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Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, Volume: 37, Número: 9, Publicado: 2015
  • Mulheres com vulnerabilidade sexual: anticoncepção reversível de longa duração pode ser a solução? Editorial

    Sorpreso, Isabel Cristina Esposito; Soares Júnior, José Maria; Baracat, Edmund C
  • Frequência e fatores associados à síndrome da mama fantasma em mulheres submetidas à mastectomia por câncer de mama Artigos Originais

    Medina, Julia de Mello Ramirez; Fabro, Erica Alves Nogueira; Silva, Blenda do Amaral e; Thuler, Luiz Claudio Santos; Bergmann, Anke

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: Avaliar a frequência e os fatores de risco para o desenvolvimento da síndrome da mama fantasma em pacientes submetidas à mastectomia para o tratamento do câncer de mama. MÉTODOS: Estudo de coorte com mulheres atendidas em um hospital especializado da região sudeste do Brasil no período de setembro de 2008 a junho de 2009. Foram consideradas como tendo síndrome da mama fantasma pacientes com relato da presença de dor na mama fantasma e/ou sensação na mama fantasma. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA) (015/08). Foi realizada análise descritiva por meio da frequência absoluta e relativa. Para avaliar a associação entre a SMF e os potenciais fatores de risco, foi realizada análise univariada, por meio de odds ratios(OR) com os respectivos intervalos com 95% de confiança (IC95%). RESULTADOS: Foram incluídas 88 pacientes. A frequência da SMF observada aos 45 dias (primeiro seguimento) foi de 44,3 e 18,2% aos 2 anos (último seguimento). A maioria das mulheres apresentou relato de sensação na mama fantasma em todos os seguimentos (37,1; 30,1 e 22%). No seguimento de 6 meses, mulheres com idade inferior a 60 anos apresentaram um risco 3,9 vezes maior de apresentar síndrome da mama fantasma (OR=3,9; IC95% 1,4-10,5) e aquelas com maior escolaridade (8 anos ou mais de estudo) apresentaram maior risco de desenvolver SMF (OR=2,6; I 95% 1,01-6,8). CONCLUSÃO: A população estudada apresentou alta frequência de SMF, com diminuição ao longo do seguimento pós-operatório. Sua ocorrência no seguimento de seis meses foi maior entre as mulheres mais jovens e com maior escolaridade.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: To evaluate the frequency and risk factors for the development of phantom breast syndrome in patients submitted to mastectomy after breast cancer treatment. METHODS: A cohort study of women undergoing treatment at the Hospital of Cancer III, National Cancer Institute José Alencar Gomes da Silva (INCA) from September 2008 to June 2009. PBS was considered based on report of phantom breast sensation and/or phantom breast pain. The study was approved by the Research Ethics Committee of the INCA (015/08). Descriptive analysis using absolute and relative frequency was performed. To evaluate the association between PBS and potential risk factors, univariate analysis was performed by means of odds ratios (OR) with respective 95% confidence intervals (95%CI). RESULTS: A total of 88 patients were included. The frequency of PBS observed was 44.3 at 45 days (first follow-up) and 18.2% at 2 years (last follow-up). Most women reported phantom breast syndrome in all segments (37.1; 30.1 and 22%). During the six month follow-up, women under the age of 60 years had a 3.93 times higher risk of PBS (OR=3.9; 95%CI 1.4-10.5) and those with higher education (8 years or more of study) had a higher risk of developing PBS (OR=2.6; 95%CI 1.01-6.8). CONCLUSION: The study population had a high frequency of PBS, which decreased over postoperative follow-up. Its occurrence after six months was higher among younger and more educated women.
  • Influência de contraceptivos hormonais sobre indicadores de homeostase de zinco e de turnover ósseo em mulheres adultas jovens Artigos Originais

    Simões, Tania Mara Rodrigues; Zapata, Carmiña Lucía Vargas; Donangelo, Carmen Marino

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: Investigar a influência de anticoncepcionais hormonais (ACH) orais em indicadores bioquímicos relacionados à utilização metabólica e distribuição de zinco e ao turnover ósseo em mulheres adultas jovens. MÉTODOS: Estudo transversal. Amostras de sangue e urina de não usuárias (-ACH; controle; n=69) e usuárias há pelo menos três meses de contraceptivos hormonais orais (+ACH; n=62) foram coletadas em condições padronizadas. Foram analisados os indicadores de homeostase de zinco e de turnover ósseo em soro ou plasma (zinco total e nas frações de albumina e α2-macroglobulina, albumina e atividade de fosfatase alcalina total e de origem óssea), em eritrócitos (zinco e metalotioneína) e em urina (zinco, cálcio e hidroxiprolina). Ingestões habituais de zinco e cálcio foram avaliadas por questionário de frequência de consumo. RESULTADOS: A ingestão alimentar de zinco foi semelhante nos grupos e, em média, acima do recomendado, enquanto que a ingestão de cálcio foi similarmente subadequada em +ACH e -ACH. Comparadas às controles, as +ACH apresentaram menores concentrações de zinco em soro, total e ligado à α2-macroglobulina (11 e 28,5%, respectivamente, p<0,001); albumina em soro (13%, p<0,001); atividade de fosfatase alcalina em plasma, total e de origem óssea (13 e 18%, respectivamente, p<0,05); metalotioneína em eritrócitos (13%, p<0,01) e zinco urinário (34%, p<0,05). CONCLUSÕES: O uso de ACH reduz o zinco sérico, altera a distribuição de zinco nas principais proteínas ligantes do soro com possíveis efeitos na captação tecidual, aumenta a retenção de zinco no organismo e reduz o turnover ósseo. O uso prolongado de ACH poderia levar a menor pico de massa óssea e/ou prejudicar a manutenção de massa óssea em mulheres jovens, principalmente com ingestão marginal de cálcio. Os efeitos de ACH verificados foram mais evidentes nas mulheres <25 anos de idade e nas nulíparas, as quais merecem especial atenção em estudos posteriores.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: To investigate the influence of the use of oral hormonal contraceptive agents (OCA) on the biochemical indices related to metabolic zinc utilization and distribution, and to bone turnover in young adult women. METHODS: Cross-sectional study. Blood and urine samples from non-users (-OCA; control; n=69) and users of hormonal contraceptives for at least 3 months (+OCA; n=62) were collected under controlled conditions. Indices of zinc homeostasis and of bone turnover were analyzed in serum or plasma (total, albumin-bound and α2-macroglobulin-bound zinc, albumin and total and bone alkaline phosphatase activity), in erythrocytes (zinc and metallothionein) and in urine (zinc, calcium and hydroxyproline). The habitual zinc and calcium intakes were evaluated by a food frequency questionnaire. RESULTS: Dietary zinc intake was similar in both groups and on average above recommended values, whereas calcium intake was similarly sub-adequate in +OCA and -OCA. Compared to controls, +OCA had lower concentrations of total and α2-macroglobulin-bound zinc (11 and 28.5%, respectively, p<0.001), serum albumin (13%, p<0.01), total and bone-specific alkaline phosphatase activity (13 and 18%, respectively, p<0.05), erythrocyte metallothionein (13%, p<0.01), and, urinary zinc (34%, p<0.05). CONCLUSIONS: OCA use decreases serum zinc, alters zinc distribution in major serum fractions with possible effects on tissue uptake, enhances zinc retention in the body and decreases bone turnover. Prolonged OCA use may lead to lower peak bone mass and/or to impaired bone mass maintenance in young women, particularly in those with marginal calcium intake. The observed OCA effects were more evident in women younger than 25 years and in nulliparous women, deserving special attention in future studies.
  • Marcadores de estresse oxidativo aumentados podem ser um indicador de risco promissor para insuficiência ovariana primária: um estudo transversal caso-controle Original Articles

    Tokmak, Aytekin; Yıldırım, Gülçin; Sarıkaya, Esma; Çınar, Mehmet; Boğdaycıoğlu, Nihal; Yılmaz, Fatma Meriç; Yılmaz, Nafiye

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: Avaliar os níveis séricos da sintetase nítrica induzível (INOS), da mieloperoxidase (MPO), do estado antioxidante total (EAT) e do estado oxidante total (EOT) em mulheres portadoras de insuficiência ovariana primária (IOP) e compará-las às mulheres férteis. Também examinamos os possíveis fatores de risco associados à IOP. MÉTODOS: Trata-se de estudo transversal caso-controle desenvolvido no Zekai Tahir Burak Women's Health Education and Research Hospital. A população de estudo abrangeu 44 mulheres portadoras de IOP (grupo de estudo) e 36 mulheres férteis hígidas (grupo controle). Em todas as pacientes, foram determinados os níveis séricos de INOS, MPO, EAT e EOT.Os níveis de INOS e MPO foram determinados com o uso do teste ELISA e os níveis de EAT e EOT foram determinados mediante método colorimétrico. Analisou-se também a idade, o índice de massa corporal (IMC), os antecedentes obstétricos, tabagismo, histórico familiar, comorbidades, achados sonográficos, valores completos do hemograma, proteína C-reativa e níveis hormonais basais. O teste t de Student ou o teste U de Mann-Whitney foi utilizado para comparar as variáveis contínuas entre os grupos; os dados categóricos foram avaliados pelo teste do χ2 de Pearson ou o teste exato de Fisher, conforme o caso. O método de regressão logística binária foi utilizado para identificar os fatores de risco para IOP. RESULTADOS: Encontramos níveis significativamente elevados de INOS (234,1±749,5 versus133,8±143,0; p=0,005), MPO (3.438,7±1.228,6 versus 2.481,9±1.230,1; p=0,001) e EOT (4,3±1,4 versus 3,6±1,4; p=0,02) nos soros do grupo estudo em relação ao grupo controle pareado por IMC e idade. Entretanto, as diferenças entre os níveis séricos de EAT nos dois grupos não foram significantes (1,7±0,2 versus 1,6±0,2; p=0,15). O método de regressão logística demonstrou que IMC <25 kg/m2, nuliparidade, histórico familiar de IOP, tabagismo e níveis séricos elevados de INOS, MPO e EOT foram fatores de risco independentes para IOP. CONCLUSÃO: Foram encontrados níveis aumentados de INOS, MPO e EOT em mulheres portadoras de IOP. Estes marcadores séricos podem ser promissores para o diagnóstico precoce de IOP. Novos estudos em larga escala são necessários para determinar se os marcadores de estresse oxidativo desempenham um papel no diagnóstico da IOP.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: The aim of this study was to evaluate serum levels of inducible nitric oxide synthase (INOS), myeloperoxidase (MPO), total antioxidant status (TAS), and total oxidative status (TOS) in women with primary ovarian insufficiency (POI) and to compare them with healthy fertile women. We also examined the possible risk factors associated with POI. METHODS: This cross-sectional case control study was conducted in Zekai Tahir Burak Women's Health Education and Research Hospital. The study population consisted of 44 women with POI (study group) and 36 healthy fertile women (control group). In all patients, serum levels of INOS, MPO, TAS, and TOS were determined. INOS and MPO levels were measured by enzyme-linked immunosorbent assay whereas colorimetric method was used for evaluating TAS and TOS levels. Age, body mass index (BMI), obstetric history, smoking status, family history, comorbidities, sonographic findings, complete blood count values, C-reactive protein and baseline hormone levels were also analyzed. Student's t-test or Mann-Whitney U test was used to compare continuous variables between the groups; categorical data were evaluated by using Pearson χ2 or Fisher exact test, when appropriate. Binary logistic regression method was used to identify risk factors for POI. RESULTS: We found significantly elevated levels of INOS (234.1±749.5 versus133.8±143.0; p=0.005), MPO (3,438.7±1,228.6 versus 2,481.9±1,230.1; p=0.001), and TOS (4.3±1.4 versus 3.6±1.4; p=0.02) in the sera of the study group when compared to the BMI-age matched control group. However, difference in serum levels of TAS were not significant between the 2 groups (1.7±0.2 versus 1.6±0.2; p=0.15). Logistic regression method demonstrated that BMI <25 kg/m2, nulliparity, family history of POI, smoking, and elevated serum levels of INOS, MPO, and TOS were independent risk factors for POI. CONCLUSION: We found an increase in INOS, MPO, and TOS in women with POI. These serum markers may be promising in early diagnosis of POI. Further large-scale studies are required to determine whether oxidative stress markers have a role in diagnosing POI.
  • Lactobacillus rhamnosus pode alterar a virulência de Candida albicans Artigos Originais

    Leão, Mariella Vieira Pereira; Silva, Célia Regina Gonçalves e; Santos, Silvana Soléo Ferreira dos; Leite, Poliana Gasparin Correa

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: Avaliar a influência de Lactobacillus rhamnosus na expressão dos fatores de virulência de Candida albicans in vitro. MÉTODOS: Uma suspensão de L. rhamnosus foi inicialmente cultivada em ágar MRS. No dia seguinte, foi adicionado ágar Sabouraud dextrose sobre o crescimento dos lactobacilos e C. albicans foi cultivada, por 24, 48 e 72 horas. As cepas de Candida foram então isoladas para investigação da capacidade de formação de biofilme, por meio do cultivo em placas de 96 poços e leitufra das densidades ópticas e contagem de unidades formadoras de colônia por mL (UFC/mL). Também se investigou a capacidade de formação de tubo germinativo, após incubação em soro de cavalo e contagem em 200 células. Os resultados foram comparados aos observados nas cepas de Candida cultivadas na ausência de L. rhamnosus, utilizando o teste t de Student para análise estatística. RESULTADOS: Observou-se uma redução significativa no crescimento de C. albicans na presença de lactobacilos após 24, 48 ou 72 horas. Também foi observada redução significativa na formação de tubo germinativo após a interação por 48 ou 72 horas. Quanto à formação de biofilme, não foi observada diferença significante entre as cepas de Candidacultivadas na presença ou na ausência de lactobacilos. CONCLUSÃO: Os resultados sugerem que L. rhamnosus é capaz de influenciar significativamente o crescimento e a expressão de fatores de virulência de C. albicans in vitro, podendo interferir na patogenicidade desses micro-organismos.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: To investigate the influence of Lactobacillus rhamnosus in the expression of virulence factors of Candida albicans in vitro. METHODS: A suspension of L. rhamnosus was initially grown in MRS agar. The other day, Sabouraud dextrose agar was added on the growth of lactobacilli and C. albicans was seeded for 24, 48 and 72 hours. Candida strains were then isolated for investigation of the ability of biofilm formation, by means of cultivation into 96 wells plaque, and reading the optical densities and counting colony forming units per mL. Also the ability of germ tube formation was investigated, after incubation in horse serum and counting of 200 cells. The results were compared to Candida strains grown in the absence of L. rhamnosus, using Student's t test for statistical analysis. RESULTS: there was a significant reduction in the growth of C. albicans in the presence of lactobacilli after 24, 48 or 72 hours. Significant reduction was also observed in germ tube formation after interaction for 48 or 72 hours. For biofilm formation, no statistically significant difference was observed between the Candida strains grown in the presence or absence of lactobacilli. CONCLUSION: The results suggest that L. rhamnosus is able to influence significantly the growth and expression of virulence factors of C. albicans in vitro, and may interfere with pathogenicity of these micro-organisms.
  • Prevalência de infecções congênitas e perinatais em gestantes HIV positivas da região metropolitana de Belo Horizonte Artigos Originais

    Maia, Marcelle Marie Martins; Lage, Eura Martins; Moreira, Bárbara Cecília Borges; Deus, Elayne Alayne Braga de; Faria, Joanna Gonçalves; Pinto, Jorge Andrade; Melo, Victor Hugo

    Resumo em Português:

    OBJETIVOS: Avaliar a prevalência de toxoplasmose, rubéola, citomegalovirose, hepatites B e C e sífilis (Torchs) em uma coorte de gestantes, bem como identificar os fatores sociodemográficos, clínicos e laboratoriais. MÉTODOS: Entre 1998 e 2013, foram atendidas 1.573 gestantes com sorologia positiva para o HIV em área metropolitana do Brasil, das quais 704 (44,8%) foram submetidas a algum dos testes sorológicos. Gestantes Torchs positivas (Gtp) foram consideradas aquelas com resultado positivo para uma dessas infecções, e gestantes Torchs negativas (Gtn) aquelas com resultados negativos para todas elas. As variáveis maternas investigadas foram: idade, estado civil, escolaridade, momento e forma de contágio da infeccção pelo HIV, contagem de linfócitos TCD4+, carga viral plasmática do HIV próxima ao parto e uso de terapia antirretroviral durante a gestação. As variáveis neonatais investigadas foram ocorrência de: transmissão vertical, prematuridade, baixo peso ao nascimento, complicações fetais, aborto e óbito fetal. Foram utilizadas razões de chance com intervalo de confiança de 95% para quantificar a associação entre as variáveis maternas e neonatais e a presença de Torchs. RESULTADOS: Entre as 704 gestantes, 70 (9,9%; IC95% 7,8-12,4) tinham alguma sorologia positiva para Torchs. Foram encontradas taxas: 1,5% (10/685) para a toxoplasmose; 1,3% (8/618) para rubéola; 1,3% (8/597) para citomegalovirose; 0,9% (6/653) para hepatite B e 3,7% (20/545) para hepatite C; e 3,8% (25/664) para sífilis. A transmissão vertical do HIV entre as gestantes Gtp foi 4,6% e de 1,2% entre as Gtn. As variáveis associadas à presença de Torchs na análise univariada foram: uso de terapia antirretroviral, transmissão vertical do HIV, baixo peso ao nascimento e complicações fetais. CONCLUSÃO: A prevalência das Torchs mostrou-se elevada para algumas infecções. Conclui-se que é importante manter o rastreamento de Torchs na gravidez, especialmente nas gestantes HIV positivas, para que se possa estabelecer diagnóstico e tratamento, e/ou medidas preventivas para evitar a transmissão materno-fetal.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: To evaluate the prevalence of toxoplasmosis, rubella, cytomegalovirus, hepatitis B&C and syphilis (Torchs) in a cohort pregnant women and to identify the sociodemographic, clinical and laboratory factors. METHODS: A total of 1,573 HIV-infected pregnant women from a Brazilian metropolitan region were studied between 1998 and 2013. The results of serological tests were available for 704 (44.8%) pregnant women. Pregnant women were considered to be Torchs positive (Gtp) when they had positive results for at least one of these infections, and to be Torchs negative (Gtn) when they had negative results for all of them. Maternal covariables were: age, marital status, educational level, time and mode of infection, CD4 lymphocyte count, viral load at delivery, and use of antiretroviral therapy (ARV). Neonatal covariables were: HIV infection, prematurity, low birth weight, neonatal complications, abortion and neonatal death. Odds ratios with 95% confidence interval were used to quantify the association between maternal and neonatal variables and the presence of Torchs. RESULTS: Among 704 pregnant women, 70 (9.9%; 95%CI 7.8-12.4) had positive serological tests for any Torchs factor. The individual prevalence rates were: 1.5% (10/685) for toxoplasmosis; 1.3% (8/618) for rubella; 1.3% (8/597) for cytomegalovirus; 0.9% (6/653) for hepatitis B and 3.7% (20/545) for hepatitis C; and 3.8% (25/664) for syphilis. The HIV Vertical HIV transmission was 4.6% among Gtp pregnant women and 1.2% among Gtn women. Antiretroviral therapy (ARV), vertical transmission, low birth weight and neonatal complications were significantly associated with Torchs positivity in univariate analysis. CONCLUSIONS: The Torchs prevalence found in the study was high for some infections. These findings emphasize the need to promote serological Torchs screening for all pregnant women, especially HIV-infected women, so that an early diagnosis can be made and treatment interventions can be implemented to prevent vertical HIV transmission.
  • Parto pré-termo com e sem rotura prematura de membranas: características maternas, obstétricas e neonatais Artigos Originais

    Brandão, Ana Maria Simões; Domingues, Ana Patrícia Rodrigues; Fonseca, Etelvina Morais Ferreira; Miranda, Teresa Maria Antunes; Belo, Adriana; Moura, José Paulo Achando Silva

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: Avaliação das caraterísticas maternas, obstétricas e neonatais nos partos pré-termo (PPT) associados ou não à rotura prematura de membranas pré-termo. MÉTODOS: Estudo retrospetivo de gestações de feto único, com um parto pré-termo, entre 2003 e 2012. Critérios de inclusão: a ocorrência de parto associado ou não à rotura prematura de membranas pré-termo. Critérios de exclusão: partos motivados por comorbidades fetal e/ou maternas (iatrogênicos); e processos não disponíveis ou incompletos para consulta. Foram comparadas caraterísticas entre os dois grupos de PPT: PPT espontâneo (PPTe)versus rotura prematura de membranas pré-termo (RPM-PT), tendo sido utilizados na análise estatística os testes Kolmogorov-Smirnov, Levene, χ2, t de Student e Mann-Withney. RESULTADOS: Dos 2.393 partos pré-termo de feto único, foram analisados 1.432, dos quais 596 foram espontâneos (PPTe) e 836 foram associados à RPM-PT. Das variáveis analisadas, os fatores socioeconômicos foram sobreponíveis em ambos os grupos. Foram mais frequentes no grupo PPTe (p<0,001) a multiparidade (50,7 versus 40,3%), os antecedentes obstétricos de PPT (20,8 versus 10,2%), o comprimento cervical (18,2 versus 27,2 mm), o baixo índice de massa corpórea (IMC) (23,4 versus 24,3 kg/m2) e a elevação dos marcadores infecciosos como a Proteína C reativa (2,2 versus 1,2 mg/L) e os leucócitos (13,3 versus 12,4x109). O desfecho neonatal, em termos de comorbilidade, foi mais adverso no grupo PPTe, sobretudo à custa de piores resultados neurológicos (4,7 versus 2,8%, p<0,001). CONCLUSÕES: Os mecanismos etiológicos do PPT, com ou sem RPM-PT, são bastante complexos. Das várias caraterísticas analisadas no nosso estudo, apenas o baixo IMC, a multiparidade com PPT anterior, o comprimento cervical foram os piores parâmetros infeciosos que foram predominantes no grupo PPTe. Esse último grupo mostrou ainda piores resultados perinatais sobretudo neurologicamente.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: Evaluation of maternal, obstetrics e neonatal features in both spontaneous preterm births (PTB) with or without preterm premature rupture of membranes (PPROM). METHODS: Retrospective study of single fetus pregnancies with PTB between 2003 and 2012. Inclusion criteria: PTB associated with ou without PPROM. Exclusion criterias: PTB by medical indication due to fetal/maternal disease and all non accessible or incomplete clinical files. Different characteristics were compared between two groups of PTB: spontaneous PTB without PPROM (sPTB) versus PPROM. Kolmogorov-Smirnov, Levene, χ2, t Student and Mann-Withney tests were used for statistical analysis. RESULTS: From 2,393 PTB of single fetus, 1,432 files were analysed, from which 596 were sPTB and 836 PPROM. The socioeconomic conditions were similar in both groups. Multiparity (50.7versus 40.3%), personal history of previous PTB (20.8 versus 10.2%), cervical length (18.2 versus 27.2 mm), lower body index mass (23.4 versus 24.3 kg/m2) and higher infectious parameters (Protein C Reactive: 2.2 versus 1.2 mg/L; Leukocytes: 13.3 versus 12.4x109) were more frequent in PBTs (p<0,001). Neonatal outcomes, specially neurologic outcomes (4.7 versus 2.8%, p<0,001), were worst in PBTs. CONCLUSION: PTB with or without PPROM has a complex etiology. From all evaluated features in our study, only maternal thinness, multiparity with a previous PTB, the cervical length and worst systemic infections parameters were significant in sPTB. This group also showed worst neonatal outcomes, specially on neurological outcomes.
  • Características ultrassonográficas mamárias e índices hemodinâmicos das artérias mamárias internas durante a gravidez normal Artigos Originais

    Holanda, Antônio Arildo Reginaldo de; Gonçalves, Ana Katherine da Silveira; Maranhão, Técia Maria de Oliveira

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: Avaliar as características ultrassonográficas mamárias e os índices hemodinâmicos das artérias mamárias internas em grávidas normais, correlacionando-os com os períodos da gestação. MÉTODOS: Estudo epidemiológico, observacional e transversal, realizado entre agosto de 2013 e fevereiro de 2015, com 93 mulheres distribuídas em três grupos: primeiro trimestre, segundo trimestre e terceiro trimestre. As variáveis dependentes foram as espessuras da pele, do tecido celular subcutâneo, do tecido fibroglandular, do tecido adiposo retromamário, o diâmetro dos ductos, assim como os índices de pulsatilidade e resistência das artérias mamárias internas. As variáveis independentes foram os três períodos da gestação. Para a análise estatística, empregou-se o teste de Levene (variâncias uniformes entre os períodos da gestação), o teste ANOVA com medidas repetidas, o teste de Tukey de comparação múltipla e de contraste. O teste t de Student foi utilizado para avaliar a diferença entre nulíparas e não nulíparas, e o coeficiente de correlação de Pearson para a correlação entre as duas mamas. Foi considerado o nível de significância de 5%. RESULTADOS: A média de idade foi 26,6±4,6 anos, a qual não houve diferença significativa entre os grupos. A localização da mama (direita/esquerda) e o período gestacional não tiveram efeito significativo sobre as espessuras mamárias da pele, tecido celular subcutâneo e tecido adiposo retromamário, porém a espessura do tecido fibroglandular e o diâmetro dos ductos apresentaram diferença significativa em relação ao período gestacional (p<0,001) do primeiro para o terceiro e do segundo para o terceiro trimestres. A dopplerfluxometria das artérias mamárias internas revelou diferença entre as mamas e o período gestacional, ou seja, o lado direito apresentou medidas superiores ao lado esquerdo, e os valores foram decrescentes ao longo da gestação (p<0,001). CONCLUSÃO: A espessura média de tecido fibroglandular e o diâmetro dos ductos mostraram diferenças significativas do primeiro para o segundo e do primeiro para o terceiro trimestre, não sendo observadas diferenças entre as duas mamas. O índice de pulsatilidade e o índice de resistência das artérias mamárias internas foram progressivamente menores durante a gravidez.

    Resumo em Inglês:

    PURPOSE: To evaluate breast ultrasonographic features and hemodynamic indexes of the internal mammary arteries in normal pregnant women, and their correlation with the gestational periods. METHODS: Observational and cross-sectional, epidemiological, study, conducted between August 2013 and February 2015, with 93 women divided into three groups: first trimester, second trimester and third trimester. The dependent variables were thickness of the skin, of subcutaneous tissue, fibroglandular tissue, and retrommamary adipose tissue, the diameter of the ducts, as well as the pulsatility and resistance indexes of the internal mammary arteries. Independent variables were the three periods of gestation. Repeated measures ANOVA with the multiple comparison Tukey test and a test of contrasts were used for statistical analysis. The Levene test was used to test the homogeneity of variances between periods of gestation. Student's t-test was used to evaluate the difference between nulliparous and non -nulliparous women, and Pearson's correlation coefficient was used for correlation analysis between the two breasts. The level of significance was set at 5%. RESULTS: Mean age was 26.6±4.6 years, with no significant difference among groups. Breast location (right/left) and gestational period had no significant effect on the thickness of the skin, of subcutaneous tissue and adipose retromammary tissue. However, the thickness of fibroglandular tissue and the diameter of the ducts showed a significant difference according to gestational period (p<0.001), i.e., from the first to the second and to the third trimesters. Doppler flowmetry of the internal mammary arteries showed a difference between breasts and between gestational periods, i.e., the measurements of the right breast were greater than those of the left, and these values decreased throughout pregnancy (p<0.001). CONCLUSION: The average thickness of fibroglandular tissue and the diameter of the ducts showed significant differences from the first to the second and to the third trimesters, with no differences being observed between the two breasts. The pulsatility and resistance indexes of the internal mammary arteries decreased progressively throughout pregnancy.
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