História (São Paulo)https://www.scielo.br/feed/his/2020.v39/2024-01-16T19:49:21.642000ZVol. 39 - 2020WerkzeugSão Paulo e os sentidos da colonização10.1590/1980-4369e20200202024-01-16T19:49:21.642000Z2020-08-09T06:48:34.910000ZGonçalves, Paulo CesarOliveira, Lélio Luiz deMont Serrath, Pablo Oller
<em>Gonçalves, Paulo Cesar</em>;
<em>Oliveira, Lélio Luiz De</em>;
<em>Mont Serrath, Pablo Oller</em>;
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Resumo Sob a perspectiva da História Econômica, este artigo contextualiza em termos historiográficos a proposta do dossiê História da colonização em terras paulistas: dinâmicas e transformações (séculos XVI-XX) e apresenta os outros treze artigos que o compõem. Trata-se de um texto propositivo e de síntese que, dentro do quadro de expansão e consolidação do capitalismo, aborda os enlaces específicos entre trocas comerciais, mundos do trabalho, organização do espaço produtivo e ordenação dos movimentos de população como prática política e econômica no território paulista. O objetivo principal é fazer um balanço historiográfico sobre os sentidos da colonização que configuraram a integração e a ampliação dos laços entre São Paulo e o mercado mundial e o desenvolvimento do mercado interno, proporcionando certa diversidade da produção agrícola, muitas vezes obscurecida pela grande lavoura exportadora.Fazendas e Engenhos do litoral vicentino: traços de uma economia esquecida (séculos XVI-XVIII)10.1590/1980-4369e20200212024-01-16T19:49:21.642000Z2020-08-09T06:48:34.910000ZFerlini, Vera Lucia Amaral
<em>Ferlini, Vera Lucia Amaral</em>;
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Resumo A primeira experiência açucareira sistemática no Brasil, no litoral vicentino, foi peculiar e breve. Ainda sem os entraves do monopólio, contando com cabedais flamengos e italianos, a configuração produtiva ensaiou seus primeiros passos, com uso de mão de obra escrava. Em cerca de 40 anos, porém, a produção declinou, ultrapassada pelos grandes negócios que impulsionaram o litoral nordestino. Restou uma economia quase anônima, cujo perfil das propriedades, dos proprietários e dos produtos é difícil de reconstituir. A partir da análise dos estudos sobre a propriedade da terra no Brasil, da historiografia sobre São Paulo Colonial e da implantação desse primeiro núcleo açucareiro, apresentam-se alguns resultados de uma pesquisa em curso, focada na identificação e no reconhecimento das Fazendas e Engenhos do Litoral Vicentino, para a construção de um atlas digital.A essencialidade agropastoril da economia colonial: a fazenda mista paulista10.1590/1980-4369e20200222024-01-16T19:49:21.642000Z2020-08-09T06:48:34.910000ZArruda, José Jobson de Andrade
<em>Arruda, José Jobson De Andrade</em>;
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Resumo: Este artigo constitui-se num manifesto em prol da história da ruralidade na imensa capitania vicentina dos tempos coloniais. Centra-se na essencialidade da fazenda mista, entendida como núcleo pulsante da vida na colônia, um contraponto aos privilegiamentos corrente da esfera mercantil pelas interpretações historiográficas aparentemente antagônicas.Desbravando os sertões paulistas, séculos XVI a XIX10.1590/1980-4369e20200232024-01-16T19:49:21.642000Z2020-08-09T06:48:34.910000ZBacellar, Carlos de Almeida Prado
<em>Bacellar, Carlos De Almeida Prado</em>;
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Resumo: O processo de colonização de São Paulo consistiu num contínuo movimento de expansão da fronteira demográfica e econômica rumo ao oeste. Desde o Século XVI, as terras foram ocupadas de maneira legal ou informal. Busca-se, neste texto, discutir os processos de incorporação dessas terras na economia da cana-de-açúcar e do café.A colonização e a economia açucareira em Campinas, 1765 a 182910.1590/1980-4369e20200242024-01-16T19:49:21.642000Z2020-08-09T06:48:34.910000ZTeixeira, Paulo Eduardo
<em>Teixeira, Paulo Eduardo</em>;
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RESUMO A partir da expansão da lavoura canavieira em São Paulo durante o final do século XVIII e início do século XIX, o povoamento do Oeste foi transformando a fronteira do interior paulista, intensificando a presença humana nessa região. A chegada de pessoas livres e escravas foi o resultado de um processo amplo, em que fatores econômicos, políticos e sociais trouxeram mudanças significativas para a região, transformando-a no eixo principal da economia escravista de São Paulo. A fim de avaliarmos o impacto desse processo colonizador, nosso objetivo foi estudar as estruturas demográficas e a posse de escravos em Campinas, de 1765 a 1829, utilizando como principal fonte documental as Listas Nominativas de habitantes.Paisagem agrária no entorno da capital de São Paulo: estruturas produtiva e fundiária em Bragança, Mogi das Cruzes e Jacareí, 1803-1829/3010.1590/1980-4369e20200252024-01-16T19:49:21.642000Z2020-08-09T06:48:34.910000ZReis, Déborah Oliveira Martins dos
<em>Reis, Déborah Oliveira Martins Dos</em>;
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RESUMO Nosso foco recai no processo de ocupação agrícola e no evolver econômico das localidades paulistas de Bragança, Mogi das Cruzes e Jacareí nas três primeiras décadas do século XIX. Através do recurso a documentação primária diversa, em especial de caráter censitário, nosso objetivo é traçar um perfil das atividades produtivas/econômicas e dos gêneros cultivados, ligando-os às possibilidades de comércio, de forma a caracterizar a estrutura produtiva local e seu evolver, e descrever a estrutura fundiária, ou seja, a forma como a terra se dividia em faixas de tamanho de propriedades, de acordo com o processo histórico de ocupação da área analisada, observado a partir das formas de aquisição das propriedades. A estrutura fundiária encontrada apresenta duas características marcantes: de um lado, identificamos a fragmentação da propriedade agrária com a disseminação de pequenas propriedades a partir de processos sucessórios entre gerações, levando à concentração da propriedade da terra; de outro, nos deparamos com a existência de um marcante mercado de terras, enquanto a estrutura produtiva aponta para o caráter primordialmente agrícola das localidades, com percentual marcante de fogos ligados ao setor agricultura e produzindo gêneros de abastecimento interno para autoconsumo, além de se beneficiaram do comércio com outras áreas, importante na geração de renda e que se dava a partir de alguma especialização e diferenciação na produção entre as localidades.Expansão da fronteira agrícola do centro-sudoeste paulista na segunda metade do século XIX: presença e atuação indígena em terras almejadas pela apropriação privada, “um empecilho de dura transposição”10.1590/1980-4369e20200262024-01-16T19:49:21.642000Z2020-08-09T06:48:34.910000ZDornelles, Soraia Sales
<em>Dornelles, Soraia Sales</em>;
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RESUMO Este artigo apresenta uma reflexão sobre as especificidades do processo de ocupação territorial do centro e sudoeste paulista em meados do século XIX, buscando identificar como as formas de expansão econômica e ocupação territorial envolveram tanto políticas oficiais para concentrar indígenas em áreas específicas quanto ações de violência, tendo por fim a apropriação territorial realizada, geralmente, de maneira ilegal. Estado e iniciativa privada construíram e subverteram direitos territoriais indígenas em um duplo movimento que se mostrou essencial à construção de estruturas de privilégios e padrões de posse de terra.Sistema e meios de transporte em São Paulo a partir da obra de Sérgio Buarque de Holanda10.1590/1980-4369e20200272024-01-16T19:49:21.642000Z2020-08-09T06:48:34.910000ZGrandi, Guilherme
<em>Grandi, Guilherme</em>;
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Resumo: O presente artigo trata dos caminhos por terra e dos cursos fluviais que se entrecruzavam e se complementavam por toda a área da “Paulistânia”, formando um complexo sistema de vias de transporte, tema exaustivamente abordado por Sérgio Buarque de Holanda em três dos seus trabalhos como historiador: Monções, Caminhos e fronteiras e Capítulos de expansão paulista. O objetivo do artigo é demonstrar a essencialidade da obra de Buarque de Holanda para a pesquisa historiográfica sobre a introdução e o desenvolvimento dos meios de transporte, primeiro, na capitania e, em seguida, na província de São Paulo. Conclui-se, por meio do exame de tais trabalhos, que houve na Região Centro-Sul do país, entre os séculos XVI e XIX, uma evolução gradativa das modalidades de transporte que vai do apresamento e dos descimentos de indígenas até o advento das ferrovias, passando pelas monções de povoado e pelas tropas de muares.Engenheiros e fazendeiros em uma ferrovia de capitais <i>caipiras</i>: a Estrada de Ferro Araraquara e os contornos da grande empresa de serviços públicos na primeira república10.1590/1980-4369e20200282024-01-16T19:49:21.642000Z2020-08-09T06:48:34.910000ZSilva, Henry Marcelo MartinsTosi, Pedro Geraldo Saadi
<em>Silva, Henry Marcelo Martins</em>;
<em>Tosi, Pedro Geraldo Saadi</em>;
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RESUMO Esta pesquisa busca compreender a ação de fazendeiros e engenheiros na trajetória da Estrada de Ferro Araraquara, linha férrea que ligava a cidade de Araraquara à boca do sertão oeste de São Paulo no início do Século XX, São José do Rio Preto. A companhia, fundada em 1896 com capitais essencialmente locais em um período de dificuldades para os segmentos ligados ao complexo cafeeiro, teve uma curta e tumultuada vida como empresa privada, sendo objeto de interesses diversos em um ambiente de grande especulação econômica. Nesse contexto, destaca-se a atuação de um grupo de engenheiros que, tomando o controle acionário, promovem uma administração calamitosa, contraindo empréstimos de grande monta no país e no exterior, que culminou na falência e posterior encampação da companhia pelo Estado em 1919, num processo conturbado que envolveu grandes investidores do país e da Europa. A partir de fontes tais como os Relatórios de Exercícios da E. F. Araraquara e diversos jornais do período, o trabalho pretende compreender as vicissitudes da trajetória da ferrovia, a transformação no perfil dos acionistas, bem como as condições que permitiram a ação do grupo de engenheiros no controle e falência da companhia, processo permeado de estratégias e negociatas que elucidam os contornos da grande empresa de serviços públicos na Primeira República.Crédito e Agricultura: hipotecas rurais em Ribeirão Preto (1895-1905)10.1590/1980-4369e20200292024-01-16T19:49:21.642000Z2020-08-09T06:48:34.910000ZMarcondes, Renato LeiteBertolai, Jefferson
<em>Marcondes, Renato Leite</em>;
<em>Bertolai, Jefferson</em>;
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RESUMO Para analisar o papel desempenhado pelas hipotecas no auge da economia cafeeira, o artigo propõe-se estimar seus determinantes e efeitos em Ribeirão Preto, principal comarca produtora de café no início do século XX. A partir das hipotecas efetuadas entre 1895 e 1905 e dos dados agrícolas de 1904-1905, (i) compara-se o perfil dos agricultores que contrataram hipotecas com aquele dos agricultores que não o fizeram, mostrando que os primeiros apresentam maiores patrimônio, produção e produtividade; e (ii) explora-se a relação entre o patrimônio em imóveis dos agricultores e a contratação de hipotecas. A análise mostra que a contratação de hipoteca se relaciona positivamente ao patrimônio dos agricultores, conforme expectativas teóricas. A análise também propõe uma estratégia para mensurar os dois componentes previstos pela teoria: o efeito da hipoteca em aumentar o patrimônio do agricultor (denominado efeito patrimonial) e o efeito do patrimônio do agricultor na capacidade de contratação de hipoteca (denominado efeito garantia). O resultado mostra que os dois efeitos foram relevantes em Ribeirão Preto no período estudado. Em conjunto, a distribuição de crédito concentrada entre os maiores agricultores e a existência do efeito patrimonial podem ser vistas como mecanismo de concentração do patrimônio entre os agricultores.Sobre o que se quis calar: o tráfico de africanos no litoral norte de São Paulo em tempos de pirataria10.1590/1980-4369e20200302024-01-16T19:49:21.642000Z2020-08-09T06:48:34.910000ZPessoa, Thiago Campos
<em>Pessoa, Thiago Campos</em>;
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RESUMO No texto que segue, analisaremos a reorganização do comércio de africanos na clandestinidade tendo como escopo o litoral norte de São Paulo entre 1831 e meados da década de 1850. Nesse período, fazendas, sítios e barracões foram montados nas praias de Ubatuba, São Sebastião e Ilhabela com parte da nova logística do tráfico de africanos na clandestinidade. Para muito além de produção de subsistência e do comércio de cabotagem, aquelas praias foram intensamente marcadas pelos últimos anos do tráfico atlântico de escravizados.Pessoas Partidas: o comércio de partes de escravos (Piracicaba, Província de São Paulo, 1861-1887)10.1590/1980-4369e20200312024-01-16T19:49:21.642000Z2020-08-09T06:48:34.910000ZMotta, José FlávioGalvão, Luciana Suarez
<em>Motta, José Flávio</em>;
<em>Galvão, Luciana Suarez</em>;
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RESUMO Estudamos pequenos negócios de venda de partes ideais de escravos registrados em Piracicaba, província de São Paulo, no período de 1861 a 1887, durante o qual a localidade teve sua economia marcada pela cafeicultura. Foram 17 transações envolvendo 9 homens, 6 mulheres e duas crianças de poucos meses de idade. Percebemos que esse tipo de negócio esteve frequentemente vinculado ao resultado de partilhas em processos de inventários. O recebimento como herança da propriedade parcial de escravos acarretava essas pequenas operações de compra e venda entre herdeiros, produzindo amiúde como resultado a posse “na íntegra” das pessoas herdadas pelos compradores das partes em questão. Dessa forma, transacionar “um pedaço” de uma pessoa, o mais das vezes, equivalia a tão-somente ajustar a matemática cega da divisão equânime de um patrimônio entre aqueles que o herdavam.Racionalidade econômica, transição para o trabalho livre e economia política da abolição: a estratégia campineira (1870-1889)10.1590/1980-4369e20200322024-01-16T19:49:21.642000Z2020-08-09T06:48:34.910000ZGoyena Soares, Rodrigo
<em>Goyena Soares, Rodrigo</em>;
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Resumo As últimas décadas do Império testemunharam o advento de um núcleo de cafeicultores paulistas que vislumbrou na crise da escravidão uma janela de oportunidades para ampliar os negócios econômicos e a participação na administração pública nacional. Embora se valesse de mão de obra cativa, esse núcleo, de origem campineira, compreendeu que a abolição, caso remediada pela imigração em São Paulo, fragilizaria a cafeicultura escravocrata rival - sobretudo a fluminense. Adotou-se uma política de paciência estratégica, que se dava como forma de evitar rupturas com os correligionários da lavoura paulista e como maneira de aguardar a precipitação dos acontecimentos. Os acenos do núcleo ao abolicionismo, paradoxalmente, deram-se num cenário em que o uso da mão de obra servil não era economicamente arcaico. Mediante levantamento de fontes primárias relativas ao custo da produção cafeeira, concluiu-se que a lucratividade do trabalho cativo não destoava dos ganhos próprios ao sistema livre de produção. A adesão da lavoura campineira à abolição, portanto, não foi uma opção oriunda da planilha contábil de cada fazenda. Tratou-se, conforme ratifica a correspondência entre campineiros, de uma equação de economia política que tinha como fatores o movimento abolicionista, o desmantelamento da cafeicultura rival e o ganho de espaço na administração pública.Colonização e fronteiras: portugueses, presença, trabalho e lutas nos interiores de São Paulo10.1590/1980-4369e20200332024-01-16T19:49:21.642000Z2020-08-09T06:48:34.910000ZMatos, Maria Izilda Santos deTruzzi, Oswaldo
<em>Matos, Maria Izilda Santos De</em>;
<em>Truzzi, Oswaldo</em>;
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RESUMO A intensificação e incertezas dos deslocamentos contemporâneos multiplicam as questões-tensões e o estabelecimento de barreiras, constituindo inquietações que desafiam reflexões e discussões. Nesse sentido, este artigo focaliza a presença dos portugueses no processo de expansão de fronteiras e colonização nos interiores do Estado de São Paulo (séculos XIX e XX), abordando aspectos diferenciados das experiências desses imigrantes.Por que São Paulo passou de uma província pouco importante a uma das mais destacadas regiões agrícolas e industriais do mundo?10.1590/1980-4369e20200342024-01-16T19:49:21.642000Z2020-08-09T06:48:34.910000ZRibeiro, Maria Alice Rosa
<em>Ribeiro, Maria Alice Rosa</em>;
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Imigrantes, trabalho e café10.1590/1980-4369e20200352024-01-16T19:49:21.642000Z2020-08-09T06:48:34.910000ZCunha, Maisa Faleiros da
<em>Cunha, Maisa Faleiros Da</em>;
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Construindo as bases de um império: um contraste entre as vidas de Marco Antônio e Augusto10.1590/1980-4369e20200372024-01-16T19:49:21.642000Z2020-08-09T06:48:34.910000ZJosé, Natália Frazão
<em>José, Natália Frazão</em>;
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Resumo As disputas político-militares entre o herdeiro de Júlio César, futuro Augusto, e o general Marco Antônio deixaram marcas indeléveis na História da formação do Império Romano. Seus entraves, assim como suas manifestações perante a sociedade romana, auxiliaram na formação das perspectivas sobre o período, na criação de memórias e esquecimentos que, ao perpassar dos séculos, foram transmitidas, assimiladas e reassimiladas, até chegarem aos nossos dias. Criaram, desta maneira, imagens diversas e, também, opostas, sobre estes personagens, suas vidas e suas mortes. Assim sendo, a proposta deste artigo é destacar brevemente algumas interpretações realizadas sobre as vidas e as mortes de Marco Antônio e Augusto em alguns autores antigos, procurando demonstrar que a disputa entre ambos acontece, igualmente, na maneira em que vivem e em que morrem.Divinização Heróica e Catasterismos na Poesia de Virgílio: Polissemia e Apropriações Poéticas do Cometa/Estrela de César10.1590/1980-4369e20200382024-01-16T19:49:21.642000Z2020-08-09T06:48:34.910000ZMota, Thiago Eustáquio Araújo
<em>Mota, Thiago Eustáquio Araújo</em>;
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Resumo: O tema da divinização heroica, tanto de Hércules quanto de Enéias e Rômulo, ganhou amplo espaço na literatura augustana, em parte, graças à memória da consecratio de César, associado a um corpo celestial e cultuado, depois da morte, como diuus em um templo no Fórum Romano. Não apenas o tema da apoteose heroica, mas também o tópico da transmutação/elevação sideral, ou catasterismo, pertencente ao repertório dos mitos, foi usado como recurso poético para ilustrar a vinculação de César com o astro de 44 a.C. Buscamos demonstrar como este portento astral ganhou conotações variadas ao longo das três principais composições de Virgílio (Bucólicas, Geórgicas e Eneida) que se estendem por arco temporal de trinta anos. Através da análise hermenêutica abordaremos as representações da morte e da apoteose astral de César na poesia virgiliana tendo em vista as especificidades de gênero e a historicidade de cada poema.Dimensões espaciais entre morte, memória e experiências emocionais: um estudo de caso à luz do mausoléu de Otaviano10.1590/1980-4369e20200392024-01-16T19:49:21.642000Z2020-08-09T06:48:34.910000ZOmena, Luciane Munhoz de
<em>Omena, Luciane Munhoz De</em>;
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RESUMO O artigo centraliza-se em análises acerca das dimensões espaciais entre morte, memória e experiências emocionais à luz do Mausoléu de Otaviano. Tendo iniciado a construção em 29 a.C., quando disputava seu poder político com Marco Antônio e Cleópatra, produziu uma linguagem política com um viés mais dramático associado aos mores maiorum. Partindo, então, dessas observações, a proposta versa sobre espaços e locais, pois, a um só tempo, necrópole e edifício funerário produziram imagens dirigidas à comunidade de Roma sobre os aspectos político, sagrado e emocional.Remembering Julio-Claudian Emperors as Patrons of Literature10.1590/1980-4369e20200402024-01-16T19:49:21.642000Z2020-08-09T06:48:34.910000ZFarrell, Joseph
<em>Farrell, Joseph</em>;
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Abstract The Julio-Claudian period, beginning with the reign of Tiberius, is one of the more neglected, and even actively disparaged periods in ancient literary history. It tends to be defined exclusively in terms of Latin literature, and not of Greek, and to be considered less as a period than simply as an unstructured stretch of time between the Augustan and Neronian periods. The metaphors most often applied to it run from the relatively generous “fallow period” to the more pejorative “wasteland.” This common perception is badly in need of reconsideration. In this article, I will discuss some of the misconceptions that on which low opinions of the period have been based. I will also show that the efforts of Tiberius in particular, when properly understood, take on a much more favorable appearance. In particular, I will consider his sponsorship of major institutional and administrative projects to support literary activities, his promotion of literary scholarship, his role in continuing the management and development of the Greek literary canon, and his even-handed treatment of Latin and Greek writers and orators. When these factors are properly evaluated, a different picture of Imperial literature will emerge; and the Julio-Claudian period begins to look foundational, rather than as a kind of literary dead zone.A repercussão das mortes de Germânico e Druso na atuação jurídica de Tibério segundo os <i>Anais</i> de Tácito.10.1590/1980-4369e20200412024-01-16T19:49:21.642000Z2020-08-09T06:48:34.910000ZSouza, Dominique Monge Rodrigues de
<em>Souza, Dominique Monge Rodrigues De</em>;
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Resumo Os Livros I-VI dos Anais, escritos por Tácito, legaram importantes vestígios sobre o estabelecimento da dinâmica entre o Senado Romano e o imperador Tibério no âmbito jurídico. Com base no levantamento dos processos relatados nesses livros, observamos um crescimento no número de acusações de maiestas e repetundae relatadas no decorrer dos Livros III e IV. Estes livros dedicam-se aos contextos posteriores às mortes de Germânico e Druso, ambos filhos, o primeiro por adoção, e possíveis sucessores de Tibério. Neste artigo, a partir da análise das acusações de maiestas e repetundae, propomos o estudo da repercussão das mortes desses personagens históricos na narrativa da atuação jurídica de Tibério e da relação deste princeps com a corte senatorial. Desse modo, através da análise dessas acusações, objetivamos compreender o desenvolvimento das práticas jurídicas do Senado e do princeps, assim como a argumentação de Tácito em torno da gradual degradação do Principado de Tibério.O incesto e o monstro: Uma construção da memória do Imperador Calígula10.1590/1980-4369e202000422024-01-16T19:49:21.642000Z2020-08-09T06:48:34.910000ZCavicchioli, Marina Regis
<em>Cavicchioli, Marina Regis</em>;
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Resumo: O imperador Calígula, descrito por Suetônio como um monstro, ainda desperta muita curiosidade nos dias de hoje. Entre as acusações que pairavam sobre ele, que ajudaram a construir sua memória de monstruosidade, está a de cometer incesto com suas irmãs. Assim, pretendemos aqui traçar um breve panorama da moral romana no que concerne essa relação sexual ilícita e sua judicialização, relacionando ambos os âmbitos aos principais discursos encontrados nas fontes latinas sobre a alegação de incesto cometido por Calígula. Destaque especial será dado à passagem de Suetônio que trata da posição das irmãs de Calígula nos banquetes, de um modo geral negligenciada pelos autores modernos, já que sua análise revela aspectos simbólicos importantes no contexto das acusações de incesto. Por fim, faremos um levantamento da forma como os principais biógrafos de Calígula da atualidade discorrem sobre a acusação.O século de ouro e a "adoção do melhor": considerações sobre a sucessão imperial durante o século II d.C.10.1590/1980-4369e20200432024-01-16T19:49:21.642000Z2020-08-09T06:48:34.910000ZGaia, Deivid Valerio
<em>Gaia, Deivid Valerio</em>;
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Resumo: A sucessão imperial era uma condição sine qua non para a sobrevivência de uma dinastia no Império Romano. Se as duas primeiras dinastias romanas, Júlio-Claudiana e Flaviana, escolheram a sucessão hereditária com algumas adoções no seio da família imperial, a terceira, a Antonina, se organizou quase que substancialmente em torno da adoção como transmissão do poder imperial; adoção que ficou conhecida como "a do melhor". Nesse sentido, no presente trabalho, meu objetivo é apresentar algumas considerações sobre um problema que ainda ronda a historiografia sobre o século II d.C.: a questão da sucessão imperial e a sua relação com a "adoção do melhor" durante a dinastia antonina.Da humildade à força: imagens de Trajano na literatura do Principado10.1590/1980-4369e20200442024-01-16T19:49:21.642000Z2020-08-09T06:48:34.910000ZRossi, Andrea Lúcia Dorini de Oliveira Carvalho
<em>Rossi, Andrea Lúcia Dorini De Oliveira Carvalho</em>;
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Resumo: O objetivo deste artigo é fazer alguns apontamentos sobre a imagem do Imperador Trajano como optimus princeps a partir da literatura produzida no Principado Romano. As obras analisadas são as produzidas por Suetônio, Plínio, o Jovem, Dion de Prusa e Dion Cássio e que permitem identificar a construção de imagens dos dois imperadores de forma dicotômica e antagônica como a de Trajano a partir de seu antecessor, Domiciano. Estas posturas antagônicas são abordadas, a partir destas obras, por meio de dois elementos fundamentais para um governante do Império Romano: a sua relação com o Senado e a sua liderança perante o Exército.História, memória e morte do imperador romano Gordiano III (III-V d.C.)10.1590/1980-4369e20200452024-01-16T19:49:21.642000Z2020-08-09T06:48:34.910000ZSilva, Érica Cristhyane Morais da
<em>Silva, Érica Cristhyane Morais Da</em>;
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Resumo: No presente artigo, nos dedicaremos à contextualização e análise acerca de um busto masculino, em mármore, descrito como de “um imperador vestido com um corselete”, encontrado na Vila da Caserna, em Antioquia de Orontes, e identificado como Gordiano III que governou o império romano entre os anos 238 e 244 d. C., uma vez que foram lançadas dúvidas se este seria uma representação de Gordiano III ou de Treboniano Galo. Julgamos, como sugeriu, antes, Dericksen M. Brinkerhoff, que o busto se trata, de fato, de Gordiano III pela relação estreita da vida desse imperador com a história da cidade de Antioquia. E ainda propomos, como hipótese, que o mencionado busto imperial junto com toda a coleção da qual é pertinente seja compreendida dentro de um contexto religioso e, portanto, como portadores de significados religiosos.O Escabelo Púrpura: o cativeiro de Valeriano como paradigma da ascensão do Império Sassânida10.1590/1980-4369e20200462024-01-16T19:49:21.642000Z2020-08-09T06:48:34.910000ZPinto, Otávio Luiz Vieira
<em>Pinto, Otávio Luiz Vieira</em>;
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Resumo Este artigo tem por objetivo refletir sobre o balanço de poder imperial eurasiático entre os romanos, no Ocidente, e os persas, no Oriente, a partir de uma efeméride emblemática: a derrota do imperador latino Valeriano em Edessa, sua captura pelas forças sassânidas e subsequente morte em cativeiro, marcando a primeira e última vez que o líder máximo romano seria feito refém. Propõe-se, aqui, que a derrota ocidental e a memória da captura e morte de Valeriano podem ser lidas como um paradigma da ascensão e da solidificação do poder sassânida no Oriente. Se, por um lado, a morte de Valeriano indica, para os romanos, o início de um período turbulento, por outro, para os persas, a vitória do xá Sapor indica o início de um período de bonança e autoridade. A partir dessa passagem, então, pode-se discutir tanto uma forma de integração eurasiática mais ampla - integração em que eventos possuem consequência compartilhadas, em que o mundo romano influencia o mundo persa e vice-versa - quanto os tradicionais focos historiográficos, visto que a morte de Valeriano pode ser discutida não como fracasso romano, mas como sucesso persa, deslocando o foco de análise do Ocidente para o Oriente.História, presságios memoráveis e a morte do Imperador Juliano na obra de Amiano Marcelino (390-392 d.C.)10.1590/1980-4369e20200472024-01-16T19:49:21.642000Z2020-08-09T06:48:34.910000ZCarvalho, Margarida Maria de
<em>Carvalho, Margarida Maria De</em>;
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Resumo: Neste artigo, temos a intenção de analisar os livros XXIII a XXV da obra Res Gestae de Amiano Marcelino, a respeito dos momentos cruciais da guerra contra os persas e da morte de Juliano no meio de uma batalha contra esses adversários. Esse estilo faz parte do gênero romano do discurso bellum, ilustrado por Salústio (86-35 a.C.) e Júlio César (100-44 a.C.), assim como o estilo da biografia imperial cujo desenvolvimento ocorreu até a Antiguidade Tardia. Pretendemos interpretar episódios que ocorreram antes e durante a morte do Imperador Juliano na visão desse autor militar. O texto será desenvolvido tendo como base a metodologia da História das Emoções. Dessa forma, serão ressaltados sentimentos como o medo e a coragem que se mesclam no decorrer da narrativa.A cidade, o imperador e os sentidos da memória: o governo de Valente em Antioquia (371-378)10.1590/1980-4369e20200482024-01-16T19:49:21.642000Z2020-08-09T06:48:34.910000ZSilva, Gilvan Ventura da
<em>Silva, Gilvan Ventura Da</em>;
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Resumo: Antioquia, a metrópole da província da Síria Coele e uma das maiores cidades do Império Romano, foi, na época tardia, residência oficial de diversos imperadores, a exemplo de Diocleciano, Constâncio II, Galo, Juliano e Valente. Em alguns casos, a relação do imperador com a população se revelou abertamente conflituosa, em outros, no entanto, prevaleceu a concórdia. Seja como for, cada soberano buscou, ao seu modo, imprimir, na cidade, uma marca do seu governo, como uma estratégia de preservação da memória, razão pela qual Antioquia sempre foi objeto da generosidade edilícia dos imperadores. Neste artigo, pretendemos revisitar o episódio da passagem de Valente por Antioquia, que se encontra profundamente condicionado pela imagem negativa elaborada por Amiano Marcelino e pelos autores das histórias eclesiásticas do século V (Sócrates, Sozomeno e Teodoreto de Ciro) devido à perseguição contra os praticantes das artes mágicas e contra os adeptos do credo de Niceia deflagrada pelo Estado imperial. Não obstante os relatos que tendem a desqualificar o governo de Valente em Antioquia, importa reconhecer que o imperador foi o responsável pela construção de um fórum que logo se torna um dos pontos focais da paisagem urbana, o que revela o seu apreço pela cidade. Desse modo, é necessário relativizar o discurso de Amiano Marcelino e dos cronistas eclesiásticos segundo o qual Valente teria sido um soberano inclemente, irascível e, portanto, malquisto pela população de Antioquia.Memórias sobre o imperador Valente nos testemunhos dos Padres Capadócios: a morte do imperador e denúncias contra o Cristianismo ariano (Séc. IV d.C.)10.1590/1980-4369e20200492024-01-16T19:49:21.642000Z2020-08-09T06:48:34.910000ZPapa, Helena Amália
<em>Papa, Helena Amália</em>;
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Resumo: Os Padres Capadócios, bispos Basílio de Cesareia, Gregório de Nazianzo e Gregório de Nissa, ficaram assim conhecidos pela historiografia e pela literatura patrística por terem nascido, vivido e morrido na Província da Capadócia, no Oriente do Império Romano, atual Turquia, durante a segunda metade do século IV d.C. Entretanto, os três cristãos nicenos não tiveram suas vidas coadunadas na historiografia unicamente por serem conterrâneos: os três participaram dos mesmos conflitos político-religiosos, envolvendo a defesa do dogma trinitário. A relação entre o poder imperial e os grupos cristãos, e as relações entre os próprios Cristianismos, foi um dos temas protagonistas no século IV d.C. A partir de uma análise crítica dos testemunhos dos Padres Capadócios sobre o imperador Valente (364-378 d.C.), pretendemos enfatizar a relação entre os cristãos arianos e nicenos, uma vez que, em seus testemunhos, esses bispos auxiliaram na construção da imagem de Valente como inimigo estritamente religioso dos nicenos. Tal imagem foi utilizada pela historiografia para construção de uma memória que insere a morte desse imperador como um marco historiográfico acrítico que separa a perseguição de uma liberdade religiosa para os nicenos, que findaria em uma oficialização do Cristianismo niceno por Teodósio I em 380 d.C.Memorie d’imperatori vivi, orazioni funebri e preghiere in suffragio per i principi defunti: Ambrogio di Milano e le sue innovazioni10.1590/1980-4369e20200502024-01-16T19:49:21.642000Z2020-08-09T06:48:34.910000ZTesta, Rita Lizzi
<em>Testa, Rita Lizzi</em>;
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Um imperador cristão merece o céu: a construção de memórias sobre o imperador Graciano nos escritos de Ambrósio (séc. IV d.C.)10.1590/1980-4369e20200512024-01-16T19:49:21.642000Z2020-08-09T06:48:34.910000ZPohlmann, Janira Feliciano
<em>Pohlmann, Janira Feliciano</em>;
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Resumo: Ambrósio encontrou em Graciano o primeiro imperador que lhe ofereceu um espaço público oficial para a defesa da crença cristã-nicena. Este novo espaço ia além das pregações episcopais e dos textos sobre a questão da virgindade feminina debatida pelo sacerdote. Por isso, através de seus escritos, o bispo milanês transformou Graciano em um “santo imperador”, protetor dos nicenos. Neste trabalho, meu objetivo é examinar a memória criada por Ambrósio sobre o lugar de Graciano no céu, uma construção discursiva que afastava o augusto da tradicional apoteose divina. Tal análise será feita com base, especialmente, em duas laudações fúnebres de autoria ambrosiana: De Obitu Valentiniani Consolatio (de 392) e De Obitu Theodosii Oratio (de 395).Teodosio, construcción de una vida y muerte ejemplares10.1590/1980-4369e20200522024-01-16T19:49:21.642000Z2020-08-09T06:48:34.910000ZGervás, Manuel Rodríguez
<em>Gervás, Manuel Rodríguez</em>;
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Resumen: Este trabajo sobre la figura de Teodosio no pretende ser un estudio historiográfico de la vida y obra del emperador, sino que hemos tratado de establecer ciertos elementos propagandísticos que sirven para presentar al emperador hispano como uno de los grandes emperadores de la Antigüedad tardía, y ejemplo de soberano cristiano. A través de las obras de Temistio, Pacato, Ambrosio de Milán y Agustín de Hipona nos acercamos a algunas de las claves de la propaganda imperial teodosiana. A través del análisis funcional de las principales virtudes y cualidades del emperador cristiano intentamos establecer los elementos propagandísticos paganos que permanecieron al pasar a una cultura cristiana, pero también observamos nuevas propuestas ideológicas propias del cristianismo y que trascenderán al propio Teodosio.Memória da atuação do imperador Teodósio II na Controvérsia Nestoriana (Séc. V d.C.) 10.1590/1980-4369e20200532024-01-16T19:49:21.642000Z2020-08-09T06:48:34.910000ZFigueiredo, Daniel de
<em>Figueiredo, Daniel De</em>;
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Resumo Teodósio II governou o Império Romano do Oriente de 408 a 450 d.C. A memória da sua atuação ficou marcada como um imperador pouco habilidoso na condução político-administrativa do Império, sobretudo no que se refere ao gerenciamento da Controvérsia Nestoriana. Essa controvérsia teológica opunha os bispos Cirilo de Alexandria e Nestório de Constantinopla acerca da interação entre as naturezas divina e humana do Cristo. Relatos posteriores a sua morte, ocorrida em 450 d.C., como os de Prisco de Pânio, Evágrio Escolástico e João Malalas ressaltavam o seu caráter inconstante por alternar apoio entre as facções que se formaram em apoio aos dois bispos. Ao se analisar as cartas imperiais e episcopais produzidas durante o conflito, inseridas na obra Acta Conciliorum Oecumenicorum (ACO), por meio do método prosopográfico, percebe-se a presença de funcionários imperiais, civis e militares, se associando aos bispos na questão teológica. Uma vez que na Antiguidade Tardia questões religiosas permeavam as demais esferas da vida social, o objetivo desse artigo é demonstrar que a alternância de apoio do imperador, longe de caracterizar fraqueza nas suas decisões, se inseria na estratégia de contrabalanceamento de poderes entre as aristocracias imperiais, no sentido de manter sua centralidade frente ao poder imperial."O insigne pai do orbe está vivo ou morreu?" A morte do Imperador Justiniano (565), segundo o Panegírico de Justino II de Coripo (566 - 568).10.1590/1980-4369e20200542024-01-16T19:49:21.642000Z2020-08-09T06:48:34.910000ZFrighetto, Renan
<em>Frighetto, Renan</em>;
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Resumo A Antiguidade Tardia foi marcada por intensas e importantes transformações, tanto nos antigos territórios romanos ocidentais como no Império Romano do Oriente. Dos vários imperadores que atingiram o sólio imperial romano oriental, Justiniano foi, de fato, o que maior projeção alcançou na história do mediterrâneo ao longo do século VI. Promotor de várias iniciativas e reformulações administrativas, a ele imputamos o último grande esforço de desenvolvimento da hegemonia sobre o mediterrâneo ocidental desde Constantinopla e que tentou recuperar o prestígio e a grandeza da autoridade imperial, denominada pela historiografia como aRenouatio Imperii. Marcado por vitórias e fracassos, o reinado de Justiniano (527 - 565) é considerado como o ponto de inflexão de um Império Romano do Oriente que começará a perder a sua força e o seu brilho. Apesar disso, sua importância e o seu legado aparecem de forma destacada no Panegírico dedicado ao seu sucessor, Justino II (565 - 578), redigido por Flávio Cresconio Coripo, no qual a morte de Justiniano e as suas exéquias são descritas como um autêntico ritual dedicado aoimperator sacratissimus. Neste estudo analisaremos os detalhes e os significados políticos, sociais e culturais apresentados por Coripo do funeral de Justiniano.O Pai dos Cristãos e as populações escravas em Goa: zelo e controle dos cativos convertidos (séculos XVI e XVII)10.1590/1980-4369e20200012024-01-16T19:49:21.642000Z2020-08-09T06:48:34.910000ZFaria, Patricia Souza de
<em>Faria, Patricia Souza De</em>;
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RESUMO O cargo de Pai dos Cristãos foi criado para auxiliar na conversão das populações do império asiático português, impedir as práticas religiosas consideradas idólatras, ensinar a doutrina católica aos catecúmenos e ampará-los. Entre as populações nativas, os escravos receberam especial atenção do Pai dos Cristãos que, além de zelar pela conversão dos escravizados, deveria verificar se o cativeiro a que estavam submetidos era legítimo, de acordo com a legislação portuguesa. Neste estudo examinaremos as instruções régias e eclesiásticas relacionadas à atividade do Pai dos Cristãos, bem como a documentação que tratou de sua ação sobre a população escrava de Goa, especialmente as “Cartas de Alforria”.Uma arqueologia do esporte: a paisagem do Prado Guarany (1884-1890)10.1590/1980-4369e20200022024-01-16T19:49:21.642000Z2020-08-09T06:48:34.910000ZMelo, Victor Andrade deChevitarese, André Leonardo
<em>Melo, Victor Andrade De</em>;
<em>Chevitarese, André Leonardo</em>;
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Resumo Este estudo tem por objetivo prospectar a possível localização do Prado Guarany, um dos hipódromos que houve no Rio de Janeiro do século XIX, ativo entre os anos de 1884 e 1890. Consideramos que investigar um estabelecimento nos dias de hoje pouco conhecido pode nos permitir discutir os movimentos de urbanização, bem como os processos seletivos de memória. Trata-se de uma arqueologia da paisagem. Para alcance do intuito, cruzamos informações obtidas em periódicos, iconografias (obras de arte e fotografias), mapas e trabalhos de campo (visitas etnográficas para identificar permanências no espaço). Este artigo inaugura um projeto que pretende pesquisar as modificações das paisagens da capital fluminense nas quais há registros de experiências ligadas ao esporte, uma das manifestações culturais que, desde o século XIX, intensamente tem se estruturado na cidade. Trata-se de uma proposta de construção de uma arqueologia do esporte.Edição, política e ditadura: dois livros de oposição da Editora Alfa-Omega10.1590/1980-4369e20200032024-01-16T19:49:21.642000Z2020-08-09T06:48:34.910000ZMaués, Flamarion
<em>Maués, Flamarion</em>;
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RESUMO Neste artigo, analisarei a edição, pela Editora Alfa-Omega, de São Paulo, de dois livros de oposição: A Ilha (um repórter brasileiro no país de Fidel Castro), de Fernando Morais (1976), e Os exilados: 5 mil brasileiros à espera da anistia, de Cristina Pinheiro Machado (1979). A partir da análise da história da editora, do processo de produção e edição dos livros enfocados e da sua repercussão, buscarei mostrar como e por que eles se caracterizaram como livros de oposição à ditadura então vigente no Brasil e o papel político que estas obras desempenharam no período estudado. Discutirei também a categoria “livros de oposição”, entendendo-a como relacionada a obras literárias que representavam uma manifestação política pública de oposição em um período de forte restrição às liberdades democráticas. Eram, portanto, formas de intervenção possíveis em um quadro ditatorial, que traziam em si as limitações inerentes ao veículo livro, limitações estas relacionadas ao público leitor, à distribuição e ao alcance efetivo dessas obras, e a seu impacto real na conjuntura política do país.Entre escravos e taipas: o modo de fazer africano na arquitetura paulista10.1590/1980-4369e20200092024-01-16T19:49:21.642000Z2020-08-09T06:48:34.910000ZNóbrega de Jesus, Carlos Gustavo
<em>Nóbrega De Jesus, Carlos Gustavo</em>;
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Resumo O presente artigo busca avaliar a relevante colaboração da mão de obra e da cultura africana na construção de terra na arquitetura paulista, entre os séculos XVIII e XIX. A proposta ganha uma maior relevância pelo fato de não ter recebido, ainda, a devida atenção dos pesquisadores da área, que, na maior parte das vezes, destacaram o papel singular das edificações paulistas, resultante do sincretismo étnico e cultural do português com o indígena. É verdade que buscar a fundamentação para tal proposta foi um desafio, já que, até pouco tempo, a imagem do escravo africano era representada, unicamente, pela sua força muscular, postura que o alijava de seu modo de fazer. Além disso, tal premissa permite conclusões precipitadas, como aquelas baseadas no fato de que o africano não trouxe nenhuma colaboração às técnicas construtivas paulistas, pois só cumpria ordens e não tinha autonomia de criação. Sendo assim, era capaz, apenas, de reproduzir as técnicas de outras culturas. Para se contrapor a tais hipóteses foi necessário lançar mão de uma grande gama de fontes históricas, como a iconografia, as fontes manuscritas, os relatos de memorialistas e viajantes.Autenticidade, consumo e reconhecimento quilombola: do neotribalismo à sociedade de consumo
10.1590/1980-4369e20200122024-01-16T19:49:21.642000Z2020-08-09T06:48:34.910000ZMarinho, Thais Alves
<em>Marinho, Thais Alves</em>;
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RESUMO Esse trabalho visa compreender, por meio de uma análise sociogenética e psicogenética, com base em dados obtidos por meio da História Oral, História de Vida e observação participante, os constrangimentos institucionais que alimentam as relações de consumo e as expressões culturais entre os Kalunga e como essas afetam a organização do grupo em torno da identidade quilombola na atualidade, formalizada pelo etnônimo Kalunga. A prerrogativa sincrônica e diacrônica adotada é que cada um desses afrodescendentes do nordeste goiano interseccionam a memória coletiva a que tiveram acesso durante sua experiência de vida, fundada na tradição, objetivada por seus habitus, com a lógica formal legitimada, a medida e de acordo com a intensidade do contato estabelecido com o ambiente técnico-informacional globalizado do mercado e burocrático-instrumental do estado. O acesso aos saberes e aos bens se faz mediante uma processualidade histórica e hierarquizante de longa duração (sociogênese), estabelecida por uma rede intricada de controles sobre a cognição e a volição dos indivíduos (piscogênese). Esse jogo do poder, por sua vez, efetiva diferentes níveis de contatos com os valores tidos universais, gerando um ambiente simbólico múltiplo e desigual, que suporta tanto a universalidade quanto a particularidade, tanto a identidade quanto a diferença. Tal constatação, no entanto, frustra o ideal de autenticidade edificado pela gnosiologia moderna, que tem inspirado o reconhecimento de comunidades tradicionais rurais no Brasil, já que esperam encontrar unidades coletivas, com uma cultura autêntica e independente, que se afirma em relação às outras culturas.The ambiguities of Brazil in the nuclear area and the Argentine "strategic patience” (2002-2010)10.1590/1980-4369e20200042024-01-16T19:49:21.642000Z2020-08-09T06:48:34.910000ZSuppo, Hugo RogelioGavião, Leandro
<em>Suppo, Hugo Rogelio</em>;
<em>Gavião, Leandro</em>;
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ABSTRACT This article discusses the ambiguities of Brazil regarding the nuclear area during the administrations of Luiz Inácio Lula da Silva. To do so, the text uses the speeches of important politicians and members of government bodies to analyze the erratic positioning of Brasília in the face of the commitments made with Argentina since the Quadripartite Agreement (1991) and the founding of the Brazilian-Argentine Agency for Accounting and Control of Nuclear Materials (ABACC). Other source categories used are newspaper articles - Brazilian and international - and confidential files leaked by the non-governmental organization WikiLeaks. Finally, it is sought to evaluate the role of ABACC as an instrument to sustain the Argentinian “strategic patience” within the framework of the sensitive nuclear area.“Hegemonia” e “Intelectual Orgânico” na Primeira Idade Média: Gregório I e a (re)elaboração do vocábulo-conceito de <i>rector</i>10.1590/1980-4369e20200052024-01-16T19:49:21.642000Z2020-08-09T06:48:34.910000ZCharrone, João Paulo
<em>Charrone, João Paulo</em>;
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Resumo Este artigo pretende analisar Gregório I (540-604) como intelectual orgânico do papado frente às monarquias germânicas, isto é, traçar as estratégias do bispo de Roma para firmar sua posição como facção hegemônica frente aos Estados ampliados germânicos. Nesse sentido, acreditamos que a correspondência que o bispo de Roma manteve com os esses reinos, bem como a Regula Pastoralis, nos Dialogi e a Moralia in Iob, podem ser tomadas, num sentido amplo, como indicativas de seu pensamento político e, mais especificamente, como referência de suas ideias acerca das relações entre Igreja e os Estados Segmentários, no sentido de construir um projeto de hegemonia papal.À perlaboração da violência traumática da repressão: o caso brasileiro10.1590/1980-4369e20200062024-01-16T19:49:21.642000Z2020-08-09T06:48:34.910000ZRosa, Johnny Roberto
<em>Rosa, Johnny Roberto</em>;
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Resumo No Brasil, o conjunto de medidas administrativas, judiciais, legais, a aplicação de atividades compensatórias, de ações educativas e de políticas de memória assumidas ao acerto de contas com a violência cometida pelos agentes do Estado durante a ditadura civil-militar (1964-1985) levam em conta ações compensatórias, educativas e políticas de memória e verdade agenciadas por meio dos trabalhos da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, da Comissão de Anistia e da Comissão Nacional da Verdade. Questiona-se aqui a possibilidade de as representações feitas pelas medidas de justiça de transição implementadas pelas comissões de reparação e de verdade assumirem um sentido terapêutico, condicionando a perlaboração dos traumas decorrentes das atrocidades perpetradas pelos agentes da repressão. Para isso, no contexto no qual o Estado brasileiro implementa medidas ao reconhecimento, à reparação, à reconciliação, ao esclarecimento e à responsabilização dos crimes da repressão, submetem-se as narrativas produzidas pelas comissões de reparação e de verdade a uma análise que leva em conta o processo de perlaboração do trauma dessas experiências. Averiguado que as debilidades do processo transicional brasileiro inibem o debate e o engajamento social, dificultam o reconhecimento da violência, colocam obstáculos à simbolização e à apreensão coletiva de suas representações e conduzem os seus termos ao esquecimento ou à revisão, conclui-se que as representações feitas pelas medidas de justiça transicional não condicionam a perlaboração social dos legados traumáticos da violência cometida pelos agentes da repressão durante a ditadura civil-militar no Brasil. Tais condições seguem dificultando que um trabalho de memória da violência da ditadura se configure em um trabalho de perlaboração dos legados de seus traumas.A autogestão iugoslava: caminhos e dilemas (1950-1991)10.1590/1980-4369e20200072024-01-16T19:49:21.642000Z2020-08-09T06:48:34.910000ZMiguel, Sinuê Neckel
<em>Miguel, Sinuê Neckel</em>;
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RESUMO Este artigo apresenta um panorama histórico sobre o sistema de autogestão desenvolvido na Iugoslávia, abarcando desde a sua introdução em 1950 até o seu desmantelamento concomitante à restauração capitalista e à desintegração do país nos turbulentos anos de 1988 a 1991. Destacamos os resultados econômicos positivos obtidos ao menos até a introdução da reforma laissez-faire de 1965, bem como a ambiciosa tentativa de remodelação do sistema nos anos 1970, gradativamente colocado em xeque ao longo da crise terminal dos anos 1980<i>Le Cid</i>, de Corneille, o Teatro Clássico Francês, e a Gênese do Estado Moderno10.1590/1980-4369e20200102024-01-16T19:49:21.642000Z2020-08-09T06:48:34.910000ZMendonça, Carlos Eduardo Rebello de
<em>Mendonça, Carlos Eduardo Rebello De</em>;
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RESUMO O artigo homenageia o trabalho de Benzaquen de Araujo & Viveiros de Castro (1977) sobre Romeu e Julieta, peça shakespeareana que trataria da gênese do Estado Moderno superpondo-se e sobrepondo-se aos interesses privados, fundidos numa “sociedade civil” legalmente indiferenciada. Argumentamos que tal gênese da Sociedade Civil em si só não estabelece um modo de resolução dos conflitos entre interesses privados, o que será a tarefa histórica do Absolutismo. A peça de Corneille, Le Cid, que examinamos, trataria deste papel ativo do Estado pela resolução de uma história de amor e de vendetta. Conclui-se que Corneille e Shakespeare compartilhavam uma certa noção do indivíduo “domesticado”, “administrado”.Por entre as arestas do inquérito: a circulação de informações na prisão e o interrogatório de Henri Pòmpignac, c. 1476-147710.1590/1980-4369e20200112024-01-16T19:49:21.642000Z2020-08-09T06:48:34.910000ZFernandes, Fabiano
<em>Fernandes, Fabiano</em>;
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RESUMO A multiplicação da capacidade do poder real de levantar informações por meio de um aparato judicial cada vez mais complexo tornava a guerra da fixação de memórias por escrito bastante desigual na segunda metade do século XV. Os príncipes, por mais que se organizassem por meio de ligas, cartas, selos e promessas, estavam diante de um poder real cada vez mais intrusivo, bem informado por espiões e comissionados, economicamente hegemônico e militarmente muito superior. A despeito do esforço de preservação da honra alto-nobiliárquica e da razoável fidelidade demonstrada pelos fiéis de Nemours, a capacidade de produção de verdade jurídica do inquérito extraordinário era algo profundo. Inquirir, comparar, classificar, coagir, moldar percepções eram, em conjunto, uma poderosa arma do poder real.<i>“Temos um Passeio Público, digno desta adiantada capital”:</i> espaços de sociabilidades em registros fotográficos do acervo do Museu Paranaense. Curitiba. 1913-1930
10.1590/1980-4369e20200132024-01-16T19:49:21.642000Z2020-08-09T06:48:34.910000ZMolina, Ana Heloisa
<em>Molina, Ana Heloisa</em>;
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RESUMO Este texto discute a captura, em registros fotográficos da coleção do Museu Paranaense, dos espaços de sociabilidades da cidade de Curitiba nos recortes temporais de 1913 e 1930, tomando as transformações ocorridas no Passeio Público como estudo de caso. A eleição desse espaço para análise retoma dois momentos da cidade de Curitiba: a reforma urbana proposta por Cândido de Abreu em sua gestão a partir de 1913 e aquele em que a Prefeitura Municipal enfrenta um período de adequações devido à falta de recursos destinados às melhorias do equipamento urbano em 1930, imediatamente anterior à grande reforma urbana indicada no Plano Agache (1941). Primeiro foram examinados conceitos relativos à cidade como experiência visual, às sociabilidades, ao cotidiano e ao imaginário urbano, depois as reformas urbanas e as transformações estéticas em Curitiba no período da Belle Époque. Em seguida, circunscrevemos as transformações do espaço do Passeio Público, analisando as fotografias do acervo do Museu. Finalmente, consideramos a circulação de imaginários, imagens e memórias relativas à cidade na constituição do acervo do Museu Paranaense e da Fundação Cultural de Curitiba.Bíblia e império: a <i>Miscelánea Antártica</i> (1586) de Miguel Cabello Valboa e a teoria ofírica sobre a origem dos ameríndios10.1590/1980-4369e20200142024-01-16T19:49:21.642000Z2020-08-09T06:48:34.910000ZCarvalho, Francismar Alex Lopes de
<em>Carvalho, Francismar Alex Lopes De</em>;
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Resumo Nos séculos XVI e XVII, um intenso debate foi travado sobre a origem dos índios americanos. Os autores, religiosos, juristas e funcionários da Coroa espanhola, buscavam nos textos do Antigo Testamento as passagens que pudessem explicar a existência dessa outra humanidade. Quem eram os ameríndios? Como ali chegaram? Que direitos teriam os espanhóis de incorporar aquelas terras e gentes ao seu império? Este texto analisa a posição peculiar, nesse debate, da obra Miscelánea Antártica, escrita pelo clérigo espanhol Miguel Cabello Valboa, em 1586. Trata-se de um extenso manuscrito cuja importância reside não apenas em ter sido um dos primeiros trabalhos a enfrentar o assunto, como também em oferecer uma interpretação que evitava apresentar uma visão negativa dos nativos. Em sua leitura muito particular da Bíblia, Cabello Valboa definia uma genealogia altamente positiva para os índios, remontando a Ofir e, por extensão, a Sem, filho de Noé. Sua apresentação favorável das culturas andinas completava-se, sem escamotear a violência da conquista, com a ênfase na mestiçagem como caminho conciliatório.<i>Phrourion</i>: History and Archaeology of a Word10.1590/1980-4369e20200152024-01-16T19:49:21.642000Z2020-08-09T06:48:34.910000ZLo Monaco, Viviana
<em>Lo Monaco, Viviana</em>;
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Abstract: Historical and archaeological literature in many cases have named phrouria the ancient Sikel and Sikan towns, which were in contact with the apoikoi from the end of the 8th century B.C. But what is the meaning that the researchers attribute to this word? Is it possible that, in choosing this definition, the interpretations of the dynamics of contact were inevitably filtered through a Hellenocentric view? The purpose of this paper is to analyze different forms in which the noun “phrourion” has been and is still used in scientific production, from ancient textual sources to archaeological literature. It is an invitation to reflect on the agency of words in scientific discourse and to what extent we, scholars of Antiquity, are influenced by the vocabulary of Greek “colonialism” when interpreting material culture and societies from the past.Desbundando em anos de chumbo: contracultura, produção artística e Os Novos Baianos10.1590/1980-4369e20200162024-01-16T19:49:21.642000Z2020-08-09T06:48:34.910000ZDiniz, Sheyla Castro
<em>Diniz, Sheyla Castro</em>;
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Resumo: Um dos diversos nomes dados à contracultura no Brasil, o desbunde foi um dos pivôs dos embates culturais e político-ideológicos sob o regime militar em “anos de chumbo” (1969-1974). Gíria originalmente pejorativa e acusatória, na medida em que, para boa parte da esquerda da época, pressupunha certo descompromisso com questões políticas stricto sensu, ela designava mudanças de comportamento de parcelas da juventude envolvendo, por exemplo, a postura drop-out, a liberação sexual, o interesse por tradições místicas, as experiências com drogas e, dentre outros aspectos, o modelo de vida hippie e comunitário e alguma inadequação à sociedade de consumo. Neste artigo, discute-se o caráter ambivalente da gíria quando associada, sobre-tudo, à produção artística do período, dando destaque para o caso exemplar do grupo musical Os Novos Baianos.Norbert Wiener: história, ética e teoria10.1590/1980-4369e20200172024-01-16T19:49:21.642000Z2020-08-09T06:48:34.910000ZChaves, Viviane Hengler CorrêaBernardo, Cristiane Hengler Corrêa
<em>Chaves, Viviane Hengler Corrêa</em>;
<em>Bernardo, Cristiane Hengler Corrêa</em>;
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RESUMO Este artigo objetivou, por meio da análise histórica, relacionar o pensamento de Norbert Wiener e seu modo de compreender a ciência e a ética com o desenvolvimento da cibernética. Integra o escopo desta pesquisa entender a lógica matemática que levou o pesquisador a conceber sua teoria cibernética; relacionar sua abrangência, bem como a problemática, social e científica, que a cibernética impõe ao mundo contemporâneo. O locus temporal desta pesquisa delimita-se, historicamente, entre 1894 e 1964, anos relativos ao nascimento e morte do matemático, respectivamente. Busca-se construir uma história não se atendo somente às obras e documentos de Wiener, os fatos descritos, mas também compreender as relações que se deram por meio dos fatos, suas problematizações e seu contexto histórico. Para tanto, utilizou-se a pesquisa bibliográfica e documental baseada nas obras e documentos do matemático que estão disponíveis no MIT. Em síntese, as considerações finais apontam que a cibernética tem como característica fundamental a interdisciplinaridade, decorrente da forma como ele enxergava a ciência, da sua formação e de suas relações profissionais e pessoais. Desse modo, considera-se que a trajetória profissional e pessoal de Wiener foi fundamental para o desenvolvimento da sua Teoria Cibernética.A justiça como parâmetro do governo: o Conselho de Governo e o Conselho Geral na província de Minas Gerais (1825-1834) 10.1590/1980-4369e20200182024-01-16T19:49:21.642000Z2020-08-09T06:48:34.910000ZFernandes, Renata Silva
<em>Fernandes, Renata Silva</em>;
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Resumo: Neste artigo, analisarei as dinâmicas institucionais dos Conselhos de Governo e dos Conselhos Gerais, instituições criadas nas províncias do Império em meio ao processo de emancipação política do Brasil, partindo, para tanto, de suas atuações na província de Minas Gerais entre 1825 e 1834. O objetivo será elucidar as lógicas de funcionamento interno dos Conselhos provinciais e as relações estabelecidas com outros agentes e instituições da administração pública e com a sociedade de maneira mais ampla. A partir da problemática da modulação e do exercício da autoridade, a análise baseou-se em três aspectos inter-relacionados: a composição e a dinâmica do expediente; o modus operandi que sustentava e buscava assegurar a legitimidade de suas resoluções; e, por fim, as relações de ordem-obediência, perpassadas pelo princípio da adesão, estabelecidas entre essas instituições e os empregados públicos e demais agentes destinatários de suas resoluções..Da construção à instalação de uma cidade, no estado do Pará: a formação da cidade de Afuá10.1590/1980-4369e20200192024-01-16T19:49:21.642000Z2020-08-09T06:48:34.910000ZCosta, Sandra Maria Fonseca da
<em>Costa, Sandra Maria Fonseca Da</em>;
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Resumo Esse artigo tem como objetivo discutir o processo de fundação da pequena cidade de Afuá, localizada no Estado do Pará, para compreender o seu papel para a economia regional, naquele momento, e de que forma essa economia favoreceu a criação de uma cidade. Para o desenvolvimento desse artigo foi utilizada uma discussão conceitual da geografia histórica, seguindo o método histórico. As características urbanas de Afuá, no final do século XIX, não atendiam à Lei nº 324 de 6 de julho de 1895, editada pelo Estado do Pará, em contraposição à imagem da cidade, divulgada em alguns meios de comunicação da época. Essas descrições conduziam o leitor a imaginar uma cidade opulenta, que não correspondia com a realidade, descrita.Do jornalismo ao livro: itinerários da historiografia da música popular no Brasil (anos 1960/70)10.1590/1980-4369e20200362024-01-16T19:49:21.642000Z2020-08-09T06:48:34.910000ZVinci de Moraes, José Geraldo
<em>Vinci De Moraes, José Geraldo</em>;
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Resumo Nas décadas de 1960-70, um grupo de jornalistas e críticos da música popular deu início a um interessante processo de transição dos relatos e escritos na imprensa para a elaboração de livros. Em algum momento, eles sentiram a necessidade de ultrapassar a prosa dispersa das crônicas e memórias e se preocuparam em deixar um registro escrito mais sólido de suas experiências em torno da música popular. Essas obras carregavam um claro sentido historiográfico, uma vez que procuravam tanto dar perenidade às memórias dispersas como buscar um sentido e interpretação dessas tradições na cultura nacional. Ainda relativamente desclassificada nos conteúdos nacionais mais amplos, a forma em livro certamente outorgaria autoridade intelectual à música popular que gradativamente se tornava objeto de estudo. Esse itinerário do jornalismo ao livro se acelerou e se tornou inclusive política pública. Essa transição foi determinante para a construção de uma historiografia sustentada em torno da música popular e, sobretudo, para dar os parâmetros daquilo que deveria ser a História da música popular urbana no Brasil.Brasil de exotismo, minoridade e alinhamento: por uma contra-proposta historiográfica10.1590/1980-4369e2020082024-01-16T19:49:21.642000Z2020-08-09T06:48:34.910000ZCattai, Júlio Barnez PignataChaves, Wanderson da Silva
<em>Cattai, Júlio Barnez Pignata</em>;
<em>Chaves, Wanderson Da Silva</em>;
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