Sociologiashttps://www.scielo.br/feed/soc/2017.v19n45/2024-03-08T20:29:42.994000ZVol. 19 No. 45 - 2017WerkzeugEditorial10.1590/15174522-0190045002024-03-08T20:29:42.994000Z2020-08-09T06:49:23.935000ZBaumgarten, MaíraAlmeida, JalcioneRosenfield, Cinara
<em>Baumgarten, Maíra</em>;
<em>Almeida, Jalcione</em>;
<em>Rosenfield, Cinara</em>;
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Trabalhadores, sindicatos e a transnacionalização da militância10.1590/15174522-0190045012024-03-08T20:29:42.994000Z2020-08-09T06:49:23.935000ZRombaldi, MaurícioTomizaki, Kimi
<em>Rombaldi, Maurício</em>;
<em>Tomizaki, Kimi</em>;
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Ultrapassando fronteiras: trajetórias de ascensão de militantes brasileiros no sindicalismo transnacional10.1590/15174522-0190045022024-03-08T20:29:42.994000Z2020-08-09T06:49:23.935000ZRombaldi, MaurícioTomizaki, Kimi
<em>Rombaldi, Maurício</em>;
<em>Tomizaki, Kimi</em>;
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Resumo Este artigo pretende analisar o processo por meio do qual, nas últimas duas décadas, sindicalistas brasileiros se engajaram na construção de uma “agenda global” de defesa dos direitos dos trabalhadores. Mais especificamente, interessa-nos compreender quais são as condições sociais de acesso às organizações sindicais internacionais para discutir como a militância, no plano global, tem se convertido em um caminho, até então improvável, para lideranças nacionais. Para tanto, lançaremos mão da análise de trajetórias de sindicalistas metalúrgicos brasileiros que ocupam cargos na federação sindical internacional IndustriALL. A análise dos dados indica que as trajetórias sindicais internacionais se têm sustentado sobre um conjunto de capitais e um habitus militante específicos, articulados com o desenvolvimento de variáveis objetivas, particulares do caso brasileiro.Trabalho, globalização e contramovimentos: dinâmicas da ação coletiva do precariado artístico no Brasil e em Portugal10.1590/15174522-0190045032024-03-08T20:29:42.994000Z2020-08-09T06:49:23.935000ZBraga, RuyMarques, Joana
<em>Braga, Ruy</em>;
<em>Marques, Joana</em>;
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Resumo O artigo pretende comparar a formação do “precariado artístico” no Brasil e em Portugal, a partir da análise dos padrões de proletarização do trabalho de produção cultural nos dois países e sua relação com diferentes trajetórias de ação coletiva dos novos movimentos de trabalhadores precarizados. Assim, destacaremos o dilema enfrentado pelo movimento dos trabalhadores precários para transnacionalizar suas formas de ação coletiva. No caso brasileiro, analisamos, especificamente, a mobilização por políticas públicas para a cultura empreendida pelo movimento “Arte contra a Barbárie” que, distante do sindicalismo, desembocou na conquista do programa paulistano de Fomento ao Teatro. No caso português, investigamos a ação coletiva que se consolidou com a criação do sindicato-movimento “Cena” contra a perda de direitos trabalhistas, num contexto marcado pela adoção pelo governo português de políticas de austeridade negociadas com a União Europeia. Os limites da transnacionalização das reivindicações desses grupos de trabalhadores precários serão problematizados à luz da ideia, muito presente nos novos estudos “neopolanyianos” do trabalho, de que o processo de mobilização do precariado no Sul global anunciaria o advento de um contramovimento “embrionário”, cuja tendência seria florescer conforme a mercantilização neoliberal ampliasse as ameaças à classe trabalhadora em escala mundial.Conselhos de Empresa Europeus militantes? Obstáculos, acordos e boas práticas à luz da experiência portuguesa na VW10.1590/15174522-0190045042024-03-08T20:29:42.994000Z2020-08-09T06:49:23.935000ZCosta, Hermes Augusto
<em>Costa, Hermes Augusto</em>;
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Resumo A organização transnacional de trabalhadores apela a distintas configurações institucionais e modos de atuação. Neste texto analisa-se uma dessas formas de organização: os conselhos de empresa europeus (CEEs), estruturas que dão testemunho do modo como os processos de informação e consulta nas empresas de dimensão comunitária podem reforçar a participação laboral transnacional. Baseando-se no impacto setorial dos CEEs em Portugal, este texto valoriza duas dimensões de análise: por um lado, uma dimensão formal e quantitativa associada a uma análise de conteúdos de acordos de CEEs envolvendo representantes de trabalhadores nos setores metalúrgico, químico e financeiro; por outro lado, uma dimensão qualitativa resultante de entrevistas realizadas junto de representantes de trabalhadores em CEEs, de modo a evidenciar boas práticas associadas ao seu funcionamento. Nesse caso, o CEE do grupo Volkswagen merece atenção especial. Argumenta-se que uma transnacionalização laboral efetiva terá sempre de proceder a um trade-off entre uma gestão de obstáculos persistentes e uma maximização de boas práticas emergentes. Assim, sendo uma realidade com “caminho feito”, os CEEs continuam a perseguir como até aqui (e porventura ainda mais em contexto de crise económica) o desafio da construção de uma mais coesa identidade laboral transnacional.**Os acordos-marco internacionais e as alianças sindicais internacionais: instrumentos de uma necessária transnacionalização da militância sindical10.1590/15174522-0190045052024-03-08T20:29:42.994000Z2020-08-09T06:49:23.935000ZHennebert, Marc-Antonin
<em>Hennebert, Marc-Antonin</em>;
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Resumo Diante da multiplicação atual dos instrumentos de responsabilidade social empresarial (RSE), o dispositivo frequentemente considerado mais avançado em matéria de defesa dos direitos dos trabalhadores consiste na negociação e na assinatura de acordos-marco internacionais (AMIs). Esses acordos, assinados conjuntamente por uma federação sindical internacional e pela direção de uma empresa multinacional, buscam garantir o reconhecimento de certos direitos sociais fundamentais em todas as operações de uma empresa em âmbito internacional. Baseado na análise dos casos de duas empresas norte-americanas que ratificaram AMIs, este artigo procura evidenciar a contribuição desse instrumento para a regulação social das multinacionais e esclarecer as condições de sua efetividade, assim como seus limites. Ambos os casos demonstram que a utilidade desses acordos repousa, acima de tudo, no modo como os atores sindicais se apropriam desse instrumento. Por fim, nosso estudo salienta a importância das alianças ou coalizões internacionais entre os representantes sindicais de uma mesma multinacional para acompanhar os acordos e lhes dar um sentido prático em sua realidade local.Ação coletiva transnacional na cadeia de confecção do vestuário e a questão de gênero10.1590/15174522-0190045062024-03-08T20:29:42.994000Z2020-08-09T06:49:23.935000ZVeiga, João Paulo CândiaGalhera, Katiuscia Moreno
<em>Veiga, João Paulo Cândia</em>;
<em>Galhera, Katiuscia Moreno</em>;
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Resumo O objetivo central deste artigo é discutir os processos de transnacionalização sindical na confecção do vestuário. Tendo como estudo de caso a cadeia de produção do vestuário ligada à holding Inditex, proprietária de uma das marcas mais valiosas da indústria têxtil (Zara), partimos da hipótese de que os(as) trabalhadores(as) deste setor enfrentam um problema de ação coletiva ligado aos limites de suas próprias capacidades de agência. A partir de procedimentos de tipo qualitativo com métodos cruzados - surveys, entrevistas, levantamento bibliográfico e arquivístico - para São Paulo capital e tendo como comparação o desastre do edifício Rana Plaza, em Bangladesh, os resultados da pesquisa indicam que na confecção do vestuário, ao contrário de outros setores, a ação coletiva sindical se dilui em arranjos institucionais a partir de iniciativas multistakeholder que acabam por promover processos decisórios de cúpula, com implementação do tipo top-down, sem a influência e participação dos trabalhadores de base, exatamente aqueles(as) que vivenciam a precarização e a violação dos direitos sociais e trabalhistas na cadeia do vestuário.Interview with Chris Tilly10.1590/15174522-0190045072024-03-08T20:29:42.994000Z2020-08-09T06:49:23.935000ZOliveira, Roberto Véras de
<em>Oliveira, Roberto Véras De</em>;
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A empresa neoliberal: da ordem espontânea à ordem moral10.1590/15174522-0190045112024-03-08T20:29:42.994000Z2020-08-09T06:49:23.935000ZSalmon, Anne
<em>Salmon, Anne</em>;
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Resumo O vocabulário dos riscos psicossociais permite qualificar novos sofrimentos no trabalho: enquanto, no século XIX, a violência feita aos corpos atingia as almas, hoje as pressões exercidas sobre as mentes atingem os corpos. Essa terminologia, que se tornou usual no jargão administrativo, é, todavia, dúbia, pois conduz à individualização e à despolitização dos problemas. Essa negação do político está no âmago do projeto neoliberal. Por isso, propomos analisar a coerência ideológica dessa doutrina, antes de examinar de que forma os dispositivos administrativos nas grandes empresas podem ter incorporado, ao menos em parte, uma visão da ação humana sem fim, sem vontade e sem prazer.Trajetórias de jovens em situação de vulnerabilidade social: sobre a realidade juvenil, violência intersubjetiva e políticas para jovens em Porto Alegre - RS10.1590/15174522-0190045122024-03-08T20:29:42.994000Z2020-08-09T06:49:23.935000ZGadea, Carlos A.Silon, JoséRosa, Fátima S. daCezar, Márcia da S.Dick, Hilário
<em>Gadea, Carlos A.</em>;
<em>Silon, José</em>;
<em>Rosa, Fátima S. Da</em>;
<em>Cezar, Márcia Da S.</em>;
<em>Dick, Hilário</em>;
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Resumo O artigo tem por objetivos introduzir algumas reflexões acerca do significado contemporâneo do termo juventude, bem como realizar ponderações importantes em torno ao binômio juventude-violência. Quer-se, igualmente, apresentar alguns dados relevantes para compreender a situação de vulnerabilidade concreta de jovens que residem em certos bairros da cidade de Porto Alegre, na medida em que permitem deduzir as fortes relações entre violência, educação e família. Por último, o interesse recai em realizar uma breve crítica dos três principais paradigmas sobre políticas para jovens (em torno ao trabalho, à educação e ao esporte) que classicamente se têm implementado. No contexto dessas reflexões, sugere-se considerar de importância o desenvolvimento de uma “cultura digital” e seu coadjuvante “capital social” para a eventual formulação de uma “nova” política para jovens que vivem em situação de vulnerabilidade social em contextos urbanos.Perspectivas sociológicas en el abordaje de las trayectorias: un análisis sobre los usos, significados y potencialidades de una aproximación controversial10.1590/15174522-0190045132024-03-08T20:29:42.994000Z2020-08-09T06:49:23.935000ZRoberti, Eugenia
<em>Roberti, Eugenia</em>;
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Resumen El objetivo del artículo es estudiar los aportes que brinda la perspectiva de las trayectorias. Desde este lugar, realizamos una reflexión crítica junto a una sistematización teórica de aquellas investigaciones que nos aproximen a comprender los supuestos que se esconden tras estos estudios. La primera sección indaga sobre los orígenes del uso de biografías en la investigación social; nos centramos en los enfoques europeo y norteamericano para vislumbrar los distintos ámbitos de producción en donde surgieron los fundamentos que encuadran y dan sentido al análisis de trayectorias. Un segundo apartado elabora una construcción teórico-metodológica que problematiza el estudio de las trayectorias, proponiendo un marco analítico para su comprensión, a partir de discutir diferentes perspectivas y conceptualizaciones. En este punto, se hace especial hincapié en las potencialidades de los estudios con trayectorias laborales. Para finalizar, buscamos recapitular los aportes que la perspectiva escogida brinda a la investigación social, posibilitando aprehender los fenómenos sociales desde su complejidad analítica, al atender la dimensión objetiva y subjetiva en su articulación espacio-temporal.**A ciência como sublimação: o desafio da objetividade na sociologia reflexiva de Pierre Bourdieu10.1590/15174522-0190045142024-03-08T20:29:42.994000Z2020-08-09T06:49:23.935000ZPeters, Gabriel
<em>Peters, Gabriel</em>;
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Resumo O artigo investiga a resposta de Bourdieu a um problema clássico na epistemologia das ciências sociais: como é possível um conhecimento objetivo do mundo societário se os pontos de vista dos cientistas sociais são condicionados por seu pertencimento a esse mundo? O texto expõe sua tese de que a sociologia da sociologia, ao revelar os condicionantes sociais do pensamento sobre o social, possibilita uma margem de liberdade em relação a tais condicionantes. Longe de desembocar no relativismo pluriperspectivista, portanto, a sociologia reflexiva de Bourdieu é voltada à conquista da objetividade. O trabalho também mostra que sua noção de reflexividade se articula a uma concepção de objetividade científica como efeito “sublimado” da competição regrada entre agentes interessados que caracteriza o campo da ciência. Por fim, embora simpático à proposta de Bourdieu, o artigo é pontuado com considerações críticas sobre as tensões a ela inerentes: a) o reconhecimento do caráter “posicionado” das suas intervenções sociológicas versus a intenção de capturar o espaço inteiro dos pontos de vista sociocientíficos; b) a defesa de uma reflexividade sociológica calcada na dialética racional do campo científico versus a admissão de que as ciências sociais não possuem suficiente autonomia para levar essa dialética racional a cabo.O conceito de modo de vida: entre traduções, definições e discussões10.1590/15174522-0190045212024-03-08T20:29:42.994000Z2020-08-09T06:49:23.935000ZBraga, Gustavo BastosFiúza, Ana Louise CarvalhoRemoaldo, Paula Cristina Almeida
<em>Braga, Gustavo Bastos</em>;
<em>Fiúza, Ana Louise Carvalho</em>;
<em>Remoaldo, Paula Cristina Almeida</em>;
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Resumo A concepção de “modo de vida” tem sido muito utilizada nas Ciências Sociais, principalmente, para assinalar mudanças culturais, tal como pode ser observado desde Durkheim, Weber, Wirth, Rambaud, Lefebvre, Bourdieu, dentre outros. No entanto, o termo “modo de vida” assume uma pluralidade de significados, dificultando a compreensão das nuances interpretativas que o perpassam. As traduções para o português de estudos em língua inglesa e francesa, por vezes, apresentam termos idênticos para ideias originalmente distintas. Dada essas ambiguidades na definição do modo de vida, esse artigo se propõe a analisar os significados a ele atribuídos na literatura nacional e internacional. Como metodologia foram utilizados dados secundários oriundos de artigos e teses que utilizam o termo modo de vida e/ou traduzem a terminologia para a língua portuguesa, aplicando-se a análise em redes como ferramenta para avaliar o seu uso. Os resultados indicaram que termos distintos em sua língua original, como no francês genre de vie e style de vie, têm, rotineiramente, a mesma tradução para o português, modo de vida, reforçando a imprecisão do termo.O clientelismo revisitado: uma explicação focada nos mediadores10.1590/15174522-0190045312024-03-08T20:29:42.994000Z2020-08-09T06:49:23.935000ZRocha, Marta Mendes
<em>Rocha, Marta Mendes</em>;
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Resumo Esta resenha analisa o livro escrito a oito mãos por Susan Stokes et al., intitulado Brokers, voters, and clientelism: the puzzle of distributive politics. Neste volume os autores investigam as políticas distributivistas e o clientelismo, a partir de um amplo esforço de revisão bibliográfica, com o emprego e a combinação de vários métodos e técnicas de pesquisa e a mobilização de um conjunto variado de fontes. Os autores buscam responder como as políticas não-programáticas, especialmente, o clientelismo funcionam. A despeito de alguns aspectos que merecem crítica, o livro, sem dúvida, oferece uma importante contribuição para os pesquisadores brasileiros interessados no tema.