Sociedade e Estadohttps://www.scielo.br/feed/se/2016.v31n3/2023-09-22T20:05:17.957000ZVol. 31 No. 3 - 2016WerkzeugEditorial10.1590/S0102-69922016.000300012023-09-22T20:05:17.957000Z2020-08-09T06:49:23.542000ZBandeira, Lourdes M.Collares, Ana Cristina M.Almeida, Tânia Mara C.
<em>Bandeira, Lourdes M.</em>;
<em>Collares, Ana Cristina M.</em>;
<em>Almeida, Tânia Mara C.</em>;
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O protocolo de pesquisa da circulação na sociologia da cultura, no Brasil10.1590/S0102-69922016.000300022023-09-22T20:05:17.957000Z2020-08-09T06:49:23.542000ZFarias, Edson
<em>Farias, Edson</em>;
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Resumo Localiza-se o protocolo de pesquisa da circulação cultural e dos conhecimentos nas pautas da sociologia da cultura no Brasil. Sob o ponto de vista processual, toma-se por objeto de conhecimento e reflexão as figurações discursivo-epistêmicas e institucionais referidas à diferenciação da sociologia da cultura no interior do campo das ciências sociais brasileiras. São traçados itinerários de linhagens intelectuais, na medida mesma em que descreveremos elementos a nosso ver heurísticos dos seus respectivos quadros de ferramentas conceituais. São analisados três estágios: (1) a abordagem sociológica centrada no problema modernista sobre a figura pública do intelectual encerrado nas condições de uma sociedade de capitalismo dependente periférico; (2) a reorientação analítica na qual o prisma da indústria cultural alcança significativa importância nas formulações sobre a produção simbólica, em especial no que toca às concepções de modernidade brasileira; (3) as possibilidades abertas pela lente da mundialização são retomadas com a finalidade de traçar um quadro não exaustivo do que estamos entendendo como possibilidades do protocolo da circulação cultural e do conhecimento.História cultural e história literária10.1590/S0102-69922016.000300032023-09-22T20:05:17.957000Z2020-08-09T06:49:23.542000ZMollier, Jean-Yves
<em>Mollier, Jean-Yves</em>;
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O popular no Brasil numa fábula de costume francesa: estéticas e mediações transatlânticas10.1590/S0102-69922016.000300042023-09-22T20:05:17.957000Z2020-08-09T06:49:23.542000ZLeão, Andréa BorgesFarias, Edson
<em>Leão, Andréa Borges</em>;
<em>Farias, Edson</em>;
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Resumo O ensaio procura elucidar um possível delineamento literário do popular, enquanto tema e estética, voltando os olhos para trás e percorrendo os processos de circulação transatlântica da cultura, na perspectiva sociológico-processual. Para tanto, situa a descrição e interpretação da fábula de Topaze nas figurações sociais e nos cenários de interpenetrações civilizatórias entre a França e o Brasil do século XIX, que possibilitaram a publicação e leitura das Scènes de la vie privées et publique des animaux. O par estrutural animalidade-humanidade, em meio ao espanto diante das inovações tecnológicas, diz respeito aos padrões de autorregulação e autocontrole dos afetos no mundo moderno, sintetizando experiências baseadas em trocas civilizatórias sempre instáveis e que, por isso, não deixam de enfrentar impulsos de descivilização.As viagens da favela e a vida social dos suvenires10.1590/S0102-69922016.000300052023-09-22T20:05:17.957000Z2020-08-09T06:49:23.542000ZFreire-Medeiros, BiancaMenezes, Palloma Valle
<em>Freire-Medeiros, Bianca</em>;
<em>Menezes, Palloma Valle</em>;
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Resumo Este artigo resgata e examina a biografia da favela turística a partir de sua cultura material. Suvenires produzidos e comercializados em duas favelas cariocas (Rocinha e Santa Marta) constituem o ponto de observação privilegiado para o entendimento das espirais de sentido que se erguem na confluência entre imaginação e materialidade, arte e topografia. Partimos das cores que nascem nas telas pintadas para consumo dos turistas e se reproduzem nas paredes das favelas, tomando-as fruto de políticas baseadas em novos regimes de visibilidade e controle da pobreza. As considerações finais refletem sobre a morte dos (anti)suvenires ou o que parece ser um esgotamento das possibilidades de representação da favela como marca capaz de agregar valor a diferentes produtos no mercado global.Edição e tradução, entre a cultura e a política: Argentina e Brasil na Feira do Livro de Frankfurt10.1590/S0102-69922016.000300062023-09-22T20:05:17.957000Z2020-08-09T06:49:23.542000ZMuniz Jr., José de SouzaSzpilbarg, Daniela
<em>Muniz Jr., José De Souza</em>;
<em>Szpilbarg, Daniela</em>;
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Resumo Este artigo analisa a participação da Argentina e do Brasil como países convidados de honra (em 2010 e 2013, respectivamente) na Feira do Livro de Frankfurt. Remetemos tais presenças à história recente da feira e ao seu papel na estrutura dos fluxos e circuitos de edição e tradução em nível mundial, estrutura esta regulada pelas relações desiguais entre distintos países e mercados linguísticos. Analisamos as negociações entre entidades do poder público e da política setorial que deram origem a tais participações; as ênfases temáticas escolhidas para compor os estandes; e as características socioprofissionais dos autores de cada delegação. A conclusão é que tais casos permitem observar relações específicas entre intelectuais e Estado em cada contexto, na medida em que fazem emergir não apenas as tensões entre cultura e economia, mas também os modos específicos como cada país “traduz” questões locais para um âmbito de trocas simbólicas transnacionais.Interdependências e interpenetrações civilizatórias: os aromas e sua magia10.1590/S0102-69922016.000300072023-09-22T20:05:17.957000Z2020-08-09T06:49:23.542000ZNery, Salete
<em>Nery, Salete</em>;
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Resumo O objetivo deste trabalho é discutir a construção sócio-histórica do gosto pelo perfume no Brasil - com especial destaque para a Região Nordeste, notadamente a Bahia - a partir das relações de interdependência e interpenetração entre povos no país. À luz das contribuições de Norbert Elias e de Roger Bastide, o fio condutor do debate é a crença no caráter mágico dos cheiros como elemento de articulação entre religiosidades, costumes e povos heterogêneos em contato. Destacam-se a especificidade das figurações em cada região e alguns dos fatores condicionantes das mesmas, bem como os processos de transformação nas figurações ao longo do tempo, bem como o papel que as curas mágicas podem ter tido na modelação do gosto pelo perfumar-se. Deste modo, a sociologia figuracional aparece em sua potencialidade para dar conta de realidades complexas de interpenetração.Qual capacidade crítica? Relendo Luc Boltanski à luz de Margaret Archer10.1590/S0102-69922016.000300082023-09-22T20:05:17.957000Z2020-08-09T06:49:23.542000ZCampos, Luiz Augusto
<em>Campos, Luiz Augusto</em>;
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Resumo A chamada “sociologia da capacidade crítica” de Luc Boltanski vem se tornando um dos principais paradigmas teóricos de interpretação das relações sociais. Contrário ao modo como a sociologia crítica à la Bourdieu entende a reflexividade humana, Boltanski propõe tratar os indivíduos como seres reflexivos, plenamente capazes de julgar e criticar o mundo. No entanto, essa “capacidade crítica” funciona em sua sociologia mais como premissa teórica do que como objeto concreto de investigação. Diante disso, este texto argumenta que uma sociologia interessada na capacidade crítica dos sujeitos não pode apenas “supô-la”, deve constituí-la em objeto de estudo sociológico. Para tal, propõe-se reconceituar a capacidade crítica como competência reflexiva, no sentido dado à expressão pela socióloga inglesa Margaret Archer. O recurso às categorias de Archer não apenas ajuda a identificar os limites da sociologia de Boltanski, mas, sobretudo, permite ampliar o seu alcance.Antes de Habermas, para além de Habermas: uma abordagem pragmatista da democracia deliberativa10.1590/S0102-69922016.000300092023-09-22T20:05:17.957000Z2020-08-09T06:49:23.542000ZMendonça, Ricardo Fabrino
<em>Mendonça, Ricardo Fabrino</em>;
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Resumo Este artigo procura defender uma abordagem pragmatista de democracia deliberativa. Inicialmente, argumenta-se que as cinco principais contribuições que os deliberacionistas atribuem a Habermas já se encontravam desenvolvidas em expoentes do pragmatismo clássico. Trata-se: (1) do desenvolvimento de uma teoria democrática baseada em uma concepção ampla de política, na participação e na tentativa de ultrapassar as perspectivas ditas realistas; (2) da construção de uma teoria democrática não agregativa, centrada em intercâmbios comunicativos; (3) da conexão entre discurso e razão, que abre caminho para a consideração simultânea de particular e universal; (4) da proposição de uma ética do discurso que capaz de lidar com a questão do pluralismo; e (5) da estruturação de uma abordagem sistêmica fundada em públicos descentrados. Na sequência, o artigo desenvolve contribuições específicas do pragmatismo, argumentando que ele pode oferecer um viés discursivo radical aos deliberacionistas.O sertão semiárido. Uma relação de sociedade e natureza numa dinâmica de organização social do espaço10.1590/S0102-69922016.000300102023-09-22T20:05:17.957000Z2020-08-09T06:49:23.542000ZTeixeira, Mylene Nogueira
<em>Teixeira, Mylene Nogueira</em>;
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Resumo Através do conflito social é possível observar a transformação do sertão-semiárido pernambucano. Essa análise é baseada na metodologia crítica de agregação de valores no processo de exploração de novas reservas naturais. Com isso, surgem novas mercadorias e ocorrem desmembramentos de laços sociais tradicionais (Alvater & Mahnkop, 2007; Giddens, 1991). No passado foram as desvantagens climáticas e a inóspita natureza local que impulsionaram a organização social desse território. Atualmente, é a valorização do semiárido, a riqueza do bioma caatinga, que provoca sua transformação. Em ambos os momentos, a transformação do espaço é marcada pelo distanciamento entre sociedade e natureza e pela singularidade da relação tempo e espaço a nível local (Giddens, 1991). Os dois momentos de transformação desse espaço são marcados por formas de violência peculiar: primeiro foi através do extermínio da população nativa e na atualidade é a exploração das reservas produtivas naturais.Uma leitura de <i>Golden Gulag</i>: rediscutindo a economia política da pena e uma aproximação com o debate sobre a expansão prisional no estado de São Paulo10.1590/S0102-69922016.000300112023-09-22T20:05:17.957000Z2020-08-09T06:49:23.542000ZBarros, Rodolfo Arruda Leite de
<em>Barros, Rodolfo Arruda Leite De</em>;
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Resumo Publicado em 2007, ainda sem tradução para o português e pouco conhecido no Brasil, a obra Golden Gulag é um importante referencial para a compreensão da expansão prisional ocorrida no estado norte-americano da Califórnia, entre os anos 1982 e 2000. Neste livro, Ruth W. Gilmore oferece uma interessante interpretação sobre as motivações e articulações que impulsionaram a construção das unidades prisionais no interior daquele estado, além de fornecer um referencial analítico que rediscute a economia política da pena. Gilmore também é considerada uma das principais autoras que contribuíram para uma abordagem sobre o revigoramento prisional intitulada Complexo industrial carcerário, bem como membro-fundador de um coletivo antiprisão chamado Critical resistence. Este artigo procura realizar uma leitura atenta de Golden Gulag, de modo a extrair as principais formulações teórico-empíricas do livro, para, em seguida, ensaiar possíveis contribuições deste material para se compreender aspectos recentes da expansão prisional no estado de São Paulo.Mecanismos de homogeneização da atividade científica: o caso da ciência das mudanças climáticas10.1590/S0102-69922016.000300122023-09-22T20:05:17.957000Z2020-08-09T06:49:23.542000ZDuarte, Tiago Ribeiro
<em>Duarte, Tiago Ribeiro</em>;
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Resumo Neste artigo, analiso alguns mecanismos que viabilizam a existência da ciência das mudanças climáticas, um campo de pesquisa extremamente heterogêneo uma vez que é formado por membros de todas - ou quase todas - as disciplinas científicas. Examino, especificamente, o papel desempenhado pelos dois principais mecanismos de homogeneização da atividade científica encontrados na literatura dos estudos sociais da ciência e tecnologia: a translação (Callon, 1986; Latour, 1987) e a padronização (Latour, 1987; Jasanoff & Wynne, 1998; Star & Lampland, 2009; Edwards, 2010). A translação consiste no processo através do qual um determinado grupo de atores faz com que os interesses de outros membros de uma determinada rede sociotécnica passem a convergir com os seus. Já a padronização se refere ao desenvolvimento de conceitos, medidas, instrumentos, práticas, técnicas e métodos de pesquisa padronizados, reduzindo, assim, a heterogeneidade dentro de um determinado campo de investigação científica. Argumento que estes dois mecanismos são fundamentais para se compreender os padrões colaborativos e de fluxo de informação que se formaram dentro da ciência das mudanças climáticas. Processos de translação ajudaram a diminuir a heterogeneidade de interesses nessa área de pesquisa fazendo com que os interesses de uma diversidade de atores passassem a convergir com aqueles das modeladoras computacionais que utilizam Modelos de Circulação Geral (MCGs). Processos de padronização, por sua vez, fizeram com que dados de pesquisa coletados ao redor do mundo mediante as mais diversas técnicas, instrumentos e métodos de pesquisa pudessem ser inseridos, mesmo que às vezes de modo fragmentário e imperfeito, nos MCGs.Judicialização e estratégias de controle da violência doméstica: a suspensão condicional do processo no Distrito Federal entre 2010 e 201110.1590/S0102-69922016.000300132023-09-22T20:05:17.957000Z2020-08-09T06:49:23.542000ZSimião, Daniel SchroeterOliveira, Luís Roberto Cardoso de
<em>Simião, Daniel Schroeter</em>;
<em>Oliveira, Luís Roberto Cardoso De</em>;
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Resumo A pesquisa analisou o tratamento judicial de casos de violência doméstica em cinco juizados especiais do Distrito Federal que apresentam procedimentos e práticas distintas, buscando as consequências de tais tratamentos para a percepção de justiça por parte dos diferentes atores envolvidos. A partir da análise dos autos e das audiências, a pesquisa aponta os condicionantes que interferem nas práticas de atendimento aos casos de violência doméstica para além do que está prescrito pela Lei n.o 11.340/2006 (Lei Maria da Penha), especialmente no que se refere à prática da suspensão condicional do processo. Os dados apontam para diferenças e semelhanças na interpretação da natureza do conflito bem como para os limites da lei na transformação do tratamento judicial de tais casos.Palavras acerca de proteção e produção10.1590/S0102-69922016.000300142023-09-22T20:05:17.957000Z2020-08-09T06:49:23.542000ZMaia, Juliana Capra
<em>Maia, Juliana Capra</em>;
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