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Revista Brasileira de Reumatologia, Volume: 49, Número: 6, Publicado: 2009
  • Função sexual comprometida em pacientes com doença reumática independente da atividade da doença, tratamento e função gonadal Editorial

    Østensen, Monika
  • Traços de personalidade e suas alterações em mulheres com lúpus Artigo Original

    Ayache, Danusa Céspedes Guizzo; Costa, Izaías Pereira da

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: Avaliar traços de personalidade e suas alterações em pacientes do sexo feminino com Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES), procurando relacionar mudanças na atividade da doença com alterações nos traços de personalidade dessas pacientes. PACIENTES E MÉTODOS: Foram selecionadas 20 pacientes do Ambulatório de Reumatologia do Hospital Universitário da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Após a avaliação inicial, elas foram reavaliadas em três e em seis meses, em relação à presença de Transtornos Psiquiátricos (particularmente alterações da personalidade) e atividade do lúpus. Além das avaliações clínicas psiquiátricas e reumatológicas, as escalas utilizadas para avaliação das pacientes foram a Escala Fatorial de Ajustamento Emocional/Neuroticismo (EFN) e a Systemic Lupus Erythematosus Disease Activity Index (SLEDAI). RESULTADOS: Em todos os tempos analisados não houve relação significativa entre a pontuação na SLEDAI e o escore da EFN. Não foi encontrada, portanto, associação entre alterações da personalidade e atividade do lúpus. De acordo com a EFN, seis pacientes (30%) apresentaram pontuação sugestiva de Transtornos de Personalidade, porém apenas duas (10%) tiveram esse diagnóstico pela avaliação psiquiátrica. Também não foi encontrado um padrão típico de personalidade ou prevalência de um Transtorno de Personalidade específico na amostra; entretanto, houve uma prevalência importante de Depressão (65%). CONCLUSÕES: Verificou-se na população estudada que as pacientes lúpicas podem apresentar os mais variados tipos de comportamento e sintomas psiquiátricos, não havendo nelas um padrão típico de personalidade. Não foi encontrada uma relação significativa entre as alterações de personalidade e atividade da doença.

    Resumo em Inglês:

    OBJECTIVE: The objective of the present study was to evaluate personality traits and associated changes in female patients with Systemic Lupus Erythematosus (SLE), linking variations in disease activity with alterations in personality traits. PATIENTS AND METHODS: Twenty patients from the Rheumatology Outpatient Clinic at the University Hospital of Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) participated in this study. Patients were re-evaluated three and six months after the initial evaluation for the presence of Psychiatric Disorders (especially personality changes) and lupus activity. The Adjustment/Neuroticism Factorial Scale (AFS) and Systemic Lupus Erythematosus Disease Activity Index (SLEDAI), along with clinical psychiatric and rheumatologic assessment, were used to evaluate patients. RESULTS: No significant correlation between SLEDAI and AFS scores was observed. According to the AFS, the scores of six patients (30%) were suggestive of Personality Disorders, but psychiatric evaluation confirmed this diagnosis in only two (10%) patients. A typical personality pattern or prevalence of a specific Personality Disorder was not observed; however, an important prevalence of Depression (65%) was observed. CONCLUSIONS: Our findings showed that patients with lupus can develop different types of behavior and psychiatric symptoms without a typical personality trait. No significant correlation between personality changes and disease activity was observed.
  • Avaliação do risco coronariano em mulheres com lúpus eritematoso sistêmico Artigo Original

    Cadaval, Ricardo A. M.; Martinez, José Eduardo; Mazzolin, Milene A.; Barros, Renata G. T.; Almeida, Fernando Antonio de

    Resumo em Português:

    INTRODUÇÃO: Pacientes com lúpus eritematoso sistêmico (LES) apresentam aproximadamente cinco vezes maior risco de morte por causa cardiovascular se comparados com a população geral. Os fatores de risco cardiovascular (RCV) tradicionais não explicam por si só este aumento do RCV no LES. Até o momento não há um instrumento que consiga identificar precocemente o aumento do maior RCV nesta população. OBJETIVO: Avaliar a utilidade do escore de Framingham de RCV em pacientes com e sem LES. PACIENTES E MÉTODOS: Foram estudados 80 pacientes do sexo feminino com diagnóstico de LES e 60 mulheres no grupo controle sem doenças reumatológicas. Foi aplicado o Escore de RCV de Framingham para estimar o risco de mortalidade por DCV em 10 anos. RESULTADOS: Pacientes com LES apresentavam índice de massa corpórea (IMC) (26,8 ± 6,2 versus 24,9 ± 3,8), níveis de triglicerídeos (159,3 ± 103,7 versus 113,8 ± 50,3) e pressão arterial diastólica (84,3 ± 11,5 versus 79,1 ± 12,0) mais elevados quando comparados ao grupo controle (P < 0,05). Hipertensão arterial estava presente em 56% das pacientes com LES e em 33% no grupo controle (P < 0,05). Apesar das diferenças encontradas entre os grupos, ambos apresentavam 1% de RCV pelo escore de Framingham. Quando comparamos aquelas com risco > 10%, não encontramos diferenças estatisticamente significativas (P > 0,05). CONCLUSÕES: Pacientes com e sem LES possuem o mesmo risco de apresentar infarto do miocárdio ou mortalidade coronariana em 10 anos, apesar da maior mortalidade cardiovascular nas pacientes com LES. O escore de risco de Framingham não é uma escala que consiga estimar o risco aumentado de DCV em mulheres com LES.

    Resumo em Inglês:

    INTRODUCTION: The risk of death from cardiovascular disease is nearly five times greater in patients with systemic lupus erythematosus (SLE) than in the general population. Traditional risk factors for cardiovascular disease do not explain this increase. An instrument for early identification of increased risk of cardiovascular disease in this population does not exist. OBJECTIVE: The objective of the present study was to evaluate the usefulness of the Framingham risk score to determine the risk of cardiovascular disease in SLE patients compared to normal individuals. PATIENTS AND METHODS: Eighty female patients with SLE and 60 women without rheumatic disorders participated in this study. The Framingham risk score was used to estimate the 10-year mortality secondary to cardiovascular disease. RESULTS: Body mass index (BMI) (26.8 ± 6.2 vs. 24.9 ± 3.8), triglyceride levels (159.3 ± 103.7 vs. 113.8 ± 50.3), and diastolic blood pressure (84.3 ± 11.5 vs. 79.1 ± 12.0) were higher in SLE patients than in the control group (P < 0.05). Hypertension was observed in 56% of SLE patients and in 33% of the control group (P < 0.05). Despite the differences observed between both groups, the risk of cardiovascular disease according to the Framingham risk score was similar in both groups, i.e., 1%. Statistically significant differences were not observed when individuals whose risk was >10% were compared (P > 0.05). CONCLUSIONS: Although SLE patients have a higher cardiovascular mortality rate, the risk of myocardial infarction or mortality from coronary artery disease in 10 years in SLE patients is similar to that of patients without rheumatic diseases. The Framingham risk score cannot estimate the increased risk of cardiovascular disease in women with SLE.
  • Ausência de anticorpos antilipoproteína lipase na doença de Behçet Artigo Original

    Carvalho, Jozélio Freire de; Viana, Vilma Santos Trindade; Bueno, Cleonice; Gonçalves, Célio Roberto; Bonfá, Eloísa

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: A recente descrição de anticorpos antilipoproteína lipase (anti-LPL) associados à dislipoproteinemia levounos a analisar sua presença e possível associação com achados clínicos e laboratoriais em pacientes com doença de Behçet. PACIENTES E MÉTODOS: Trinta e oito pacientes consecutivos com doença de Behçet [critérios do Grupo de Estudos Internacional em Doença de Behçet (International Study Group on Behçet's Disease - ISGBD)] foram testados para a presença de anticorpos anti-LPL através da técnica de ELISA. Foi realizada avaliação clínica e laboratorial, incluindo perfil lipídico de jejum, pesquisa de autoanticorpos e marcadores inflamatórios (PCR, VHS) na inclusão dos pacientes. Os critérios de exclusão foram quaisquer condição que afetassem o perfil lipídico. RESULTADOS: A média de idade foi de 42 ± 9 anos, sendo 68% do sexo feminino e 68% da cor branca. O tempo médio de duração da doença foi de 9,8 ± 7,5 anos. Vinte e nove por cento dos pacientes apresentaram história de trombose. Os níveis de PCR estavam elevados em 31% dos pacientes e VHS aumentada foi detectada em 31%, com níveis médios de 5,95 ± 10,3 mcg/mL e 14,5 ± 13,2 mm/1ªhora, respectivamente. Cerca de 47% dos pacientes estavam tomando prednisona, com dose média de 7,6 ± 10,8 mg/dia. Quanto aos níveis de risco cardiovascular da NCEP/ATPIII, colesterol elevado foi verificado em 26%, triglicerídeos em 18%, HDL baixo em 15% e elevado LDL em 25% dos pacientes com Behçet. Os níveis médios de CT foram 198 ± 48 mg/dL, de triglicerídeos 121 ± 61 mg/dL, HDL 52.4 ± 14.7 mg/dL e LDL 119 ± 35 mg/dL. Anticorpos anti-LPL to subtipo IgG foram detectados em 0/30 pacientes com Behçet. CONCLUSÃO: Esses dados aqui apresentados corroboram uma ausência de ligação entre inflamação, resposta imunológica e dislipoproteinemia nos pacientes com doença de Behçet e sugerem que outros mecanismos estão associados à dislipidemia vista nestes pacientes.

    Resumo em Inglês:

    OBJECTIVE: The recent description of anti-lipoprotein lipase antibodies (anti-LPL) associated with dislipoproteinemia led us to analyze its presence and possible association with clinical and laboratorial findings in patients with Behçet's disease. PATIENTS AND METHODS: Thirty-eight consecutive patients with Behçet's disease [International Study Group for Behçet's Disease (ISGBD) criteria] were tested for the presence of anti-LPL antibodies by ELISA. Patients underwent clinical and laboratorial evaluation, including fasting lipid profile, determination of autoantibodies, and inflammatory markers (CRP, ESR) before inclusion in the study. Exclusion criteria were as follows: any conditions that affected the lipid profile. RESULTS: Patients had a mean age of 42 ± 9 years, 68% were females, and 68% were Caucasian. Mean disease duration was 9.8 ± 7.5 years. Twenty-nine percent of the patients had a history of thrombosis. C-reactive protein levels were elevated in 31% of the patients, and ESR was increased in 31% of the patients, with mean levels of 5.95 ± 10.3 mcg/mL and 14.5 ± 13.2 mm/1st hour, respectively. Approximately 47% of the patients were taking prednisone, with a mean dose of 7.6 ± 10.8 mg/day. As for NCEP/ATPIII cardiovascular risk levels, cholesterol levels were elevated in 26% of the patients, triglycerides in 18%, low HDL in 15%, and elevated LDL in 25% of the patients with Behçet's disease. Mean total cholesterol levels were 198 ± 48 mg/dL, triglycerides 121 ± 61 mg/dL, HDL 52.4 ± 14.7 mg/dL, and LDL 119 ± 35 mf/dL. IgG anti-LPL antibodies were detected in 0/30 patients with Behçet's disease. CONCLUSION: The data presented here indicates the lack of correlation among inflammation, immune response, and dislipoproteinemia in patients with Behçet's disease and suggests that other mechanisms are associated with the dyslipedemia seen in those patients.
  • Aspectos da saúde reprodutiva em homens com miopatia inflamatória idiopática: um estudo multicêntrico Artigo Original

    Silva, Clovis Artur Almeida da; Moraes, Ana Julia Pantoja; Leal, Marta Miranda; Sallum, Adriana Maluf Elias; Bonfá, Eloísa; Borges, Claudia Tereza Lobato; Hilário, Maria Odete Esteves; Terreri, Maria Teresa; Ronchezel, Marcos; Saito, Osmar; Hallak, Jorge

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: Avaliar a saúde reprodutiva de homens com miopatia inflamatória idiopática (MII) e compará-la com controles saudáveis. MÉTODOS: Vinte e cinco pacientes com MII (dermatomiosite ou polimiosite) foram avaliados com relação aos dados demográficos, exame urológico (incluindo parâmetros pubertários e função sexual/erétil), ultrassonografia testicular, perfil hormonal, análise seminal, características clínicas e tratamento. O grupo controle incluiu 25 homens saudáveis. RESULTADOS: A mediana da idade atual foi similar nos pacientes com MII e controles (24 versus 27 anos, P = 0,566). As frequências de atividade sexual, número de parceiras com gestações espontâneas após início da doença e uso de preservativo masculino foram significativamente menores nos pacientes com MII versus controles (60% versus 96%, P = 0,004; 16% versus 60%, P = 0,0031; 40% versus 76%, P = 0,021; respectivamente). Além disso, as frequências de atrofia testicular (28% versus 4%, P = 0,049), níveis elevados de FSH e/ou LH (25% versus 0%, P = 0,05) e alterações dos espermatozoides (40% versus 0%, P = 0,0006) foram estatisticamente maiores nos pacientes com MII quando comparados aos controles. As medianas das idades de início da doença e atual foram estatisticamente maiores nos pacientes com MII que apresentaram disfunção sexual/erétil versus sem disfunção (41 versus 12,5 anos, P = 0,014; 46 versus 21 anos, P = 0,027; respectivamente). Entretanto, comparando-se, pacientes com disfunção sexual/erétil e sem disfunção, nenhuma diferença foi evidenciada em relação à idade da espermarca, parâmetros de função gonadal, atividade da doença, enzimas musculares e tratamento. CONCLUSÃO: Este foi o primeiro estudo que identificou alterações da saúde reprodutiva e disfunção gonadal em homens com MII. Reumatologistas devem discutir problemas sexuais e orientar contracepção aos seus pacientes.

    Resumo em Inglês:

    OBJECTIVE: To evaluate reproductive health of males with idiopathic inflammatory myopathies (IIM), and comparing them with a control group. METHODS: Demographic data, urologic evaluation (including pubertal parameters and sexual/erectile function), testicular ultrasound, hormone profile, semen analysis, clinical features, and treatment of 25 IIM patients were evaluated. The control group was composed of 25 healthy males. RESULTS: Median age of IIM patients was similar to that of the control group (24 versus 27 years, P = 0.566). The frequency of sexual activity, number of partners with spontaneous pregnancies after the onset of the disease, and use of condom were significantly lower in IIM patients than in the control group (60% versus 96%, P = 0.004; 16% versus 60%, P = 0.0031; 40% versus 76%, P = 0.021, respectively). Moreover, the frequency of testicular atrophy (28% versus 4%, P = 0.049), elevated levels of FSH and/or LH (25% versus 0%, P = 0.05), and sperm abnormalities (40% versus 0%, P = 0.0006) were statistically higher in IIM patients than in the control group. Median age of onset of IIM and current age were significantly higher in IIM patients with sexual/erectile dysfunction than in patients without this dysfunction (41 versus 12.5 years, P = 0.014; 46 versus 21 years, P = 0.027, respectively). On the other hand, differences in the age of spermarche, parameters of gonadal function, disease activity, muscle enzymes, and treatment were not observed between IIM patients with or without sexual/erectile dysfunction. CONCLUSION: This is the first study to identify changes in reproductive health and gonadal dysfunction in male IIM patients. Rheumatologists should discuss sexual problems with their patients, counseling them on contraceptive methods.
  • Função sexual e saúde reprodutiva em mulheres adolescentes com lúpus eritematoso sistêmico juvenil Artigo Original

    Silva, Clovis Artur Almeida da; Febrônio, Marília Vieira; Bonfá, Eloísa; Pereira, Rosa Maria Rodrigues; Pereira, Elsa Aida Gay de; Takiuiti, Albertina Duarte

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: Avaliar a função sexual e a saúde reprodutiva em adolescentes com Lúpus Eritematoso Sistêmico Juvenil (LESJ) e compará-las com controles. PACIENTES E MÉTODOS: Cinquenta e duas pacientes com LESJ do sexo feminino foram avaliadas com dados demográficos, função sexual, exame ginecológico, ciclo menstrual, citologia cérvico-vaginal, características clínicas e tratamento. O grupo controle incluiu 52 mulheres pareadas por idade. RESULTADOS: A média da idade foi similar nas pacientes com LESJ e controles (16,7±1,94 versus 16,13 ± 2,16 anos, P = 0,92). A média da idade da menarca foi maior nas pacientes com LESJ (12,82 ± 1,62 versus 11,55 ± 1,45 anos, P = 0,0004). A frequência de atividade sexual foi significativamente menor nas pacientes com LESJ (23% versus 60%, P = 0,0003). Em contraste, os percentuais de disfunção sexual, lubrificação vaginal reduzida, desempenho diminuído, orgasmo reduzido e insatisfação com a vida sexual foram significativamente maiores nas pacientes com LESJ (58% versus 23%, P = 0,03; 50% versus 16%, P = 0,046; 58% versus 23%, P = 0,03%; 50% versus 16%, P = 0,046; respectivamente). Por outro lado, nenhuma diferença foi observada nas pacientes com LESJ e controles em relação a dados demográficos, alterações pubertárias, anormalidades do ciclo menstrual e citologia cérvico-vaginal (P > 0,05). Nenhuma diferença foi evidenciada nas pacientes com LESJ com e sem disfunção sexual em relação aos dados demográficos, alterações pubertárias, anormalidades do ciclo menstrual e citologia cérvico-vaginal, atividade da doença, dano cumulativo e tratamento (P > 0,05). CONCLUSÃO: Este é o primeiro estudo que identificou disfunção sexual em adolescentes do sexo feminino com LESJ. Aspectos relacionados à sexualidade necessitam uma atenção especial dos profissionais de saúde que atendem adolescentes com lúpus.

    Resumo em Inglês:

    OBJECTIVE: To evaluate the reproductive health of female adolescents with Juvenile Systemic Lupus Erythematosus (JSLE) and compare them with a control group. PATIENTS AND METHODS: The demographic data, sexual function, gynecologic exam, menstrual cycle, cervicovaginal cytology, clinical characteristics, and treatment of 52 female patients with JSLE were evaluated. The control group was composed of 52 women matched for age. RESULTS: The mean age of patients with JSLE was similar to that of the control group (16.7 ± 1.94 versus 16.13 ± 2.16 years, P = 0.92). The mean age of menarche was higher in JSLE patients (12.82 ± 1.62 versus 11.55 ± 1.45 years, P = 0.0004). The frequency of sex activity was significantly lower in patients with JSLE (23% versus 60%, P = 0.0003). In contrast, the percentage of sexual dysfunction, reduced vaginal lubrication, decreased performance, reduced orgasm, and dissatisfaction with one's sex life were significantly higher in JSLE patents (58% versus 23%, P = 0.03; 50% versus 16%, P = 0.046; 58% versus 23%, P = 0.03; 50% versus 26%, P = 0.046, respectively). On the other hand, demographic data, pubertal changes, abnormalities in menstrual cycle, and cervicovaginal cytology were similar in JSLE patients and the control group (P > 0.05). Demographic data, pubertal changes, abnormalities in menstrual cycle, cervicovaginal cytology, disease activity, cumulative damage, and treatment did not differ between JSLE patients with and without sexual dysfunction (P > 0.05). CONCLUSION: This is the first study to identify sexual dysfunction in female adolescents with JSLE. Sexuality-related aspects require special attention from health care professionals who treat adolescents with lupus.
  • Manifestações musculoesqueléticas no hiperparatireoidismo primário Artigo Original

    Shinjo, Samuel Katsuyuki; Pereira, Rosa Maria Rodrigues; Borssatto, Adriane Gisele Fonseca; Kochen, Jussara Almeida Lima

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: Avaliar as manifestações musculoesqueléticas do hiperparatireoidismo primário (HPP). PACIENTES E MÉTODOS: Foram avaliados dados clínicos, com ênfase nas manifestações musculoesqueléticas, dados laboratoriais e densitométricos de 21 pacientes com HPP acompanhados no nosso Serviço. RESULTADOS: Foram estudadas apenas mulheres no período menopausa, com média de idade de 67,9 ± 11,2 anos, sendo 16 (76,2%) de cor branca. Os níveis séricos do cálcio total, fósforo, 25 hidroxivitamina D e paratormônio (PTH), no diagnóstico, foram respectivamente de 10,6 ± 0,9 mg/dL, 2,9 ± 0,7 mg/dL, 16,6 ± 6,6 ng/mL e 113,7 ± 74,8 pg/mL. Treze (61,9%) pacientes apresentavam osteoatrite, sete (33,3%) artralgias difusas, seis (28,6%) mialgias difusas, três (14,3%) condrocalcinose e duas (14,3%) tendinopatias. Das 14 (67,8%) com osteoporose, metade apresentava história clínica de fratura óssea (duas de rádio distal, quatro de coluna vertebral, duas de quirodáctilos, duas de tornozelos). Com relação às comorbidades, foi observada hipertensão arterial sistêmica em 11 (52,4%) casos, cinco (23,8%) hipotireoidismo, quatro (18,0%) úlcera péptica, três (14,3%) litíase renal, duas (9,5%) depressão e duas (9,5%) psoríase. Quinze pacientes (71,4%) foram submetidas à paratiroidectomia, sendo sete com diagnóstico de adenoma de paratireoide, e 61,5% destas pacientes evidenciaram melhora dos sintomas após a cirurgia. CONCLUSÕES: O HPP apresenta uma expressão clínica variável na qual predominam as manifestações musculoesqueléticas. O conhecimento dessa enfermidade e a sua inclusão no diagnóstico diferencial das doenças reumatológicas possibilitam seu diagnóstico precoce, minimizando suas complicações clínicas.

    Resumo em Inglês:

    OBJECTIVE: To evaluate the musculoskeletal manifestations of primary hyperparathyroidism (PHP). PATIENTS AND METHODS: Clinical, with emphasis on musculoskeletal manifestations, laboratorial, and densitometric data of 21 PHP patients followed-up in our service were evaluated. RESULTS: Only post-menopausal patients, with mean age of 67.9 ± 11.2 years, of which 16 (76.2%) were Caucasian, participated in this study. Serum levels of calcium, phosphorus, 25 hydroxy vitamin D, and parathyroid hormone (PTH) at the time of diagnosis were 10.6 ± 0.9 mg/dL, 2.9 ± 0.7 mg/dL, 16.6 ± 6.6 ng/mL, and 113.7 ± 74.8 pg/mL, respectively. Thirteen (61.9%) patients had osteoarthritis, 7 (33.3%) diffuse arthralgia, 6 (28.6%) diffuse myalgia, 3 (14.3%) chondrocalcinosis, and 2 (14.3%) tendinopathy. Half of 14 (67.8%) patients with osteoporosis had a history of bone fracture (2 of the distal radius, 4 of the vertebral spine, 2 of the fingers, and 2 of the ankles). Eleven (52.4%) patients had hypertension, 5 (23.8%) hypothyroidism, 4 (18.0%) peptic ulcer, 3 (14.3%) kidney stones, 2 (9.5%) depression, and 2 (9.5%) psoriasis. Fifteen patients (71.4%) underwent parathyroidectomy, seven had a diagnosis of adenoma of the parathyroid, and an improvement of the symptoms was observed in 61.5% of those patients. CONCLUSIONS: Primary hyperparathyroidism has variable clinical manifestations in which musculoskeletal symptoms predominate. Knowledge of this disorder and its inclusion in the differential diagnosis of rheumatic diseases allows the early diagnosis, therefore minimizing clinical complications.
  • Equívocos diagnósticos envolvendo as tendinites: impacto médico, social, jurídico e econômico Artigo De Revisão

    Siena, Cesar; Helfenstein Jr, Milton

    Resumo em Português:

    Evidências sobre o impacto clínico, social e econômico provenientes de equívocos diagnósticos são analisadas à luz das tendinites e outras moléstias dolorosas crônicas. O objetivo desta revisão é alertar sobre uma possível hipervalorização diagnóstica das tendinites, em especial aquelas supostamente múltiplas ou refratárias, com base em evidências. É apresentada uma revisão da literatura sobre as condições dolorosas crônicas, tais como a síndrome da fibromialgia, no contexto dos diagnósticos equivocados de tendinites, bem como revisão sobre falsa-positividade e parâmetros diagnósticos da ultrassonografia (US) neste cenário. Foram encontradas evidências de equívocos terapêuticos em 41% e equívocos diagnósticos entre 70 e 85%, com despreparo comprovado em até 93,7% dos médicos, tudo envolvendo tais doenças. As vastas repercussões dessa epidemia de equívocos são comentadas.

    Resumo em Inglês:

    Evidence of the clinical, social, and economic impact of mistaken diagnoses of tendonitis and other chronic painful disorders are analyzed. The objective of this review is to call attention to the possible diagnostic hyper valuation of tendonitis, especially those supposedly multiple or refractory, based on evidence. A review of the literature on chronic painful disorders, such as fibromyalgia, in the context of mistaken diagnosis of tendonitis, as well a review of false positive and ultrasonographic (US) scan diagnostic parameters, is presented. Evidence of therapeutic mistakes were found in 41% and diagnostic mistakes in 70 to 85% of the cases, with proven unpreparedness regarding those disorders in up to 93.7% of the physicians. The diverse repercussions of this epidemic of mistakes are discussed.
  • Treinamento resistido progressivo nas doenças musculoesqueléticas crônicas Artigo De Revisão

    Jorge, Renata Trajano; Souza, Marcelo Cardoso de; Jones, Anamaria; Lombardi Júnior, Império; Jennings, Fábio; Natour, Jamil

    Resumo em Português:

    INTRODUÇÃO: O treinamento resistido progressivo tem sido sugerido como uma modalidade terapêutica que tenta promover uma padronização da prescrição de exercícios em fisioterapia, além de otimizar os resultados da terapia. OBJETIVO: Revisar os estudos que utilizaram o treinamento resistido progressivo em doenças musculoesqueléticas crônicas e demonstrar a importância da inclusão deste tipo de treinamento na reabilitação destas doenças. FONTE DE DADOS: A pesquisa foi realizada através dos bancos de dados Pubmed, Medline e Lilacs sem restrições a datas e/ou idiomas. REVISÃO: Já se encontra bem fundamentada a importância da aplicação de exercícios terapêuticos em fisioterapia devido aos inúmeros benefícios atribuídos a esta modalidade terapêutica. Apesar de comprovadamente eficazes, os exercícios de alta intensidade ainda não são prescritos rotineiramente e esta prescrição geralmente não é feita de maneira padronizada, não nos permitindo chegar a um consenso quanto ao tipo de fortalecimento utilizado, o cálculo da carga e a sua progressão. O treinamento resistido progressivo é realizado através do aumento gradual de carga durante o período de treinamento. O número de repetições que cada indivíduo pode completar depende do cálculo da repetição máxima. CONCLUSÃO: Baseando-se nos achados desta revisão, recomenda-se o uso de exercícios resistidos progressivos como complemento dos exercícios tradicionais utilizados na reabilitação de doenças musculoesqueléticas crônicas para que seja possível padronizar os protocolos de atendimento, controlando e adequando individualmente a carga, e otimizar os resultados do treinamento. No entanto, vale ressaltar que novos estudos são necessários para que se chegue a conclusões mais fidedignas.

    Resumo em Inglês:

    INTRODUCTION: Progressive resistance training has been suggested as a therapeutic modality that attempts to promote the standardization of the prescription of physical exercises in physical therapy, besides optimizing the results of the treatment. OBJECTIVE: To review studies that used progressive resistance training in chronic musculoskeletal diseases and to demonstrate the importance of including this type of training in the rehabilitation of those diseases. SOURCE OF THE DATA: Pubmed, Medline, and Lilacs databases were reviewed without restrictions of date and/or language. REVIEW: Due to the countless benefits attributed to this treatment modality, the importance of exercises in physical therapy has been well documented. Despite the proven efficacy, high-intensity exercises are not routinely prescribed, and this prescription is usually not standardized, which does not allow a consensus on the type of strengthening used, as well as load calculation and progression. Progressive resistance training implies the gradual increase in load during the training period. The number of repetitions that each individual can complete depends on the calculation of the maximal repetition. CONCLUSION: Based on the findings of this review, the use of progressive resistance training to complement traditional exercises used in rehabilitation of chronic musculoskeletal diseases is recommended in order to standardize treatment protocols, with adequate control of individual load, and to optimize training results. However, it should be emphasized that further studies are necessary for more reliable conclusions.
  • Púrpura de Henoch-Schönlein com acometimento incomum de face Relato De Caso

    Azevedo, Carolina Bassoli de; Villella, Giane Maria Souto; Nicolato, Andréa Magalhães; Carmo, Vânia Maria Pires do; Schlaucher, Sérgio Henrique; Bonfante, Herval de Lacerda

    Resumo em Português:

    A Púrpura de Henoch-Shönlein é uma vasculite de causa idiopática, que se caracteriza pelo depósito predominante de IgA na parede dos pequenos vasos, envolvendo tipicamente pele, intestino, articulações e glomérulo renal. O acometimento cutâneo ocorre principalmente em membros inferiores e região glútea, sendo raramente encontrado em face e membros superiores. Relatamos o caso de uma paciente do sexo feminino, com seis anos de idade, que apresentava lesões púrpuricas em região auricular, periorbital, malar, mentoniana e membros superiores, além de artralgia e volvo intestinal. Após tratamento cirúrgico e pulsoterapia com glicocorticoide, houve regressão dos sintomas, sem maiores complicações.

    Resumo em Inglês:

    Henoch-Schönlein Purpura is an idiopathic vasculitis characterized by deposits of immunoglobulin, mainly IgA, on the walls of small vessels, typically involving the skin, gut, joints, and renal glomeruli. Cutaneous involvement affects specially the lower limbs and buttocks, and it is seldom found on the face and upper limbs. We report the case of a 6-year old girl with purpuric lesions over the auricular, periorbital, malar, and mentonian regions and the upper limbs, arthralgia, and intestinal torsion. After surgical treatment and pulse therapy with glucocorticoids, her symptoms subsided without further complications.
  • Artrite da gota tofácea crônica mimetizando artrite reumatoide Relato De Caso

    Sarmento, Juliana F.; Cavalcante, Vinícius de A.; Sarmento, Maria Tarcinara R.; Braz, Alessandra de S.; Freire, Eutilia A. M.

    Resumo em Português:

    A gota é um distúrbio no metabolismo das purinas, usualmente associado à ocorrência de crises recorrentes de artrite nas articulações dos membros inferiores em homens entre 40-50 anos, e com o desenvolvimento de tofos subcutâneos nos pacientes com doença de longa evolução. Casos de pacientes com artrite gotosa crônica que mimetizam quadros de artrite reumatoide e vice-versa são raros. Descrevemos o caso de um paciente de 56 anos, com quadro de artrite poliarticular, simétrica e deformante, comprometendo principalmente as articulações de mãos e punhos, com nódulos subcutâneos difusos pelo corpo, alterações radiográficas atípicas e urolitíase, que, após avaliação clínica e dos exames complementares, recebeu diagnóstico de gota tofácea crônica mutilante mimetizando artrite reumatoide.

    Resumo em Inglês:

    Gout is a disorder of purine metabolism, usually associated with recurrent bouts of arthritis in the joints of the lower limbs, affecting men 40 to 50 years of age, which leads to the development of subcutaneous tophi in patients with long-lasting disease. Cases of patients with chronic gouty arthritis mimicking rheumatoid arthritis, and vice-versa, are rare. This report describes the case of a 56-year old male with symmetric, deforming, and polyarticular arthritis affecting, specially, the joints of the hands and wrists, with diffuse subcutaneous nodules throughout his body, atypical radiographic findings, and urolithiasis. Following clinical evaluation and additional tests, this patient received a diagnosis of chronic tophaceous gout mimicking mutilating rheumatoid arthritis.
  • Síndrome de Hughes-Stovin Relato De Caso

    Cruz, Vitor Alves; Muniz, Yadine A.; Torres, Pedro Paulo Teixeira e Silva; Teixeira, Kim-Ir-Sem Santos; Rego, Jozelia; Silva, Nilzio Antônio da

    Resumo em Português:

    A síndrome de Hughes-Stovin é uma condição rara, de causa desconhecida, caracterizada pela associação de múltiplos aneurismas de artéria pulmonar e trombose venosa profunda. Alguns autores consideram tal entidade como uma forma incompleta de apresentação da doença de Behçet, devido à semelhança entre os achados radiológicos e anatomopatológicos do comprometimento pulmonar. Os autores relatam um caso de síndrome de Hughes-Stovin cujo primeiro evento trombótico venoso antecedeu em cinco anos o aparecimento dos aneurismas pulmonares.

    Resumo em Inglês:

    Hughes-Stovin syndrome is a rare disorder of unknown etiology characterized by the association of multiple pulmonary artery aneurysms and deep venous thrombosis. Some authors consider this entity an incomplete form of Behcet's disease due to the similarities between the radiologic and anatomopathological findings of pulmonary involvement. The authors report a case of Hughes-Stovin syndrome whose first venous thrombotic event preceded the development of pulmonary aneurysms by five years.
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