Archives of Clinical Psychiatry (São Paulo)https://www.scielo.br/feed/rpc/2007.v34suppl1/2022-11-01T19:00:13.148000ZVol. 34 - 2007WerkzeugEspiritualidade e saúde: passado e futuro de uma relação controversa e desafiadora10.1590/S0101-608320070007000012022-11-01T19:00:13.148000Z2020-08-09T06:48:10.980000ZMoreira-Almeida, Alexander
<em>Moreira-Almeida, Alexander</em>;
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Religião, espiritualidade e psiquiatria: uma nova era na atenção à saúde mental10.1590/S0101-608320070007000022022-11-01T19:00:13.148000Z2020-08-09T06:48:10.980000ZKoenig, Harold G.
<em>Koenig, Harold G.</em>;
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Investigando o desconhecido: filosofia da ciência e investigação de fenômenos "anômalos" na psiquiatria10.1590/S0101-608320070007000032022-11-01T19:00:13.148000Z2020-08-09T06:48:10.980000ZChibeni, Silvio SenoMoreira-Almeida, Alexander
<em>Chibeni, Silvio Seno</em>;
<em>Moreira-Almeida, Alexander</em>;
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CONTEXTO: A investigação de áreas controversas, como a das relações entre espiritualidade e saúde, levanta uma série de questões sobre a prática científica que, se ignoradas, podem comprometer o desenvolvimento adequado das pesquisas. OBJETIVOS: Apresentar brevemente alguns temas de filosofia da ciência que podem contribuir na investigação de aspectos pouco explorados da realidade. MÉTODOS: Com base na descrição simplificada dos conceitos de paradigma, ciência normal e revolução científica, descritos por Thomas Kuhn, são propostos alguns critérios de avaliação de hipóteses científicas e algumas diretrizes epistemológicas para a exploração científica de novas áreas. RESULTADOS: A investigação científica deve se basear em hipóteses falseáveis, abrangentes, simples, com adequação empírica, predições experimentais precisas, integração e hierarquização teórica, bem como capacidade de predição de fenômenos de tipos novos. Nessa exploração, deve-se manter uma abertura para a investigação de fenômenos anômalos, busca de um referencial teórico que oriente as pesquisas, cuidado com a rejeição dogmática ou a aceitação precipitada de hipóteses e, no julgamento de uma hipótese, não conferir valor excessivo ao contexto que a gerou ou à autoridade das pessoas que a professam ou rejeitam. CONCLUSÕES: Para que possa produzir avanços significativos, a investigação de áreas controversas e/ou pouco exploradas cientificamente requer habilidades e conhecimentos específicos sobre a natureza da atividade científica, especialmente quanto ao que Kuhn chamou de "ciência extraordinária" (em contraste com a "ciência normal").Os primeiros curadores da humanidade: abordagens psicológicas e psiquiátricas sobre os xamãs e o xamanismo10.1590/S0101-608320070007000042022-11-01T19:00:13.148000Z2020-08-09T06:48:10.980000ZKrippner, Stanley
<em>Krippner, Stanley</em>;
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CONTEXTO: o autor descreve os xamãs como curadores que deliberadamente modificam seu padrão fenomenológico de atenção, percepção, cognição e consciência para obter informações não disponíveis ordinariamente aos membros do grupo social que lhes concedeu status privilegiado. OBJETIVOS: descrever como estas alterações fenomenológicas foram alcançadas e utilizadas. MÉTODOS: foram utilizados estudos da literatura xamânica em arquivo e pesquisas de campo em comunidades onde xamãs estão atuando ativamente. RESULTADOS: a fonte das informações obtidas pelos xamãs é atribuída a forças e entidades desencarnadas, como espíritos, ancestrais, guias animais e campos energéticos. Essas fontes foram contatadas através de toques ritualizados de tambores, danças, sonhos lúcidos, uso de plantas psicotrópicas, atenção focalizada e outros recursos. Este estudo foi importante, pois mostrou que os xamãs utilizam as informações obtidas para atender às necessidades sociais, psicológicas e médicas de suas comunidades. CONCLUSÕES: o disseminado aparecimento dos xamãs, especialmente em tribos caçadoras e coletoras, indica que suas presenças possuem funções adaptativas em um grupo social. Além disso, estes dados podem trazer importantes contribuições para a neurociência cognitiva, psicologia social, psicoterapia e psicologia ecológica.Estudos sobre religião e saúde mental realizados no Brasil: histórico e perspectivas atuais10.1590/S0101-608320070007000052022-11-01T19:00:13.148000Z2020-08-09T06:48:10.980000ZDalgalarrondo, Paulo
<em>Dalgalarrondo, Paulo</em>;
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CONTEXTO: Há mais de um século, vários pesquisadores brasileiros têm estudado as relações entre religiosidade e transtornos mentais, mas estes trabalhos são pouco conhecidos atualmente. OBJETIVOS: apresentar um panorama e uma análise crítica da produção sobre saúde mental e religião no Brasil. MÉTODOS: análise das pesquisas de relevância histórica, assim como investigações contemporâneas sobre o tema saúde mental e religião no Brasil. RESULTADOS: os trabalhos históricos foram iniciados no final do século XIX e muitos deles dedicam-se ao tema do messianismo e de formas coletivas de "loucura religiosa". Os trabalhos contemporâneos tratam de temas como religião, uso de álcool e drogas, assim como de uma variedade de condições clínicas, como esquizofrenia e suicídio. Falta a esta linha de pesquisa uma melhor articulação entre investigação empírica e análise teórica dos dados, assim como um diálogo mais próximo com ciências sociais, como a antropologia e a sociologia da religião. CONCLUSÕES: há uma rica multiplicidade metodológica e de temas abordados nestes estudos sobre religiosidade e saúde mental. A busca de teorias para nortear as pesquisas empíricas e uma maior articulação com as ciências sociais poderão contribuir para uma maior avanço nesta área.O olhar dos psiquiatras brasileiros sobre os fenômenos de transe e possessão10.1590/S0101-608320070007000062022-11-01T19:00:13.148000Z2020-08-09T06:48:10.980000ZAlmeida, Angélica A. Silva deOda, Ana Maria G. R.Dalgalarrondo, Paulo
<em>Almeida, Angélica A. Silva De</em>;
<em>Oda, Ana Maria G. R.</em>;
<em>Dalgalarrondo, Paulo</em>;
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CONTEXTO: Os fenômenos de transe e possessão despertaram o interesse da comunidade psiquiátrica brasileira, gerando posturas diversificadas. OBJETIVOS: Descrever e analisar como os fenômenos de transe e possessão foram tratados pelos psiquiatras brasileiros: seu impacto na teoria, na pesquisa e na prática clínica entre 1900 e 1950. MÉTODO: Análise de artigos científicos e leigos, teses e livros sobre transes e possessões produzidos pelos psiquiatras brasileiros entre 1900 e 1950. RESULTADOS: Identificam-se duas correntes de pensamento entre os psiquiatras. A primeira, vinculada às Faculdades de Medicina do Rio de Janeiro e São Paulo, sob forte influência de autores franceses, deteve-se mais na periculosidade do espiritismo para a saúde mental. Defendia a adoção de medidas repressivas com o poder público. O segundo grupo de psiquiatras, ligado às Faculdades de Medicina da Bahia e Pernambuco, embora não desconsiderasse o caráter patológico ou "primitivo" dos fenômenos de transe e possessão, apresentou uma visão mais antropológica e culturalista. Considerando tais fenômenos como manifestações étnicas ou culturais, alguns defenderam o controle médico e a educação do povo para o abandono dessas práticas "primitivas". Outros não consideravam os fenômenos mediúnicos como desencadeadores da loucura, mas manifestações não-patológicas de um universo cultural, além de não vinculá-los ao atraso cultural da população. CONCLUSÕES: As religiões mediúnicas foram objeto de estudo por longo período, resultando hipóteses e práticas diferenciadas por parte da comunidade psiquiátrica brasileira, constituindo-se oportunidade privilegiada para o estudo do impacto dos fatores socioculturais na atividade psiquiátrica.Perspectivas históricas da influência da mediunidade na construção de idéias psicológicas e psiquiátricas10.1590/S0101-608320070007000072022-11-01T19:00:13.148000Z2020-08-09T06:48:10.980000ZAlvarado, Carlos S.Machado, Fátima ReginaZangari, WellingtonZingrone, Nancy L.
<em>Alvarado, Carlos S.</em>;
<em>Machado, Fátima Regina</em>;
<em>Zangari, Wellington</em>;
<em>Zingrone, Nancy L.</em>;
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CONTEXTO: A psicologia e a psiquiatria têm sido, ao longo do tempo, influenciadas pelos fenômenos estudados pelos pesquisadores dessas áreas. Diversas idéias sobre a mente e suas patologias foram desenvolvidas no contexto dos estudos de histeria, de dupla e de múltipla personalidades e dos fenômenos hipnóticos. OBJETIVOS: Neste estudo, propomos que a mediunidade tenha influenciado tanto a psicologia quanto a psiquiatria de diferentes modos. Os fenômenos mediúnicos, tais como os transes e as mensagens verbais ou escritas atribuídos a espíritos de mortos, contribuíram para o desenvolvimento de vários importantes conceitos durante o século XIX e daí por diante. MÉTODOS: Revisamos a literatura histórica da psiquiatria e da psicologia relacionada à mediunidade para identificar discussões sobre a mediunidade. RESULTADOS: A mediunidade foi usada para defender ampla variedade de idéias sobre a mente subconsciente por pesquisadores como William B. Carpenter, Frederic W. H. Myers e Joseph Grasset. Tanto Pierre Janet quanto Théodore Flournoy se serviram da mediunidade para ilustrar formas de dissociação. Da mesma forma, a psicopatologia foi relacionada de diferentes modos à prática mediúnica, como foi discutido por Jean-Martin Charcot, Pierre Janet e Gilbert Ballet. CONCLUSÕES: Apesar de a mediunidade ser apenas um dos fatores que afetou a construção de conceitos como o de subconsciente, dissociação e psicopatologia, é necessário que sua influência seja mais reconhecida do que o é atualmente na historiografia da psicologia e da psiquiatria.Uso de práticas espirituais em instituição para portadores de deficiência mental10.1590/S0101-608320070007000082022-11-01T19:00:13.148000Z2020-08-09T06:48:10.980000ZLeão, Frederico CameloLotufo Neto, Francisco
<em>Leão, Frederico Camelo</em>;
<em>Lotufo Neto, Francisco</em>;
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OBJETIVO: Avaliar o impacto de práticas espirituais na evolução clínica e comportamental de pacientes portadores de deficiência mental internados em instituição de saúde. MÉTODO: Ensaio controlado comparando grupo experimental submetido à prática espiritual com grupo controle. O instrumento utilizado para obtenção dos dados foi a Escala de Observação Interativa de Pacientes Psiquiátricos Internados (EOIPPI). RESULTADOS: A comparação do grupo controle (n = 20) com o grupo experimental (n = 20) verificou a diferença de variação entre os grupos (p = 0,045), demonstrando possíveis benefícios de tal intervenção. CONCLUSÕES: A análise dos resultados obtidos no experimento confirmou a hipótese de que o uso das práticas espirituais apresenta resultados positivos na evolução clínica e comportamental de pacientes portadores de deficiência mental.Programa de treinamento sobre a intervenção terapêutica "relaxamento, imagens mentais e espiritualidade" (RIME) para re-significar a dor espiritual de pacientes terminais10.1590/S0101-608320070007000092022-11-01T19:00:13.148000Z2020-08-09T06:48:10.980000ZElias, Ana Catarina AraújoGiglio, Joel SalesPimenta, Cibele Andrucioli de MattosEl-Dash, Linda Gentry
<em>Elias, Ana Catarina Araújo</em>;
<em>Giglio, Joel Sales</em>;
<em>Pimenta, Cibele Andrucioli De Mattos</em>;
<em>El-Dash, Linda Gentry</em>;
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CONTEXTO: Neste artigo, apresentamos um programa de treinamento sobre a intervenção terapêutica relaxamento, imagens mentais e espiritualidade (RIME) para profissionais de saúde, que objetiva re-significar a dor espiritual de pacientes terminais. OBJETIVO: Analisar um programa de treinamento por meio da compreensão da experiência de profissionais na utilização da Intervenção RIME e da compreensão da experiência dos doentes na re-significação da dor espiritual, manifestada durante a aplicação do RIME por profissionais treinados. MÉTODOS: Os sujeitos foram uma enfermeira, uma médica, três psicólogos e uma terapeuta alternativa voluntária, todos experientes ou estudiosos em cuidados paliativos, selecionados por convite e que atenderam 11 pacientes terminais internados em hospitais públicos das cidades de Campinas, Piracicaba e São Paulo (SP). A metodologia utilizada teve como base a pesquisa-ação e a fenomenologia. Os resultados qualitativos foram analisados pelo método análise do conteúdo por meio da técnica análise temática e os quantitativos foram analisados pelo método descritivo, utilizando-se o teste de Wilcoxon. RESULTADOS: Na análise da vivência dos profissionais, encontramos cinco categorias e 15 subcategorias. Na análise da natureza da dor espiritual, encontramos como categorias mais prevalentes os medos da morte expresso pela negação e pela percepção do quadro clínico. Na aplicação do RIME, observamos diferença estatisticamente significativa (p < 0,0001), isto é, no final das sessões os doentes relataram maior nível de bem-estar que no início das sessões. CONCLUSÃO: O programa de treinamento proposto mostrou-se eficaz para preparar profissionais de saúde para o uso da intervenção RIME, capacitando-os para o processo de cuidar e prestar assistência espiritual segundo uma perspectiva acadêmica. Os resultados sugeriram que o RIME favoreceu a re-significação da dor espiritual de pacientes terminais.A religiosidade, a espiritualidade e o consumo de drogas10.1590/S0101-608320070007000102022-11-01T19:00:13.148000Z2020-08-09T06:48:10.980000ZSanchez, Zila van der MeerNappo, Solange Aparecida
<em>Sanchez, Zila Van Der Meer</em>;
<em>Nappo, Solange Aparecida</em>;
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CONTEXTO: A religiosidade e a espiritualidade vêm sendo claramente identificadas como fatores protetores ao consumo de drogas em diversos níveis. OBJETIVO: A presente revisão da literatura pretendeu descrever os principais estudos científicos que tratam do papel da religiosidade no tratamento e na prevenção do consumo de drogas. MÉTODO: As fontes citadas neste artigo de revisão são indexadas nas bases de dados PubMed e Scielo, entre 1976 e 2006, tratando de questões relativas à religiosidade, à espiritualidade e ao consumo de drogas. RESULTADOS: Estudos têm apontado para evidência de que as pessoas que freqüentam regularmente um culto religioso, ou que dão relevante importância à sua crença religiosa, ou ainda que praticam, no cotidiano, as propostas da religião professada, apresentam menores índices de consumo de drogas lícitas e ilícitas. Além disso, os dependentes de drogas apresentam melhores índices de recuperação quando seu tratamento é permeado por uma abordagem espiritual, de qualquer origem, quando comparados a dependentes que são tratados exclusivamente por meio médico. CONCLUSÕES: Devido ao forte papel de assistência social das religiões no Brasil, a exploração deste tema no contexto brasileiro seria de grande relevância para a saúde pública.A importância da integração da espiritualidade e da religiosidade no manejo da dor e dos cuidados paliativos10.1590/S0101-608320070007000112022-11-01T19:00:13.148000Z2020-08-09T06:48:10.980000ZPeres, Mario F. P.Arantes, Ana Claudia de Lima QuintanaLessa, Patrícia SilvaCaous, Cristofer André
<em>Peres, Mario F. P.</em>;
<em>Arantes, Ana Claudia De Lima Quintana</em>;
<em>Lessa, Patrícia Silva</em>;
<em>Caous, Cristofer André</em>;
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CONTEXTO: Dor é um dos sintomas físicos mais freqüentemente relatados por pacientes, causando importante redução na qualidade de vida do indivíduo. Pacientes com dor crônica são difíceis de tratar. OBJETIVO: Descrever estratégias atuais de abordagem de pacientes com dores crônicas, baseadas na literatura científica, enfatizando medidas relacionadas à espiritualidade e à religiosidade. MÉTODO: A presente revisão utilizou-se das atuais estratégias de manejo para pacientes com dor crônica combinadas a medidas medicamentosas e não-medicamentosas, estas geralmente incorporando medidas voltadas ao bem-estar físico, mental, social e espiritual com base em publicações indexadas pelo Medline. RESULTADOS: Muitos estudos demonstram associação positiva entre espiritualidade e religiosidade e melhora em variáveis e marcadores de doenças crônicas. CONCLUSÃO: Pelo fato de a religiosidade e a espiritualidade serem marcadamente relacionadas com a melhora clínica dos pacientes, é importante que o reconhecimento desses aspectos e a integração no manejo dos pacientes com dor crônica sejam conduzidos por profissionais da área de saúde.O impacto da espiritualidade na saúde física10.1590/S0101-608320070007000122022-11-01T19:00:13.148000Z2020-08-09T06:48:10.980000ZGuimarães, Hélio PennaAvezum, Álvaro
<em>Guimarães, Hélio Penna</em>;
<em>Avezum, Álvaro</em>;
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CONTEXTO: As implicações da espiritualidade na saúde vêm sendo cientificamente avaliadas e documentadas em centenas de artigos, demonstrando sua relação com vários aspectos das saúdes física e mental, provavelmente positivos e possivelmente causais. OBJETIVO: Apresentar de forma concisa as evidências recentes do papel da espiritualidade e da religiosidade em diversos campos da prática clínica diária. MÉTODOS: Para uma revisão descritiva foram selecionados artigos no banco de dados Medline, por meio dos unitermos: "religiosity", "religion", "spiritual" e "spirituality". Os artigos foram avaliados por análise de método e determinação de limitações de desenho. RESULTADOS: Foram apresentados de forma descritiva e concisa relevantes achados referentes às associações entre a espiritualidade/religiosidade e atividade imunológica, saúde mental, neoplasias, doenças cardiovasculares e mortalidade, além de aspectos de intervenção com uso de prece intercessória. CONCLUSÕES: Há crescente acúmulo de evidências sobre a relação entre religiosidade/espiritualidade e saúde física, mas por essas evidências ainda não serem adequadamente robustas, este se constitui em promissor campo de investigação.Religião, espiritualidade e transtornos psicóticos10.1590/S0101-608320070007000132022-11-01T19:00:13.148000Z2020-08-09T06:48:10.980000ZKoenig, Harold G.
<em>Koenig, Harold G.</em>;
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CONTEXTO: A religião é freqüentemente incluída nas crenças e experiências de pacientes psicóticos, tornando-se, assim, alvo de intervenções psiquiátricas. OBJETIVOS: Este artigo, primeiramente, examina a prevalência de crenças e atividades religiosas entre pessoas não-psicóticas nos Estados Unidos, Brasil e em outras áreas do mundo. Segundo, discute os fatores históricos que têm contribuído para a barreira que separa religião de psiquiatria na atualidade. Terceiro, revisa os estudos sobre a prevalência de delírios religiosos em pacientes com esquizofrenia, transtorno bipolar e outros transtornos mentais graves, discutindo como os clínicos podem distinguir o envolvimento religioso patológico do não-patológico. Quarto, explora a possibilidade de que pessoas com doença mental grave usem práticas e crenças religiosas não-patológicas para lidar com seus transtornos mentais. Quinto, examina os efeitos do envolvimento religioso no curso da doença, das exacerbações psicóticas e das hospitalizações. Finalmente, este artigo descreve intervenções religiosas ou espirituais que possam auxiliar no tratamento. MÉTODOS: Revisão da literatura. RESULTADOS: Enquanto cerca de um terço das psicoses têm conteúdo religioso, nem todas as experiências religiosas são psicóticas. Na realidade, elas podem ter efeitos positivos no curso de doenças mentais graves, levando os clínicos a terem de decidir se devem tratar as crenças religiosas e desencorajar as experiências religiosas ou se devem apoiá-las. CONCLUSÃO: Clínicos devem compreender os papéis positivos e negativos que a religião desempenha nos pacientes com transtornos psicóticos.Qualidade de vida e espiritualidade10.1590/S0101-608320070007000142022-11-01T19:00:13.148000Z2020-08-09T06:48:10.980000ZPanzini, Raquel GehrkeRocha, Neusa Sicca daBandeira, Denise RuschelFleck, Marcelo Pio de Almeida
<em>Panzini, Raquel Gehrke</em>;
<em>Rocha, Neusa Sicca Da</em>;
<em>Bandeira, Denise Ruschel</em>;
<em>Fleck, Marcelo Pio De Almeida</em>;
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CONTEXTO: A espiritualidade tem sido apontada como uma importante dimensão da qualidade de vida. OBJETIVO: Apresentar revisão de literatura sobre qualidade de vida e espiritualidade, sua associação e instrumentos de avaliação. MÉTODO: Busca do tema-título nas bases de dados PsycINFO e PubMed/Medline entre 1979 e 2005. RESULTADOS: A qualidade de vida é um conceito recente, que engloba e transcende o conceito de saúde, sendo composto de vários domínios ou dimensões: física, psicológica, ambiental, entre outras. Considerada a medida que faltava na área da saúde, tem sido definida como a percepção do indivíduo de sua posição na vida no contexto da cultura e sistema de valores nos quais vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações. Há indícios consistentes de associação entre qualidade de vida e espiritualidade/religiosidade, por meio de estudos com razoável rigor metodológico, utilizando diversas variáveis para avaliar espiritualidade (por exemplo: afiliação religiosa, oração e coping religioso/espiritual). Também existem vários instrumentos de qualidade de vida válidos e fidedignos que avaliam a dimensão espiritual/religiosa. CONCLUSÕES: Novos estudos são necessários, entretanto, especialmente no Brasil. Tais estudos proverão dados empíricos a serem utilizados no planejamento de intervenções em saúde espiritualmente embasados, visando a uma melhor qualidade de vida.Experiências de quase-morte: implicações clínicas10.1590/S0101-608320070007000152022-11-01T19:00:13.148000Z2020-08-09T06:48:10.980000ZGreyson, Bruce
<em>Greyson, Bruce</em>;
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CONTEXTO: Quando algumas pessoas vivenciam um estado próximo da morte, elas referem uma experiência profunda de transcender o mundo físico, o que freqüentemente as conduz a uma transformação espiritual. Estas "experiências de quase-morte" (EQMs) são relevantes para os clínicos pois produzem mudanças nas crenças, nas atitudes e nos valores; podem ser confundidas com os estados psicopatológicos, embora tenham conseqüências diferentes necessitando terapêuticas diferentes; e, por fim, porque podem ampliar a nossa compreensão em relação ao fenômeno da consciência. OBJETIVOS: Esta revisão de literatura examina as evidências relacionadas às explicações que têm sido propostas para o fenômeno das EQMs, incluindo expectativa, memórias do nascimento, alterações nos gases sangüíneos, alucinações tóxicas ou metabólicas e modelos neuroquímicos e neuroanatômicos. MÉTODOS: A literatura sobre EQM dos últimos 30 anos foi revisada de modo abrangente, incluindo bases de dados médicas, de enfermagem, psicológicas e sociológicas. RESULTADOS: As EQMs tipicamente produzem mudanças positivas em atitudes, crenças e valores, mas também podem levar a problemas interpessoais e intrapsíquicos. Esses problemas, embora tenham sido comparados a vários transtornos mentais, diferem desses quadros psicopatológicos. Várias estratégias terapêuticas têm sido propostas para ajudar indivíduos que apresentam conseqüências problemáticas de uma EQM, mas tais intervenções ainda não foram testadas. CONCLUSÕES: A consciência mística e o funcionamento mental intensificado durante uma EQM, quando o funcionamento cerebral está gravemente prejudicado, são um desafio para os modelos atuais sobre a interação cérebro/mente e podem, eventualmente, levar a modelos mais completos para o entendimento da consciência.Coping (enfrentamento) religioso/espiritual10.1590/S0101-608320070007000162022-11-01T19:00:13.148000Z2020-08-09T06:48:10.980000ZPanzini, Raquel GehrkeBandeira, Denise Ruschel
<em>Panzini, Raquel Gehrke</em>;
<em>Bandeira, Denise Ruschel</em>;
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CONTEXTO: O coping religioso/espiritual (CRE), pouco estudado no Brasil, está associado à saúde e à qualidade de vida (QV). OBJETIVO: Apresentar revisão de literatura sobre CRE, enfocando sua base teórica, avaliação e aplicação na prática clínica. MÉTODO: Pesquisa nas bases de dados Medline, PsycINFO, Scielo e Bireme/BVS entre 1979 e 2006. RESULTADOS: O CRE é o uso da religião, espiritualidade ou fé para lidar com o estresse. Estratégias de CRE, conforme conseqüências que trazem para quem as utiliza, podem ser classificadas como positivas ou negativas, estando geralmente associadas, respectivamente, a melhores ou piores resultados de saúde física/mental e QV. Evidências apontam que as pessoas utilizam CRE especialmente em situações de crise e, também, mais CRE positivo que negativo. Existem cinco estilos de CRE: autodireção, colaboração, delegação, súplica e renúncia. CONCLUSÕES: Instrumentos como RCOPE e Escala CRE podem ajudar na avaliação espiritual do paciente, na pesquisa e no planejamento de intervenções psicoespirituais enfocando o processo de CRE. Estas podem ser efetivas, ajudando os pacientes a mais bem utilizar um importante recurso disponível, com significativo impacto na saúde e na QV populacional, e reduzindos custos de intervenção em termos de saúde pública. Assim, o estudo do CRE mereceria ser incluído na formação dos profissionais da saúde.Espiritualidade, religiosidade e psicoterapia10.1590/S0101-608320070007000172022-11-01T19:00:13.148000Z2020-08-09T06:48:10.980000ZPeres, Julio Fernando PrietoSimão, Manoel José PereiraNasello, Antonia Gladys
<em>Peres, Julio Fernando Prieto</em>;
<em>Simão, Manoel José Pereira</em>;
<em>Nasello, Antonia Gladys</em>;
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Crenças e práticas religiosas/espirituais constituem uma parte importante da cultura e dos princípios utilizados para dar forma a julgamentos e ao processamento de informações. O conhecimento e a valorização de tais sistemas de crenças colaboram com a aderência do indivíduo à psicoterapia e promovem melhores resultados. Contudo, nem todas as abordagens encontraram um ajuste desse tema em suas intervenções e os diversos conceitos sobre religiosidade/espiritualidade dificultam essa importante interface. Neste artigo, trazemos os conceitos mais coerentes e acessíveis para facilitar o diálogo profissional no âmbito terapêutico. Discutimos o impacto da subjetividade, dos estados de consciência e das percepções influenciadas pela religiosidade/espiritualidade na saúde mental e a importância de a psicoterapia voltar-se a clientes e respectivos sistemas de crenças, desenvolvendo modelos que mobilizem esperança e potencializem suas capacidades de superação. A despeito da atual distância entre estudos controlados e práticas clínicas, discutimos a integração das dimensões espirituais/religiosas na psicoterapia com profissionalismo ético, conhecimento e habilidades para alinhar as informações coletadas ao benefício do cliente. Considerando que apenas 7,3% da população brasileira não têm religião e a escassez de abordagens e psicoterapeutas que contemplem a religiosidade/espiritualidade, apontamos a relevância de investigações sobre o tema e que as propostas psicoterápicas sejam testadas em ensaios clínicos.Explicando o significado do WHOQOL-SRPB10.1590/S0101-608320070007000182022-11-01T19:00:13.148000Z2020-08-09T06:48:10.980000ZFleck, Marcelo P.Skevington, Suzanne
<em>Fleck, Marcelo P.</em>;
<em>Skevington, Suzanne</em>;
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CONTEXTO: O WHOQOL-SRPB é um instrumento que foi desenvolvido para avaliar que forma espiritualidade, religião e crenças pessoais (SRPB, sigla em inglês) estão relacionadas à qualidade de vida (QV) na saúde e na assistência à saúde. Recentemente, Moreira-Almeida e Koenig (2006) questionaram vários aspectos relativos ao WHOQOL-SRPB entre eles a definição do construto utilizado no instrumento, bem como o fato de suas facetas serem muito amplas para serem consideradas espiritualidade e religiosidade. OBJETIVOS: Clarificar os conceitos subjacentes ao desenvolvimento do WHOQOL-SRPB. MÉTODO: As questões levantadas por Moreira-Almeida e Koenig (2006) foram discutidas baseados nos objetivos e marco conceitual do WHOQOL-SRPB, bem como, a literatura pertinente. RESULTADOS: 1) o WHOQOL-SRPB não é um instrumento desenvolvido com o objetivo de avaliar o construto SRPB, mas sim qualidade de vida; 2) crenças pessoais podem funcionar como uma estratégia para se conseguir lidar com os problemas, pois dão significado ao comportamento humano e, hipoteticamente, influenciam a QV; 3) SRPB é um construto coerente e pode ser considerado um construto independente de bem-estar psicológico, 4) os conceitos incluídos no projeto WHOQOL foram considerados genuinamente transculturais por consenso e isso é um de seus pontos fortes mais relevantes. CONCLUSÕES: O WHOQOL-SRPB deve ser visto como uma importante contribuição ao estudo da relação entre qualidade de vida e espiritualidade, religiosidade e crenças pessoais.Metade de uma carreira com a paranormalidade10.1590/S0101-608320070007000192022-11-01T19:00:13.148000Z2020-08-09T06:48:10.980000ZStevenson, Ian
<em>Stevenson, Ian</em>;
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