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Brazilian Journal of Geology, Volume: 46, Número: 2, Publicado: 2016
  • Revisão de formas erosivas relacionadas à ação do gelo no Paleozoico superior da Bacia do Paraná: origem e implicações paleogeográficas Articles

    Rosa, Eduardo Luiz Menozzo da; Vesely, Fernando Farias; França, Almério Barros

    Resumo em Português:

    RESUMO: A Era Glacial Neopaleozoica está registrada na Bacia do Paraná através da sucessão sedimentar do Grupo Itararé e unidades correlatas, bem como por feições glaciotectônicas e formas de leito erosivas relacionadas à ação do gelo. Formas de leito erosivas são comumente utilizadas em análises paleogeográficas visando evidenciar o sentido de fluxo de geleiras e localizar antigos centros irradiadores de gelo. Neste trabalho é apresentada uma revisão da literatura e novos dados sobre formas de leito erosivas de micro a mesoescala encontradas na Bacia do Paraná. As formas de leito examinadas podem ser enquadradas em quatro categorias cuja origem está relacionada a diferentes processos. Formas subglaciais sobre substrato rígido são estruturas geradas por abrasão e/ou remoção de blocos sobre substratos litificados do embasamento precambriano ou de unidades mais antigas da bacia. Incluem formas alongadas e pavimentos estriados formados sob geleiras em avanço. Formas subglaciais sobre leitos moles são superfícies intraformacionais geradas por erosão e deformação de depósitos inconsolidados quando da passagem de geleiras. Marcas de arrasto de quilhas de gelo, por outro lado, são superfícies intraformacionais comumente estriadas e sulcadas, formadas pelo arrasto de quilhas de blocos de gelo livremente flutuantes sobre sedimento de fundo. Pavimentos de clastos estriados são horizontes contendo clastos alinhados submetidos à abrasão subglacial pelo avanço de geleiras sobre sedimentos. Dentre as diferentes formas de leito, apenas aquelas formadas sob geleiras em avanço podem ser utilizadas como indicadores confiáveis do paleofluxo glacial. Com base nisso, a paleogeografia da Bacia do Paraná durante a Era Glacial Neopaleozoica se insere em um modelo com vários lobos glaciais derivados de centros glaciais situados sobre altos topográficos ao invés de um único manto de gelo de dimensões continentais.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT: The Late Paleozoic Ice Age is recorded in the Paraná Basin as glacial deposits, deformational features and ice-related erosional landforms of the Itararé Group. Erosional landforms are often employed to build paleogeographic models that depict the location of ice masses and paleo ice-flow directions. This paper provides a review of the literature and new data on micro- to meso-scale ice-related, erosional landforms of the Paraná Basin. Examined landforms can be placed into four broad categories based on their mode of origin. Subglacial landforms on rigid substrates occur on the Precambrian basement or on older units in the Paraná Basin. They include streamlined landforms and striated pavements formed by abrasion and/or plucking beneath advancing glaciers. Subglacial landforms on soft beds are intraformational surfaces generated by erosion and deformation of unconsolidated deposits when overridden by glaciers. Ice-keel scour marks are soft-sediment striated/grooved landforms developed by the scouring of free-floating ice masses on underlying sediments. Striated clast pavements are horizons containing aligned clasts that are abraded subglacially due to the advance of glaciers on unconsolidated deposits. Only those erosional landforms formed subglacially can be used as reliable paleo ice-flow indicators. Based on these data, the paleogeography of the Paraná Basin during the Late Paleozoic Ice Age fits into a model of several glacial lobes derived from topographically-controlled ice spreading centers located around the basin instead of a single continental ice sheet.
  • Sedimentação Pleistocênica-Holocênica do sistema fluvial Solimões-Amazonas entre os tributários Negro e Madeira, Amazônia Central Articles

    Gonçalves Júnior, Eliezer Senna; Soares, Emílio Alberto Amaral; Tatumi, Sonia Hatsue; Yee, Marcio; Mittani, Juan Carlos Ramirez

    Resumo em Português:

    RESUMO: No trecho do sistema fluvial Solimões-Amazônia que compreende os tributários Negro e Madeira, três níveis de terraços fluviais Quaternários recobrem as rochas das formações Alter do Chão e Novo Remanso por mais de 100 km ao sul do principal canal atual. Esses depósitos são caracterizados por uma topografia suavemente ondulada apresentando baixa densidade de drenagens, formadas por canais secundários esparsos e lagos arredondados. Internamente, apresentam morfologias de barras em pontal constituídas por intercalação de camadas de lama (silte e argila), além de areia, formando pares de estratificações heterolíticas inclinadas. A predominância de um padrão meandrante há 240.000 e 6.000 anos é sugerida pela distribuição assimétrica dos terraços fluviais, aliada aos registros de antigas barras em pontal e paleocanais em diversos trechos do Rio Solimões. Por outro lado, o desenvolvimento do atual padrão anabranching se iniciou nos últimos 6.000 anos em virtude da subida do nível do mar no Holoceno, além da ação de eventos neotectônicos e o estabelecimento da floresta tropical, que está relacionado ao aumento da umidade na Amazônia.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT: In the scope of Solimões-Amazon fluvial system between the Negro and Madeira tributaries, three levels of Quaternary fluvial terraces overlie the Alter do Chão and Novo Remanso formations further than 100 km southward its current main channel. Smooth undulated topography presenting low drainages density formed by sparse secondary plain channels and rounded lakes characterizes these deposits. Internally, they show point bars morphology constituted by intercalated layers of mud (silt and clay) and sand forming an inclined heterolithic stratification. The asymmetric distribution of fluvial terraces allied to the records of old scroll-bars features and paleochannels in many extensions of the Solimões River suggests the predominance of a meander pattern between 240 to 6 kyears. On the other hand, the development of the current anabranching pattern took place in the last six kyears due to the Holocene sea-level rise, besides the action of neotectonics and rainforest establishment related to the increase of humidity in Amazonia.
  • Evolução estratigráfica da Sequência Neocarbonífera-Eotriássica da Bacia do Parnaíba, Brasil Artigos

    Barbosa, Éverton Nóbrega; Córdoba, Valéria Centurion; Sousa, Debora do Carmo

    Resumo em Português:

    RESUMO: A Sequência Neocarbonífera-Eotriássica corresponde ao terceiro grande ciclo sedimentar da Bacia do Parnaíba e concerne litoestratigraficamente ao Grupo Balsas. Essa sequência é descrita como um conjunto de rochas cujos sedimentos foram depositados em um ambiente complexo, clástico/evaporítico de mar raso, gradando para um ambiente lacustre/desértico. O principal objetivo deste trabalho foi realizar uma análise estratigráfica da Sequência Neocarbonífera-Eotriássica, visando uma melhor compreensão da sua evolução. Tal análise teve por base dados de poços e algumas seções sísmicas. Para o intervalo estratigráfico em questão foram identificadas três sequências deposicionais. A Sequência 1 corresponde a rochas que foram depositadas inicialmente a partir de um sistema fluvial, que passa para um sistema marinho raso implantado durante uma fase transgressiva e, posteriormente, evolui para um sistema deltaico. A Sequência 2 corresponde a rochas que foram depositadas a partir de um sistema deposicional lacustre/desértico, representando uma fase regressiva importante que culmina com a implantação de um sistema desértico, o qual corresponde à Sequência 3. Na análise sismoestratigráfica foi possível reconhecer as superfícies cronoestratigráficas e os tratos de sistemas identificadas em poços e analisar a sua expressão lateral. De modo geral, as sismofácies reconhecidas nas seções sísmicas apresentam-se com configurações paralelas a subparalelas, com grande continuidade lateral, sugerindo uma homogeneidade nas taxas de sedimentação durante a deposição dessas sequências, nesse setor da bacia.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT: The Upper Carboniferous-Lower Triassic Sequence represents the third major sedimentary cycle of the Parnaíba Basin in northeastern Brazil and corresponds to the Balsas Group. The sequence is composed by a thick pack of siliciclastic rocks whose sediments were deposited under complex conditions, varying from clastic/evaporitic shallow marine to lacustrine and desert environment. Aiming to clarify the sedimentary sequence evolution, this work conducted a stratigraphic analysis of the Upper Carboniferous-Lower Triassic sediments. Modern and classic concepts of sequence stratigraphy were applied on a database of wells and seismic sessions. We identified three main depositional sequences. Sequence 1 corresponds to rocks initially deposited by a fluvial system which evolved to shallow marine conditions related to a transgressive stage, later evolving to a deltaic system. Sequence 2 corresponds to sediments deposited under lacustrine/arid conditions, during an important regressive stage, that evolved to a dominantly desert environment recorded in Sequence 3. Seismic stratigraphic analyses allow to infer key stratigraphic surfaces, and three main sequences. Seismic facies related with such sequences are dominantly parallel and sub-parallel, with good lateral continuity, suggesting that the sedimentary rates were homogenous along the interval analyzed in this sector of Parnaíba Basin.
  • Idade, proveniência e ambiente tectônico do Complexo Jequitinhonha de alto grau, Orógeno Araçuaí Articles

    Dias, Tatiana Gonçalves; Caxito, Fabrício de Andrade; Pedrosa-Soares, Antônio Carlos; Stevenson, Ross; Dussin, Ivo; Silva, Luiz Carlos da; Alkmim, Fernando; Pimentel, Márcio

    Resumo em Português:

    RESUMO: O Complexo Jequitinhonha é uma unidade sedimentar extensa da porção nordeste do orógeno Araçuaí, metamorfizada na transição entre as fácies anfibolito-granulito há cerca de 580-540 Ma. A unidade é composta por paragnaisses kinzigíticos com intercalações de grafita-gnaisse, quartzito e rochas calcissilicáticas. Dados U-Pb de zircão detrítico de uma amostra de quartzito e novos dados geoquímicos (nove amostras) e isotópicos (Sm-Nd) (dez amostras) são aqui apresentados. De maneira concomitante a dados previamente publicados, esses dados mostram que: (1) a geoquímica dos paragnaisses sugere uma afiliação do tipo margem passiva para as rochas metassedimentares; (2) zircões detríticos apresentam populações de idade U-Pb entre 0,9 e 2,5 Ga; e (3) dados isotópicos de Nd apresentam idades modelo TDM entre 1,6 e 1,8 Ga e εNd (575 Ma) ao redor de -7,5. Esses dados revelam uma mistura de fontes, envolvendo magmatismo de rift Criogeniano a Mesoproterozoico e o embasamento Paleoproterozoico-Arqueano do paleocontinente São Francisco-Congo, e sugerem uma forte correlação entre o Complexo Jequitinhonha e o Grupo Macaúbas, compondo a mais importante bacia precursora do orógeno Araçuaí. Além da natureza exclusivamente sedimentar do complexo, fatias ofiolíticas não foram encontradas na área, reforçando a interpretação da terminação ensiálica de um golfo e que o paleocontinente São Francisco-Congo não foi separado ao norte da região, agindo como uma única peça durante o Neoproterozoico.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT: The Jequitinhonha Complex of the northeastern Araçuaí orogen is an extensive sedimentary unit metamorphosed in the amphibolite-granulite facies transition around 580-545 Ma. The unit consists of Al-rich (kinzigitic) paragneisses with decametric intercalations of graphite gneisses and quartzites, and centimetric to metric lenses of calcsilicate rocks. A new detrital zircon U-Pb age spectrum is reported for a sample of quartzite, and whole-rock geochemical (major and trace elements, 9 samples) and Sm-Nd isotope data (10 samples) for Jequitinhonha Complex paragneiss. Together with published data these show that: (1) the geochemistry of paragneiss samples of the Jequitinhonha Complex are similar to those of passive margin sedimentary protoliths; (2) detrital zircon data yield U-Pb age populations between ca. 0.9 and 2.5 Ga; and (3) Sm-Nd TDM model ages range from 1.6 to 1.8 Ga and εNd(575 Ma) around -7.5. The data reveal a mixture of Cryogenian to Mesoproterozoic rift-related igneous rocks with the Palaeoproterozoic-Archaean basement rocks of the São Francisco-Congo palaeocontinent as the main source areas, and also support the correlation between the Jequitinhonha Complex and the passive margin units of the upper Macaúbas Group, constituting the precursor basin of the orogen. Our results, with the absence of ophiolites in the Jequitinhonha Complex, reinforce the interpretation that the São Francisco-Congo palaeocontinent was not divided to the north of the focused region, suggesting an ensialic termination of a gulf during the Neoproterozoic.
  • Geoquímica do Plúton Serra das Melancias, Suíte Serra da Aldeia: um clássico granito pós-colisional de alto Ba-Sr na Faixa Riacho do Pontal, NE Brasil Articles

    Perpétuo, Marcela Paschoal; Amaral, Wagner da Silva; Costa, Felipe Grandjean da; Uchôa Filho, Evilarde Carvalho; Sousa, Daniel Francisco Martins de

    Resumo em Português:

    RESUMO: A suíte Serra da Aldeia é composta por plútons graníticos circulares ou ovalados, intrusivos em sequências metassedimentares e metavulcanossedimentares na Faixa Riacho do Pontal, Nordeste do ­Brasil. O Plúton Serra das Melancias, pertencente à suíte Serra da Aldeia, está localizado no sudeste do Piauí, próximo ao município de Paulistana. Esse plúton representa a principal expressão magmática nessa região e contém importantes informações sobre a evolução geológica e o magmatismo tardicolisional durante a Orogenia Brasiliana. Com base em dados de campo, petrográficos e geoquímicos, foram definidas três fácies para o Plúton Serra das Melancias: granitos, sienitos e quartzo monzonitos. As rochas apresentam afinidades alcalinas de alto K a shoshoníticas, metaluminosas, e mostram caráter ferroso. São enriquecidas em elementos litófilos de grande raio iônico e elementos terras raras leves, com anomalias negativas de Nb, Ta e Ti. Os valores muito elevados de Ba, Sr e K/Rb, baixo Rb, U, Th, Nb e muito baixos de elementos terras raras pesados são típicos de granitoides de alto Ba-Sr. Assim, os dados geoquímicos sugerem a colocação do Plúton Serra da Aldeia em um ambiente transicional entre tardi a pós-colisional na Faixa Riacho do Pontal, nos estágios finais da Orogenia Brasiliano-Pan Africana.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT: The Serra da Aldeia Suite is composed by circular or oval-shaped plutons, intrusive in meta-sedimentary and meta-volcanosedimentary rocks in the Riacho do Pontal Fold Belt, NE Brazil. The Serra das Melancias Pluton, belonging to Serra da Aldeia Suite, is located southeastern of Piaui state, near Paulistana city. These plutons represent a major magmatic expression in this area and contain important information about the late magmatic/collisional geologic evolution of the Brasiliano Orogeny. Based on petrographic and geochemical data, three facies were defined in the Serra das Melancias Pluton: granites, syenites and quartz monzonites. The rocks display high-K and alkaline to shoshonitic affinities, are metaluminous and show ferrous character. They are enriched in Light Rare Earth Elements and Large Ion Lithophile Elements, with negative anomalies in Nb, Ta and Ti. Their high Ba, Sr, K/Rb, low Rb, relatively low U, Th, Nb to very low Heavy Rare Earth Elements and Y resemble those of typical high Ba-Sr granitoids. The geochemical data suggest the emplacement of Serra das Melancias Pluton in a transitional, late to post-orogenic setting in the Riacho do Pontal Fold Belt during the late Brasiliano-Pan African Orogeny.
  • Petrogênese, geocronologia U-Pb e Sm-Nd do Migmatito Furna Azul: evidência de fusão parcial durante a Orogenia San Ignácio, Terreno Paraguá, SW do Cráton Amazônico Articles

    Nascimento, Newton Diego Couto do; Ruiz, Amarildo Salina; Pierosan, Ronaldo; Lima, Gabrielle Aparecida de; Matos, João Batista; Lafon, Jean-Michel; Moura, Candido Augusto Veloso

    Resumo em Português:

    RESUMO: O Migmatito Furna Azul é um complexo de ~10 km2 localizado em Pontes e Lacerda, Mato Grosso, Brasil. Pertence ao Terreno Paraguá, próximo ao limite com o Terreno Rio Alegre, sudeste da Província Rondoniana - San Ignácio - Cráton Amazônico. O migmatito consiste de metatexitos transicionais com enclaves anfibolíticos e injeções dioríticas. Os metatexitos são distinguidos em ricos em resíduo e ricos em leucossoma e exibem três fases deformacionais marcadas pelo bandamento estromático dobrado afetado por uma xistosidade espaçada e metamorfisados na fácies anfibolito alto, representada por granada, biotita e sillimanita, bem como pela formação de clinopiroxênio nos enclaves. O retrometamorfismo para a fácies xisto verde é marcado pela formação de clorita, muscovita/sericita e prehnita. O metatexito rico em resíduo apresenta maiores teores de CaO, Na2O, separando-os do metatexito transicional enriquecidos em K2O, Ba e Rb. Comparando com produtos de anatexia, nota-se uma afinidade com produtos de protólitos tonalíticos e/ou anfibolíticos. Os dados geocronológicos (U-Pb SHRIMP em zircão e Sm-Nd em rocha total) mostraram que o metatexito rico em resíduo teve sua cristalização em 1436 ± 11 Ma, com idade modelo TDM de 1,90 Ga e εNd(1,43) de -0,54, enquanto a injeção diorítica cristalizou em 1341.7 ± 17 Ma com idade modelo TDM de 1,47 Ga e εNd(1,34) de 3,39. Esses resultados evidenciam que o protólito do Migmatito Furna Azul teria sido formado durante a Orogenia San Ignácio (1.43 Ga) posteriormente retrabalhado, servindo de embasamento para o magmatismo tardi a pós-colisional representado pela Suíte Intrusiva Pensamiento.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT: The Furna Azul Migmatite is a ~10 km2 complex located in Pontes e Lacerda city, Mato Grosso, Brazil. It belongs to Paraguá Terrane, limit with Rio Alegre Terrane, southeast of San Ignacio Province, in Amazon Craton. It consists of transitional metatexites with amphibolite enclaves and dioritic injections. The rocks were divided in residuum rich and leucosome rich; both have three deformation phases marked by folded stromatic layers affected by spaced foliation and metamorphosed in amphibolite facies, represented by garnet, biotite, sillimanite, and by the clinopyroxene in the enclaves. The metamorphic retrograde to greenschist is marked by formation of chlorite, muscovite and prehnite. Residuum-rich metatexites show higher CaO and Na2O contents, separating them from K2O, Ba and Rb enriched transitional metatexites. U-Pb on zircon and Sm-Nd whole-rocks dating indicates that the residuum-rich metatexite crystallized at 1436 ± 11 Ma, with a TDM age of 1.90 Ga and εNd(1.43) of -0.54, whereas the dioritic injection crystallized at 1341,7 ± 17 Ma with a TDM age of 1.47 Ga and εNd(1.34) of 3.39. These results indicate that the Furna Azul Migmatite protolith was formed during the San Ignácio Orogeny and was reworked during the same orogeny, as basement for collisional to post-magmatic granites from Pensamiento Intrusive Suite.
  • Uma abordagem de mapeamento de potencial mineral dos depósitos de níquel supérgeno do sudeste do Cráton do São Francisco Articles

    Motta, João Gabriel; Faria Júnior, Ilio Rodarte

    Resumo em Português:

    RESUMO: A região sudeste do estado de Minas Gerais encontra-se no limite do Cráton do São Francisco com um sistema de dobras, empurrão e cisalhamento formados no Neoproterozóico no evento Brasiliano-Pan Africano, com envolvimento de assembleias do arqueano até essa idade e inclui associação de rochas máficas- ultramáficas (Greenstone Belt Morro do Ferro). A esta unidade arqueana estão associados depósitos minerais de níquel (Morro do Níquel e O'Toole, supérgeno silicatado e sulfetado, respectivamente) e ocorrências minerais. Neste estudo se propõe a aplicação de um modelo conceitual empírico de formação de depósitos de níquel laterítico para implementar técnicas de geoprocessamento sobre dados aerogeofísicos (magnéticos e gama-espectrométricos), modelos digitais de elevação (topografia e declividade de terreno) e geologia para a identificação de áreas prospectivas no Greenstone Belt Morro do Ferro. A interpretação e o processamento desses dados permitiram a produção de planos de informação que registrassem processos geológicos necessários para a formação desses depósitos. A integração deles por um modelo de soma algébrica de camadas binárias possibilitou o mapeamento de zonas de potencial mineralização em níquel de forma eficaz, identificando mineralizações conhecidas e até mesmo delineando novos tratos de possível mineralização em um terreno ainda pouco explorado.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT: Southwestern São Francisco Craton makes limit with Brasília thrust-fold belt and involves rocks from Archean to formed during the Brasiliano-Pan Africano Neoproterozoic event, including a mafic-ultramafic belt (Morro do Ferro Greenstone Belt) hosted along the Archean counterpart. This greenstone belt hosts two-nickel deposits (Morro do Níquel and O'Toole, respectively silicate and sulfide types) and occurrences. This study applies an empirical-conceptual model for lateritic nickel deposits formation into geographic information systems with aerogeophysical data (magnetic and gamma-spectrometry) and digital elevation models (terrain relief and slope). Our contribution aims for nickel deposits favorability mapping using a simple mathematical operator over a supporting spatial database translating the conceptual exploration model into evidential layers for geological processes involved on deposit formation. Evidential layers constructed for identification of elements pertaining the supergene nickel mineral system are given by analytic signal amplitude maps, thorium over potassium ratio images, and digital elevation models and slope maps, derived from shuttle radar topography mission digital elevation models. Evidential layers integration through binary layers algebraic sum identified effectively known deposits and occurrences with its outputs highlighting possibilities for unknown resources in this under-explored terrain.
  • Paleomagnetismo do Cráton Amazônico e sua participação em paleocontinentes Invited Reviews

    D'Agrella-Filho, Manoel Souza; Bispo-Santos, Franklin; Trindade, Ricardo Ivan Ferreira; Antonio, Paul Yves Jean

    Resumo em Português:

    RESUMO: Dados paleomagnéticos obtidos para o Cráton Amazônico nos últimos anos têm contribuído significativamente para elucidar a participação desta unidade cratônica na paleogeografia dos supercontinentes pré-cambrianos. Dados paleomagnéticos do Paleo-Mesoproterozoico favoreceram a inserção do Cráton Amazônico no supercontinente Columbia há 1780 Ma, em um cenário que se assemelhava à configuração "South AMerica and BAltica" (SAMBA). Estes mesmos dados também sugerem a ocorrência de movimentos transcorrentes dextrais entre os Escudos das Guianas e do Brasil-Central após 1400 Ma, ou que movimentos de rotação do bloco Amazônia-Oeste África ocorreram dentro do Columbia entre 1780 e 1400 Ma. Os dados paleomagnéticos atualmente disponíveis do final do Mesoproterozoico são compatíveis com dois cenários diferentes para a Amazônia no supercontinente Rodínia. O primeiro cenário envolve uma colisão oblíqua da Amazônia com a Laurentia, começando no Texas há 1200 Ma, seguida por movimentos transcorrentes até o final da colisão da Amazônia com a Báltica há 1000 Ma. No segundo cenário, a ruptura da Amazônia e da Báltica do Columbia ocorre após 1260 Ma e é seguida por uma rotação horária e pela colisão desses blocos com a Laurentia ao longo do cinturão Grenville há 1000 Ma. Finalmente, a época em que a Amazônia colidiu com a parte central do Gondwana tem sido objeto de muita disputa. Todavia, os poucos polos paleomagnéticos do final do Neoproterozoico/Cambriano para o Cráton Amazônico, para a Laurentia e outros blocos do Gondwana Ocidental sugerem que o Oceano Clymene que separou estes blocos ocorreu entre o final dos períodos Ediacarano e Cambriano, após a separação do Cráton Amazônico da Laurentia há 570 Ma.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT: In the last decade, the participation of the Amazonian Craton on Precambrian supercontinents has been clarified thanks to a wealth of new paleomagnetic data. Paleo to Mesoproterozoic paleomagnetic data favored that the Amazonian Craton joined the Columbia supercontinent at 1780 Ma ago, in a scenario that resembled the South AMerica and BAltica (SAMBA) configuration. Then, the mismatch of paleomagnetic poles within the Craton implied that either dextral transcurrent movements occurred between Guiana and Brazil-Central Shield after 1400 Ma or internal rotation movements of the Amazonia-West African block took place between 1780 and 1400 Ma. The presently available late-Mesoproterozoic paleomagnetic data are compatible with two different scenarios for the Amazonian Craton in the Rodinia supercontinent. The first one involves an oblique collision of the Amazonian Craton with Laurentia at 1200 Ma ago, starting at the present-day Texas location, followed by transcurrent movements, until the final collision of the Amazonian Craton with Baltica at ca. 1000 Ma. The second one requires drifting of the Amazonian Craton and Baltica away from the other components of Columbia after 1260 Ma, followed by clockwise rotation and collision of these blocks with Laurentia along Grenvillian Belt at 1000 Ma. Finally, although the time Amazonian Craton collided with the Central African block is yet very disputed, the few late Neoproterozoic/Cambrian paleomagnetic poles available for the Amazonian Craton, Laurentia and other West Gondwana blocks suggest that the Clymene Ocean separating these blocks has only closed at late Ediacaran to Cambrian times, after the Amazonian Craton rifted apart from Laurentia at ca. 570 Ma.
  • Efeitos de mudanças eustáticas e tectônicas na reversão do sistema de drenagem do Rio Amazonas transcontinental Invited Reviews

    Caputo, Mario Vicente; Soares, Emilio Alberto Amaral

    Resumo em Português:

    RESUMO: O desenvolvimento do Sistema de drenagem do Rio Amazonas envolveu eventos geológicos nos Andes; arcos de Vaupés, Purus e Gurupá; bacias sedimentares da região, assim como mudanças do nível do mar. A origem e a idade deste rio têm sido discutidas por décadas, e muitas ideias têm sido propostas, incluindo aquelas relacionadas a ele ter se originado no Holoceno, Pleistoceno, Plioceno, Neomioceno, ou mesmo antes. Nesse contexto, a geologia das bacias sedimentares do norte do Brasil foi analisada a partir da era Mesozoica, e alguns esclarecimentos são colocados na sua estratigrafia. O Arco de Gurupá permaneceu elevado até o Mesomioceno, direcionando o sistema de drenagem primeiro para o oeste e posteriormente para norte, sem obstrução do Arco do Purus na Amazônia central. O Arco de Vaupés, na Colômbia, foi soerguido junto com as montanhas dos Andes no Mesomioceno, separando a drenagem do Caribe da do Rio Amazonas. Com a subsidência tardia e o brechamento do Arco do Gurupá e uma grande queda no nível do mar no início do Neomioceno, o Rio Amazonas abriu rapidamente seu caminho, de leste para oeste, a partir da Bacia do Marajó. Isto aconteceu através de erosão remontante profunda, que capturou a vasta rede de drenagem das áreas cratônicas e andinas, que anteriormente se desviara ao mar do Caribe. Durante esse tempo, o grande influxo de siliciclásticos à Bacia da Foz do Amazonas e seu leque aumentou, em razão da erosão em vastas áreas da América do Sul, incorporando a rede de drenagem da Bacia do Marajó à drenagem amazônica. Essa exposição extensiva originou a discordância tortoniana que marca o estabelecimento do Rio Amazonas transcontinental em direção ao Oceano Atlântico.

    Resumo em Inglês:

    ABSTRACT: The development of the transcontinental Amazon River System involved geological events in the Andes Chain; Vaupés, Purus and Gurupá arches; sedimentary basins of the region and sea level changes. The origin and age of this river have been discussed for decades, and many ideas have been proposed, including those pertaining to it having originated in the Holocene, Pleistocene, Pliocene, Late Miocene, or even earlier times. Under this context, the geology of the sedimentary basins of northern Brazil has been analyzed from the Mesozoic time on, and some clarifications are placed on its stratigraphy. Vaupés Arch, in Colombia, was uplifted together with the Andean Mountains in the Middle Miocene time. In the Cenozoic Era, the Purus Arch has not blocked this drainage system westward to marine basins of Western South America or eastward to the Atlantic Ocean. Also the Gurupá Arch remained high up to the end of Middle Miocene, directing this drainage system westward. With the late subsidence and breaching of the Gurupá Arch and a major fall in sea level, at the beginning of the Late Miocene, the Amazon River quickly opened its pathway to the west, from the Marajó Basin, through deep headward erosion, capturing a vast drainage network from cratonic and Andean areas, which had previously been diverted towards the Caribbean Sea. During this time, the large siliciclastic influx to the Amazon Mouth (Foz do Amazonas) Basin and its fan increased, due to erosion of large tracts of South America, linking the Amazon drainage network to that of the Marajó Basin. This extensive exposure originated the Late Miocene (Tortonian) unconformity, which marks the onset of the transcontinental Amazon River flowing into the Atlantic Ocean.
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