Manahttps://www.scielo.br/feed/mana/1996.v2n2/2023-12-01T19:50:18.534000ZVol. 2 No. 2 - 1996WerkzeugMarginalia: algumas notas adicionais sobre o dom10.1590/S0104-931319960002000012023-12-01T19:50:18.534000Z2020-08-09T06:48:44.549000ZBourdieu, Pierre
<em>Bourdieu, Pierre</em>;
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Prosseguindo a análise do dom, este artigo busca ultrapassar as visões fenomenológica, estruturalista e economicista do fenômeno. Para tanto, desloca o eixo de interrogação na direção do tempo e da incerteza ligados ao intervalo entre o dom e o contradom, do agente e da ação ligados às práticas, da economia de bens simbólicos e o habitus específico que a funda. Demonstrase assim, contra todo reducionismo (à consciência, ao cálculo inconsciente ou ao cálculo propriamente dito), que a razão do dom só pode repousar sobre sua dupla verdade, seu caráter generoso e obrigatório. Por outro lado, demonstrase também que foi somente através de uma revolução simbólica, e não o desenvolvimento de uma suposta natureza humana, que uma economia da troca pôde, historicamente, se destacar da economia do dom, cuja possibilidade continua aberta, dependendo apenas dos investimentos coletivos que sejam efetuados em sua direção.O dois e seu múltiplo: reflexões sobre o perspectivismo em uma cosmologia tupi10.1590/S0104-931319960002000022023-12-01T19:50:18.534000Z2020-08-09T06:48:44.549000ZLima, Tânia Stolze
<em>Lima, Tânia Stolze</em>;
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A partir da caça de porco do mato, este artigo é um ensaio etnográfico sobre uma noção indígena de ponto de vista, aplicada ao campo das relações entre o humano e o animal, na cosmologia de um povo Tupi, os Juruna. Além de revelar a complexidade particular dessas relações, a noção de ponto de vista permite mostrar como a noção de duplo é irredutível à noção de alma, como "natureza" e "sobrenatureza" são efeitos de perspectivas, e como, finalmente, a caça se insere em uma estrutura espaço-temporal bilinear múltipla, evocadora dos "labirintos" que os Juruna desenham na pele.Morte e pessoa entre os kaxinawá10.1590/S0104-931319960002000032023-12-01T19:50:18.534000Z2020-08-09T06:48:44.549000ZMcCallum, Cecilia
<em>Mccallum, Cecilia</em>;
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Este artigo apresenta uma etnografia do pensamento e das práticas relativos à morte, ao processo de morrer e à condição de pessoa entre os Kaxinawá (Huni Kuin) da Amazônia Ocidental (Brasil e Peru Oriental). Articula o simbolismo de gênero, resultante das práticas cotidianas, com a forma das relações sociais estabelecidas entre a pessoa agonizante e os espíritos terrestres, aquáticos e celestiais em cada etapa do processo de morrer. A etnografia visa fornecer um contraponto crítico ao modelo que trata dessas mesmas relações e de seus processos, conhecido nos estudos americanistas como "economia simbólica da predação", no qual a "troca" funciona ao mesmo tempo como processo básico e como metáfora. O artigo sugere que uma análise da morte entre os Kaxinawá deve enfatizar o ciclo inteiro da produção consumptiva e não apenas o simbolismo da predação e da troca.Max Weber: elementos para uma biografia sociointelectual (parte II)10.1590/S0104-931319960002000042023-12-01T19:50:18.534000Z2020-08-09T06:48:44.549000ZPollak, Michael
<em>Pollak, Michael</em>;
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O artigo propõe situar a obra de Max Weber em suas condições sociais de produção, com base nas características de seu contexto familiar, da estrutura do campo universitário alemão e de suas relações com o mundo da política, acompanhando as transformações desse espaço social no qual se construiu a trajetória individual de Weber. Relacionando seus primeiros trabalhos, orientados para a intervenção nas discussões políticas e sociais da Alemanha do final do século XIX, com as mais conhecidas formulações posteriores do sociólogo alemão sobre as relações entre ciência e política, o artigo permite compreender a complexidade e as mudanças nessas relações não só na obra de Weber, mas também no mundo social no qual as formulações weberianas foram produzidas.Os pronomes cosmológicos e o perspectivismo ameríndio10.1590/S0104-931319960002000052023-12-01T19:50:18.534000Z2020-08-09T06:48:44.549000ZCastro, Eduardo Viveiros de
<em>Castro, Eduardo Viveiros De</em>;
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Este trabalho discute o significado do "perspectivismo" ameríndio: as idéias, presentes nas cosmologias amazônicas, a respeito do modo como humanos, animais e espíritos vêem-se a si mesmos e aos outros seres do mundo. Essas idéias sugerem uma possibilidade de redefinição relacional das categorias clássicas de "natureza", "cultura" e "sobrenatureza" a partir do conceito de perspectiva ou ponto de vista. Em particular, argumenta-se que a antinomia entre duas caracterizações do pensamento indígena: de um lado, o "etnocentrismo", que negaria os predicados da humanidade aos humanos de outros grupos; de outro, o "animismo", que os estenderia a seres de outras espécies, pode ser resolvida se se considerar a diferença entre os aspectos espirituais e corporais dos seres.Três premissas perniciosas no estudo do gueto norte-americano10.1590/S0104-931319960002000062023-12-01T19:50:18.534000Z2020-08-09T06:48:44.549000ZWacquant, Loïc J. D.
<em>Wacquant, Loïc J. D.</em>;
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Este artigo é um exame crítico de três premissas que dominaram e viciaram o debate recente sobre divisão racial e pobreza urbana nos Estados Unidos: a) diluir a noção de gueto fazendo-a designar simplesmente uma área urbana de intensa pobreza, o que obscurece a base racial da pobreza e despe o termo de seu significado histórico e de seus conteúdos institucionais; b) a idéia de que o gueto é uma formação social "desorganizada" que pode ser analisada em termos de falta e deficiências, sem identificar os princípios subjacentes à sua ordem interna; c) exotizar o gueto e seus moradores, ou seja, enfatizar os aspectos mais extremos e não usuais da vida no gueto tal qual vista de fora e de cima, isto é, do ponto de vista dos dominantes. Dotadas de plausibilidade pelo peso da história cultural e reforçadas por um idioma nacional individualista que eufemiza o poder de classe e a dominação étnico-racial, essas premissas constituem um formidável "obstáculo epistemológico" para uma adequada construção do gueto como objeto científico.Distanciamento, reflexividade e interiorização da pessoa no ocidente10.1590/S0104-931319960002000072023-12-01T19:50:18.534000Z2020-08-09T06:48:44.549000ZDuarte, Luiz Fernando D.
<em>Duarte, Luiz Fernando D.</em>;
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A escola de Chicago10.1590/S0104-931319960002000082023-12-01T19:50:18.534000Z2020-08-09T06:48:44.549000ZBecker, Howard
<em>Becker, Howard</em>;
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Ética: um Ensaio sobre a Consciência do Mal10.1590/S0104-931319960002000092023-12-01T19:50:18.534000Z2020-08-09T06:48:44.549000ZAbreu Filho, Ovídio
<em>Abreu Filho, Ovídio</em>;
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About the house: Lévi-Strauss and Beyond10.1590/S0104-931319960002000102023-12-01T19:50:18.534000Z2020-08-09T06:48:44.549000ZGordon Jr., Cesar
<em>Gordon Jr., Cesar</em>;
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Les deux soeurs et leur mère: anthropologie de l'inceste10.1590/S0104-931319960002000112023-12-01T19:50:18.534000Z2020-08-09T06:48:44.549000ZLourido, Clara
<em>Lourido, Clara</em>;
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Naven ou le donner à voir: essai d'interprétation de l'action rituelle10.1590/S0104-931319960002000122023-12-01T19:50:18.534000Z2020-08-09T06:48:44.549000ZBlázquez, Gustavo
<em>Blázquez, Gustavo</em>;
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Carismáticos e pentecostais: adesão religiosa na esfera familiar10.1590/S0104-931319960002000132023-12-01T19:50:18.534000Z2020-08-09T06:48:44.549000ZMafra, Clara
<em>Mafra, Clara</em>;
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Un nanterre algérien, terre de bidonvilles10.1590/S0104-931319960002000142023-12-01T19:50:18.534000Z2020-08-09T06:48:44.549000ZRamos, Jair de Souza
<em>Ramos, Jair De Souza</em>;
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Besta-Fera: recriação do mundo. Ensaios de crítica antropológica10.1590/S0104-931319960002000152023-12-01T19:50:18.534000Z2020-08-09T06:48:44.549000ZOliveira, Luís R. Cardoso de
<em>Oliveira, Luís R. Cardoso De</em>;
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O mistério do samba10.1590/S0104-931319960002000162023-12-01T19:50:18.534000Z2020-08-09T06:48:44.549000ZDunn, Christopher
<em>Dunn, Christopher</em>;
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