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Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, Volume: 40, Número: 3, Publicado: 2018
  • Estratégia zero morte materna por hemorragia no Brasil: uma iniciativa multidisciplinar de combate à morbimortalidade maternal Editorial

    Osanan, Gabriel Costa; Padilla, Haydeé; Reis, Mônica Iassanã; Tavares, Adriano Bueno
  • A importância das causas indiretas da morbidade e mortalidade maternas no processo de transição obstétrica: um estudo multicêntrico transversal Original Article

    Cirelli, Jessica Fernandes; Surita, Fernanda Garanhani; Costa, Maria Laura; Parpinelli, Mary Angela; Haddad, Samira Maerrawi; Cecatti, José Guilherme

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivo O objetivo deste estudo é avaliar a importância das causas indiretas da morbidade/mortalidade materna no Brasil. Métodos Análise secundária de um estudo transversal multicêntrico realizado em 27 unidades obstétricas de referência da Rede Brasileira de Vigilância da Morbidade Materna Grave. Resultados Um total de 82.388 mulheres foram avaliadas, sendo que 9.555 foram incluídas com morbidade materna grave, 942 (9,9%) delas com causas indiretas de morbidade/mortalidade. Houve risco aumentado de maior gravidade entre o grupo das causas indiretas, que apresentou risco de morte materna 7,56 vezes maior (razão de prevalência [RP]: 7.56; intervalo de confiança de 95% [IC95%]: 4.99-11.45). As principais causas indiretas de óbitos maternos foram a gripe H1N1, sepses, câncer e doença cardiovascular. Atenção pré-natal não pública (RP: 2,52; IC95%: 1,70-3,74), diabetes (RP: 1,90; IC95%: 1,24-2,90), neoplasia (RP: 1,98; IC95%: 1,25-3,14), doenças Renais (RP: 1,99; IC95%: 1,14-3,49), anemia falciforme (RP: 2,50; IC95%: 1,16-5,41) e toxicodependência (PR 1,98; IC95%: 1,03-3,80) foram associados independentemente com piores resultados no grupo de causas indiretas. Alguns procedimentos para o manejo da gravidade foram mais comuns para o grupo de causas indiretas. Conclusão As causas indiretas de morbidade mortalidade materna ocorreram em menos de 10% dos casos, mas foram responsáveis por mais de 40% das mortes maternas no presente estudo. As causas indiretas da morbidade mortalidade materna também se relacionaram com maior gravidade, e estiveram associadas a piores resultados maternos e perinatais. Nos países de renda média, há uma combinação de causas indiretas de morbidade/mortalidade materna que apontam para alguns avanços na escala de transição obstétrica, mas também mostram a fragilidade dos sistemas de saúde.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objective The aim of this study is to evaluate the burden of indirect causes of maternal morbidity/mortality in Brazil. Methods Secondary analysis of a multicenter cross-sectional study conducted in 27 referral obstetric units within the Brazilian Network for Surveillance of Severe Maternal Morbidity. Results A total of 82,388 women were surveilled: 9,555 women with severe maternal morbidity were included, and 942 (9.9%) of them had indirect causes of morbidity/ mortality. There was an increased risk of higher severity among the indirect causes group, which presented 7.56 times increased risk of maternal death (prevalence ratio [PR]: 7.56; 95% confidence interval [95%CI]: 4.99-11.45). The main indirect causes of maternal death were H1N1 influenza, sepsis, cancer and cardiovascular disease. Non-public antenatal care (PR: 2.52; 95%CI: 1.70-3.74), diabetes (PR: 1.90; 95%CI: 1.24-2.90), neoplasia (PR: 1.98; 95%CI: 1.25-3.14), kidney diseases (PR: 1.99; 95%CI: 1.14-3.49), sickle cell anemia (PR: 2.50; 95%CI: 1.16-5.41) and drug addiction (PR: 1.98; 95%CI: 1.03-3.80) were independentlyassociatedwithworseresultsintheindirectcausesgroup.Someprocedures for the management of severity were more common for the indirect causes group. Conclusion Indirect causes were present in less than 10% of the overall cases, but they represented over 40% of maternal deaths in the current study. Indirect causes of maternal morbidity/mortality were also responsible for an increased risk of higher severity, and they were associated with worse maternal and perinatal outcomes. In middle-income countries there is a mix of indirect causes of maternal morbidity/ mortality that points to some advances in the scale of obstetric transition, but also reveals the fragility of health systems.
  • Função sexual feminina em mulheres com suspeita de endometriose infiltrativa profunda Original Article

    Lima, Ryane Vieira; Pereira, Ana Maria Gomes; Beraldo, Fernando Bray; Gazzo, Cláudia; Martins, João Alfredo; Lopes, Reginaldo Guedes Coelho

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivo Avaliar a qualidade da função sexual em pacientes com suspeita de endometriose profunda infiltrativa. Métodos Foi realizado um estudo observacional transversal prospectivo entre maio de 2015 e agosto de 2016, no qual foram analisados os dados clínicos e epidemiológicos de 67 pacientes com endometriose profunda presuntiva ou diagnosticada, níveis de dor através de escala visual analógica (EVA) e Índice de Função Sexual Feminina (questionário IFSF) antes do início do tratamento. A análise estatística foi realizada utilizando o programa estatístico STATA, na versão 12.0 (StataCorp LLC, College Station, TX, USA), para comparar as variáveis por meio de regressão múltipla. Resultados A idade média foi de 39,2 anos; houve predominância de mulheres sintomáticas (92,5%) e da localização de lesões de endometriose profunda em retossigmoide (50%) seguida pela topografia retrocervical (48,3%). A pontuação total no IFSF mostrou uma mediana de 23,4, e em 67,2% das mulheres a pontuação foi 26,55 (cut-off que indica disfunção sexual). Dispareunia (p = 0.000, intervalo de confiança [IC]: 0.64-0.83) e lesão endometriótica em retossigmoide (p = 0.008, IC: 0.72-0.95) exibiram uma relação estatisticamente significante com valores baixos de pontuação no IFSF, ajustados por lesão em bexiga, idade da paciente e tamanho da lesão. A dispareunia de profundidade também mostrou correlação significante com o domínio dor do IFSFajustado por dor cíclica intestinal, lesão vaginal e uso de análogo de hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH). Os resultados refletem a influência da dispareunia de profundidade na disfunção sexual da população do estudo. Conclusão A maioria das pacientes apresentava disfunção sexual e o sintoma mais relacionado a esta disfunção foi dispareunia de profundidade.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objective To evaluate the quality of the sexual function of women with suspected deep infiltrating endometriosis. Methods A cross-sectional, observational and prospective study was conducted between May 2015 and August 2016, in which 67 patients with deep infiltrating endometriosis, suspected or diagnosed, were assessed for epidemiological and clinical characteristics, such as pain level through a visual analog scale (VAS), features of deep infiltrating endometriosis lesions and score on the Female Sexual Function Index (FSFI) before the onset of treatment. The statistical analysis was performed using the software STATA version 12.0 (StataCorp LLC, College Station, TX, USA) to compare the variables through multiple regression analysis. Results The average age of the patients was 39.2 years old; most patients were symptomatic (92.5%); and the predominant location of the deep infiltrating lesions was on the rectosigmoid colon (50%), closely followed by the retrocervical region (48.3%). The medianoverallscoreontheFSFIwas23.4;in67.2%of thecasesthescorewas26.5(cutoff point for sexualdysfunction). Deepdyspareunia(p = 0.000,confidenceinterval [CI]:0.64- 0.83) and rectosigmoid endometriosis lesions (p = 0.008, CI: 0.72-0.95) showed significant correlation with lower FSFI scores, adjusted by bladder lesion, patients’ ageand size of lesions. Deep dyspareunia (p = 0.003, CI: 0.49-0.86) also exhibited significant correlation with FSFI pain domain, adjusted by cyclic bowel pain, vaginal lesion and use of gonadotropin-releasing hormone (GnRH) analog. These results reflect the influence of deep dyspareunia on the sexual dysfunction of the analyzed population. Conclusion Most patients exhibited sexual dysfunction, and deep dyspareunia was the pelvic painful symptom that showed correlation with sexual dysfunction.
  • Conduta em casos de células escamosas atípicas: um estudo prospectivo de mulheres atendidas pelo serviço de saúde privado no nordeste do Brasil Original Article

    Oliveira, Geilson Gomes de; Oliveira, Judite Maria da Silva Costa de; Eleutério, Renata Mirian Nunes; Eleutério Júnior, José

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivo Avaliar a conduta adotada por ginecologistas após resultados citológicos apresentando células escamosas atípicas (ASCs) e os desfechos destes casos em mulheres brasileiras. Métodos Um estudo observacional prospectivo avaliou o manejo clínico inicial do ginecologista nos casos de 2.458 resultados citológicos apresentando ASCs coletados entre janeiro de 2010 e julho de 2016. Os respectivos desfechos citológicos, histológicos e de detecção do papilomavírus humano (HPV) foram comparados entre os subgrupos células escamosas atípicas de significado indeterminado (ASC-US) e células escamosas atípicas não podendo excluir lesão intraepitelial de alto grau (ASC-H). Resultados Nenhuma conduta foi adotada em 36,97% de citologias do tipo ASC-US e 40,5% do tipo ASC-H. A conduta mais escolhida foi a repetição da citologia, inclusive para acompanhamento de ASC-H, o que contraria as diretrizes nacionais. O tempo de realização de uma nova citologia para resultado do tipo ASC-US em mulheres com mais de 30 anos de idade foi de 13,03 meses, também em desacordo com as diretrizes (p< 0,0001). Resultados negativos para lesão intraepitelial ou neoplasia maligna (NILM), tanto citológicos (p = 0,0026) como histológicos (p = 0,0017), foram associados a ASC-US, enquanto que resultados negativos para lesões intraepiteliais escamosas de alto grau (HSILs), citológicos (p< 0,0001) e histológicos, foram associados a ASC-H (p< 0,0001). Dois carcinomas cervicais invasivos foram encontrados durante o acompanhamento para ASC-H e uma associação estatisticamente significante foi estabelecida (p = 0,0341). Um teste de HR-HPV positivo foi associado a ASC-H (p = 0,0075). Conclusão Os dados sugerem que mesmo para uma população de mulheres brasileiras atendidas em clínicas privadas, as recomendações das diretrizes clínicas nacionais para resultados citológicos apresentando ASCs não são seguidas.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objective To assess the management chosen by gynecologists after atypical squamous cells (ASCs) cytology results, and to evaluate the outcomes of these cases in Brazilian women. Methods A prospective observational study evaluated the initial management offered by the gynecologist in the case of 2,458 ASCs cytology results collected between January of 2010 and July of 2016. The outcomes of the cytology, high-risk human papilloma virus (HR-HPV) test and histology were compared in two subgroups: atypical squamous cells of undetermined significance (ASC-US) and atypical squamous cells-cannot exclude high-grade squamous intraepithelial lesion (ASC-H). Results In many cases of ASC-US (36.97%) and ASC-H (40.50%), no clinical actions were taken. Cytology was the most frequent follow-up chosen, including for cases of ASC-H, which goes against the conduct recommended in the national guideline. In women over 30 years of age, the period of time elapsed between an ASC-US result and a new cytology was in 13.03 months, in disagreement with the national guideline recommendations (p< 0.0001). Negative for intraepithelial lesions or malignancy (NILM) cytologic (p = 0.0026) and histologic (p = 0.0017) results in the follow-up were associated with prior ASC-US, while negative results for ASC-H were cytologically (p< 0.0001) and histologically associated with high-grade squamous intraepithelial lesion (HSIL) (p< 0.0001). Two invasive cervical carcinomas (ICCs) were found in the follow-up for ASC-H, and there was a statistically significant association (p = 0.0341). A positive HR-HPV test was associated with ASC-H (p = 0.0075). Conclusion The data suggest that even for a population of Brazilian women assisted at private clinics, the national guidelines recommendations for ASCs results are not followed.
  • Diagnóstico de câncer de mama em estado avançado no Brasil: análise de dados dos registros hospitalares de câncer (2000-2012) Original Article

    Renna Junior, Nelson Luiz; Silva, Gulnar de Azevedo e

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivo Analisar a tendência temporal e os fatores relacionados ao diagnóstico do câncer de mama em estágio avançado no Brasil entre 2000 e 2012. Métodos Foi feito estudo de tendência temporal e de coorte retrospectiva e com dados do registro hospitalar de câncer. A análise de tendência temporal foi feita usando o modelo de regressão joinpoint. A chance de apresentação em estágio avançado foi estimada pelo modelo de regressão logística multinomial. Resultados Um total de 170.757 casos foram analisados. O tempo médio entre o diagnóstico e o início do tratamento foi de 43 dias (variação: 0-182 dias). O percentual de casos com estadiamento avançado ao diagnóstico diminuiu de 2000 a 2002, com uma variação percentual anual (VPA) de -6,6% (intervalo de confiança de 95% [IC95%] -7,6-5,5%); esse percentual aumentou entre 2002 e 2009, com um VPA de 1,1% (IC95%: 0,9- 1,3%), e se manteve estável de 2009 a 2012. Mulheres com ensino superior (comparadas a analfabetas) apresentaram chance menor de terem doença avançada ao diagnóstico (razão de chances [OP]: 0,32; IC95%: 0,29-0,35). As chances foram maiores entre mulheres pardas (OR: 1,30; IC95%: 1,21-1,41) e negras (OR: 1,63; IC95%: 1,47-1,82) em comparação com as brancas. Mulheres tratadas nas regiões Norte (OR: 1,23; IC95%: 1,04-1,45) e Centro-oeste (OR: 1,61; IC95%: 1,34-1,94) apresentaram maior chance de terem doença avançada ao diagnóstico quando comparadas com as tratadas na região Sul. Outros fatores positivamente associados ao estadiamento no momento do diagnóstico foram: idade, tipo histológico e estado civil. Conclusão O acesso ao diagnóstico de câncer de mama é desigual no Brasil, e mulheres com nível socioeconômico mais baixo têm uma probabilidade maior de ter uma doença avançada ao diagnóstico.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objective To analyze the time trend and the factors regarding the diagnosis of latestage breast cancer in Brazil from 2000 to 2012. Methods We conducted a retrospective cohort study using data from hospital-based cancer registries. Joinpoint regression was used to analyze the time trends of stage at diagnosis. The risk of late-stage presentation was estimated using multinomial logistic regression. Results A total of 170,757 cases were analyzed. The median time from diagnosis to treatment was of 43 days (range: 0-182 days). The percentage of cases with late-stage diagnosis decreased from2000 to 2002, with an annual percent change (APC) of -6.6%(95%confidence interval [95%CI]: -7.6--5.5%); it increased from 2002 until 2009, with an APC of 1.1% (95% CI: 0.9-1.3%), and remained stable up to 2012.Women with college education (compared with illiterate women) had less chance of having a late-stage diagnosis (odds ratio [OR]: 0.32; 95%CI: 0.29-0.35). The odds were greater among brown women (OR: 1.30; 95%CI: 1.21-1.41) and black women (OR: 1.63; 95%CI: 1.47-1.82), compared with white women. The odds were also higher for women treated in facilities located and in the Northern region of Brazil (OR: 1.23; 95%CI: 1.04-1.45) and in the Midwest (OR: 1.61;95%CI: 1.34-1.94), compared with those treated in the southern region of the country. Age, histological type, and marital status were some of the other factors that were positively related to staging at the diagnosis. Conclusion Access to diagnosis of breast cancer is uneven in Brazil, and women with lower socioeconomic status present a greater probability of having an advanced stage at diagnosis.
  • Aprimoramento das habilidades de residentes em perinatologia para comunicar más notícias: um estudo de intervenção randomizado Original Article

    Setubal, Maria Silvia Vellutini; Antonio, Maria Ângela Reis Goes Monteiro; Amaral, Eliana Martorano; Boulet, John

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivo É uma tarefa particularmente difícil transmitir más notícias em perinatologia. Habilidades de comunicação podem ser aprendidas, ensinadas e praticadas. O presente estudo avalia se uma sessão de treinamento estruturado para comunicar más notícias ampliaria as habilidades dos residentes de perinatologia. Métodos Estudo de intervenção controlado e aleatorizado com residentes do 1° ao 4° ano do curso de perinatologia de uma faculdade de ciências médicas no ano letivo de 2014/15. Um total de 61 dos 100 residentes elegíveis (61%) voluntariaram-se para um programa de treinamento envolvendo comunicar uma perda perinatal para uma paciente simulada no papel da mãe, seguido do feedback imediato da atriz, ambos filmados. Posteriormente, os residentes foram aleatoriamente designados para um grupo de treinamento em más notícias baseado na estratégia SPIKES e revisão dos vídeos (intervenção) ou para um grupo-controle, sem treinamento. Todos os residentes retornaram numa segunda simulação análoga à primeira, com a mesma paciente simulada cega à intervenção. Avaliou-se as habilidades dos residentes segundo um checklist preenchido pela atriz. A análise estatística incluiu análise de covariância para medidas repetidas (ANCOVA-MR). Os residentes avaliaram a atividade de simulação com feedback. Resultados O programa foi completado por 58 residentes. As simulações duraram em média 12 minutos, o feedback 5 minutos, e o treinamento SPIKES entre 1h e 2,5h. Não houve diferença significativa nas atuações dos residentes segundo a paciente simulada (p = 0.55). Os residentes avaliaram a simulação com feedback positivamente. Essas atividades podem ter reduzido o impacto do treinamento SPIKES. Conclusão O treinamento SPIKES não teve impacto significativo na atuação dos residentes. Os residentes consideraram as simulações com feedback úteis. Mais pesquisas são necessárias para determinar qual modalidade é mais eficaz.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objective Breaking bad news (BBN) is particularly difficult in perinatology. Previous research has shown that BBN skills can be learned and improved when taught and practiced. This project evaluated whether a structured training session would enhance perinatology residents’ skills in BBN. Methods This was a randomized controlled intervention study with year 1 to 4 Perinatology residents from a medical school in Brazil, during the 2014/15 school year. A total of 61 out of 100 (61%) eligible residents volunteered to a structured training program involving communicating a perinatal loss to a simulated patient (SP) portraying the mother followed by the SP’s immediatefeedback,bothvideo recorded. Later, residents were randomly assigned to BBN training based on a setting, perception, invitation, knowledge, emotion and summary (SPIKES) strategy with video reviews (intervention) or no training (control group). All residents returned for a second simulation with the same SP blinded to the intervention and portraying a similar case. Residents’ performances were then evaluated by the SP with a checklist. The statistical analysis included a repeated measures analysis of covariance (RM-ANCOVA). Complementarily, the residents provided their perceptions about the simulation with feedback activities. Results Fifty-eight residents completed the program. The simulations lasted on average 12 minutes, feedback 5 minutes and SPIKES training between 1h and 2h30m. There was no significant difference in the residents’ performances according to the SPs’ evaluations (p = 0.55). The participants rated the simulation with feedback exercises highly. These educational activities might have offset SPIKES training impact. Conclusion The SPIKES training did not significantly impact the residents’ performance. The residents endorsed the simulation with feedback as a useful training modality. Further research is needed to determine which modality is more effective.
  • Endometriose com ascite e peritonite encapsulante: uma revisão sistemática com descrição de um caso clínico Review Article

    Magalhães, Thais Fontes de; Augusto, Kathiane Lustosa; Mota, Livia Ponte; Costa, Arthur Ribeiro da; Puster, Rainardo Antonio; Bezerra, Leonardo Robson Pinheiro Sobreira

    Resumo em Português:

    Resumo A endometriose pode ter várias apresentações, incluindo ascite e peritonite, que são apresentações incomuns. O aumento da conscientização sobre essa doença podemelhorar a precisão diagnóstica e os resultados das pacientes. Nosso objetivo é fornecer uma revisão sistemática e relatar um caso de endometriose com esta apresentação clínica incomum. O banco de dados PubMed/MEDLINE foi revisado sistematicamente até outubro de 2016. Foram incluídas mulheres comendometriosedemonstrada histologicamente, compresença de ascite clinicamente significativa e/ou abdômen congelado e/ou peritonite encapsulante; foram excluídas aquelas com comorbidades que pudessem provocar confusão. A pesquisa selecionou 37 artigos que descrevem42mulheres, todas emidade reprodutiva. A ascite foi principalmente hemorrágica, recorrente, e não indicada pelos níveis de antígeno associado ao câncer 125 (AC-125). Por sua vez, a dismenorreia, a dispareunia e a infertilidade não foram relatadas de forma consistente. As escolhas e os resultados do tratamento foram diferentes entre os estudos, e são descritos em detalhes. A endometriose deveria ser um diagnóstico diferencial de ascite hemorrágica maciça em mulheres em idade reprodutiva.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Endometriosis can have several different presentations, including overt ascites and peritonitis; increased awareness can improve diagnostic accuracy and patient outcomes. We aimto provide a systematic review and report a case of endometriosis with this unusual clinical presentation. The PubMed/MEDLINE database was systematically reviewed until October 2016. Women with histologically-proven endometriosis presenting with clinically significant ascites and/or frozen abdomen and/or encapsulating peritonitis were included; thosewith potentially confounding conditionswere excluded.Our search yielded 37 articles describing 42 women, all of reproductive age. Ascites was mostly hemorrhagic, recurrent and not predicted by cancer antigen 125 (CA-125) levels. In turn, dysmenorrhea, dyspareunia and infertility were not consistently reported. The treatment choices and outcomes were different across the studies, and are described in detail. Endometriosis should be a differential diagnosis of massive hemorrhagic ascites in women of reproductive age.
  • Tromboembolismo venoso e via de parto - revisão da literatura Review Article

    Evangelista, Matheus Schimidt; Slompo, Karina; Timi, Jorge Rufino Ribas

    Resumo em Português:

    Resumo Os eventos de tromboembolismo venoso são causas importantes de morte materna durante a gravidez e o período do pós-parto em todo o mundo. Foi realizada uma revisão da literatura com o objetivo de avaliar os eventos de tromboembolismo venoso no puerpério de acordo com a via de parto utilizada, por meio de uma pesquisa bibliográfica nas bases de dados Medline, LILACS e Scielo. Observou-se que as pacientes submetidas a cesariana apresentam um risco significativamente maior de desenvolver tromboembolismo venoso do que aquelas que se submetem a parto vaginal espontâneo. As bases fisiopatológicas desta diferença foram exploradas e descritas nesta revisão, bem como as indicações de profilaxia e tratamento. O alerta contínuo dos médicos e profissionais de saúde é necessário, uma vez que se trata de uma condição comum associada a alta morbidade e mortalidade.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Venous thromboembolism events are important causes of maternal death during pregnancyandthepostpartumperiodworldwide.Are view of the literature with the objective of evaluating venous thromboembolism events in the puerperium according to the route of delivery was performed through a bibliographic survey in the Medline, LILACS and Scielo databases. We observed that patients submitted to cesarean sections present a significantlyhigher riskofdeveloping venousthromboembolismwhencomparedwiththose who undergo spontaneous vaginal delivery. The pathophysiological bases for this difference were explored and described in this review, as well as the indications of prophylaxis and treatment. Doctors and health professionals must be continuously vigilant regarding this condition, since it is associated with high morbidity and mortality.
  • Melanoma genital pós-parto - relato de caso Case Report

    Nai, Gisele Alborghetti; Bazan, Andressa; Rocha, Caroline Andrade; Nagy, Juliana Souza; Campos, Isadora Tanaka

    Resumo em Português:

    Resumo Melanomas do trato ginecológico podem ocorrer na vulva, vagina, ovário ou cérvix. A gravidez é considerada um fator agravante na evolução e prognóstico do melanoma. Uma mulher de 35 anos de idade apresentou sangramento vaginal 2 meses após o parto por cesariana a termo. Uma ultrassonografia endovaginal mostrou lesão no colo uterino. O exame anatomopatológico mostrou uma pequena neoplasia de células redondas, e a imuno-histoquímica confirmou o diagnóstico de melanoma maligno. A tomografia por emissão de pósitrons mostrou lesão hipermetabólica expansiva centrada no colo do útero,e lesões hipermetabólicas no fígado e no rim direito. O tratamento não cirúrgico foi feito com bioquimioterapia seguida de ipilimumab e nivolumab. A paciente morreu um ano depois. Sangramentos vaginais pós-parto,mesmo que tardios,devem ser investigados,pois podem ser um melanoma maligno associado à gravidez, o qual tem um mau prognóstico.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Melanomas of the female genital tract may occur in the vulva, the vagina, the ovary or the cervix.Pregnancy has been considered an aggravating factor in the evolution and prognosis of melanoma. A 35-year-old female presented with vaginal bleeding 2 months after a term cesarean delivery. An endovaginal ultrasound revealed a lesion in the uterine cervix. The pathological report revealed a small round-cell neoplasm, and the immunohistochemistry confirmed the diagnosis of malignant melanoma. A positron emission tomography revealed an expansive hypermetabolic lesion centered on the cervix, and hypermetabolic lesions in the liver and right kidney. Non-surgical treatment was provided, with biochemotherapy followed by ipilimumab and nivolumab. The patient died one year later. Postpartum vaginal bleeding, even if late-onset, should be investigated, as it may be a pregnancy-associated malignant melanoma, which has a poor prognosis.
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