Acessibilidade / Reportar erro
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, Volume: 36, Número: 11, Publicado: 2014
  • Diabetes gestacional: seguimento após o parto Editorial

    Pereira, Belmiro Gonçalves
  • Função sexual de mulheres submetidas à reprodução assistida Artigos Originais

    Mendonça, Carolina Rodrigues de; Arruda, Jalsi Tacon; Amaral, Waldemar Naves do

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: Avaliar a função sexual de mulheres submetidas a técnicas de reprodução assistida. MÉTODOS: Estudo caso-controle com 278 mulheres atendidas no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás nos serviços de Reprodução Humana e no Ambulatório de Ginecologia. As mulheres foram distribuídas em grupo caso (168 mulheres inférteis) e grupo controle (110 mulheres férteis), e responderam ao questionário Índice de Função Sexual Feminina (IFSF) para avaliação da função sexual. Calculou-se a odds ratio (OR)para a chance de disfunção sexual nas mulheres inférteis (p<0,05). RESULTADOS: Do total de mulheres analisadas, 33,09% apresentaram disfunção sexual e não houve diferença no escore do IFSF (p=0,29). A prevalência de disfunção sexual entre as mulheres inférteis foi de 36,30%, e entre as férteis, 28,18%; contudo, não houve diferença entre os escores do IFSF (p=0,36). Nos domínios desejo e excitação houve diferença significativa nas mulheres inférteis (p=0,01). Mulheres inférteis apresentam a mesma chance de disfunção sexual em relação às mulheres férteis (OR=1,4; IC95% 0,8–2,4; p=0,2). CONCLUSÃO: Não houve diferenças entre as mulheres inférteis quando comparadas às férteis. Mulheres inférteis submetidas a técnicas de reprodução assistida carecem da abordagem profissional sobre a saúde sexual em relação ao desejo e à excitação.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: To evaluate sexual function in women undergoing assisted reproductive techniques. METHODS: This is a case-control study including 278 women assisted in Human Reproduction services and at the Gynecology Clinic of the University Hospital, Federal University of Goiás, Brazil. The women were divided into a study group (168 infertile women) and a control group (110 fertile women), and they answered the Female Sexual Function Index (FSFI) questionnaire used the assess the sexual function. We calculated the odds ratio (OR) for the chance of sexual dysfunction in infertile women (p<0.05). RESULTS: Out of the analyzed women, 33.09% reported sexual dysfunction, with no difference in the FSFI score between groups (p=0.29). The prevalence of sexual dysfunction was of 36.30% among infertile women and 28.18% among fertile women; however, there was no difference between FSFI scores (p=0.36). The desire and arousal domains were significantly different among infertile women (p=0.01). Infertile women had the same chances of having sexual dysfunction as fertile women (OR=1.4, 95%CI 0.8–2.4; p=0.2). CONCLUSION: There were no differences between infertile and fertile women. Infertile women undergoing assisted reproduction techniques require professional approach to sexual health regarding desire and arousal.
  • Fatores preditivos para a ocorrência de pólipos endometriais em mulheres na pós-menopausa Artigos Originais

    Bueloni-Dias, Flávia Neves; Spadoto-Dias, Daniel; Nahás Neto, Jorge; Nahás, Eliana Aguiar Petri

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: Avaliar os fatores clínicos preditivos para o desenvolvimento dos pólipos endometriais em mulheres na pós-menopausa. MÉTODOS: Estudo de coorte observacional com mulheres na pós-menopausa, que haviam sido atendidas em hospital público universitário. Dados clínicos, antropométricos, laboratoriais e ultrassonográficos de 132 pacientes com diagnóstico anatomopatológico de pólipo endometrial e de 264 mulheres sem alterações endometriais (controle) foram comparados para avaliar os fatores preditivos do pólipo endometrial. Foram incluídas no estudo mulheres com amenorreia ≥12 meses e idade ≥45 anos, em uma proporção de 1 caso para 2 controles. Para a análise estatística, foram empregados os testes t de Student, χ2 e regressão logística — odds ratio (OR). RESULTADOS: As pacientes com pólipo endometrial apresentaram idade mais avançada e maior tempo de menopausa quando comparadas ao controle (p<0,0001). A porcentagem de mulheres obesas com pólipo (72,0%) foi superior à do Grupo Controle (39%; p<0,0001). A medida da circunferência da cintura foi superior entre as pacientes com pólipo (p=0,0001). Observou-se uma incidência de diabetes, hipertensão e dislipidemias mais elevada nas pacientes com pólipo endometrial (p<0,0001). De acordo com os critérios do US National Cholesterol Education Program/Adult Treatment Panel III (NCEP/ATP III), 48,5% das mulheres com pólipo e 33,3% do Grupo Controle foram classificadas como portadoras de síndrome metabólica (p=0,004). Em relação ao Grupo Controle, apresentaram maior chance de desenvolvimento de pólipo endometrial as pacientes com: IMC≥25 kg/m2 (OR=4,6; IC95% 2,1–10,0); glicose ≥100 mg/dL (OR=2,8; IC95% 1,3–5,9); dislipidemia (OR=7,0; IC95% 3,7–13,3); diabetes (OR=2,5; IC95% 1,0–6,3) e síndrome metabólica (OR=2,7; IC95% 1,1–6,4). CONCLUSÃO: Em mulheres na pós-menopausa, obesidade, dislipidemia, hiperglicemia e presença de síndrome metabólica foram fatores preditivos para o desenvolvimento de pólipo endometrial.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: To evaluate the predictive clinical factors for the development of endometrial polyps in postmenopausal women. METHODS: Observational cohort study with postmenopausal women who had been at a public university hospital. Clinical, anthropometrical, laboratorial, and ultrasonographic data of 132 patients with a histopathological diagnosis of endometrial polyps and 264 women without endometrial alterations (control) were compared in order to evaluate the predictive factors of endometrial polyps. Women with amenorrhea ≥12 months and ≥45 years of age were included in the study at a proportion of 1 case for 2 controls. The Student's t, χ2, and logistic regression tests were used for statistical analysis – odds ratio (OR). RESULTS: Patients with endometrial polyps were older and had been in menopause for a longer time compared to control (p<0.0001). The percentage of obese women with polyps (72.0%) was higher compared to the Control Group (39%; p<0.0001). The measurement of waist circumference was superior among patients with polyps (p=0.0001). We observed a higher incidence of diabetes, hypertension and dyslipidemia in patients with endometrial polyps (p<0.0001). According to the US National Cholesterol Education Program/Adult Treatment Panel III (NCEP/ATP III) criteria, 48.5% of women with polyps and 33.3% of the Control Group were classified as having metabolic syndrome (p=0.004). Analysis of risk for endometrial polyps formation showed higher chances of occurrence of the disorder in patients with: BMI≥25 kg/m2 (OR=4.6; 95%CI 2.1–10.0); glucose ≥100 mg/dL (OR=2.8; 95%CI 1.3–5.9); dyslipidemia (OR=7.0; 95%CI 3.7–13.3); diabetes (OR=2.5; 95%CI 1.0–6.3), and metabolic syndrome (OR=2.7; 95%CI 1.1–6.4) compared to the Control Group. CONCLUSION: In postmenopausal women, obesity, dyslipidemia, hyperglycemia and presence of metabolic syndrome were predictive factors for the development of endometrial polyps.
  • Função sexual e fatores associados à disfunção sexual em mulheres no climatério Artigos Originais

    Cavalcanti, Isabela Franco; Farias, Polyana da Nóbrega; Ithamar, Lucas; Silva, Vilma Maria da; Lemos, Andrea

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: Avaliar a função sexual e os fatores associados à disfunção sexual de mulheres no período do climatério. MÉTODOS: Foi realizado um estudo de corte transversal incluindo 173 mulheres, na faixa etária de 35 a 65 anos, com parceiro fixo nos últimos 6 meses, alfabetizadas, sem comprometimento cognitivo e com atividade sexual há pelo menos 6 meses. O instrumento utilizado para avaliar o desempenho sexual foi o Quociente Sexual, versão feminina. A associação entre disfunção sexual e dados sociodemográficos, antecedentes pessoais e obstétricos e história sexual foi realizada por meio do teste do χ2 de Pearson e da força de associação, por meio do odds ratio (OR) com intervalo de confiança de 95% (IC95%). RESULTADOS: Neste estudo, 46,2% das mulheres apresentaram disfunção sexual. Houve uma diminuição da chance de disfunção sexual para a faixa etária entre 35 e 49 anos (OR=0,3; IC95% 0,2–0,6) e para as mulheres que se sentiam à vontade para falar sobre sexo (OR=0,5; IC95% 0,2–0,8). Entretanto, presença de osteoporose (OR=3,3; IC95% 1,5–7,6), incontinência urinária (OR=2,0; IC95% 1,1–3,7) e correções cirúrgicas do assoalho pélvico (OR=2,2; IC95% 1,1–4,5) elevaram essa chance. CONCLUSÕES: A frequência de disfunção sexual em mulheres na faixa etária entre 35 e 65 anos foi 46,2% e fatores como osteoporose, incontinência urinária e correções cirúrgicas do assoalho pélvico aumentaram a chance de disfunção sexual.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: To evaluate the sexual function and factors associated with sexual dysfunction in climacteric women. METHODS: A cross-sectional study was conducted on 173 women aged 35 to 65 years old, with a steady partner during the last 6 months, who are literate, without cognitive impairment, and with sexual activity for at least 6 months. The instrument used to assess sexual performance was the Sexual Quotient, female version. The association between sexual dysfunction and sociodemographic data, personal, obstetric and sexual history was determined by Pearson's χ2 test and strength of association by the odds ratio (OR) with a 95% confidence interval (95%CI). RESULTS: In this study, 46.2% of the women reported sexual dysfunction. There was a decrease in the chance of sexual dysfunction for the age group between 35 and 49 years old (OR=0.3; 95%CI 0.2–0.6) and for women who felt comfortable talking about sex (OR=0.5; 95%CI 0.2–0.8). However, the presence of osteoporosis (OR=3.3; 95%CI 1.5–7.6), urinary incontinence (OR=2.0; 95%CI 1.1–3.7), and surgical corrections of the pelvic floor (OR=2.2; 95%CI 1.1–4.5) increased this chance. CONCLUSIONS: The frequency of sexual dysfunction in women aged 35 to 65 years old was 46.2% and factors such as osteoporosis, urinary incontinence and surgical corrections of the pelvic floor increased the chance of sexual dysfunction.
  • Variações no índice de massa corpórea em mulheres brasileiras submetidas à quimioterapia adjuvante por câncer de mama Artigos Originais

    Ricci, Marcos Desídérío; Formigoni, Maria Carolina; Zuliani, Lucia Maria Martins; Aoki, Denis Seiiti; Mota, Bruna Salani; Filassi, José Roberto; Piato, José Roberto Morales; Baracat, Edmund Chada

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: Avaliar variações no índice de massa corpórea em pacientes que estão passando por quimioterapia devido ao câncer de mama, e relacionar tais alterações com a idade da paciente e o regime de quimioterapia. MÉTODOS: Estudo de coorte retrospectivo que correlacionou variações no índice de massa corpórea pré- e pós-quimioterapia com a idade da paciente e o regime de quimioterapia. Foram excluídas as pacientes que receberam terapia hormonal prévia, seja como tamoxifeno ou inibidores da aromatase. Os dados de 196 pacientes com estágio I a III de câncer de mama foram selecionados, e elas foram tratadas por cirurgia radical ou conservadora que receberam quimioterapia adjuvante no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, Brasil. RESULTADOS: Antes da quimioterapia adjuvante, 67,8% das pacientes foram classificadas com sobrepeso ou obesas de acordo com seus índices de massa corpórea. Aproximadamente 66,3% (IC95% 59,7–73,0) das pacientes exibiram aumento no índice de massa corpórea após a quimioterapia adjuvante. A média de idade das pacientes foi de 56,3± 11,3 anos. Pacientes que apresentaram aumento no índice de massa corpórea eram mais jovens do que aquelas que não apresentaram aumento algum (54,7±11,1 versus 59,3±11,2 anos; p=0,007). As pacientes foram tratadas com os seguintes regimes de quimioterapia: doxorrubicina, ciclofosfamida e paclitaxel (AC-T, 129 pacientes, 65,8%); 5-fluoracil, doxorrubicina e ciclofosfamida (36 pacientes, 18,4%); ciclofosfamida, metotrexato e 5-fluoracil (16 pacientes, 8,2%); docetaxel e ciclofosfamida (7 pacientes, 3,6%) e outros regimes (8 pacientes, 4,1%). O regime AC-T mostrou uma relação significativa com o aumento do índice de massa corpórea (p<0,001 por ANOVA). CONCLUSÕES: A maioria das pacientes com câncer de mama mostrou um aumento no índice de massa corpórea pós-quimioterapia adjuvante, especialmente após o regime de quimioterapia AC-T.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: To evaluate variations in the body mass index in patients undergoing adjuvant chemotherapy for breast cancer, and to associate these changes with patient's age and adjuvant chemotherapy regimen. METHODS: We performed a retrospective cohort study in order to correlate any variation in the body mass index before and after adjuvant chemotherapy with patient's age and adjuvant chemotherapy regimen. Patients who received any form of prior hormone therapy, such as tamoxifen or aromatase inhibitors, were excluded. We selected data for 196 patients with stage I to III breast cancer who were treated by radical or conservative surgery and received adjuvant chemotherapy at the Cancer Institute of the State of São Paulo, Brazil. RESULTS: Before adjuvant chemotherapy, 67.8% of patients were classified as overweight or obese according to their body mass indices. Around 66.3% (95% CI 59.7–73.0) of the patients exhibited an increase in the body mass index after adjuvant chemotherapy. The average age of all patients was 56.3±11.3 years. Participants whose body mass index increased were younger than those with no increase (54.7±11.1 versus 59.3±11.2 years; p=0.007). Patients were treated with the following adjuvant chemotherapy regimens: doxorubicin, cyclophosphamide, and paclitaxel (AC-T, 129 patients, 65.8%); 5-fluoracil, doxorubicin, and cyclophosphamide (36 patients, 18.4%); cyclophosphamide, methotrexate, and 5-fluoracil (16 patients, 8.2%); docetaxel and cyclophosphamide (7 patients, 3.6%); and other regimen (8 patients, 4.1%). The AC-T regimen showed a statistically significant association with increase in the body mass index (p<0.001 by ANOVA). CONCLUSIONS: Most patients with breast cancer showed an increase in the body mass index after adjuvant chemotherapy, especially after the AC-T chemotherapy regimen.
  • Obesidade durante a gravidez: resultados adversos da gestação e do parto Artigos Originais

    Silva, Jean Carl; Amaral, Augusto Radünz do; Ferreira, Bruna da Silva; Petry, João Francisco; Silva, Mariana Ribeiro e; Krelling, Pâmella Caroline

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: Avaliar a influência do excesso de peso materno na gestação, no parto e nos desfechos neonatais. MÉTODOS: Estudo transversal e retrospectivo que incluiu 298 puérperas. As informações foram obtidas por meio de entrevistas e acesso aos prontuários das pacientes. As puérperas foram divididas em três grupos, conforme o índice de massa corpórea pré-gestacional: normal (18,5–24,9 kg/m2); sobrepeso (25,0–29,9 kg/m2) e obesidade (≥30,0 kg/m2). Foram construídos modelos de regressão logística multinominal para ajustar o efeito das variáveis de confusão. Estabeleceram-se intervalos de confiança de 95% (IC95%). RESULTADOS: Comparadas às gestantes com peso normal, pacientes com sobrepeso apresentaram chances maiores de cesariana, sendo a odds ratio (OR) de 2,2 e IC95% 1,3–3,9, e as obesas tiveram ainda maiores (OR=4,2; IC95% 2,1–8,1). As chances de desenvolvimento de diabetes gestacional aumentaram nos grupos Sobrepeso (OR=2,5; IC95% 1,1–5,6) e Obesidade (OR=11,1; IC95% 5,0–24,6). A síndrome hipertensiva na gravidez também se mostrou mais provável nas gestantes com sobrepeso (OR=3,2; IC95% 1,2–8,1) e obesas (OR=7,5; IC95% 2,9–19,1). A hemorragia de grande porte no momento do parto somente apresentou maiores valores no grupo de obesas (OR=4,1; IC95% 1,1–15,8). Quanto aos recém-nascidos, a probabilidade de Apgar baixo no primeiro minuto foi superior entre as obesas (OR=5,5; IC95% 1,2–23,7), e a ocorrência de macrossomia aumentou nas mulheres com sobrepeso (OR=2,9; IC95% 1,3–6,3). Os resultados quanto à hipoglicemia neonatal não foram conclusivos. CONCLUSÃO: As chances de intercorrências maternas (diabetes gestacional, síndrome hipertensiva, hemorragia pós-parto) e neonatais (cesariana, macrossomia e escore Apgar baixo) foram maiores nos grupos com excesso de peso (sobrepeso e obesidade).

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: To evaluate the influence of maternal obesity on pregnancy, childbirth, and neonatal outcomes. METHODS: A cross-sectional study with 298 postpartum women. Information was obtained through interviews and access to patients' medical records. The patients were divided into three groups according to their pre-gestational body mass index: normal weight (18.5–24.9 kg/m2), overweight (25.0–29.9 kg/m2), and obese (≥30.0 kg/m2). Data are reported as adjusted odds ratios with 95% confidence interval (95%CI) following multinomial logistic regression analysis to account for confounding variables. RESULTS: Compared to pregnant women with normal body mass index, overweight women had greater chances of having cesarean delivery, odds ratio (OR) of 2.2 and 95%CI 1.3–3.9, and obese women even more (OR=4.2; 95%CI 2.1–8.1). The chances of gestational diabetes increased in the Overweight (OR=2.5; 95%CI 1.1–5.6) and Obese groups (OR=11.1; 95%CI 5.0–24.6). The occurrence of hypertensive syndrome was also higher in overweight (OR=3.2; 95%CI 1.2–8.1) and obese pregnant women (OR=7.5; 95%CI 2.9–19.1). Major postpartum hemorrhage only showed greater values in the obese women group (OR=4.1; 95%CI 1.1–15.8). Regarding the newborns, the probability of a low Apgar score at first minute was higher in the Obese Group (OR=5.5; 95%CI 1.2–23.7) and chances of macrosomia were higher in the Overweight Group (OR=2.9; 95%CI 1.3–6.3). Data regarding neonatal hypoglycemia were not conclusive. CONCLUSION: Excessive weight (overweight and obesity) during pregnancy increases the chance of maternal complications (gestational diabetes, hypertensive syndrome, and major postpartum hemorrhage) and neonatal outcomes (cesarean delivery, macrosomia, and low Apgar score).
  • Aspectos epidemiológicos e obstétricos de mulheres com perdas recorrentes da gravidez em uma maternidade pública do Nordeste do Brasil Artigos Originais

    Costa, Olivia Lúcia Nunes; Santos, Eliane Menezes Flores; Netto, Eduardo Martins

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: Descrever as características epidemiológicas e obstétricas de mulheres com perdas gestacionais de repetição. MÉTODOS: Estudo descritivo e analítico, que teve como critério de inclusão mulheres atendidas no ambulatório de perdas gestacionais de repetição (grupo de perdas), entre janeiro de 2006 e dezembro de 2010. Foram excluídas as pacientes que não residiam em Salvador, na Bahia, e aquelas que não puderam ser contatadas por telefone. O Grupo Controle foi constituído por 204 gestantes de baixo risco ao pré-natal, atendidas entre maio de 2007 e abril de 2008. Foram excluídas desse grupo aquelas que não aceitaram participar da entrevista e com risco obstétrico. As variáveis pesquisadas foram: idade, escolaridade, ocupação, estado civil, etilismo, índice de massa corpórea e, como antecedentes obstétricos, a idade da gestação em que ocorreram as perdas. Para a análise estatística, utilizou-se o programa SPSS, versão 18.0. As médias e os desvios padrão das variáveis contínuas foram comparados utilizando-se o teste t de Student, já para as frequências das variáveis nominais, aplicou-se o teste do χ2. RESULTADOS: A média de idade das mulheres de perdas foi mais elevada do que no Controle (32,3±6,3 versus 26,5±6,4 anos; p<0,01). Houve predomínio do consumo de bebidas alcoólicas no grupo de perdas (36,9 versus 22,1%; p=0,01), assim como no estado civil (93,2 versus 66,7%; p<0,01), no qual elas eram casadas ou viviam em união estável, respectivamente. O índice de massa corpórea pré-gestacional foi superior no grupo de perdas (26,9 versus 23,5%; p<0,01). Nos antecedentes obstétricos, 103 mulheres com perdas gestacionais relataram 334 gestações. Destas, 56 tiveram dois ou mais abortos no primeiro trimestre e em 31 delas, duas ou mais gestações evoluíram para abortos tardios/prematuros extremos. CONCLUSÕES: Mulheres com perdas recorrentes incluídas neste estudo tiveram alguns fatores de risco identificados, tais como a idade mais avançada e o índice de massa corpórea superior. As observações são coerentes com as propostas mais recentes a respeito de perdas recorrentes que consideram a inclusão das perdas em várias idades gestacionais.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: To describe the epidemiologic and obstetric characteristics of women with recurrent miscarriages. METHODS: A descriptive and analytical study whose inclusion criterion was every woman that was attended at the clinic for recurrent miscarriage (loss group), between January 2006 and December 2010. Patients that did not live in Salvador, Bahia, Brazil, and those who were not reached by telephone or whose number was not included in the medical record were not included. The Control Group consisted of 204 pregnant women seen at the low-risk prenatal care unit between May 2007 and April 2008. Women who did not accept to be interviewed and those with obstetric risk were excluded from the Control Group. The analyzed variables were: age, education, occupation, marital status, alcohol consumption, body mass index, obstetric history and the gestational age when the losses occurred. The SPSS 18.0 program was used for statistical analysis. Means and standard deviations of continuous variables were compared using the Student's t-test and the frequencies of the nominal variables were compared by the χ2 test. RESULTS: The mean age of women in the loss group was higher than in the Control Group (32.3±6.3 versus 26.5±6.4 years old, p<0.01). Consumption of alcoholic beverages predominated in the loss group (36.9 versus 22.1%, p=0.01), as well as marital status (93.2 versus 66.7% were married or living in a stable union, p<0.01). The pre-pregnancy body mass index was higher in the loss group (26.9 versus 23.5%, p<0.01). Regarding obstetric history, 103 women with recurrent miscarriage reported 334 pregnancies. Fifty-six of them had 2 or more miscarriages in the first quarter and in 31 of them, 2 or more pregnancies progressed to late abortions/extremely preterm infants. CONCLUSIONS: Some risk factors were identified in women with recurrent losses, such as more advanced age and higher body mass index. These observations agree with more recent proposals regarding recurrent losses that consider the inclusion of losses in various gestational ages.
  • Validação de questionário para avaliar a vivência e autoconfiança nas emergências na assistência ao parto vaginal Artigos Originais

    Nomura, Roseli Mieko Yamamoto; Novoa, Victoria Arruga Novoa Y; Pimenta, Bruna Sanches Ozane; Nakamura, Mary Uchiyama; Moron, Antono Fernandes

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: Validar questionário para conhecer e descrever a percepção dos médicos especialistas em ginecologia e obstetrícia quanto à vivência e autoconfiança no atendimento de emergências no parto vaginal. MÉTODOS: Estudo prospectivo de validação de instrumento constituído por afirmativas sobre atendimento nas emergências: parto pélvico (n=23), distocia de ombros (n=20), hemorragia pós-parto (n=24), parto fórcipe (n=32) e vácuo extrator (n=5). Os participantes opinaram sobre cada item segundo escala de Likert (0=discordo plenamente, 1=discordo parcialmente, 2=indiferente, 3=concordo parcialmente e 4=concordo plenamente). O questionário foi aplicado a 12 especialistas em ginecologia e obstetrícia esperando-se encontrar nível de compreensão superior a 80%. Uma escala de cinco pontos foi empregada para avaliar a compreensão de cada questão (de 0=não entendi nada a 5=entendi perfeitamente e não tenho dúvidas). Valores acima de 4 foram considerados indicadores de compreensão suficiente. O instrumento utilizado foi especialmente elaborado para atender às especificidades demandadas. A análise da confiabilidade interna foi pelo coeficiente alfa de Cronbach. Para a validação externa foram calculadas a proporção de itens com plena compreensão, por cada grupo. Para fins de investigação, o alfa deve ser maior do que 0,7. RESULTADOS: Os participantes apresentavam média de idade de 33,3 anos, com desvio padrão (DP) de 5,0 anos, e tempo de formado médio de 5,8 anos (DP=1,3anos). Todos eram especialistas com residência médica em Ginecologia e Obstetrícia. A média da proporção de participantes que compreenderam plenamente os itens de cada emergência estudada foi: parto pélvico 97,3%, distocia de ombros 96,7%, hemorragia pós-parto 99,7%, parto fórcipe 97,4%, e vácuo extrator 98,3%. Os resultados do alfa de Cronbach, para os itens de cada emergência estudada, foram: parto pélvico 0,85, sendo o limite inferior do intervalo de confiança de 95% (IC95%) 0,72, distocia de ombros 0,74 (limite inferior do IC95%=0,51), hemorragia pós-parto 0,79 (limite inferior do IC95%=0,61), parto fórcipe 0,96 (limite inferior do IC95%=0,92), e vácuo extrator 0,90 (limite inferior do IC95%=0,79). CONCLUSÃO: O questionário validado é instrumento útil para conhecer e descrever a percepção do médico quanto à vivência e autoconfiança no atendimento de emergências na assistência ao parto vaginal.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: To validate a questionnaire to be applied in order to learn and describe the perceptions of specialists in obstetrics and gynecology about their experience and self-confidence in the emergency care for vaginal delivery. METHODS: This was a prospective study for the validation of an instrument that contains statements about emergency obstetrical care: breech delivery (n=23), shoulder dystocia (n=20), postpartum haemorrhage (n=24), forceps delivery (n=32), and vacuum extractor (n=5). Participants gave their opinions on each item by applying the Likert scale (0=strongly disagree, 1=partially disagree, 2=indifferent, 3=partially agree and 4=strongly agree). The questionnaire was applied to 12 specialists in obstetrics and gynecology and it was expected to be found a level of comprehension exceeding 80%. A five-point scale was used to assess the understanding of each question (from 0=did not understand anything to 5=understood perfectly and I have no doubt). A score above 4 was considered to indicate sufficient understanding. The instrument used was specially designed to suit the specific demands. The analysis of internal reliability was done using the Cronbach alpha coefficient. For external validation, we calculated the proportion of items with full understanding for each subscale. For research purposes, the alpha should be greater than 0.7. RESULTS: Participants had a mean age of 33.3 years, with 5.0 standard deviation (SD), and an average interval time since graduation from medical school of 5.8 years (SD=1.3 years). All were specialists with residency in obstetrics and gynecology. The mean proportion of participants who fully understood the items in each emergency was 97.3% for breech delivery, 96.7% for shoulder dystocia, 99.7% for postpartum hemorrhage, 97.4% for forceps delivery, and 98.3% for the use of a vacuum extractor. The results of Cronbach's alpha for the items in each emergency studied were: 0.85 for breech delivery, with 0.72 lower limit of 95% confidence interval ((%%CI), 0.74 for shoulder dystocia (lower limit of 95%CI=0.51), 0.79 for postpartum hemorrhage (lower limit of 95%CI=0.61), 0.96 for forceps delivery (lower limit of 95%CI=0.92), and 0.90 for the vacuum extractor (lower limit of 95%CI=0.79). CONCLUSION: The validated questionnaire is useful for learning and describing the perception of physicians about their experience and self-confidence in emergency care for vaginal births.
  • Carta ao Editor Carta Ao Editor

    Melo, Adriana Suely de Oliveira; Sousa, Alex Sandro Rolland de
  • Efeito do exercício físico sobre os parâmetros hemodinâmicos Resposta Dos Autores

    Pigatto, Camila; Santos, Caroline Mombaque dos; Santos, Wendel Mombaque dos; Neme, Walter Santos; Portela, Luiz Osório Cruz; Moraes, Edson Nunes de; Gallarreta, Francisco Maximiliano Pancich
  • Risco da ocorrência de neoplasia trofoblástica gestacional após a normalização da gonadotrofina coriônica humana no seguimento pós-molar Resumo De Tese

    Matos, Michelle Campos de; Braga, Antonio Rodrigues; Maestá, Izildinha

    Resumo em Português:

    Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado Profissional em Saúde Materno-Infantil da Universidade Federal Fluminense, como requisito para obtenção do grau de Mestre em Saúde Materno-Infantil. Área de Concentração: Saúde da Mulher e da Criança, em 16 de maio de 2014. OBJETIVO: avaliar o risco da ocorrência de neoplasia trofoblástica gestacional (NTG) após a normalização da gonadotrofina coriônica humana (hCG) no seguimento pós-molar. PACIENTES E MÉTODOS: trata-se de estudo retrospectivo, tipo coorte não concorrente, colaborativo interinstitucional, realizado nos Centros de Referência em Doença Trofoblástica Gestacional da SCMRJ, HUAP-UFF, ME-UFRJ, HC-UNESP e HC-UFG. Foram analisados dos prontuários médicos de pacientes acompanhadas nesses Serviços, entre os anos de 2002 e 2013. Esse projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa. RESULTADOS: entre as pacientes que cursaram com remissão espontânea, 10 (0,4% - 1 em cada 201 casos de MH) evoluíram com NTG após a normalização de hCG (p<0,0001; IC95% 0,2–0,7). Quando se analisa o risco de NTG após a normalização de hCG nos diferentes tipos de gravidez molar, observou-se sua ocorrência em 9/2016 (0,4% - 1 em cada 224 casos) dentre as pacientes com mola hidatiforme completa - MHC (p<0,0001; IC95% 0,2–0,7), de 1/982 (0,1% - 1 em cada 985 casos) dentre as pacientes com mola hidatiforme parcial - MHP (p<0,0001; IC95% 0,02–0,5) e em nenhuma das pacientes com gravidez molar gemelar - GMG. Consoante o tempo de normalização de hCG, a ocorrência de NTG foi observada em 1/1595 (0,06% - 1 em cada 1595 casos de MH) das pacientes cujo hCG normalizou com menos de 56 dias (p<0,0001; IC95% 0,01–0,3), enquanto que entre aquelas cujo hCG normalizou com mais de 56 dias a NTG ocorreu em 9/1416 (0,6% - 1 em cada 157 casos de MH) das pacientes (p<0,0001; IC95% 0,3–1,1), exibindo um OR de 10,19 (p=0,02; IC95% 1,29–80,58). CONCLUSÕES: o risco de NTG após a normalização de hCG é ínfimo. Parece-nos razoável que seja dada alta para a paciente com MHP após a primeira dosagem normal de hCG. Nos casos de MHC e GMG, esse seguimento deve ser mantido por 6 meses.
Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia Av. Brigadeiro Luís Antônio, 3421, sala 903 - Jardim Paulista, 01401-001 São Paulo SP - Brasil, Tel. (55 11) 5573-4919 - Rio de Janeiro - RJ - Brazil
E-mail: editorial.office@febrasgo.org.br