmenopausal women. METHODS: A cross-sectional study was conducted on 358 women (age: 45-65 years and amenorrhea >12 months) with time since menopause <10 years. Exclusion criteria were: neurological or musculoskeletal disorders, vestibulopathies, uncorrected visual deficit, uncontrolled hypertension and postural hypotension, or drug use (sedative and hypnotic agents). A fall was identified as an unexpected unintentional change in position which causes an individual to remain in a lower level in relation to the initial position. The history of self-reported falls during the previous 24 months, and clinical and anthropometric data (body mass index (BMI) and waist circumference (WC)) and bone densitometric measures were analyzed. For statistical analysis, c² trend test and the logistic regression method (odds ratio (OR)) were used for the comparison between groups of women with and without falls. RESULTS: Of the 358 women, 48.0% (172/358) had a history of falls and 17.4% (30/172) had fractures. The fall occurred indoors (at home) in 58.7% (101/172). The mean age was 53.7±6.5 years, time since menopause 5.8±3.5 years, BMI 28.3±4.6 kg/m² and WC 89.0±11.4 cm. There were differences as the occurrence of smoking and diabetes, with greater frequency among fallers vs. non-fallers, 25.6 versus 16.1% and 12.8 versus 5.9%, respectively (p<0.05). By evaluating the risk of falls in the presence of influential variables, it was observed that risk increased with current smoking status (OR 1.93; 95%CI 1.01-3.71), whereas other clinical and anthropometric variables did not influence this risk. CONCLUSIONS: In early postmenopausal women there was higher frequency of falls. Current smoking was clinical indicators of risk for falls. With the recognition of factors for falling, preventive measures become important, as the orientation of abolishing smoking.
  • Fatores associados a fraturas por fragilidade óssea em mulheres acima de 50 anos de idade: um estudo de base populacional

    Baccaro, Luiz Francisco; Machado, Vanessa de Souza Santos; Costa-Paiva, Lúcia; Sousa, Maria Helena; Osis, Maria José; Pinto-Neto, Aarão Mendes

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: Analisar a prevalência e os fatores associados a fraturas por fragilidade óssea em mulheres brasileiras com 50 anos ou mais. MÉTODOS: Estudo transversal com base populacional, conduzido de 10 de maio de 2011 a 31 de outubro de 2011, que incluiu 622 mulheres com idade >50 anos, residentes em uma cidade na região Sudeste do Brasil. Foi aplicado um questionário por entrevistadores treinados. As associações entre ocorrência de fraturas por fragilidade óssea após os 50 anos e dados sociodemográficos, hábitos e problemas de saúde, autopercepção de saúde e avaliação da capacidade funcional foram realizadas por meio do teste do χ2 e da regressão de Poisson com critério de seleção de variáveis backward. RESULTADOS: A idade média das 622 mulheres foi 64,1 anos. A prevalência de fraturas por fragilidade óssea foi de 10,8%, com 1,8% relatando fratura de quadril. No modelo estatístico final, apresentar maior tempo de menopausa (RP 1,03; IC95% 1,01-1,05; p<0,01) e osteoporose (RP 1,97; IC95% 1,27-3,08; p<0,01) se associaram a maior prevalência de fraturas. CONCLUSÕES: Esses dados podem ajudar a melhorar o conhecimento sobre os fatores associados a fraturas por fragilidade óssea em mulheres brasileiras e enfatizar a importância da realização da densitometria óssea.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: To analyze the prevalence of and factors associated with fragility fractures in Brazilian women aged 50 years and older. METHODS: This cross-sectional population survey, conducted between May 10 and October 31, 2011, included 622 women aged >50 years living in a city in southeastern Brazil. A questionnaire was administered to each woman by a trained interviewer. The associations between the occurrence of a fragility fracture after age 50 years and sociodemographic data, health-related habits and problems, self-perception of health and evaluation of functional capacity were determined by the χ2 test and Poisson regression using the backward selection criteria. RESULTS: The mean age of the 622 women was 64.1 years. The prevalence of fragility fractures was 10.8%, with 1.8% reporting hip fracture. In the final statistical model, a longer time since menopause (PR 1.03; 95%CI 1.01-1.05; p<0.01) and osteoporosis (PR 1.97; 95%CI 1.27-3.08; p<0.01) were associated with a higher prevalence of fractures. CONCLUSIONS: These findings may provide a better understanding of the risk factors associated with fragility fractures in Brazilian women and emphasize the importance of performing bone densitometry.
  • Qualidade de vida e aspectos psicossociais da síndrome dos ovários policísticos: um estudo quali-quantitativo Artigos Originais

    Moreira, Simone da Nóbrega Tomaz; Sa, Joceline Cássia Ferezini de; Costa, Eduardo Caldas; Azevedo, George Dantas de

    Resumo em Português:

    OBJETIVOS: Avaliar a qualidade de vida das mulheres com síndrome dos ovários policísticos (SOP) e compreender a experiência vivida por essas mulheres diante dos sintomas que apresentam. MÉTODOS: Este estudo compreendeu duas abordagens metodológicas - quantitativa e qualitativa, de forma complementar. Foi avaliada a qualidade de vida de 213 mulheres (abordagem quantitativa) por meio do SF-36, sendo 109 com SOP (Grupo Caso: 26,8±5,4 anos) e 104 mulheres saudáveis (Grupo Controle: 23,9±6,7 anos). A análise estatística compreendeu a utilização dos testes t de Student e qui-quadrado, além dos testes de correlação de Pearson. O nível de significância adotado foi de 5%. Das mulheres do Grupo SOP, 15 participaram do estudo qualitativo, tendo sido entrevistadas mediante uso de roteiro semiestruturado. Os dados qualitativos foram analisados por meio da técnica análise de conteúdo temática categorial. RESULTADOS: Mulheres com SOP apresentaram comprometimento na qualidade de vida quando comparadas ao Grupo Controle (capacidade funcional: 76,5±20,5 e 84,6±15,9, respectivamente; aspectos físicos: 56,4±43,3 e 72,6±33,3; estado geral de saúde: 55,2±21,0 e 62,5±17,2; vitalidade: 49,6±21,3 e 55,3±21,3; aspectos sociais: 55,3±32,4 e 66,2±26,7; aspectos emocionais: 34,2±39,7 e 52,9±38,2; saúde mental: 50,6±22,8 e 59,2±20,2). Em relação aos dados qualitativos, a análise temática categorial aponta que sentimentos de "anormalidade", tristeza, medo e ansiedade estiveram associados aos principais sintomas da SOP: hirsutismo, irregularidade menstrual, infertilidade e obesidade. Esses sintomas repercutiram na vida social, na esfera profissional e no relacionamento conjugal dessas mulheres. CONCLUSÃO: A SOP compromete a qualidade de vida das mulheres, levando-as a se sentirem diferentes das outras mulheres. Por causa disso, a mulher com SOP não necessita apenas de tratamento médico para as repercussões reprodutivas, estéticas e metabólicas, mas de atendimento multiprofissional.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: To evaluate the quality of life of women with polycystic ovary syndrome (POS) and to learn about the experience of these women regarding the symptoms of their disease. METHODS: The study complementarily employed two methodological approaches - quantitative and qualitative ones. The quality of life of 213 women was evaluated (quantitative approach) using the SF-36 questionnaire. Of these, 109 had POS (Case Group: 26.8±5.4 years of age) and 104 were healthy (Control Group: 23.9±6.7 years of age). Data were analyzed statistically by the Student t-test, the chi-square test and the Pearson correlation test, with the level of significance set at 5%. Fifteen women with POS participated in the quantitative study and were interviewed using a semi-structured questionnaire. The qualitative data were analyzed by the technique of categorical thematic analysis. RESULTS: The women with POS showed impaired quality of life compared to Control (functional capacity: 76.5±20.5 and 84.6±15.9, respectively; physical aspects 56.4±43.3 and 72.6±33.3; general health status: 55.2±21.0 and 62.5±17.2; vitality: 49.6±21.3 and 55.3±21.3; social aspects: 55.3±32.4 and 66.2±26.7; emotional aspects: 34.2±39.7 and 52.9±38.2; mental health: 50.6±22.8 and 59.2±20.2). Regarding the qualitative data, thematic categorical analysis revealed that feelings of "abnormality", sadness, fear and anxiety were associated with the main symptoms of POS, i.e., hirsutism, menstrual irregularity, infertility and obesity. These symptoms affected the social, professional and marital life of these women. CONCLUSION: POS compromises the quality of life of affected women, causing them to feel that they are different from other women. Thus, women with POS do not simply require medical treatment regarding the reproductive, aesthetic and metabolic effects of the disease, but also need multiprofessional care.
  • Glicemia de jejum do primeiro trimestre e fatores de risco de gestantes com diagnóstico de diabetes melito gestacional Artigos Originais

    Simon, Cláudia Yrlanda; Marques, Marcelo Costa Cronemberger; Farhat, Helena Letayf

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: Avaliar a incidência de repercussões materno-fetais e controle glicêmico em gestantes com diagnóstico de Diabetes Melito Gestacional (DMG) tendo como corte a glicemia de jejum de 85 mg/dL no primeiro trimestre e correlacionar com fatores de risco. MÉTODOS: Foram revisados os prontuários das gestantes acompanhadas no ambulatório de Pré-Natal de Alto Risco (PNAR) no período de janeiro de 2011 a março de 2012 e selecionadas aquelas com diagnóstico de DMG para contato e verificação do cartão de pré-natal. Foram colhidos dados de idade, paridade, glicemia de jejum do primeiro trimestre, valor do Teste Oral de Tolerância à Glicose (TOTG), Índice de Massa Corpórea (IMC), via de parto, forma de controle, repercussões fetais e fatores de risco para DMG. A análise estatística foi realizada no software PSPP 0.6.2 e consistiu de análise descritiva de frequências, teste do χ2 para variáveis categóricas, teste t de Student para amostras independentes e teste de Pearson para as correlações com nível de significância de 5%. RESULTADOS: Das 408 gestantes atendidas, 105 tinham diagnóstico de Diabetes Melito Gestacional (DMG) e 71 tinham prontuários completos ou responderam ao contato para fornecer as informações faltantes. No grupo DMG-jejum <85, (com glicemia de jejum <85 mg/dL na primeira consulta no primeiro trimestre) foram incluídas 29 gestantes (40,8%) e no grupo DMG-jejum>85 (glicemia de jejum >85 mg/dL na primeira consulta, no primeiro trimestre) 42 gestantes (59,1%). Observou-se que poucas pacientes (5 no grupo DMG-jejum <85 e 3 no grupo DMG-jejum>85) não apresentavam fatores de risco para DMG. Houve maior frequência da necessidade de controle com insulina nas pacientes do grupo DMG-jejum >85. Não houve diferença significativa quanto às repercussões fetais e via de parto entre os grupos. CONCLUSÃO: A glicemia de jejum do primeiro trimestre, tendo como ponto de corte o valor 85 mg/dL, isoladamente, ou associado a fatores de risco, não seria bom preditor isolado de repercussões materno-fetais do DMG.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: To evaluate the incidence of maternal and fetal repercussions and glycemic control in women with Gestational Diabetes Mellitus (GDM) using a fasting glucose of 85 mg/dL in the first trimester as a cut-off point and to correlate it with risk factors. METHODS: The medical records of pregnant women followed in the outpatient antenatal high-risk service (PNAR) of HRAN from January 2011 to March 2012 were reviewed and those women diagnosed with GDM were selected for contact and for prenatal card verification. We collected data of age, parity, fasting glucose during the first quarter, the value of the Oral Glucose Tolerance Test (OGTT), Body Mass Index (BMI), mode of delivery, form of control, effects and fetal risk factors for GDM. Statistical analysis was performed using the PSPP 0.6.2 software and consisted of descriptive analysis of frequencies, χ2 test for categorical variables, Student's t-test for independent samples, and Pearson test for correlations, with the level of significance set at 5%. RESULTS: From 408 pregnant women enrolled, 105 were diagnosed with GDM and 71 had complete records or answered to the contact in order to provide the missing information. The GDM-fasting <85 (fasting glucose <85 mg/dL at the first prenatal visit, in the first trimester) group consisted of 29 (40.8%) women and the GDM-fasting >85 (fasting glucose >85 mg/dL at the first prenatal visit, in the first trimester) consisted of 42 (59.1%) women. It was observed that few patients (five in the GDM-fasting <85 group and three in the GDM-fasting >85 group) had no risk factors for GDM. There was a major need for control with insulin in patients of the GDM-fasting >85 group. There was no significant difference related to fetal impact or mode of delivery between the groups. CONCLUSIONS: The first trimester fasting glycemia, with a cut-off value of 85 mg/dL alone or associated with risk factors, does not seem to be a good single predictor of the maternal-fetal effects of GDM.
  • Impacto do parto vaginal após uma cesárea prévia sobre os resultados perinatais Artigos Originais

    Madi, José Mauro; Deon, Jonatas; Rombaldi, Renato Luís; Araújo, Breno Fauth de; Rombaldi, Marcelo Costamilan; Santos, Matheus Bennemann dos

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: Analisar o impacto do parto vaginal, após uma cesárea prévia, sobre os resultados perinatais. MÉTODOS: Estudo caso-controle, com seleção de casos incidentes e controles consecutivos, no qual foram analisadas variáveis maternas e perinatais. Compararam-se gestantes secundigestas com parto cesáreo prévio (n=375) e que deram à luz via transpélvica (PVPC), com gestantes com os mesmos critérios de inclusão, mas submetidas a operação cesariana (PCPC, n=375). Foram considerados critérios de inclusão: gestantes secundigestas que tenham dado à luz por meio de parto cesariana na gestação anterior; gestação única e de termo; feto em apresentação cefálica, sem malformação congênita; ausência de placenta prévia ou qualquer tipo de sangramento de terceiro trimestre gestacional. RESULTADOS: No estudo, a taxa de PVPC foi de 45,6%, sendo que 20 deles (5,3%) foram ultimados com o fórceps. Observou-se associação significante entre PVPC e idade materna inferior a 19 anos (p<0,01), etnia caucasiana (p<0,05), número médio de consultas de pré-natal (p<0,001), tempo de ruptura prematura das membranas (p<0,01), tempo de trabalho de parto inferior a 12h (p<0,045), índice de Apgar inferior a sete no 5º minuto (p<0,05), tocotraumatismo fetal (p<0,01) e anoxia (p<0,006). No grupo de recém-nascidos por PCPC observou-se maior frequência de taquipneia transitória (p<0,014), disfunções respiratórias (p<0,04) e maior tempo de internação na unidade de tratamento intensivo neonatal (p<0,016). Houve apenas um caso de ruptura uterina no grupo PVPC. O número de neomortos foi idêntico em ambos os grupos. CONCLUSÕES: A via de parto vaginal em secundigestas com cesárea prévia associou-se a aumento significativo da morbidade neonatal. Serão necessários mais estudos para elaborar estratégias que visem melhorias dos resultados perinatais e de auxílio aos profissionais, de forma que estes possam melhor orientar as suas pacientes na escolha da via de parto mais adequada.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: To analyze the impact of vaginal delivery after a previous cesarean section on perinatal outcomes. METHODS: Case-control study with selection of incident cases and consecutive controls. Maternal and perinatal variables were analyzed. We compared secundiparas who had a vaginal delivery after a previous cesarean delivery (VBAC) (n=375) with secundiparas who had a second cesarean section (CS) (n=375). Inclusion criteria were: secundiparas who underwent a cesarean section in the previous pregnancy; singleton and term pregnancy; fetus in vertex presentation, with no congenital malformation; absence of placenta previa or any kind of bleeding in the third quarter of pregnancy. RESULTS: The rate of vaginal delivery was 45.6%, and 20 (5.3%) women had forceps deliveries. We found a significant association between VBAC and mothers younger than 19 years (p<0.01), Caucasian ethnicity (p<0.05), mean number of prenatal care visits (p<0.001), time of premature rupture of membranes (p<0.01), labor duration shorter than 12 hours (p<0.04), Apgar score lower than seven at 5th minute (p<0.05), fetal birth trauma (p<0.01), and anoxia (p<0.006). In the group of newborns delivered by cesarean section, we found a higher frequency of transient tachypnea (p<0.014), respiratory disorders (p<0.048), and longer time of stay in the neonatal intensive care unit (p<0.016). There was only one case of uterine rupture in the VBAC group. The rate of neonatal mortality was similar in both groups. CONCLUSIONS: Vaginal delivery in secundiparas who had previous cesarean sections was associated with a significant increase in neonatal morbidity. Further studies are needed to develop strategies aimed at improving perinatal results and professional guidelines, so that health care professionals will be able to provide their patients with better counseling regarding the choice of the most appropriate route of delivery.
  • Sobrepeso pré-gestacional associa-se a ganho ponderal excessivo na gestação Artigos Originais

    Carvalhaes, Maria Antonieta de Barros Leite; Gomes, Caroline de Barros; Malta, Maíra Barreto; Papini, Sílvia Justina; Parada, Cristina Maria Garcia de Lima

    Resumo em Português:

    OBJETIVOS: Avaliar a adequação do ganho ponderal gestacional e verificar sua associação com fatores socioeconômicos, demográficos e nutricionais maternos e relativos à atenção à saúde e estimar a prevalência de baixo peso ao nascer, macrossomia, prematuridade e parto cesárea e identificar a associação desses desfechos com adequação do ganho ponderal. MÉTODOS: Estudo transversal realizado em 2009/2010 forneceu dados socioeconômicos, demográficos, nutricionais, alimentares e sobre atividade física de gestantes assistidas na atenção primária à saúde de município paulista. Posteriormente, foram coletados nos prontuários dados de peso para avaliar o ganho ponderal gestacional. No Sistema de Informações de Nascidos Vivos obtiveram-se tipo de parto, peso e idade gestacional do concepto ao nascer. O ganho ponderal gestacional foi avaliado segundo recomendações do Institute of Medicine (2009). As associações foram investigadas mediante comparação de frequências e regressão logística, sendo ganho ponderal excessivo (sim, não) e ganho insuficiente (sim, não) as variáveis dependentes. RESULTADOS: Foram estudadas 212 gestantes: 50,5% apresentaram ganho excessivo e 19,8%, insuficiente. Apenas estado nutricional pré-gestacional associou-se com adequação do ganho ponderal: na comparação com eutróficas, o sobrepeso pré-gestacional quadruplicou a chance de ganho excessivo (OR 4,66; IC95% 2,19-9,4). Quase um terço dos conceptos nasceu de cesariana, 5,7%, prematuros, 7,1%, com baixo peso e 4,7%, macrossômicos. Não houve associação entre adequação do ganho ponderal gestacional e tais desfechos. CONCLUSÕES: É alta a proporção de ganho ponderal gestacional inadequado. Gestantes com sobrepeso têm sua chance de ganho excessivo quadruplicada, devendo ser priorizadas em ações de promoção do ganho de peso adequado no pré-natal.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: To evaluate the adequacy of gestational weight gain and to determine its association with maternal socioeconomic, demographic and nutritional factors and health care, to estimate the prevalence of low birth weight, macrosomia, preterm birth and cesarean delivery and to identify the association of these outcomes with the adequacy of weight gain. METHODS: A cross-sectional study was performed in 2009/2010 to obtain socioeconomic, demographic, nutritional, dietary and physical activity data of pregnant women assisted by primary health care in a municipality of the state of São Paulo. Subsequently, data were collected from the medical records to evaluate gestational weight gain. Type of delivery, birth weight and gestational age at delivery were obtained from the Livebirths Information System. Gestational weight gain was evaluated according to the recommendations of the Institute of Medicine (2009). Associations were investigated by comparing the frequencies and by logistic regression, with excessive weight gain (yes, no) and insufficient gain (yes, no) being the dependent variables. RESULTS: A total of 212 pregnant women were studied: 50.5% had excessive gain and 19.8% insufficient weight gain. Only prepregnancy nutritional status was associated with adequacy of weight gain: compared with normal weight, prepregnancy overweight women had a four-fold higher chance to gain excessive weight (OR 4.66, 95%CI 2.19-9.4). Nearly a third of babies were born by caesarian section, 5.7% were premature, 7.1% were underweight and 4.7% were macrosomic. There was no association between adequacy of gestational weight gain and these outcomes. CONCLUSION: The proportion of inadequate gestational weight gain was high. Overweight pregnant women have a four-fold higher chance to gain excessive weight, and priority should be given to actions promoting adequate prenatal weight gain.
  • Câncer de mama no homem: análise dos aspectos epidemiológicos, clínicos e terapêuticos em serviço formal brasileiro Resumo De Tese

    Bonfim, Raimundo Jovita de Arruda
Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia Av. Brigadeiro Luís Antônio, 3421, sala 903 - Jardim Paulista, 01401-001 São Paulo SP - Brasil, Tel. (55 11) 5573-4919 - Rio de Janeiro - RJ - Brazil
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