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Revista Brasileira de Terapia Intensiva, Volume: 21, Número: 3, Publicado: 2009
  • Pacientes com infecção por vírus A (H1N1) admitidos em unidades de terapia intensiva do Estado do Paraná, Brasil Artigos Originais

    Duarte, Péricles Almeida Delfino; Venazzi, Alisson; Youssef, Nazah Cherif Mohamad; Oliveira, Mirella Cristine de; Tannous, Luana Alves; Duarte, César Barros; Grion, Cíntia Magalhães Carvalho; Germano, Almir; Schiavetto, Paulo Marcelo; Lins, Alexandre Luiz de Gonzaga Pinho; Campos, Marcos Menezes Freitas; Miúra, Cecília Keiko; Bredt, Carla Sakuma de Oliveira; Toso, Luiz Carlos; Réa-Neto, Álvaro

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: Analisar a evolução, características clínico-epidemiológicas e fatores de gravidade em pacientes adultos admitidos com diagnóstico de infecção por vírus A(H1N1) em unidades de terapia intensiva públicas e privadas no Estado do Paraná, sul do Brasil. MÉTODOS: Estudo coorte de análise de prontuários de pacientes com idade superior a 12 anos admitidos em 11 unidades de terapia intensiva de 6 cidades no Estado do Paraná (Brasil), durante um período de 45 dias, com diagnóstico de gripe suína. O diagnóstico de infecção por vírus A(H1N1) foi feito através de real time -polimerase chain reaction (RT-PCR) da secreção nasofaríngea, ou de forte suspeita clínica quando descartadas outras causas (mesmo com RT-PCR negativo). Foi feita estatística descritiva e análise com teste chi quadrado, para comparação entre porcentagens e teste t de student para variáveis continuas, com análise univariada, admitindo-se como significante um p<0,05. RESULTADOS: Foram admitidos 63 pacientes adultos com diagnóstico de H1N1, sendo 37 (58,7%) RT-PCR positivos. A maioria dos pacientes era de adultos jovens (65% com idade inferior a 40 anos), sem predominância de sexo e alta incidência de obesidade (27,0% com índice de massa corpórea>30). A média do escore Acute Physiologic Chronic Heatlh Evaluation II (APACHE II) foi de 15,0 ± 8,1. A mortalidade na unidade de terapia intensiva foi de 39,7%. Os principais fatores associados a essa mortalidade foram exame positivo no teste RT-PCR, níveis baixos de relação PaO2/FiO2 inicial, níveis elevados de uréia e desidrogenase lática iniciais, nível de pressão expiratória final positiva necessária, necessidade de posição prona e de drogas vasopressoras. CONCLUSÕES: Pacientes admitidos em unidades de terapia intensiva com infecção por vírus A(H1N1) apresentaram alto risco de óbito, particularmente devidos ao comprometimento respiratório. O exame RT-PCR positivo, níveis de uréia e de desidrogenase láctica, além baixa PaO2/FiO2 e necessidades de PEEP alta, foram relacionados com uma maior mortalidade.

    Resumo em Inglês:

    OBJECTIVE: This study aimed to analyze outcome, clinical and epidemiological characteristics and severity factors in adult patients admitted with a diagnosis of infection by virus A (H1N1) to public and private intensive care units, in Paraná, Brazil. METHODS: Cohort study of medical charts of patients older than 12 years admitted to 11 intensive care units in 6 cities in the state of Parana, Brazil, during a period of 45 days, with diagnosis of swine influenza. The diagnosis of infection with A (H1N1) was made by real time polymerase chain reaction (RT-PCR) of nasopharyngeal secretion, or strong clinical suspicion when other causes had been ruled out (even with negative RT-PCR). Descriptive statistics were performed, analysis by the Chi square test was used to compare percentages and the Student's t test for continuous variables with univariate analysis, assuming a significance level of p <0.05. RESULTS: There were 63 adult patients admitted with a diagnosis of H1N1, 37 (58.7%) being RT-PCR positive. Most patients were young adults (65% under 40 years of age) with no gender predominance and high incidence of obesity (27.0% with Body Mass Index > 30). Mean of the Acute Physiologic Chronic Health Evaluation II (APACHE II) score was 15.0 + 8.1. Mortality in the intensive care unit was 39.7%. The main factors associated with mortality were: positive RT-PCR, low levels of initial PaO2/FiO2, high initial levels of urea and lactate dehydrogenase, required level of positive end expiratory pressure, need for the prone position and vasopressors. CONCLUSIONS: Adult patients with A (H1N1) virus infection admitted to intensive care units had a high risk of death, particularly due to respiratory impairment. Positive RT-PCR, urea and lactic dehydrogenase, low initial PaO2/FiO2 and high levels of PEEP were correlated with higher mortality.
  • Embolia pulmonar: registro multicêntrico da prática clínica em hospitais terciários Artigos Originais

    Volschan, André; Albuquerque, Denílson Campos de; Tura, Bernardo Rangel; Knibel, Marcos de Freitas; Souza, Paulo César Pereira da Silva e; Toscano, Maria Luiza

    Resumo em Português:

    INTRODUÇÃO: O perfil clínico e as estratégias diagnósticas e terapêuticas nos pacientes com embolia pulmonar demonstram a prática clínica na abordagem da doença. Essas informações, escassas nos estudos nacionais, possibilitam melhor conhecimento da embolia pulmonar. MÉTODOS: Estudo multicêntrico de 727 pacientes admitidos em unidades de emergência ou terapia intensiva, com o diagnóstico de embolia pulmonar confirmado por um ou mais dos seguintes exames: arteriografia pulmonar angiotomografia computadorizada helicoidal angioressonância magnética, ecodopplercardiograma, cintilografia pulmonar ou duplex-scan venoso. Dados demográficos, comorbidades, manifestações clínicas e métodos complementares foram analisados. RESULTADOS: A média de idade foi 68 anos, sendo 42% homens. Os fatores de risco mais prevalentes foram: idade > 40 anos, repouso no leito e neoplasia. A dispnéia, taquipnéia, taquicardia, dor torácica, foram as manifestações clínicas mais frequentes. O eletrocardiograma apresentou alterações em 30%, a radiografia de tórax em 45%, o duplex-scan venoso em 69% e o ecodopplercardiograma em 37%. O D-dímero a troponina e a CKMB foram positivos em respectivamente 93, 9 e 8%. Os métodos mais utilizados para o diagnóstico foram: tomografia computadorizada: 47%, duplex-scan venoso: 14% e cintilografia pulmonar: 14%. As formas mais freqüentes de tratamento foram: heparina não fracionada 50%, heparina de baixo peso molecular 30% e trombolítico 12%. A mortalidade intra-hospitalar foi de 19,5%. CONCLUSÕES: Observou-se que a idade > 40 anos, imobilização prolongada e neoplasia foram os fatores de risco de maior prevalência e a dispnéia a apresentação clínica mais freqüente. A angiotomografia computadorizada helicoidal foi o método mais utilizado para o diagnóstico e a heparina não fracionada a principal forma de tratamento.

    Resumo em Inglês:

    INTRODUCTION: The clinical profile as well as the therapeutic and diagnostic strategies for patients with pulmonary embolism, describes clinical practice in the approach of the disease. Such information, scarce in national studies, enables a better understanding of pulmonary embolism. METHODS: A multicenter trial included 727 patients with pulmonary embolism who were admitted in emergency or intensive care unit. Diagnostic criteria for inclusion were: 1. Visibility of thrombus in the pulmonary artery at pulmonary arteriography, helical computer tomography, magnetic resonance or echocardiogram. 2. High probability at pulmonary scintigraphy. 3. Venous duplex-scan with thrombus and clinical manifestations of pulmonary embolism. Clinical and complementary exams were analyzed. RESULTS: Mean age was 68 years, 42% were male. Most prevalent risk factors were: age>40 years, bed rest and neoplasm. More frequent signs and symptoms were: dyspnea, tachypnea, sinus tachycardia, and chest pain. Changes were observed at electrocardiogram in 30%, at chest X-ray in 45%, at venous duplex-scan in 67%, at transthoracic echocardiogram in 37%. . D-dimer, troponin I and CKMB were positive in, respectively, 93, 9 and 8%. Most frequently used methods to confirm diagnosis were helical computer tomography and non-fractioned heparin was the treatment most used. In-hospital mortality was 19.5%. CONCLUSIONS: It was observed that age>40 years, prolonged rest and neoplasms were the most prevalent risk factors and dyspnea and tachypnea were the more frequent clinical manifestations. Helical computer tomography was the most often used method to confirm diagnosis and non-fractioned heparin was the main form of treatment.
  • Avaliação prognóstica individual na UTI: é possível diferenciar insistência terapêutica de obstinação terapêutica? Artigos Originais

    Batista, Cristiano Corrêa; Gattass, Caroline de Arriada; Calheiros, Talita Pereira; Moura, Raquel Balhinhas de

    Resumo em Português:

    OBJETIVOS: A disponibilidade de alta tecnologia na unidade de terapia intensiva tem-se transformado, muitas vezes, em instrumento potencializador de sofrimento ao aumentar o tempo do processo de morrer. Diferenciar insistência terapêutica de obstinação terapêutica tem sido um grande desafio da medicina atual. O objetivo deste estudo foi avaliar a relação benefício versus malefício do uso de terapias que sustentam as funções vitais por meio de um sistema evolutivo de avaliação prognóstica individual. MÉTODOS: Estudo de coorte, prospectivo, observacional, desenvolvido na unidade de tratamento intensivo do Hospital Universitário São Francisco de Paula da UCPel, Pelotas, RS no período de 1° de março de 2006 a 31 de agosto de 2007. Foram registradas: a avaliação prognóstica individual por meio de um sistema evolutivo, utilizando o índice UNICAMP II associado aos níveis séricos de albumina, transferrina e linfócitos; as terapias mantenedoras das funções vitais; o desfecho. A análise estatística foi realizada utilizando o teste t de Student, a ANOVA, o teste do Qui-quadrado, o teste exato de Fisher, o teste de correlação de Spearman e a curva ROC. Foi considerado estatisticamente significativo um valor p < 0,05. RESULTADOS: Avaliaram-se 447 pacientes durante o período de estudo. A prevalência de óbito foi significativamente maior entre os que iniciaram as terapias mantenedoras das funções vitais na fase tardia de intervenção e também entre aqueles que pioraram seu índice prognóstico e seu estado nutricional ao longo da fase precoce de intervenção. CONCLUSÃO: A avaliação evolutiva prognóstica individual mostrou-se um método útil para subsidiar, de forma objetiva, tomadas de decisões éticas no referente à diferença entre insistência terapêutica e obstinação terapêutica.

    Resumo em Inglês:

    OBJECTIVES: Availability of state-of-the-art technology at intensive care units has often turned into a tool aggravating suffering by prolonging the end-of-life process. Distinguishing therapeutic persistence from therapeutic obstinacy has become a great challenge for present-day medicine. The aim of this study was to assess the benefit-harm relation in the use of life-sustaining therapies by means of an evolutionary system of individual prognostic assessment. METHODS: A cohort, prospective, observational study at the intensive care unit of the São Francisco De Paula University Hospital of UCPel, Pelotas RS from March 2006 to August 31, 2007. Individual prognostic assessments were recorded by using an evolutionary system, the UNICAMP II index, associated with albumin transferrin and lymphocytes serum levels, life- sustaining therapies and the outcome. Statistical analysis was carried out by the Student's t-test, ANOVA test, Chi-square test, Fisher's exact test, Spearman's correlation test and area under the receiver-operating characteristic curve. A p value < 0.05 was considered statistically significant. RESULTS: Four hundred forty seven patients were assessed during the study. Prevalence of death was significantly higher among those who received life-sustaining therapies at a later stage of the intervention, and those whose prognostic index and nutritional status worsened at an early stage of intervention. CONCLUSION: Assessment of individual evolutionary prognostic proved to be a useful method to objectively subsidize ethical decisions related to therapeutic persistence and therapeutic obstinacy.
  • Fatores prognósticos em pacientes idosos admitidos em unidade de terapia intensiva Artigos Originais

    Stein, Francine de Cristo; Barros, Raffaelle Kasprowicz; Feitosa, Fernanda Seligman; Toledo, Diogo Oliveira; Silva Junior, João Manoel da; Ísola, Alexandre Marini; Rezende, Ederlon

    Resumo em Português:

    OBJETIVOS: Atualmente o envelhecimento populacional é proeminente fenômeno mundial. Então, a avaliação do prognóstico em pacientes idosos é necessária, sendo assim o objetivo deste estudo foi identificar fatores de risco em população de pacientes idosos admitidos em unidade de terapia intensiva. MÉTODOS: Foi realizado estudo prospectivo, em unidade de terapia intensiva geral de um hospital terciário, durante 5 meses. Pacientes com idade maior ou igual a 65 anos que permaneceram na unidade de terapia intensiva por tempo maior ou igual a 24 horas foram incluídos, pacientes moribundos e aqueles readmitidos na unidade de terapia intensiva durante mesma internação hospitalar foram excluídos. RESULTADOS: Foram envolvidos no estudo 199 pacientes com média de idade de 75,4± 6,8 anos, 58,8% do sexo feminino. A mortalidade hospitalar foi 57,3%. A média do APACHE II, SOFA, MODS e KATZ índice (avaliação de atividades diárias) foram respectivamente 20,0±5,8, 6,8±3,9, 2,4±1,9 e 5,3±1,6. A maioria dos pacientes estava no pós-operatório 59,3%, sendo que 41,6% estavam em uso de ventilação mecânica invasiva. Foi determinante independente de maior mortalidade através de análise de regressão: a idade avançada (76,9±6,7 anos óbito versus 73,3±6,5 anos alta; p=<0,001; OR=1,08; IC95% 1,01-1,16), o índice KATZ (4,9±1,9 óbito versus 5,7±0,9 alta; p=0,001; OR=0,66; IC95% 0,45-0,98), hiperglicemia (158,1±69,0 óbito versus 139,6±48,5 alta; p=0,041; OR=1,02; IC95% 1,01-1,03) e necessidade de ventilação mecânica na admissão da unidade de terapia intensiva (57,0% óbito versus 20,5% alta; p<0,001; OR=3,57; IC95% 1,24-10,3). CONCLUSÃO: Pacientes idosos admitidos na unidade de terapia intensiva que apresentam dificuldades nas atividades diárias, hiperglicemia e uso de ventilação mecânica invasiva apresentam pior prognóstico hospitalar.

    Resumo em Inglês:

    Currently, aging of the population is a widespread global phenomenon. Therefore, the assessment of prognosis in elderly patients is needed. This study aims to identify risk factors in a population of elderly patients admitted in the intensive care unit METHODS: A prospective study in the intensive care unit of a general tertiary hospital was carried out for five months. Patients with 65 years or more of age, who stayed in the intensive care unit for 24 hours or more were included and those at the-end-of-life, patients readmitted to intensive care unit during the same hospital stay were excluded. RESULTS: In this study 199 patients were involved, with a mean age of 75.4±6.8 years, and 58.8% were female. Mortality was 57.3%. The mean APACHE II, SOFA, MODS and Katz index (assessment of daily activities) were respectively 20.0±5.8, 6.8±3.9, 2.4±1.9 and 5.3±1.6. Most patients were postoperative 59.3% and 41.6% were under invasive mechanical ventilation. At regression analysis, the independent determinants of higher mortality were: older age (76.9±6.7 years death versus 73.3±6.5 years discharge, P<0.001, OR=1.08, CI 95% 1.01-1. 16), the Katz index (4.9±1.9 deaths versus 5.7±0.9 discharge, p=0.001, OR=0.66, CI 95% 0.45-0.98), hyperglycemia (158.1±69.0 death versus 139.6±48.5 discharge p=0.041; OR=1.02; CI 95% 1.01-1.03) and need for mechanical ventilation at admission to the intensive care unit (57.0% death versus 20.5% discharge p <0.001, OR=3.57, CI 95% 1.24-10.3). CONCLUSION: Elderly patients admitted to the intensive care unit that have difficulties in performing daily activities, hyperglycemia and who are under invasive mechanical ventilation had a worse hospital prognosis.
  • Perfil epidemiológico e fatores de risco para mortalidade em pacientes idosos com disfunção respiratória Artigos Originais

    Silva, Daniela Vieira da; Ximenes, George César; Silva Junior, João Manoel; Ísola, Alexandre Marini; Rezende, Ederlon

    Resumo em Português:

    OBJETIVOS: Descrever população de pacientes idosos em relação a jovens em ventilação mecânica e analisar fatores de risco para mortalidade na unidade de terapia intensiva neste grupo. MÉTODOS: Estudo prospectivo observacional, em pacientes com idade acima de 18 anos, admitidos na unidade de terapia intensiva em ventilação mecânica no período de um ano. Os pacientes foram divididos em dois grupos de acordo com a idade: Grupo 1- pacientes acima de 65 anos e Grupo 2 com idade menor ou igual a 65 anos. RESULTADOS: Foram incluídos 81 pacientes, 62 idosos e 19 jovens em ventilação mecânica. A média de idade dos idosos foi 76 anos, enquanto o grupo mais jovem apresentou média de 56 anos. Idosos em comparação aos controles, apresentaram maiores tempo de ventilação mecânica, mortalidade na unidade de terapia intensiva e no hospital: 63,1% versus 26,3% e 74,2% versus 47,4% (p<0,05), respectivamente. Além disso, idosos em ventilação mecânica apresentaram maiores taxas de falências de desintubações, desmame ventilatório difícil e óbitos diretamente relacionados à disfunção respiratória. O tempo de ventilação mecânica foi fator de risco independente de morte na unidade de terapia intensiva em pacientes idosos (OR= 2,7, p=0,02). A área sob a curva ROC do tempo de ventilação mecânica em relação a óbito na unidade de terapia intensiva foi de 0,92 (IC95% 0,85-0,97, p (área 0,5)=0,0001), ponto de corte de 4 dias sensibilidade 89,4% e especificidade 77,1%. CONCLUSÕES: Pacientes com idade acima de 65 anos em ventilação mecânica apresentam pior prognóstico que os pacientes mais jovens e quanto maior seu tempo de ventilação mecânica maior mortalidade na unidade de terapia intensiva.

    Resumo em Inglês:

    OBJECTIVES: To describe the population of aged as compared to young patients under mechanical ventilation and to analyze the mortality risk factors of this group in an intensive care unit. METHODS: This was a prospective observational trial in patients over 18 years of age, admitted in an intensive care unit and under mechanical ventilation, during one year. Patients were divided into two groups according to age: Group 1 - patients over 65 years old; and Group 2, 65 years old or younger. RESULTS: eighty one mechanic ventilation patients were included, 62 aged and 18 younger, mean ages from aged was 76 years, while in the younger it was 56 years. As compared to the control, aged patients had longer mechanic ventilation time , higher intensive care unit and hospital mortality: 63.1% versus 26.3% and 74.2% versus 47.4% (P<0.05), respectively. In addition, the aged under mechanic ventilation had increased desintubation failures, difficult ventilatory weaning and deaths directly related to respiratory dysfunction. The mechanic ventilation time was an independent risk factor for death in the intensive care unit in aged patients (OR= 2.7, p=0.02). The area under the ROC curve of mechanic ventilation about intensive care unit death was 0.92 (95% CI 0.85-0.97, p (area 0.5)=0.0001), cutoff point of 4 days, sensitivity 89.4% and specificity 77.1%. CONCLUSIONS: Mechanic ventilation patients over 65years of age have a worse prognosis than the younger, and the longer the mechanic ventilation time, the higher will be intensive care mortality.
  • Infecções em pacientes submetidos a procedimento hemodialítico: revisão sistemática Artigos Originais

    Cais, Daiane Patricia; Turrini, Ruth Natalia Teresa; Strabelli, Tânia Mara Varejão

    Resumo em Português:

    OBJETIVOS: Os procedimentos dialíticos para a correção da lesão renal têm a infecção como uma das principais complicações, com impacto significante na morbi-mortalidade em pacientes dialíticos crônicos e agudos críticos. O objetivo deste trabalho foi revisar a literatura sobre infecções em pacientes submetidos a procedimentos hemodialíticos. MÉTODOS: Foi realizado levantamento das publicações de 1990 a março de 2008 nas bases eletrônicas COCHRANE, PubMed/MEDLINE, Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde, Banco de dados de Enfermagem. Foram utilizados os descritores em Ciências da Saúde (DeCS) e o Medical Subject Headings Section (MeSH) do PubMed/MEDLINE: infecção; infecção hospitalar; bacteremia; diálise renal; insuficiência renal crônica; insuficiência renal aguda; hemofiltração; hemodiafiltração; terapia de substituição renal. RESULTADOS: Foram selecionados 33 artigos. A maioria das publicações era americana, concentrou-se entre os anos 2001 e 2005 e a principal topografia foi infecção relacionada ao acesso vascular. Os estudos divergiram na definição de infecção e denominadores utilizados, comprometendo a comparação dos mesmos. Cinco artigos trabalharam com diferentes topografias de infecção, 16 estudaram infecção relacionada ao acesso vascular nos diferentes tipos de acessos vasculares, nove focaram especificamente nos cateteres centrais temporários para hemodiálise e apenas três estudaram infecções em pacientes de unidade de terapia intensiva. A realização de hemodiálise por cateteres centrais temporários foi o principal fator de risco identificado. CONCLUSÃO: Evidenciou-se a necessidade de estudos sobre a incidência de infecção no paciente crítico, que dialisa por cateter temporário devido à lesão renal aguda, na tentativa de estabelecer relação causal e fatores de risco, com a finalidade de direcionar medidas de prevenção e controle adequadas.

    Resumo em Inglês:

    OBJECTIVE: Infection is one of the main complications of dialysis procedures to correct renal injury, with a significant impact on morbidity mortality in chronic and critically acute dialysis patients. The objective of this work was to review literature on infection in patients submitted to hemodyalisis. METHODS: A survey of publications from 1990 to March 2008 was carried out in the database COCHRANE, PubMed/MEDLINE, Latin-American and Caribbean literature on Health Sciences and Nursing database. In Health Science (DECS) and Medical Subject Headings Section (MeSH) from |PubMed/MEDLINE the following descriptors were used: infection; cross infection; bacteremia; renal dialysis; renal failure;acute renal failure; hemofiltation; hemodiafiltration; renal replacement therapy. RESULTS: Thirty three articles were selected. Most publications were American, from 2001 to 2005 and mainly about vascular access-related infection. Studies diverged on the definition of infection and nomenclature, hindering comparisons. Fiver articles covered different infection topographies, 16 studied vascular access-related infections in the different types of vascular accesses, nine specifically focused on temporary central catheters for hemodialysis and only three studied infections in intensive care unit patients. Temporary central catheters for hemodialysis were identified as the principal risk factor. CONCLUSION: There is a need for studies about infection incidence in critically ill, submitted to dialysis with temporary catheters, due to acute renal injury to define a causal relationship and risk factors to orient adequate prevention and control measures.
  • Eventos adversos na assistência de enfermagem em uma unidade de terapia intensiva Artigos Originais

    Beccaria, Lucia Marinilza; Pereira, Roseli Aparecida Matheus; Contrin, Lígia Márcia; Lobo, Suzana Margareth Ajeje; Trajano, Diene Henri Longui

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: A compreensão dos eventos adversos facilita a investigação da qualidade da assistência e auxilia na avaliação dos serviços de saúde. O objetivo deste estudo foi identificar os eventos adversos na assistência de enfermagem em uma unidade de terapia intensiva. MÉTODOS: Os dados foram coletados em um impresso próprio, denominado ficha de ocorrências, por um período de dez meses, no qual os pacientes foram monitorados durante o período de internação na unidade. RESULTADOS: Foram registrados 550 eventos adversos sendo: 26 relacionados aos cinco certos na administração de medicamentos, 23 à medicações não administradas, 181 às anotações inadequadas da medicação, 28 à falhas na instalação de drogas em bomba de infusão, 17 à não realização da inalação, 8 ao manuseio incorreto de seringas e agulhas, 53 aos procedimentos de enfermagem não realizados, 46 ao manuseio incorreto de artefatos terapêuticos e diagnósticos, 37 aos alarmes dos equipamentos utilizados de maneira incorreta e 131 à falhas nas anotações de enfermagem. CONCLUSÃO: A existência de eventos adversos no cuidado prestado pela enfermagem são indicadores importantes que evidenciam a qualidade da assistência na unidade de terapia intensiva. Portanto, os eventos adversos devem ser utilizados para subsidiar a educação permanente da equipe de enfermagem.

    Resumo em Inglês:

    OBJECTIVE: The understanding of adverse events may simplify the inquiry regarding the quality of nursing care, presuming a foregrounding role in evaluating health services. The aim of the study was to identify adverse events in nursing care in an intensive care unit. METHODS: Data were collected using an appropriate form known as problem-oriented record (POR) over a 10-month period; patients were monitored throughout their intensive care unit stay. RESULTS: Over the study period, 550 adverse events were recorded as follows: 26 concerned the "five rights" related to drug administration; 23 to non-administered medication; 181 to inappropriate medication records; 28 to failure in infusion pump assembly; 17 to not performed inhalation; 8 to incorrect handling of needles and syringes; 53 to not performed nursing procedures; 46 to incorrect handling of therapeutic and diagnostic devices; 37 to alarms/warnings of devices used incorrectly; and 131 to failure in data recording by nurses. CONCLUSION: The occurrence of adverse events in the care given to patients by the nursing team are significant indicators that disclose the quality of nursing care. Therefore, these events should be analyzed to support in-service training of the nursing staff.
  • Humanização da assistência de fisioterapia: estudo com pacientes no período pós-internação em unidade de terapia intensiva Artigos Originais

    Lopes, Fernanda Maia; Brito, Eliana Sales

    Resumo em Português:

    OBJETIVOS: As unidades de terapia intensiva surgiram a partir da necessidade de aperfeiçoamento e concentração de recursos materiais e humanos para o atendimento a pacientes graves, e da necessidade de observação constante e assistência contínua. Entretanto, o paciente internado na unidade de terapia intensiva necessita de cuidados de excelência, dirigidos não apenas aos problemas fisiopatológicos, mas também para as questões psicossociais, que se tornam intimamente interligadas à doença física. Neste local tão exigente quanto à competência da equipe multiprofissional, a presença do fisioterapeuta tem sido cada vez mais freqüente. Este estudo teve por objetivo constatar se a conduta profissional do fisioterapeuta experimentada na unidade de terapia intensiva é humanizada. MÉTODO: Foi elaborado um questionário para avaliação da humanização da assistência de fisioterapia e incluídos pacientes maiores de 18 anos, lúcidos e que estiveram internados em unidade de terapia intensiva por período igual ou superior a 24 horas. RESULTADOS: Foram entrevistados 44 pacientes e 95.5% destes avaliaram a assistência de fisioterapia como humanizada. Observou-se associação positiva entre insatisfação com os itens dignidade, comunicação, garantia e empatia, e uma assistência de fisioterapia desumanizada. Pacientes que avaliaram a garantia como negativa apresentaram uma chance 2.0 (0.7 - 5.3) vezes maior de perceberem a assistência como desumanizada. Pacientes que avaliaram a empatia como negativa apresentaram uma chance 1,6 (0,8 - 3,4) vezes maior de perceberem essa assistência como desumanizada. CONCLUSÕES: A assistência de fisioterapia prestada na unidade de terapia intensiva foi marcada pelo bom atendimento, pela atenção dada ao paciente e pelo tratamento de qualidade, caracterizando uma assistência humanizada.

    Resumo em Inglês:

    OBJECTIVES: The intensive care unit emerged to improve and concentrate material and human resources for the care of critical patients, and need for constant observation and continuous assistance. However, patients in intensive care unit requires exceptional care, directed not only to the physiopathological problem, but also towards the psychosocial issue, now intimately interlinked to the physical disease. In this ambient, very demanding for capability of the multiprofessional team, presence of the physiotherapist has become more frequent. This study aims to verify if the attitude of an experienced physiotherapist in the intensive care unit is humanized. METHODS: To evaluate physiotherapy care humanization, a questionnaire was prepared and patients over 18 years of age, lucid and staying in intensive care unit for 24 hours or more were included. RESULTS: Forty four patients were interviewed and 95.5% of these considered the physiotherapy care as humanized. Positive association was observed between dissatisfaction with the items of dignity, communication, warranty and empathy, and a dehumannized physiotherapy care. Patients who evaluated warranty as negative had a twofold greater chance (0.7 - 5.3) of perceiving care as dehumanized. Patients who evaluated empathy as negative had a 1.6 (0.8 - 3.4) times greater chance of perceiving care as dehumanized. CONCLUSION: Physiotherapy care given in the intensive care unit was marked by good assistance, attention provided to the patient and quality of treatment, characterizing humanized care.
  • A influência de duas frações inspiradas de oxigênio no padrão respiratório de pacientes sob desmame ventilatório Artigos Originais

    Diniz, Gisele do Carmo Leite Machado; Zin, Walter Araújo; Botoni, Fernando Antônio; Castro, Aldemar Vilela de; Rodrigues-Machado, Maria da Glória

    Resumo em Português:

    INTRODUÇÃO E OBJETIVOS: Frações inspiradas de oxigênio (FiO2) < 40% são recomendadas durante o desmame ventilatório se pressão arterial de oxigênio (PaO2)/FiO2 >150-200 mmHg, O objetivo desse estudo foi comparar as variáveis respiratórias e os dados vitais coletados durante a utilização de uma FiO2 suficiente para manter a saturação periférica de oxigênio em 92% (ideal) com aquelas coletadas durante uma FiO2 rotineiramente ajustada em 40% (basal) em pacientes sob desmame ventilatório. MÉTODOS: Estudo prospectivo cruzado. As variáveis freqüência respiratória, volume corrente, pressão de oclusão, relação tempo inspiratório/tempo total, pressão arterial e freqüência cardíaca foram coletados, seqüencialmente, aos 30 e 60 minutos sob FiO2 basal (40%) e, em seguida sob FiO2 ideal. Essas foram comparadas pelo modelo linear generalizado para medidas repetidas. Para comparar os valores basal e ideal da FiO2 e da PaO2 foram utilizados os testes t Student ou Wilcoxon. RESULTADOS: Em 30 pacientes adultos a mediana da FiO2 ideal foi 25% (IQ25%-75% 23-28), significativamente menor que a basal (40%) (p< 0,001). A relação PaO2/FiO2 não apresentou diferença significativa entre a FiO2 basal (269±53) e a FiO2 ideal (268±47). O volume corrente foi significativamente menor durante a utilização da FiO2 ideal (p=0,003) e a pressão arterial foi significativamente maior durante a utilização da FiO2 ideal (p=0,041), mas sem significância clínica. A FiO2 ideal não influenciou as demais variáveis. CONCLUSÃO: Esses resultados sugerem que níveis de FiO2 suficientes para manter uma SpO2>92% não alteraram o padrão respiratório ou provocaram alterações clínicas em pacientes sob desmame ventilatório.

    Resumo em Inglês:

    BACKGROUND AND OBJECTIVES: An inspired oxygen fraction (FiO2) of 40% is often used for weaning patients, but lower FiO2 values are also recommended, if arterial oxygen pressure (PaO2)/ FiO2 >150-200 mmHg. This study aimed to compare respiratory variables and vital data values recorded during use of sufficient FiO2 (ideal) to maintain peripheral oxygen saturation at 92% with values recorded during use of FiO2 established at 40% (baseline) in weaning patients. METHODS: Prospective cross-over study. Respiratory variables (respiratory frequency, tidal volume, occlusion pressure, inspiratory time/total time ratio) and vital data (blood pressure and heart rate) were collected sequentially at 30 and 60 minutes with baseline FiO2, followed by ideal FiO2. These were compared to a generalized linear model for repeated measurements. Comparisons between baseline and ideal FiO2 values, and arterial blood gases were evaluated by the Student's t or Wilcoxon tests. RESULTS: In 30 adult patients the median of ideal FiO2 was 25% (IQ25%-75% 23-28). This was significantly lower than baseline FiO2 (40%) (p< 0.001). No significant difference was found in the PaO2/ FiO2 ratio between baseline FiO2 (269±53) and ideal FiO2 (268±47). Tidal volume was significantly lower during use of ideal FiO2 (p=0.003) and blood pressure was significantly higher during use of baseline FiO2 (p=0.041), but there was no clinical significance. The remaining variables were not affected by reduction in FiO2. The ideal FiO2 did not influence remaining variables. CONCLUSIONS: These results suggest that FiO2 levels sufficient to ensure a SpO2>92% did not alter breathing patterns or trigger clinical changes in weaning patients.
  • Estresse ocupacional e suas repercussões na qualidade de vida de médicos e enfermeiros intensivistas pediátricos e neonatais Artigos Originais

    Fogaça, Monalisa de Cássia; Carvalho, Werther Brunow de; Nogueira, Paulo Cesar Koch; Martins, Luiz Antonio Nogueira

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: Investigar as relações entre trabalho e qualidade de vida de médicos e enfermeiros em unidades de terapia intensiva pediátrica e neonatal. MÉTODOS: Estudo transversal com 37 médicos e 20 enfermeiros. O Job Content Questionnarie (JCQ), Effort-Reward Imbalance (ERI) e World Health Organization Quality of Life (WHOQOL-100) foram utilizados. A correlação foi estimada através do coeficiente de correlação de Spearman. RESULTADOS: O esforço é inversamente correlacionado com os domínios: físico, psicológico, nível de independência, meio ambiente (p<0,01) e relação social (p<0,05). A recompensa é inversamente correlacionada com os domínios psicológico (p<0,05) e nível de independência (p<0,01). Controle sobre o trabalho é diretamente correlacionado com o domínio físico (p<0,05). A demanda psicológica é inversamente correlacionada com os domínios físico (p<0,05), psicológico (p<0,01) e nível de independência (p<0,05). A demanda física é inversamente correlacionada com os domínios físico, nível de independência, meio ambiente (p<0,01) e psicológico (p<0,05) . Insegurança no trabalho é inversamente correlacionada com os domínios psicológico, nível de independência (p<0,05) e meio ambiente (p<0,01). Suporte do supervisor é diretamente correlacionado com nível de independência (p<0,05). CONCLUSÃO: Médicos e enfermeiros apresentaram altos esforços, demandas psicológicas, físicas e insegurança no trabalho que repercutem na qualidade de vida.

    Resumo em Inglês:

    OBJECTIVE: To investigate the relationship between work and quality of life of doctors and nurses in pediatric intensive care units and neonatal. METHODS: Cross-sectional study with 37 doctors and 20 nurses. The Job Content Questionnarie (JCQ) e Effort-Reward Imbalance (ERI), and World Health Organization Quality of Life (WHOQOL-100) were used. The correlation was estimated by Spearman correlation coefficient. RESULTS: The effort is inversely correlated with the areas physical, psychological, level of independence, environment (p<0.01) and social relationship (p<0.05). The reward is inversely correlated with the areas and psychological (p<0.05) level of independence (p<0.01). Control over the work is directly correlated with the physical domain (p<0.05). The psychological demands are inversely correlated with the areas physical (p<0.05), psychological (p<0.01) and level of independence (p<0.01). The physical demand is inversely correlated with physical areas, level of independence, environmental (p<0.01) and psychological (p<0.05). Job insecurity is inversely correlated with the psychological fields, level of independence (p<0.05) and the environment (p<0.01). Support the supervisor is directly correlated with degree of independence (p <0.05). CONCLUSION: Doctors and nurses showed high efforts, demands psychological, physical and job insecurity that impact on quality of life.
  • 1º Forum do Grupo de Estudos do Fim da Vida do Cone Sul: proposta para atendimento do paciente portador de doença terminal internado em UTI Artigo Especial

    Moritz, Rachel Duarte; Lago, Patrícia Miranda do; Deicas, Alberto; Nilson, Cristine; Machado, Fernando Osni; Othero, Jairo; Piva, Jefferson Pedro; Rossini, Juan Pablo; Rovatti, Karla; Azeredo, Nara; Silva, Nilton Brandão da; Pusch, Raquel

    Resumo em Português:

    As condutas de limitação de tratamento oferecidas a pacientes portadores de doenças terminais, internados em Unidades de Terapia Intensiva, tem aumentado a sua freqüência nos últimos anos em todo o mundo. Apesar disto, ainda existe uma grande dificuldade dos intensivistas brasileiros em oferecer o melhor tratamento àqueles pacientes que não se beneficiariam com terapêuticas curativas. O objetivo deste comentário é apresentar uma sugestão de fluxograma para atendimento de pacientes com doenças terminais que foi elaborado, baseado na literatura e experiência de experts, pelos membros do comitê de ética e de terminalidade da AMIB.

    Resumo em Inglês:

    Withholding of treatment in patients with terminal disease is increasingly common in intensive care units, throughout the world. Notwithstanding, Brazilian intensivists still have a great difficulty to offer the best treatment to patients that have not benefited from curative care. The objective of this comment is to suggest an algorithm for the care of terminally ill patients. It was formulated based upon literature and the experience of experts, by members of the ethics committee and end-of-life of AMIB - Brazilian Association of Intensive Care.
  • Controle glicêmico em terapia intensiva 2009: sem sustos e sem surpresas Artigos De Revisão

    Pitrowsky, Melissa; Shinotsuka, Cassia Righy; Soares, Márcio; Salluh, Jorge Ibrain Figueira

    Resumo em Português:

    Na última década o controle glicêmico em pacientes críticos foi alvo de grande polêmica. Apesar de ter sido amplamente implementado na prática médica, os grandes estudos randomizados controlados obtiveram resultados bastante conflitantes, pois além de controlar a hiperglicemia, foi identificada a necessidade de se evitar os riscos da hipoglicemia, evento potencialmente grave nessa população. Dessa forma, o presente artigo se propõe a rever e avaliar de forma crítica os estudos publicados sobre controle glicêmico em terapia intensiva, propondo um novo alvo glicêmico (150 mg / dl) que seja capaz de minimizar os malefícios da hiperglicemia e ao mesmo tempo minimizar os riscos potenciais do uso de insulina de forma intensiva.

    Resumo em Inglês:

    Glucose control is a major issue in critical care since landmark publications from the last decade leading to widespread use of strict glucose control in the clinical practice. Subsequent trials showed discordant results that lead to several questions and concerns about benefits and risks of implementing an intensive glucose control protocol. In the midst of all recent controversy, we propose that a new glycemic target -150mg/dl) should be aimed. This target glucose level could offer protection against the deleterious effects of hyperglycemia and at the same time keep patient's safety avoiding hypoglicemia. The article presents a critical review of the current literature on intensive insulin therapy in critically ill patients.
  • Transfusão de hemácias em terapia intensiva: controvérsias entre evidências Artigos De Revisão

    Costa Filho, Rubens Carmo; Gutierrez, Fernando; Fernandes, Haggéas; Mendes, Ciro; Lobo, Suzana

    Resumo em Português:

    A anemia é um problema prevalente nas unidades de terapia intensiva. Ela surge nos primeiros dias e pode sustentar-se, ou agravar-se, durante a internação. A etiologia normalmente é multifatorial. A transfusão de hemácias é a intervenção mais comumente utilizada para combatê-la. Aproximadamente 12 milhões de unidades de sangue são utilizadas para transfusões nos Estados Unidos, sendo 25% a 30% dentro das terapias intensivas. A maior segurança com a diminuição das infecções provocadas por transfusões permitiu uma ampliação de indicações clínicas. No entanto, a terapia transfusional está associada a outros efeitos adversos, como infecções nosocomiais, comprometimento imunológico, injúria pulmonar, reações hemolíticas e aumento da incidência de câncer. Alguns trabalhos já tentaram demonstrar associação entre a correção da anemia, mortalidade e morbidade, entretanto a literatura ainda não alcançou um consenso. Atualmente, uma das propostas de segurança da Organização Mundial de Saúde é a redução de transfusões potencialmente desnecessárias, promovendo uma postura de transfusão racional. Esta revisão narrativa pretende abordar como objetivo primário as controvérsias referentes ao limiar transfusional, de acordo com estudos recentes, e como objetivos secundários citar aspectos da anemia iatrogênica e da variabilidade de atitudes entre intensivistas para a implementação das melhores práticas relativas à transfusão. Não faz parte de nossos objetivos discutir as complicações transfusionais, embora tenham sido mencionadas. Foi feita busca em fontes eletrônicas da literatura médica (PubMed - Clinical Queries), e UpToDate versão 16.2 e consulta adicional em livros texto Mostrou-se que a prática transfusional ainda é extremamente variada dentro das terapias intensivas. São escassas as evidências de que a hemotransfusão de rotina em pacientes não-hemorrágicos deva ser aplicada naqueles com hemoglobina superiores a 7 g/dL. Não existe um consenso sobre o limiar transfusional em pacientes críticos. Os pacientes com doença cardiovascular parecem apresentar um maior risco de morte do que aqueles sem doença cardiovascular, para qualquer nível de hemoglobina. A transfusão guiada por níveis de hemoglobina e parâmetros fisiológicos, oxi-hemodinâmicos individualizados e contexto clínico parece ser atualmente estratégia mais aceita do que a correção arbitrária e isolada da hemoglobina.

    Resumo em Inglês:

    Anemia is a prevalent issue in intensive care units. It appears in the first days, and may continue or worsen during hospital stay. Its etiology is generally multifactorial. Red blood cell transfusion is the most common intervention for treating anemia. Approximately 12 million blood units are used for transfusions in the United States, 25% to 30% in the intensive care units. Due to reduction of transfusion infections the increased safety has allowed an expansion of clinical indications. However, transfusion therapy is associated with other adverse effects such as nosocomial infections, immunological impairment, lung injury, hemolytic reactions and higher cancer incidence. Various papers have tried to show an association between correction of anemia and mortality-morbidity, but no consensus has been reached in literature. One of the current World Health Organization's proposals is to reduce potentially unnecessary transfusions, promoting a rational transfusion attitude. The primary objective of this narrative review is to approach controversies regarding the transfusion threshold according to recent studies, and as a secondary objective, it aims to discuss iatrogenic anemia aspects and the different behaviors among intensivists on the best practices for implementation of transfusion practices. It is not within our objectives to discuss transfusion complications, although they are mentioned. A search was conducted on electronic literature databases (PubMed - Clinical Queries), and UpToDate 16.2, and additional consultation to textbooks. It became clear that transfusion practices are widely variable among intensive care units. Evidence is scarce that routine transfusion in non-hemorrhagic patients should be used in those with > 7 g/dL hemoglobin. There is no consensus on the transfusion threshold in critically ill patients. Cardiovascular disease patients seem to present a higher risk of death than non-cardiovascular patients, for any level of hemoglobin. Transfusion guided by hemoglobin levels and individual oxy-hemodynamic physiologic parameters and clinical context is apparently, the current best accepted strategy, rather than arbitrary and isolated hemoglobin correction.
  • Constipação intestinal em terapia intensiva Artigos De Revisão

    Azevedo, Rodrigo Palácio de; Freitas, Flavio Geraldo Rezende; Ferreira, Elaine Maria; Machado, Flávia Ribeiro

    Resumo em Português:

    A constipação intestinal é uma complicação comumente identificada entre pacientes graves. Sua incidência é bastante variável devido à carência de uma definição aplicável a estes pacientes. Além das consequências já conhecidas da constipação, nos últimos anos tem-se percebido que essa complicação também pode estar relacionada ao pior prognóstico de pacientes críticos. Ao longo desta revisão procurou-se descrever as principais evidências científicas disponíveis mostrando ser a constipação um marcador prognóstico e uma das representações clínicas da disfunção intestinal, além da possibilidade de interferir no prognóstico com o tratamento. Revisou-se também a síndrome de Ogilvie, importante causa de morbidade e mortalidade nas unidades de terapia intensiva. Conclui-se, por todo o exposto, ser necessária mais atenção a esse distúrbio nas unidades de terapia intensiva, com elaboração de protocolos de diagnóstico e manejo em pacientes graves.

    Resumo em Inglês:

    Constipation is a common complication identified among critically ill patients. Its incidence is highly variable due to lack of definition of such patients. Besides the already known consequences of constipation, in recent years it was observed that this complication may also be related to worse prognosis of critically ill patients. This review endeavors to describe the main available scientific evidence showing that constipation is a prognostic marker and a clinical representation of intestinal dysfunction, in addition to eventually interfering in the prognosis with treatment. Ogilvie syndrome, a major cause of morbidity and mortality in intensive care units was also reviewed. Considering the above cases it was concluded that more attention to this disorder is required in intensive care units as well as development of protocols for diagnosis and management of critically ill patients.
  • Uso do desfibrilador automático externo no ambiente pré-hospitalar peruano: melhorando a resposta a emergências na América Latina Relatos De Caso

    Lister, Pablo; Mola, Christian Loret de; Arroyo, Elena; Solórzano, José; Escalante-Kanashiro, Raffo; Matos-Iberico, Giuliana

    Resumo em Português:

    Este relato de caso reporta o atendimento pré-hospitalar de um paciente com fatores de risco atendido pelo serviço pré-hospitalar ao ser acometido por uma parada cardíaca e apresentar fibrilação ventricular. O paciente foi atendido seguindo os padrões de suporte básico de vida e suporte cardiovascular avançado. Um desfibrilador automático externo (DAE) foi aplicado com resultados favoráveis e o paciente se recuperou do quadro de perigo de vida com sucesso. Este é o primeiro relato documentado com resultados favoráveis no Peru, na área de atendimento pré-hospitalar e enfatiza a necessidade de serem adotadas políticas de acesso público à desfibrilação precoce.

    Resumo em Espanhol:

    El presente reporte de caso, relata la atencion prehospitalaria de un paciente con factores de riesgo atendido en el area prehospitalaria al sufrir arresto cardiaco y presentar fibrilacion ventricular. El paciente fue atendido bajo estandares de Soporte Basico Vital y Soporte Cardiovascular Avanzado Vital, se aplico un Desfibrilador Automatizado Externo (DEA) con resultado favorable y exito al recuperar al paciente de su condicion de compromiso de vida. Este es el primer reporte documentado con resultado favorable en el pais, en el area prehospitalaria y refuerza la conveniencia de adoptar politicas de Acceso Publico a la Desfibrilacion Temprana.

    Resumo em Inglês:

    This case report relates out-of-hospital care to a patient with risk factors treated in the out-of-hospital services after cardiac arrest and ventricular fibrillation. The patient was treated according to the standards of basic life support and advanced cardiovascular life support; by applying an automated external defibrillator (AED) with favorable outcome and successful recovery of the patient from his risk of life condition. This is the first documented report with a favorable outcome in Peru, in out-of-hospital services and stresses the desirability of adopting policies for public access to early defibrillation.
  • Púrpura trombocitopênica trombótica associada à gravidez: relato de caso Relatos De Caso

    Marques Filho, Edson Silva; Fróes Junior, Antônio Fernando Borba; Silva, Vítor Carlos Santos da; Schnitman, Laila Velloso

    Resumo em Português:

    A púrpura trombocitopênica trombótica (PTT) é uma entidade rara em pacientes críticos. Relatamos um caso clínico de paciente gestante admitida em unidade de terapia intensiva obstétrica com quadro de alteração de sensório, atribuído inicialmente à doença hipertensiva da gravidez. Evoluiu com piora do quadro geral caracterizada por anemia e plaquetopenia grave, suscitando a investigação diagnóstica de púrpura trombocitopênica trombótica após o reconhecimento do perfil hematológico. Os autores enfatizam a importância do conhecimento da doença como marcador de prognóstico para pacientes obstétricas, em vista da semelhança com outras patologias comuns ao ciclo gravídico-puerperal e o fato do diagnóstico e tratamento precoce serem determinantes para o desfecho.

    Resumo em Inglês:

    Case report of a patient with 37-week gestational age admitted to an obstetric intensive care unit with an altered level of consciousness, related primarily to the pregnancy-induced hypertension. The patient presented a worsening clinical course characterized by, anemia and severe thrombocytopenia, Investigation led to a diagnostic of thrombotic thrombocytopenic purpura after the hematological profile was assessed. The authors emphasize the importance of the disease recognition as a prognostic marker for obstetric patients, in view of the similarity with other common morbidities during pregnancy and the importance of timely diagnosis and early treatment as determinant factors for the outcome.
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