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Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, Volume: 38, Número: 6, Publicado: 2016
  • Desafios da infecção pelo vírus Zika em gestantes Editorial

    Duarte, Geraldo
  • Relação entre sintomas climatéricos e qualidade de vida no desempenho físico em mulheres de meia-idade Original Article

    Silva, Rívea Trindade da; Câmara, Saionara Maria Aires da; Moreira, Mayle Andrade; Nascimento, Rafaela Andrade do; Vieira, Mariana Carmem Apolinário; Morais, Maria Socorro Medeiros de; Maciel, Álvaro Campos Cavalcanti

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivo Avaliar a relação entre sintomatologia climatérica e qualidade de vida no desempenho físico em mulheres de meia-idade. Métodos Estudo transversal, realizado de abril a novembro de 2013, no município de Parnamirim/RN. A amostra foi composta por 497 mulheres (40 a 65 anos). Menopause Rating Scale (MRS) foi utilizada para a avaliação dos sintomas climatéricos e Utian Quality of Life (UQOL) para a qualidade de vida. Medidas de desempenho físico foram compostas pela força de preensão manual, força de extensores e flexores de joelho (usando um dinamômetro isométrico), velocidade de marcha e tempo de sentarlevantar. A relação da sintomatologia climatérica e qualidade de vida com o desempenho físico foi avaliada pelo teste de correlação de Pearson, sendo considerado um p< 0,05 e intervalo de confiança de 95 %. Resultados Houve correlação significativa negativa da força de preensão quanto ao MRS somático (p= 0,002) e total (p= 0,03). Para força de flexores de joelho e tempo de sentar-levantar, houve correlação significativa para todos os domínios dos sintomas climatéricos (p< 0,05), exceto o psicológico. Entre qualidade de vida e desempenho físico, houve correlação positiva dos flexores de joelho quanto ao UQOL ocupacional (p= 0,001), emocional (p= 0,005) e total (p= 0,01), e negativa para o teste sentarlevantar quanto a todos os domínios (p< 0,05). Conclusão A maior intensidade dos sintomas climatéricos e a pior qualidade de vida apresentaram relação com piores desempenhos. Dessa forma, medidas de prevenção devem ser implementadas a fim de evitar consequências negativas no desempenho físico em idades mais avançadas.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Introduction Some studies have investigated the influence of hormonal deficits and menopausal status in muscle disorders of women. However, it has not been investigated the relationship of both climacteric symptoms and the perception of quality of life with physical performance. Objective To evaluate the correlation of menopausal symptoms and quality of life with physical performance in middle-aged women. Methods This cross-sectional study was performed from April to November 2013 in the municipality of Parnamirim, in the Brazilian state, Rio Grande do Norte. The sample was composed of 497 women aged 40-65 years. The Menopause Rating Scale (MRS) and the Utian Quality of Life (UQOL) questionnaire were used to evaluate menopausal symptoms and quality of life respectively. Measures of physical performance included handgrip strength, knee extensor and flexor strengths (using an isometric dynamometer), gait speed, and chair stand test. The correlation between menopausal symptoms and quality of life with physical performance was assessed by Pearson's correlation coefficient with significance set at p< 0.05 and a confidence interval of 95 %. Results There was a significant negative correlation between handgrip strength and somatic MRS score (p= 0.002) and total MRS score (p= 0.03). There was a significant correlation between knee flexor strength and sit-to-stand time and all menopausal symptom areas (p< 0.05), except psychological symptoms. There was a positive correlation between physical performance of the knee flexors and quality of life items including occupational (p= 0.001), emotional (p= 0.005), and total UQOL (p= 0.01) , but a negative correlation with sit-to-stand time and all quality of life domains (p< 0.05). Conclusion A greater intensity of menopausal symptoms and worse quality of life were related with worse physical performance. Thus, preventive measures should be implemented to avoid adverse effects on physical performance at more advanced ages.
  • Fatores associados ao aborto em mulheres em idade reprodutiva Original Article

    Santos, Ana Paula Vidal dos; Coelho, Edméia de Almeida Cardoso; Gusmão, Maria Enoy Neves; Silva, Diorlene Oliveira da; Marques, Patrícia Figueiredo; Almeida, Mariza Silva

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivo Verificar fatores sociodemográficos associados à ocorrência de aborto em mulheres em idade reprodutiva, em área de cobertura de Estratégia Saúde da Família ( ESF ). Métodos Estudo de corte transversal, por inquérito domiciliar com 350 mulheres de 15 a 49 anos de idade. Relato de aborto constituiu variável indicadora e aspectos sociodemográficos covariáveis. Utilizou-se a razão de prevalência (RP) e respectivos intervalos de confiança a 95% para estimar a magnitude das associações. Resultados Houve associação entre idade, estado civil, raça/cor e religião. Aumento da prevalência na menor escolaridade e ser menor de 20 anos e estudante constituíram fator de proteção. Conclusão A associação entre características sociodemográficas e relato de aborto remete a uma atenção à saúde na ESF sem cumprimento dos fundamentos das políticas para mulheres, e suscita ações que garantam às jovens acesso a informações, contraceptivos e a orientações que diminuam os riscos de gravidez não planejada e de abortos.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Purpose To verify sociodemographic factors associated with the occurrence of abortion in women of reproductive age, in areas covered by the Family Health Strategy (FHS), a program from the Brazilian Ministry of Health. Methods A cross-sectional study using household surveys of 350 women aged 15 to 49. The report of abortion was a variable indicator, and sociodemographic aspects were covariables. Prevalence ratio (PR) and respective 95% confidence intervals were used to estimate the magnitude of the associations. Results There were associations among age, civil status, race/color, and religion; an increase in the prevalence of lower levels of education, age less than 20, and student status were protective factors. Conclusion The association between sociodemographic characteristics and the report of abortion is attributed to the fact that there is a lack at the FHS in the availability of fundamental healthcare services for young women; these findings call for action to guarantee the access to information about contraceptives and guidance to decrease the risk of unplanned pregnancies and abortions.
  • Expressão da proteína EZH2 e resposta tumoral à quimioterapia neoadjuvante no câncer de mama localmente avançado Original Article

    Neusquen, Lucienne Pereira Del Grossi; Filassi, José Roberto; Fristachi, Carlos Elias; Carvalho, Kátia Candido; Dória, Maíra Teixeira; Soares Júnior, José Maria; Piato, José Roberto Morales

    Resumo em Português:

    Resumo Introdução A quimioterapia neoadjuvante é o tratamento padrão para os cânceres de mama localmente avançados. Entretanto, apenas uma porcentagem desses tumores irá responder ao tratamento, devido a características histológicas e moleculares. A proteína EZH2 (enhancer of zest homolog 2) é uma histona metiltransferase associada a tumores mal diferenciados e de comportamento agressivo. Objetivo O presente estudo teve como objetivo avaliar a associação entre a expressão da proteína EZH2 e a resposta à quimioterapia neoadjuvante, além da correlação dessa proteína com hiper-expressão de HER2, receptores de estrogênio e progesterona, e o marcador de proliferação Ki-67. Métodos Um total de 60 pacientes com câncer de mama localmente avançado tratadas com quimioterapia neoadjuvante foram selecionadas para esse estudo. Vinte e três blocos de parafina não continham material suficiente para ressecção e não foram avaliados. Foi realizado microarray baseado em análise imuno-histoquímica da proteína EZH2 para as 36 pacientes restantes. As pacientes foram divididas em dois grupos baseado na resposta à quimioterapia neoadjuvante. Resultados A expressão da proteína EZH2 foi significativamente associada com marcadores de pior prognóstico, como negatividade para receptor de estrogênio (p = 0,001) e progesterona (p = 0,042), além de alto Ki-67 (p = 0,002). Entretanto, a alta expressão da EZH2 não se correlacionou com a resposta à quimioterapia neoadjuvante. Conclusões Nossos dados sugerem que a expressão da proteína EZH2 pode não estar relacionada com a resposta clínica à quimioterapia neoadjuvante. Outros estudos com maior número de pacientes são necessários para confirmar esses achados.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Introduction Neoadjuvant chemotherapy (NAC) is the standard treatment for locally advanced breast cancer. However, some tumors will not respond to this treatment due to histological and molecular features. The protein EZH2 (enhancer of zest homolog 2) is a histone methyltransferase that is correlated with poorly differentiated breast carcinomas and aggressive tumor behavior. Purpose The present study evaluated the association between EZH2 expression and response to NAC, and its correlation with HER2 overexpression, estrogen and progesterone receptors (ER, PR) and Ki-67 proliferation index. Methods A total of 60 patients with locally advanced breast cancer treated with NAC were selected for this study. Twenty-three paraffin blocks had not enough material for tissue resection, and were not evaluated. A tissue microarray based in immunohistochemistry (IHC) analysis of EZH2 was performed for the remaining 37 specimens. Patients were divided into two groups based on response to NAC. Results EZH2 expression was significantly associated with markers of poor prognosis such as ER negativity (p = 0.001), PR negativity (p = 0.042) and high Ki-67 proliferation index (p = 0.002). High EZH2 expression was not correlated with the response to NAC. Conclusions Our data suggested that EZH2 protein expression may not correlate with the clinical response to NAC. Other studies with more patients are needed to confirm this observation.
  • Níveis de betatrofina aumentados em grávidas com ou sem diabetes mellitus gestacional e associados à função das células beta Original Article

    Huang, Yun; Fang, Chen; Ma, Zhimin; Guo, Heming; Wang, Ruihua; Hu, Ji

    Resumo em Português:

    Resumo Introdução Betatrofina tem sido relacionada à expansão de células β em estado de resistência à insulina. A gravidez é um conhecido estado fisiológico de resistência à insulina. Níveis de betatrofina em gestantes e sua relação com variáveis metabólicas ainda precisam ser esclarecidas. Métodos Um total de 49 gestantes e 31 não gestantes de mesma idade com níveis normais de glicose (UP-NGR) foram incluídas. Dentre elas, de acordo com os resultados da curva glicêmica, base em 75 g, 22 mulheres foram diagnosticadas com diabetes mellitus gestational ( DMG ). Resultados Nosso estudo identificou que gestantes, independente de seus níveis de glicose, tiveram notáveis níveis elevados de triglicerídeos (TG), colesterol (TC), insulina em jejum (FINS), HOMA-IR e HOMA-β. Contudo, pacientes com DMG tiveram bem menos HOMA-β se comparadas às gestantes com níveis normais de glicose ( P-NGR ). Participantes do grupo P-NGR tiveram níveis de betatrofina quase quarto vezes maiores ao das participantes do grupo UP-NGR. Embora os níveis de betatrofina sejam menores no grupo DMG do que no P-NGR, a diferença não obteve significância estatística. Análise da correlação de Spearman demonstrou que os níveis de betatrofina foram positiva e significativamente associados ao TC, TG, HDL-c (high-density lipoprotein cholesterol), FINS e HOMA-β. Contudo, ajustes em TC, TG e HDL-c eliminaram a associação entre HOMA-β e betatrofina. Conclusões Gestantes têm níveis de betatrofina significativamente maiores do que não gestantes. Níveis de betatrofina são positive e significativamente associados às células β funcionais e níveis de lipídeos. Além disso, lipídeos podem contribuir na associação entre betatrofina e células β funcionais.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Purpose betatrophin has been reported to boost β cell expansion in insulin resistant states. Pregnancy is a well-recognized physiological state of insulin resistance. Betatrophin levels in pregnant women and their relationships with metabolic variables remain to be elucidated. Methods A total of 49 pregnant women and 31 age-matched unpregnant women with normal glucose regulation (UP-NGR) were included. Among these subjects, according to results from 75 g oral glucose tolerance test (OGTT), 22 women were diagnosed as having gestational diabetes mellitus ( GDM ). Results Our study found that pregnant women, regardless of their glucose regulation status, had remarkably higher triglycerides (TG), total cholesterol (TC), fasting insulin (FINS), homeostasis model assessment of insulin resistance (HOMA-IR) and homeostasis model assessment of β-cell function (HOMA-β). However, GDM patients had much lower HOMA-β compared with those of pregnant women with normal glucose regulation (P-NGR). Participants of the P-NGR group had almost 4 times higher levels of betatrophin than those of the UP-NGR group. Although betatrophin levels were lower in the GDM group than those of the P-NGR group, the difference did not reach statistical significance. Spearman correlation analysis showed that betatrophin levels were positively and significantly associated with total cholesterol, triglycerides, highdensity lipoprotein cholesterol (HDL-c), FINS and HOMA-β. However, adjustments of TC, TG and HDL-c eliminated the association between HOMA-β and betatrophin. Conclusions Pregnant women have significantly higher betatrophin levels in comparison to unpregnant women. Betatrophin levels are positively and significantly associated with β cell function and lipid levels. Furthermore, lipids may contribute to the association between betatrophin and β cell function.
  • Sintomas depressivos na gestação: influência dos aspectos social, comportamental, psicológico e obstétrico Original Article

    Moraes, Eleomar Vilela de; Campos, Rodolfo Nunes; Avelino, Mariza Martins

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivo verificar a prevalência de sintomas depressivos e suas associações com características sociais, psicológicas, comportamentais e obstétricas em mulheres grávidas. Métodos trata-se de estudo transversal. A amostra constou de 375 grávidas atendidas no ambulatório de pré-natal de duas maternidades públicas localizadas na cidade de Goiânia. Para a comprovação dos sintomas depressivos, empregou-se a Hospital Anxiety and Depression Scale (HADS). Foi realizada análise estatística descritiva com auxílio dos programas CDC EPI-INFO(tm), versão 7.1.5, e Statistical Package for Social Sciences (IBM SPSS), versão 21.0. Resultados apresentaram prováveis sintomas depressivos e possíveis sintomas depressivos 15,47% e 25,33% das entrevistadas, respectivamente. A análise bivariada demonstrou associação significante entre "sintomas depressivos" e as seguintes variáveis: "solteira ou separada" (razão de prevalência, RP =2,08; intervalo de confiança, IC95% = 1,26-3,44); "atividade física na gestação" (RP = 3,96; IC95% = 1,28-12,31); submissão a "violência psicológica/emocional" (RP = 4,74; IC95% = 2,94-7,64); "problema mental prévio" (RP = 2,66; IC95% = 1,49-4,73) e "complicações obstétricas na gestação atual" (RP = 2,53; IC95% = 1,55-4,13). A análise multivariada confirmou associação desses sintomas depressivos com as variáveis "sofreu violência psicológica/emocional" (odds ratio, OR = 5,821; IC95% = 2,939- 11,528); "atividade física na gestação" (OR = 3,885; IC95% =1,060-14,231); "complicações obstétricas na gestação atual" (OR = 2,442; IC95% = 1,233-4,834); e "solteira ou separada" (OR = 2,943; IC95% = 1,326-6,533). Conclusões a prevalência de sintomas depressivos entre as grávidas é de 15,47%, e a violência emocional é o principal fator associado à depressão gestacional.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Purpose To assess the prevalence of depressive symptoms and their association with social, psychological, behavioral and obstetric characteristics in pregnant women. Methods This is a cross-sectional study. The sample consisted of 375 pregnant women who attended prenatal clinics in two public maternity hospitals located in the city of Goiania, Brazil. To testify the depressive symptoms, we used the Hospital Anxiety and Depression Scale (HADS). A descriptive statistical analysis was performed using programs such as CDC EPI-INFO(tm), version 7.1.5, and Statistical Package for Social Sciences (IBM SPSS), version 21.0. Results the patients had probable depressive symptoms (15.47%) and possible depressive symptoms (25.33%). The bivariate analysis showed a significant association among "depressive symptoms" and the following variables: "single or divorced" (prevalence ratio, PR = 2.08; 95% confidence interval, CI = 1.26 to 3.44); "physical activity during pregnancy" (PR = 3.96; 95%CI = 1.28 to 12.31); exposure to "psychological/emotional" violence (PR = 4.74; 95%CI = 2.94 to 7.64); "prior mental problem" (PR = 2.66; 95%CI =1.49 to 4.73) and "obstetric complications during pregnancy" (PR = 2.53; 95%CI = 1.55 to 4.13). The multivariate analysis confirmed the association of these depressive symptoms with the variables "suffered psychological/emotional violence" (odds ratio, OR = 5.821; 95%CI = 2.939 to 11.528); "physical activity during pregnancy" (OR = 3.885; 95%CI = 1.060 to 14.231); "obstetric complications during pregnancy" (OR = 2.442; 95%CI = 1.233 to 4.834) and "single or divorced" (OR = 2.943; 95%CI = 1.326 to 6.533). Conclusions the prevalence of depressive symptoms among pregnant women is of 15.47%, and emotional violence is the main factor associated with gestational depression.
  • Episiotomia seletiva nos dias atuais: indicações, técnica e associação com lacerações perineais graves Review Article

    Corrêa Junior, Mário Dias; Passini Júnior, Renato

    Resumo em Português:

    Resumo Introdução A episiotomia é um procedimento controverso, devido, em parte, à discussão sobre sua realização ter ultrapassado o campo do debate cientifico, sendo adotada como indicador associado com a "humanização do parto." A literatura mostra que a episiotomia não deve ser realizada rotineiramente, mas de forma seletiva. Questões relativas à sua indicação, técnica de realização e associação com lacerações perineais graves são objeto de amplo debate e pesquisa. Objetivos Revisar a literatura para avaliar se a realização da episiotomia seletiva protege contra lacerações perineais graves, quais são suas indicações, e qual a melhor técnica para realizar este procedimento. Método Foi realizada busca no PubMed com os termos episiotomy ou perineal lacerations utilizando o filtro clinical trial. Foram selecionados os artigos que tratavam do risco de lacerações perineais graves com e sem episiotomia, ou de técnicas de proteção perineal ou de episiotomia. Resultados Foram identificados 141 artigos, dos quais 24 foram incluídos na revisão. Dos 13 estudos que avaliaram o risco de lacerações graves com e sem episiotomia, 5 demonstraram o papel protetor da episiotomia seletiva, e 4 não mostraram diferenças significativas entre os grupos. Três pequenos estudos confirmaram o achado de que a episiotomia deve ser realizada seletiva e não rotineiramente, e um estudo mostrou que a episiotomia mediana aumenta o risco de lacerações graves. Quanto às indicações, as mais citadas foram a primiparidade, peso fetal maior do que 4kg, período expulsivo prolongado, parto operatório e distocia de ombro. Quanto à técnica, episiotomias realizadas com ângulos mais abertos (> 40°) e mais precocemente no período expulsivo (antes do "coroamento") parecem ser mais protetoras. Conclusões Episiotomias seletivas reduzem o risco de lacerações graves comparativamente à não realização de episiotomia ou à realização de episiotomia rotineira. Para esse resultado, é fundamental a utilização de técnica operatória correta, principalmente em relação ao ângulo de inclinação e distância da fúrcula vaginal, além do momento de sua realização. Deixar de realizar a episiotomia, com a técnica correta e quando bem indicada, pode aumentar o risco de lacerações perineais graves.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Introduction Episiotomy is a controversial procedure, especially because the discussion that surrounds it has gone beyond the field of scientific debate, being adopted as an indicator of the "humanization of childbirth". The scientific literature indicates that episiotomy should not be performed routinely, but selectively. Objectives To review the literature in order to assess whether the implementation of selective episiotomy protects against severe perineal lacerations, the indications for the procedure, and the best technique to perform it. Methods A literature search was performed in PubMed using the terms episiotomy or perineal lacerations, and the filter clinical trial. The articles concerning the risk of severe perineal lacerations with or without episiotomy, perineal protection, or episiotomy techniques were selected. Results A total of 141 articles were identified, and 24 of them were included in the review. Out of the 13 studies that evaluated the risk of severe lacerations with and without episiotomy, 5 demonstrated a protective role of selective episiotomy, and 4 showed no significant differences between the groups. Three small studies confirmed the finding that episiotomy should be performed selectively and not routinely, and one study showed that midline episiotomy increased the risk of severe lacerations. The most cited indications were primiparity, fetal weight greater than 4 kg, prolonged second stage, operative delivery, and shoulder dystocia. As for the surgical technique, episiotomies performed with wider angles (> 40°) and earlier in the second stage (before "crowning ") appeared to be more protective. Conclusions Selective episiotomy decreases the risk of severe lacerations when compared with the non-performance or the performance of routine episiotomy. The use of a proper surgical technique is fundamental to obtain better results, especially in relation to the angle of incision, the distance from the vaginal introitus, and the correct timing for performing the procedure. Not performing the episiotomy when indicated or not applying the correct technique may increase the risk of severe perineal lacerations.
  • Tratamento da miocardiopatia periparto com agonista dopaminérgico e subsequente gestação com resultado satisfatório Case Report

    Melo, Maria Adélia Medeiros e; Carvalho, Jordão Sousa; Feitosa, Francisco Edson de Lucena; Araujo Júnior, Edward; Peixoto, Alberto Borges; Carvalho, Francisco Herlânio Costa; Carvalho, Regina Coeli Marques

    Resumo em Português:

    Resumo Os mecanismos fisiopatológicos da miocardiopatia periparto ainda não são totalmente definidos, apesar de haver forte associação com vários fatores já conhecidos, incluindo a pré-eclâmpsia. O tratamento segue as mesmas recomendações para a insuficiência cardíaca com disfunção sistólica. Estudos clínicos e experimentais recentes sugerem que os produtos de degradação da prolactina podem induzir a miocardiopatia. A supressão farmacológica da produção de prolactina por agonista do receptor D2 da dopamina, bromocriptina ou cabergolina, vem demonstrando resultados satisfatórios na resposta terapêutica do tratamento. Apresentamos o relato de uma primigesta, adolescente, com miocardiopatia periparto que evoluiu para a normalização da função ventricular esquerda após a administração da cabergolina, utilizada como adjuvante na terapêutica da disfunção cardíaca. Subsequentemente, apesar do intervalo entre as gestações ser considerado curto, apresentou evolução satisfatória em uma nova gestação sem qualquer alteração cardíaca durante todo o período gestacional ou puerpério. Os agonistas dopaminérgicos, drogas de uso oral e de preço acessível para a maioria dos centros terciários, em particular em países subdesenvolvidos, não podem ser esquecidos frente a casos de miocardiopatia periparto.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Pathophysiological mechanisms of peripartum cardiomyopathy are not yet completely defined, although there is a strong association with various factors that are already known, including pre-eclampsia. Peripartum cardiomyopathy treatment follows the same recommendations as heart failure with systolic dysfunction. Clinical and experimental studies suggest that products of prolactin degradation can induce this cardiomyopathy. The pharmacological suppression of prolactin production by D2 dopamine receptor agonists bromocriptine and cabergoline has demonstrated satisfactory results in the therapeutic response to the treatment. Here we present a case of an adolescent patient in her first gestation with peripartum cardiomyopathy that evolved to the normalized left ventricular function after cabergoline administration, which was used as an adjuvant in cardiac dysfunction treatment. Subsequently, despite a short interval between pregnancies, the patient exhibited satisfactory progress throughout the entire gestation or puerperium in a new pregnancy without any cardiac alterations. Dopamine agonists that are orally used and are affordable in most tertiary centers, particularly in developing countries, should be considered when treating peripartum cardiomyopathy cases.
  • Infecção pelo vírus Zika em mulheres: tópico para discussão Letter To Editor

    Sriwijitalai, Won; Wiwanitkit, Viroj
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