A despeito da controvérsia existente na literatura com relação aos benefícios da linfadenectomia na sobrevida dos doentes submetidos a ressecções curativas para tratamento do adenocarcinoma gástrico, é inegável que a linfadenectomia ampliada (nível II na classificação japonesa) contribui para o melhor estadiamento e prognóstico destes pacientes. Este procedimento permite-nos melhor identificar aqueles pacientes que têm pior prognóstico e oferecer-lhes novas formas de terapia adjuvante. Como o principal argumento para a não realização de cirurgias mais alargadas é que estas são acompanhadas de maior morbidade e mortalidade, os autores estudaram prospectivamente parâmetros relacionados a esses índices nas gastrectomias com linfadenectomia nível 11 (D2) que tiveram intenção curativa. Para tanto, estudaram-se a taxa de mortalidade, o tempo operatório, as unidades de glóbulos transfundidas, as complicações e o tempo de internação pós-operatória. Entre dezembro de 1992 e fevereiro de 1997 foram internados 86 pacientes com diagnóstico de adenocarcinoma gástrico, dos quais, em 27, atendidos por uma mesma equipe interessada no tratamento destes tumores, houve ressecção cirúrgica com intenção curativa e o tratamento consistiu de gastrectomia acompanhada de linfadenectomia D2. A gastrectomia subtotal foi realizada em 17 doentes, a total em três e a total ampliada em sete. Nove doentes tinham tumores superficiais. Não houve mortalidade entre os pacientes submetidos a ressecções D2; o tempo médio operatório foi de 208,7 minutos; receberam em média 0,2 unidades de glóbulos e a incidência de complicações foi de 33,3%. A permanência hospitalar pós-operatória média foi de 8,6 dias. Foram estudados 854 linfonodos, dos quais 22,1% eram positivos para tumor metastático. Os autores concluem que a dissecção D2 pode ser feita de forma segura e não deve ser evitada por causa do risco de complicações. Permite estadiamento anatomopatológico mais preciso e melhor avaliação do prognóstico destes pacientes.
Despite the existing controversy concerning the benefits of lymphadenectomy on the improvement of survival rates of patients submitted to curative ressections of gastric adenocarcinoma, it is undeniable that extended lymphadenectomy (level from japanese classification) helps staging and contributes to a more accurate prognosis of those patients. This procedure provides the opportunity to better select patients with the worse prognosis and offer them new forms of adjuvant therapy. Since the most important argument against a more radical surgery is a higher incidence of complications and mortality, the authors prospectively evaluated them by performing gastrectomies with systematic D2 lymphadenectomy in patients treated with curative intention. For this purpose, the authors studied mortality rates, operative time, blood transfusion, morbidity and hospital stay. Between december 1992 and february 1997, 86 patients were admitted for treatment of gastric adenocarcinoma: 27 of them were seen by the same surgical team and underwent a curative operative procedure had an operative procedure, gastrectomy with D2 lymphadenectomy. Subtotal gastrectomy was performed in 17 patients and total gastrectomy in 10. Nine patients had superficial tumors. There were no deaths related to D2 dissection. Operative mean time was 208.7 minutes. Patients received a mean of O.2 units of blood transfusion: complications were observed in 33.3% and mean hospital stay was 8.6 days after surgery. Eight hundred and fifty four lymphonodes were sampled and 22.1% of them had metastatic tumor. The authors conclude that D2 lymphadenectomy: He can be done safely and should not be avoided based on concerns of complications. It sure leads to a more accurate pathologic staging and better prognosis analysis for those patients.