Sociologiashttps://www.scielo.br/feed/soc/2011.v13n28/2024-03-08T20:29:42.994000ZVol. 13 No. 28 - 2011WerkzeugUnknow title10.1590/S1517-452220110003000012024-03-08T20:29:42.994000Z2020-08-09T06:49:23.935000ZBaumgarten, MaíraCôrtes, Soraya Vargas
<em>Baumgarten, Maíra</em>;
<em>Côrtes, Soraya Vargas</em>;
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Apresentação10.1590/S1517-452220110003000022024-03-08T20:29:42.994000Z2020-08-09T06:49:23.935000ZSilva, Marcelo Kunrath
<em>Silva, Marcelo Kunrath</em>;
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Movimentos sociais e eleições: por uma compreensão mais ampla do contexto político da contestação10.1590/S1517-452220110003000032024-03-08T20:29:42.994000Z2020-08-09T06:49:23.935000ZMcadam, DougTarrow, Sidney
<em>Mcadam, Doug</em>;
<em>Tarrow, Sidney</em>;
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Por que duas literaturas cognatas - estudos eleitorais e de movimentos sociais - seguem trajetórias paralelas e pouco dialogam? E o que se pode fazer para conectá-las no futuro? Partindo de seu trabalho com Charles Tilly sobre as dinâmicas do confronto (Dynamics of Contention, 2001), Dough McAdam e Sydney Tarrow analisam as conexões entre movimentos sociais e eleições, propõem um conjunto articulado de vínculos entre eleições e movimentos sociais e aplicam sua abordagem a um exame preliminar das relações entre eleições, movimentos e políticas de confronto racial nos Estados Unidos.Movimentos sociais na teoria e na prática: como estudar o ativismo através da fronteira entre estado e sociedade?10.1590/S1517-452220110003000042024-03-08T20:29:42.994000Z2020-08-09T06:49:23.935000ZAbers, RebeccaBülow, Marisa Uon
<em>Abers, Rebecca</em>;
<em>Bülow, Marisa Uon</em>;
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Nas últimas duas décadas, os estudiosos dos movimentos sociais passaram a questionar as fronteiras do seu campo de pesquisa. Alguns defenderam a substituição do conceito de "movimentos sociais" por "sociedade civil", enquanto outros propuseram falar de "política do conflito". Em ambos os casos, argumentou-se que o campo de estudos havia se tornado excessivamente limitado, tanto empírica como teoricamente. O artigo discute essas iniciativas e identifica um problema comum: a falta de atenção dada às numerosas formas de interação entre ativistas de movimentos sociais situados dentro e fora do Estado. Argumentamos que a pesquisa empírica que vem sendo realizada no Brasil ajuda a compreender melhor a relação entre Estado e movimentos sociais. Do ponto de vista teórico, é a literatura recente sobre redes sociais que oferece pistas analíticas sobre como pensar no ativismo a partir de dentro das estruturas do Estado.A face oculta(da) dos movimentos sociais: trânsito institucional e intersecção Estado-Movimento - uma análise do movimento de economia solidária no Rio Grande do Sul10.1590/S1517-452220110003000052024-03-08T20:29:42.994000Z2020-08-09T06:49:23.935000ZSilva, Marcelo KunrathOliveira, Gerson de Lima
<em>Silva, Marcelo Kunrath</em>;
<em>Oliveira, Gerson De Lima</em>;
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As relações entre movimentos sociais, partidos políticos e Estado tornaram-se, nas últimas décadas, um dos focos centrais de problematização teórica e investigação empírica no campo de estudos sobre movimentos sociais. Inserindo-se nesse debate, o presente artigo propõe uma perspectiva de análise que possibilite apreender diferentes padrões de relação entre política institucionalizada e política não institucionalizada e, particularmente, como tais padrões oportunizam processos distintos de organização e atuação dos movimentos sociais. Para explorar as possibilidades analíticas de tal perspectiva, aborda-se a trajetória de militantes do denominado movimento de economia solidária no estado do Rio Grande do Sul. Através dessas trajetórias, é possível identificar um processo organizativo que não apenas não se dá externamente ao Estado, mas é, em grande medida, fomentado por agentes e políticas governamentais. Ao contrário de abordar e criticar tal processo como exemplo de cooptação, instrumentalização ou colonização do movimento de economia solidária pelo Estado, busca-se mostrar que ele é fruto de um complexo padrão de relações entre sociedade civil e Estado, mediadas por partidos políticos (e, particularmente, pelo Partido dos Trabalhadores - PT), que emerge e se consolida no Brasil ao longo dos últimos 25 anos.Vidas e Política das Pessoas Pobres: as coisas que um etnógrafo político sabe (e não sabe) após 15 anos de trabalho de campo10.1590/S1517-452220110003000062024-03-08T20:29:42.994000Z2020-08-09T06:49:23.935000ZAuyero, Javier
<em>Auyero, Javier</em>;
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Ao refletir sobre uma década e meia de trabalho etnográfico, este artigo examina as lições aprendidas na tentativa de esquadrinhar as dinâmicas políticas entre pobres do meio urbano. O texto inicia com uma análise das limitações do conceito de clientelismo político buscando entender o que de fato ocorre quando votos são "trocados" por recursos. Segue examinando a relação recursiva entre patronagem e ação coletiva - dois fenômenos políticos geralmente vistos como mutuamente antagônicos. O artigo discorre então sobre a noção de "zona cinzenta" - como área de ligações clandestinas entre perpetradores de violência e autoridades políticas estabelecidas. O trabalho encerra com uma análise de dois temas que surpreendentemente têm estado ausentes na pesquisa sobre pobreza urbana - sofrimento ambiental e a política da espera.Associativismo avant la lettre: as sociedades pela abolição da escravidão no Brasil oitocentista10.1590/S1517-452220110003000072024-03-08T20:29:42.994000Z2020-08-09T06:49:23.935000ZAlonso, Angela
<em>Alonso, Angela</em>;
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O artigo contesta a tese da tibieza da vida associativa no Brasil oitocentista, tomando como caso as associações formadas em protesto contra a escravidão no Brasil na segunda metade do século XIX. Contra a tese do insolidarismo, o levantamento do número de associações antiescravistas criadas e da heterogeneidade social de seus participantes denota a exuberância do associativismo no Brasil imperial. Adicionalmente, o artigo argumenta que as inflexões de crescimento e declínio do associativismo abolicionista se explicam por variações nas "oportunidades políticas" (Tarrow, 1998).Inventário da sociologia do engajamento militante: Nota crítica sobre algumas tendências recentes dos trabalhos franceses10.1590/S1517-452220110003000082024-03-08T20:29:42.994000Z2020-08-09T06:49:23.935000ZSawicki, FrédéricSiméant, Johanna
<em>Sawicki, Frédéric</em>;
<em>Siméant, Johanna</em>;
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Este artigo apresenta um levantamento crítico de um campo de pesquisa particularmente ativo na França, nos últimos vinte anos, a sociologia do engajamento militante. Ele retraça a renovação dessa corrente sociológica expressa pela instauração do paradigma interacionista, que se interessa pela dimensão processual do engajamento e das carreiras militantes, e também o modo como a noção de retribuições da militância foi aprimorada e repensada. Após um panorama dos debates teóricos relativos ao surgimento, ou não, de "novas formas" de militância, até mesmo de "novos militantes", o artigo destaca dois desafios atuais da pesquisa, ambos relativos à questão da divisão social do trabalho: examinar mais atentamente o vínculo entre transformações macrossociais e engajamento, e a composição organizacional da militância.O estudo dos efeitos não intencionais da ação intencional na teoria sociológica10.1590/S1517-452220110003000092024-03-08T20:29:42.994000Z2020-08-09T06:49:23.935000ZHiggins, Silvio Salej
<em>Higgins, Silvio Salej</em>;
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No século 18, os ilustrados escoceses identificaram o paradoxo que haveriam de enfrentar depois as ciências sociais: a história é feita pelos seres humanos, mas não obedece a um plano humano. Neste artigo, reconstruímos a colocação deste problema central na tradição da teoria sociológica. Partimos da análise de Adam Smith, em sua tentativa de construir uma ciência social da produção riqueza. Logo nos ocupamos das primeiras colocações de Robert K. Merton no domínio da teoria sociológica. Passamos revista à forma como Raymond Boudon analisa o problema do ponto de vista do individualismo metodológico e ao modo como Anthony Giddens incorpora este paradoxo na explicação da reprodução social. Em uma avaliação preliminar, apontamos as limitações do funcionalismo mertoniano, na hora de explicar os efeitos não intencionais da ação intencional, mas, ao mesmo tempo, ressaltamos que o individualismo metodológico não fornece um conceito alternativo de causalidade. No final, tornamos explícito o debate ideológico que desata este paradoxo entre sociologias estruturalistas e reducionistas.Imagens: documentos de visões de mundo10.1590/S1517-452220110003000102024-03-08T20:29:42.994000Z2020-08-09T06:49:23.935000ZWeller, WivianBassalo, Lucélia de Moraes Braga
<em>Weller, Wivian</em>;
<em>Bassalo, Lucélia De Moraes Braga</em>;
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Vivemos em um mundo hipervisual, onde a imagem exerce um papel fundamental de identificação, divulgação ideológica e socialização de significados. Mas por muito tempo a imagem foi negligenciada no contexto dos métodos de pesquisa qualitativa. Nesse sentido, é fundamental que as ciências humanas e sociais reconheçam o potencial das imagens com fins de investigação social, mesmo que a criação delas possa ser caracterizada como uma atividade que exige especialização. A análise de imagens não é uma tarefa simples, de fácil acesso a qualquer pesquisador, pois para ultrapassar o nível imanente de interpretação ou o nível de sentido comum, é necessário o aprofundamento de referenciais teóricos que auxiliem a leitura para além do que ela informa em um primeiro olhar. O presente artigo apresenta um exercício prático de análise de uma fotografia com base no método documentário, cuja origem remonta à Sociologia do Conhecimento de Karl Mannheim. A adaptação do método documentário para a análise de imagens foi desenvolvida por Ralf Bohnsack, que, para tanto, também retomou a teoria da Iconologia de Ervin Panofsky e as contribuições de autores como Max Imdahl e Roland Barthes. Espera-se por meio deste artigo oferecer um contraponto à recorrente crítica em relação à falta de fundamentação teórica, de reflexão, assim como de rigor metodológico no tratamento e na análise dos dados. Ao mesmo tempo pretende-se incentivar a inclusão de outros tipos de fontes para além do texto/entrevista e da observação, tais como fotografias, imagens e filmes no âmbito das pesquisas qualitativas.O que é a política científica e tecnológica?10.1590/S1517-452220110003000112024-03-08T20:29:42.994000Z2020-08-09T06:49:23.935000ZDias, Rafael de Brito
<em>Dias, Rafael De Brito</em>;
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Este artigo pretende explorar uma política pública - a política científica e tecnológica (PCT) - debatendo algumas de suas principais características constitutivas (que a diferenciam significativamente das demais) e procurando evidenciar um de seus aspectos que raramente é explicitado: como política pública elaborada no âmbito do Estado capitalista, a PCT é uma política que favorece às classes dominantes. O artigo procura entender o porquê desse aspecto nem sempre ser reconhecido. E discorre também sobre algumas das principais causas e implicações disso. Para tanto, são abordados conceitos e definições gerais sobre as políticas públicas. Em seguida, são discutidas as principais características e processos associados à política científica e tecnológica. Também são abordadas as particularidades da PCT brasileira, que denunciam, em grande medida, seu caráter de classe. Por fim, são apresentados argumentos que se propõem a explicar o porquê desse caráter ser raramente reconhecido.Profissão e corporação: limites éticos da atuação do advogado10.1590/S1517-452220110003000122024-03-08T20:29:42.994000Z2020-08-09T06:49:23.935000ZMello, Marcelo Pereira deBarroso, Márcia Regina C.
<em>Mello, Marcelo Pereira De</em>;
<em>Barroso, Márcia Regina C.</em>;
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Este trabalho faz uma análise da atuação do Tribunal de Ética e Disciplina da OAB-RJ a partir de dois eixos: o primeiro acompanha uma análise qualitativa das infrações mais frequentes cometidas pelos advogados decorrentes de suas atividades profissionais e perpassa uma análise da administração das punições pelos membros do Tribunal. O segundo eixo persegue a avaliação deste Tribunal na estrutura organizacional interna da OAB e seu papel na legitimação da participação política da entidade. Sendo assim, analisamos a difícil tarefa de equilibrar-se entre as suas atividades de entidade de representação classista e o seu papel político.Segurança, território, população10.1590/S1517-452220110003000132024-03-08T20:29:42.994000Z2020-08-09T06:49:23.935000ZRondon Filho, Edson Benedito
<em>Rondon Filho, Edson Benedito</em>;
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A obra retrata o curso de mesmo nome ministrado por Michel Foucault no Collège de France (1977-1978), onde o autor desenvolveu a genealogia de uma forma de saber político centrado nos mecanismos que possibilitam a regulação da população. A arte de governar e o 'governo de si' são questionados em um transcurso histórico que desaguou em uma "razão de Estado", cuja racionalidade implicou na construção de conjuntos de saberes e de tecnologias de poder, necessários para o crescimento das forças do Estado. Ao demonstrar os problemas que a Polizeiwissenschaft devia controlar, delimitou o papel da polícia como garantidora da ordem interna e técnica de controle populacional, dotada de saberes específicos, constituindo-se, junto com segurança e a Economia Política, naquilo que Foucault denominou de biopolítica.