Acessibilidade / Reportar erro

Etnobotânica de plantas medicinais em comunidades ribeirinhas do Município de Manacapuru, Amazonas, Brasil

Ethnobotany of medicinal plants in riverine communities of the Municipality of Manacapuru, Amazonas, Brasil

Resumos

A utilização de plantas medicinais é uma prática comum entre as populações humanas. O presente trabalho teve por objetivo efetuar levantamento etnobotânico sobre o conhecimento e uso das plantas medicinais em quatro comunidades ribeirinhas do Município de Manacapuru. Foram coletadas informações de 164 moradores locais, selecionados aleatoriamente, por meio de entrevistas semi-estruturadas, observações participantes e visitas guiadas. Os problemas de saúde citados foram classificados de acordo com a Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-10) e índices de concordância foram utilizados para identificar os principais usos de cada espécie. Identificaram-se 171 plantas medicinais, pertencentes a 65 famílias. Lamiaceae (14 espécies), Asteraceae (9 espécies), Fabaceae e Euphorbiaceae (8 espécies) foram as famílias mais comuns. As espécies mais citadas foram Mentha arvensis (hortelã), Ruta graveolens (arruda) e Citrus sinensis (laranja). As folhas foram as partes da planta mais utilizadas e a decocção da folha o procedimento mais comum usado para preparar medicamentos. Os problemas mais comuns citados foram doenças do aparelho digestivo, doenças do aparelho respiratório e problemas com sintomas não classificados. Plantas com índices de concordância maior que 25% foram Plectranthus amboinicus, Chenopodium ambrosioides, Citrus aurantiifolia, Acmella oleracea, Plectranthus barbatus, Mentha arvensis, Citrus sinensis, Lippia origanoides, Lippia alba, Cymbopogon citratus e Ruta graveolens. Estes resultados confirmam que as populações que vivem em Manacapuru ainda utilizam plantas medicinais como uma das formas de tratar suas doenças mais frequentes.

Amazônia; conhecimento tradicional; praticas populares


The utilization of medicinal plants is a common practice among human populations. The present work aimed to carry out an ethno botanical survey to assess plant knowledge and use of medicinal plants by local people of four riverine communities at the municipality of Manacapuru. We collected information from one hundred and sixty-four local dwellers, selected at random, using semi-structured interviews, participant observations and guided tours. Health problems cited were ranked according to the International Statistic Classification of Diseases and Health Related Problems (CID-10) and agreement indexes were used to identify the main uses of each species. One hundred seventy-one medicinal plants were identified belonging to 65 families. The Lamiaceae (14 species), Asteraceae (9 species), Fabaceae and Euphorbiaceae (8 species) were to most common families. The most cited species were Mentha arvensis (mint), Ruta graveolens (common rue) and Citrus sinensis (sweet orange). Leaves were the most utilized plant part and leaf decoction the most common procedure used for preparing medicines. The most common problems cited were digestive tract ailments, respiratory system illnesses and problems with unclassified symptoms. Plants with agreement indexes greater than 25% were Plectranthus amboinicus, Chenopodium ambrosioides, Citrus aurantiifolia, Acmella oleracea, Plectranthus barbatus, Mentha arvensis, Citrus sinensis, Lippia origanoides, Lippia alba, Cymbopogon citratus and Ruta graveolens. These results confirm that populations living in Manacapuru still use medicinal plants as one of the ways of treating their most frequent ailments.

Amazonia; traditional knowledge; popular practices


Etnobotânica de plantas medicinais em comunidades ribeirinhas do Município de Manacapuru, Amazonas, Brasil

Ethnobotany of medicinal plants in riverine communities of the Municipality of Manacapuru, Amazonas, Brasil

Silvia Patricia Flores VásquezI, * * Autor correspondente: silviapfv@yahoo.com.br ; Maria Silvia de MendonçaII; Sandra do Nascimento NodaII

IInstituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Programa de Pós-graduação em Botânica Av. André Araújo, 2936, Aleixo, CEP: 69060-001, Manaus, Amazonas, Brasil

IIUniversidade Federal do Amazonas, Faculdade de Ciências Agrárias. Av. General Rodrigo Octávio, 6200, Coroado I, CEP: 69077-000, Manaus, Amazonas, Brasil

RESUMO

A utilização de plantas medicinais é uma prática comum entre as populações humanas. O presente trabalho teve por objetivo efetuar levantamento etnobotânico sobre o conhecimento e uso das plantas medicinais em quatro comunidades ribeirinhas do Município de Manacapuru. Foram coletadas informações de 164 moradores locais, selecionados aleatoriamente, por meio de entrevistas semi-estruturadas, observações participantes e visitas guiadas. Os problemas de saúde citados foram classificados de acordo com a Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-10) e índices de concordância foram utilizados para identificar os principais usos de cada espécie. Identificaram-se 171 plantas medicinais, pertencentes a 65 famílias. Lamiaceae (14 espécies), Asteraceae (9 espécies), Fabaceae e Euphorbiaceae (8 espécies) foram as famílias mais comuns. As espécies mais citadas foram Mentha arvensis (hortelã), Ruta graveolens (arruda) e Citrus sinensis (laranja). As folhas foram as partes da planta mais utilizadas e a decocção da folha o procedimento mais comum usado para preparar medicamentos. Os problemas mais comuns citados foram doenças do aparelho digestivo, doenças do aparelho respiratório e problemas com sintomas não classificados. Plantas com índices de concordância maior que 25% foram Plectranthus amboinicus, Chenopodium ambrosioides, Citrus aurantiifolia, Acmella oleracea, Plectranthus barbatus, Mentha arvensis, Citrus sinensis, Lippia origanoides, Lippia alba, Cymbopogon citratus e Ruta graveolens. Estes resultados confirmam que as populações que vivem em Manacapuru ainda utilizam plantas medicinais como uma das formas de tratar suas doenças mais frequentes.

Palavras-chave: Amazônia, conhecimento tradicional, praticas populares.

ABSTRACT

The utilization of medicinal plants is a common practice among human populations. The present work aimed to carry out an ethno botanical survey to assess plant knowledge and use of medicinal plants by local people of four riverine communities at the municipality of Manacapuru. We collected information from one hundred and sixty-four local dwellers, selected at random, using semi-structured interviews, participant observations and guided tours. Health problems cited were ranked according to the International Statistic Classification of Diseases and Health Related Problems (CID-10) and agreement indexes were used to identify the main uses of each species. One hundred seventy-one medicinal plants were identified belonging to 65 families. The Lamiaceae (14 species), Asteraceae (9 species), Fabaceae and Euphorbiaceae (8 species) were to most common families. The most cited species were Mentha arvensis (mint), Ruta graveolens (common rue) and Citrus sinensis (sweet orange). Leaves were the most utilized plant part and leaf decoction the most common procedure used for preparing medicines. The most common problems cited were digestive tract ailments, respiratory system illnesses and problems with unclassified symptoms. Plants with agreement indexes greater than 25% were Plectranthus amboinicus, Chenopodium ambrosioides, Citrus aurantiifolia, Acmella oleracea, Plectranthus barbatus, Mentha arvensis, Citrus sinensis, Lippia origanoides, Lippia alba, Cymbopogon citratus and Ruta graveolens. These results confirm that populations living in Manacapuru still use medicinal plants as one of the ways of treating their most frequent ailments.

Keywords: Amazonia, traditional knowledge, popular practices.

INTRODUÇÃO

A conservação e proteção da natureza são hoje, um dos grandes desafios mundiais e em particular, dos países tropicais onde se encontra parte considerável da biodiversidade de espécies vegetais e animais (Diegues 2000). O Brasil é conhecido por ser um dos países de maior biodiversidade, com destaque para a floresta amazônica (Salati et al. 1998). Além de sua reconhecida riqueza natural, a Amazônia abriga expressivo conjunto de povos indígenas e populações tradicionais que aprenderam, ao longo do tempo, como conviver com ambientes diversificados (Amorozo 1996).

Esses grupos (índios, caboclos, ribeirinhos, seringueiros, quilombolas, pescadores, pequenos produtores rurais e extrativistas) são detentores de um vasto conhecimento sobre as plantas e seu ambiente. Estes conhecimentos têm passado de geração em geração por via oral, estando intimamente interligados com a necessidade dos povos em aplicá-los em seu proveito, muitas vezes para garantir a sobrevivência humana (Rodrigues e Carvalho 2001). Saber respeitá-las, conhecê-las e estudá-las é fundamental para que no futuro, as florestas não sejam mais ameaçadas, a diversidade vegetal possa ser conservada e as comunidades respeitadas no seu modo de vida (Ming e Grossi 2007).

Nesse contexto, a etnobotânica é a ciência que analisa e estuda as informações populares que o homem tem sobre o uso das plantas. É através dela que se mostra o perfil de uma comunidade e seus usos em relação às plantas, pois cada comunidade tem seus costumes e peculiaridades, visando extrair informações que possam ser benéficas sobre usos de plantas medicinais (Martins et al. 2005).

Pesquisas nesta área podem subsidiar trabalhos sobre uso sustentável da biodiversidade através da valorização e do aproveitamento do conhecimento empírico das sociedades humanas, a partir da definição dos sistemas de manejo, incentivando a geração de conhecimento científico e tecnológico voltados para o uso sustentável dos recursos naturais (Fonseca-Kruel e Peixoto 2004).

O Município de Manacapuru alberga na zona rural comunidades ribeirinhas formadas por agricultores familiares que ainda estão em contato com a diversidade natural para suprir suas necessidades, especialmente plantas para sua saúde. Na região, poucos trabalhos etnobotânicos foram elaborados, constatando-se o trabalho de Cassino (2010), que estudou as plantas medicinais utilizadas em comunidades de várzea do rio Solimões. Costa e Mitja (2010) relataram o uso de espécies vegetais incluindo seus usos medicinais por 11 famílias que vivem na área rural.

Este trabalho tem como objetivo realizar um estudo etnobotânico sobre as plantas medicinais utilizadas em quatro comunidades do Município de Manacapuru, compilando as plantas reconhecidas como recursos medicinais, os seus usos, formas de preparo e avaliar a concordância de uso popular das espécies.

MATERIAL E MÉTODOS

Área de estudo

O Município de Manacapuru está localizado no centro da região fisiográfica Solimões/Tefé, ocupando uma área de 48.419 km2. Em 2010 a população do Município era de 86.472 habitantes, sendo 87% desta população assentada em área urbana e 13% em área rural (IBGE 2010). Existem 10 comunidades ribeirinhas na região dos Lagos Paru e Calado localizadas no Município de Manacapuru, com uma população estimada em 2.500 pessoas e cerca de 450 famílias. Nessa região são encontradas duas paisagens distintas, as "várzeas" e a "terra firme" (Dacio et al. 2013). Neste trabalho quatro comunidades na terra firme foram escolhidas: Bom Jardim, São Raimundo, Nossa Senhora do Livramento e Rei Davi. O acesso às comunidades se dá pelo Ramal Nova Esperança, localizado no km 62 da Rodovia Manoel Urbano que liga Manaus a Manacapuru (Figura 1). O município possui temperatura média mínima anual de 22 ºC e máxima de 35 ºC, precipitação média anual de 182 mm com clima tropical úmido, presente em toda a Amazônia. Pode-se distinguir os seguinte tipos de vegetação: Floresta Ombrófila Densa; distribuída em Mata de Terra Firme (primária e secundária), Campinarana, Campina e Capoeira; Mata de Várzea e Mata de Igapó (Menezes 2011).


Comunidades estudadas

Comunidade Bom Jardim (03° 16' 20" S e 60° 32' 55" W). A comunidade possui 56 famílias e 234 moradores aproximadamente, sendo formada por agricultores familiares, que tem na farinha de mandioca e derivados sua principal atividade agrícola de sobrevivência e de fonte de renda. É a comunidade mais próxima à estrada pavimentada de acesso aos ramais. A comunidade conta com uma sede social e uma escola de ensino fundamental. Também existem fazendas, uma granja empresarial, propriedades de agricultura familiar, sítios para finais de semana e loteamentos. A comunidade possui agente de saúde.

Comunidade São Raimundo (03° 16' 53" S e 60° 33' 05" W). Apresenta 40 famílias e 175 moradores aproximadamente. A principal fonte de renda dos moradores é a atividade agrícola. A comunidade não possui escola e as crianças se deslocam até as comunidades Bom Jardim, Nossa Senhora do Livramento ou Nossa Senhora do Perpetuo Socorro para estudar. A comunidade possui agente de saúde.

Comunidade Nossa Senhora do Livramento (03° 17' 25" S e 60° 32' 16" W). A comunidade está constituída de 75 famílias e 360 moradores aproximadamente e é a mais afastada da entrada do Ramal Nova Esperança e a mais próxima dos Lagos Paru e Calado. As atividades de agricultura familiar estão voltadas à venda de farinha de mandioca, frutas e hortaliças, devido à sua proximidade com os lagos a pesca é praticada e o peixe é um alimento constante. Possui um centro comunitário, uma igreja e uma escola de ensino fundamental. A comunidade possui agente de saúde.

Comunidade Rei Davi (03° 16' 22" S e 60° 34' 43" W). A comunidade possui 61 famílias e 280 moradores aproximadamente. A principal fonte de renda é a agricultura baseada no cultivo da mandioca para a venda de farinha, tapioca, goma e espécies frutíferas. Possui centro comunitário, igreja e escola de ensino fundamental. A comunidade possui um agente de saúde e um agente de endemismo (técnico que analisa amostras de sangue dos moradores da comunidade para detecção da malária).

Coletas e análise dos dados

Os dados foram coletados de junho a novembro de 2012, com visitas semanais durante cinco dias. Logo após as primeiras visitas o projeto foi apresentado aos presidentes das comunidades para obtenção do consentimento através da assinatura da carta de anuência. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com seres humanos do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazonia (CEP-INPA), sob o número de protocolo 012/2011 e data de aprovação (30/06/2011). Conforme instruções da Resolução 466/12 para pesquisas com seres humanos, todas as pessoas entrevistadas durante a execução da pesquisa assinaram um Termo de Consentimento Livre e esclarecido (TCLE).

As famílias foram selecionadas a partir de uma amostragem aleatória simples (Gil 2008). Para isso, pediu-se aos representantes das comunidades a listagem geral das famílias. O número de famílias que foram sorteadas se deu com base na seguinte fórmula (Gil 2008).

n = (δ2.p.q.N)/(e2 (N-1) + δ2.p.q)

onde: n= Tamanho da amostra; δ2 = Nível de confiança escolhido, expresso em números de desvios-padrão; p= Percentagem com a qual o fenômeno se verifica; q= Percentagem complementar; N= Tamanho da população; e2 = Erro máximo permitido

Foram sorteadas 46 famílias na comunidade Bom Jardim, 34 em São Raimundo, 49 no Rei Davi e 58 famílias na comunidade Nossa Senhora do Livramento. Em cada família sorteada, foi entrevistada uma pessoa maior de 18 anos, que tivesse disponibilidade em participar da pesquisa e estivesse na residência no momento da visita. Procedeu-se a entrevista com uso de formulários semiestruturados com perguntas abertas e fechadas, onde foram abordados os seguintes aspectos: dados pessoais e socioeconômicos, informações sobre as plantas medicinais utilizadas (nome popular, parte utilizada, indicações e preparo). Também foi utilizada a técnica de observação participante que permitiu à pesquisadora uma melhor inserção no cotidiano da população. Em paralelo se fez um diário de campo, no qual após cada visita se registrou todas as observações, sensações e até pequenos diálogos. Turnês guiadas foram realizadas no entorno de suas residências, em geral nos quintais, mas também em roças e áreas vizinhas de mata. As plantas citadas nas entrevistas foram fotografadas e coletadas durante as turnês guiadas e em visitas posteriores. O material coletado foi herborizado conforme métodologia usual. Os espécimes coletadas foram incluídos no Herbário do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas (Herbário EAFM). A identificação do material botânico foi realizada mediante comparação com exsicatas dos Herbários do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Herbário INPA) e do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas (Herbário EAFM) e ajuda de especialistas. Algumas plantas domesticadas já conhecidas e obtidas através da compra bem como plantas silvestres, cujos nomes populares foram dados como, xixua , sorva e copaíba foram identificadas com base na literatura especializada (Lorenzi e Matos 2008; Souza e Lorenzi 2012). A grafia dos nomes científicos foi conferida utilizando a base de dados Trópicos, disponível em http://www.tropicos.org. Para a listagem dos táxons seguiu-se o APG III (2009). Quanto ao modo de obtenção, as plantas foram enquadradas como cultivadas no caso daquelas que a comunidade cultiva em suas roças, sítios, hortas, quintais e jardins; silvestres, as que são obtidas pela comunidade na vegetação local, e compradas, as plantas adquiridas no comércio local ou fora da comunidade.

As doenças/sintomas citados pelos informantes foram categorizadas de acordo com a Classificação estatística Internacional de Doenças e problemas relacionados à saúde (CID-10 2008). As plantas medicinais consideradas neste trabalho incluíram, além daquelas indicadas para sintomas e doenças reconhecidos pela medicina moderna, também aquelas espécies indicadas para outras finalidades, tais como: olho gordo, espantar espírito mau. Tais indicações de uso foram agrupadas na categoria "doenças culturais", ou doenças construídas a partir de categorias êmicas. Também foi calculada a importância relativa das espécies citadas nas comunidades, por meio da concordância quanto ao uso principal (CUP) e concordância quanto ao uso principal corrigida (CUPc) Amorozo e Gély (1988), modificado de Friedman et al. (1986).

RESULTADOS

De 187 famílias sorteadas para as entrevistas, 23 não fizeram parte do universo de estudo por diversos motivos (não quiseram participar da pesquisa, não se encontravam nas residências no momento da entrevista, estavam viajando ou não moravam mais na comunidade), totalizando 164 moradores entrevistadas. Do total dos entrevistados 102 foram mulheres e 62 homens.

Das mulheres entrevistadas, 89 são agricultoras, indicando que além da mulher cuidar da casa e dos filhos, também tem participação na agricultura. A participação da mulher na agricultura está voltada aos cuidados com a produção de farinha de mandioca e cultivo de plantas medicinais e condimentares no entorno das casas. Essas plantas muitas vezes são plantadas em bacias e latas velhas. Do restante das entrevistadas, quatro são aposentadas, três são agentes comunitárias de saúde, duas são empregadas domésticas, uma é agente administrativa, uma é vendedora ambulante, uma é diarista e uma cuida da propriedade alheia. Dos homens entrevistados, 43 são agricultores, nove são aposentados, três são pescadores, um é agente de endemismo, um cuida da propriedade alheia, um é autônomo, um trabalha na granja, um é garimpeiro, um é carpinteiro e aposentado e um vive do auxilio que sua filha repassa. O número total de citações de plantas medicinais referidas pelas mulheres foi de 878 (69,2%). Observou-se que as mulheres entrevistadas ficaram mais a vontade em falar sobre as plantas e relembraram mais facilmente plantas medicinais cultivadas em seus quintais ou de ambientes antropizados. Uma das entrevistadas chegou a citar 58 plantas medicinais durante a entrevista. Já o número total de citações referidas pelos homens foi de 353 (27,8%), pois durante a pesquisa estavam pouco motivados em responder as perguntas e pouco se lembravam das plantas medicinais. As plantas mais lembradas eram plantas arbóreas encontradas na floresta.

As plantas medicinais foram distribuídas em 171 espécies, 134 gêneros e 65 famílias botânicas (Tabela 1). Destas, 140 foram identificadas em nível de espécie, 27 permaneceram em nível de gênero e quatro ficaram sem identificação. As espécies silvestres que foram identificadas com base na literatura foram: xixuá: pelas características descritas pelo informante referentes à planta poderá corresponder a Maytenus sp.; sorva: não foi possível a sua coleta devido a sua ausência no momento da coleta, infere-se que possa ser Couma sp.; copaíba: devido aos usos que lhe são atribuídos, pensa-se que seja Copaifera sp.

As famílias botânicas com maior número de espécies citadas foram Lamiaceae (14 espécies), Asteraceae (9 espécies), Fabaceae e Euphorbiaceae (8 espécies cada). Juntas reúnem 18% do total de espécies citadas.

Considerando as comunidades separadamente, Nossa Senhora do Livramento foi quem apresentou maior número de espécies, com 113, distribuídas em 49 famílias, seguida da comunidade Bom Jardim com 104 espécies em 49 famílias, São Raimundo com 88 espécies em 46 famílias e Rei Davi com 82 espécies inseridas em 42 famílias botânicas. As quatro comunidades apresentaram em comum 43 espécies botânicas o que representa 25% do total de espécies citadas, distribuídas em 28 famílias.

As famílias botânicas Lamiaceae, Asteraceae, Fabaceae e Euphorbiaceae foram muito bem representadas nas quatro comunidades. As espécies mais citadas foram hortelã (Mentha arvensis, Lamiaceae) com 58 citações; arruda (Ruta graveolens, Rutaceae) com 42 citações e laranja (Citrus sinensis , Rutaceae) com 41citações.

Na catalogação dos nomes populares, notaram-se as ocorrências de: a) homonímia (um mesmo nome popular para designar plantas de espécies diferentes). Exemplo boldo, utilizado para designar Gymnanthemum amygdalinum e Plectranthus barbatus; tamarina, empregado para designar Tamarindus indica e Morus nigra e b) sinonímia (vários nomes populares pelos quais se denominam uma única espécie. Exemplo: saratudo, quebra corrente, ampicilina, todos utilizados para designar Justicia calycina; mutuquinha, cumaruzinho, cumaru, todos utilizados para designar Justicia pectoralis; elixir paregórico, atroveran usados para designar Piper marginatum.

Quanto a parte vegetal utilizada nas preparações dos remédios caseiros, observou-se uma maior utilização das folhas (68%). Outras partes usadas foram: casca do caule (12%), fruto (7,4%), caule (5,5%), raiz (3%), semente (2%), flor (1,5%) e toda a planta (1%). Os informantes citaram também o uso de rizoma, bulbo, mas essas partes da planta foram consideradas como caule. As ervas compõem as espécies com hábito de crescimento mais bem representado (52,2%), seguido das espécies arbóreas (24,7%), arbustivas (15,5%) e lianas e trepadeiras (6,8%).

As plantas medicinais conhecidas nas comunidades ribeirinhas de Manacapuru são obtidas principalmente, nos quintais dos entrevistados e em áreas próximas, sendo que 82,7% das plantas são cultivadas. Do restante das plantas 16,6% são silvestres, 4,5% são compradas, 2,2% são silvestres e cultivadas e 1,7% são silvestres e compradas.

O modo de preparo das plantas medicinais foi diverso, sendo a principal o chá representando 62,2%, sendo empregado no preparo de diversas espécies, seguido de sumo (11,8%), emplasto (7,1%), maceração (7%), banho (6,1%), xarope (4,8%) e suco (2,2%). Segundo os próprios informantes os chás podem ser preparados por infusão ou por decocção, dependendo da parte da planta a ser utilizada. A infusão é recomendada quando se utiliza as partes mais tenras das plantas, como folhas, flores, inflorescências e frutos, sendo importante não ferver a planta. A decocção é usada para as partes mais duras das plantas, como cascas, raízes, sementes e caules. Alguns informantes citaram que utilizam somente um dos tipos para todas as plantas, enquanto que outros somente utilizam a decocção se a parte da planta estiver seca.

Quanto às indicações terapêuticas das plantas medicinais citadas, a categoria mais representativa foi relacionada a sintomas não classificados (30,4%) (Figura 2), que incluem febres e dores de cabeça, muito citadas pelos informantes. Dentre as plantas medicinais que foram mencionadas para o tratamento de tais doenças, na forma de chás e banhos estão: arruda (Ruta graveolens, Rutaceae), mucuracaá (Petiveria alliacea, Phytolacaceae), cipó alho (Mansoa alliacea, Bignoniaceae), marcela (Pluchea sagittalis, Asteraceae) e manjericão (Ocimum americanum, Lamiaceae). Em seguida, têm-se doenças do aparelho digestivo (25%). Dentro dessa categoria, o sintoma mais citado foi o de dor de barriga, sendo as plantas medicinais usadas pelos comunitários para tratar tal sintoma o hortelã (Mentha arvensis, Lamiaceae), algodão (Gossypium barbadense, Malvaceae), laranja (Citrus sinensis, Rutaceae), boldo (Plectranthus barbatus, Lamiaceae) e arruda (Ruta graveolens, Rutaceae), justamente as plantas mais citadas pelos informantes. E doenças do aparelho respiratório (18%). Dentre as plantas medicinais que foram mencionadas para o tratamento de tais doenças, na forma de chás e banhos estão arruda (Ruta graveolens, Rutaceae), hortelã (Mentha arvensis, Lamiaceae), capim santo (Cymbopogon citratus, Poaceae) e erva cidreira (Lippia alba, Verbenaceae), que estão incluídas entre as mais citadas pelos informantes. Segundo informações dadas por agentes de saúde, doenças do aparelho respiratório como gripe ou resfriado também são muito comuns nas comunidades estudas.


Para verificar a porcentagem de Concordância de Uso Principal (CUP), foram listadas as plantas mencionadas por dez ou mais informantes, totalizando 45 plantas. Verificou-se que 11 espécies apresentaram um maior consenso de uso principal (CUPc) superior a 25% (Tabela 2). São eles: Plectranthus amboinicus (58,1%), Chenopodium ambrosioides (30,5%), Citrus aurantiifolia (29,2%) e Acmella oleracea (26,9%) com os usos principais para gripe, tosse, bronquite e asma; Plectranthus barbatus (54,8%), Mentha arvensis (51,7%), Citrus sinensis (49,4%) e Lippia origanoides (27,2%), para dor de estomago; Lippia alba (49,5%) e Cymbopogon citratus (46,2%) como calmante e Ruta graveolens (32,5%) para febre e dor de cabeça, todas cultivadas nos quintais das comunidades.

DISCUSSÃO

Os resultados obtidos mostraram que o uso de plantas medicinais ainda é um importante recurso utilizado para a manutenção da saúde das comunidades estudadas, que apesar de existirem agentes de saúde que semanalmente visitam as casas o uso de plantas para tratamentos de problemas de saúde é bastante frequente. Segundo relato dos moradores o uso dos remédios caseiros ainda é uma alternativa de socorro para o tratamento de suas doenças mais comuns.

Observou-se que o conhecimento das mulheres a respeito das plantas medicinais é amplo, sendo elas as responsáveis pela preparação dos remédios e cuidados com a saúde da família. Já o conhecimento que os homens têm sobre plantas medicinais é menor e está especialmente restrito às espécies na floresta. Segundo Amorozo e Gély (1988), a mulher domina melhor o conhecimento das plantas que crescem próximo às casas, no quintal e no sitio, enquanto o homem conhece mais as plantas do mato. A importância das mulheres na retenção do conhecimento dos recursos vegetais foi salientado em muitas comunidades (Matavele e Habib 2000; Begossi et al. 2002; Veiga Junior 2008).

Os dados sobre o número de plantas que contêm as farmacopeias de determinadas populações são variados em função da grande variedade metodológica empregada pelos autores, da variação do tamanho das amostras e do número de informantes, da área pesquisada. Assim, o número total de espécies medicinais (171 espécies) encontradas nas comunidades estudadas é bastante coerente com os resultados encontrados em outras populações rurais brasileiras (Rodrigues 2006; Coelho-Ferreira 2009; Cassino 2010). As famílias Lamiaceae, Asteraceae, Fabaceae e Euphorbiaceae foram também as mais bem representadas nos estudos feitos por Pilla et al. (2006), Cassino (2010) e Cunha e Bortolotto (2011).

O número de plantas citadas nas quatro comunidades é considerado baixo (43 espécies), resultado não esperado devido à proximidade das comunidades. Algumas hipóteses são levantadas para explicar o resultado: a) A maioria dos moradores das comunidades é formada por pessoas provenientes de outros estados, que chegaram ao lugar ainda jovens e trouxeram consigo o conhecimento sobre o uso de plantas adquiridas no seu lugar de origem. b) A crescente urbanização à qual as comunidades estão sujeitas, especialmente com a construção da ponte sobre o Rio Negro que facilita o acesso a Manaus. Esta situação reflete diretamente sobre as questões ligadas aos costumes tradicionais e vida cotidiana dos moradores das comunidades. c) A inclusão de especialistas sorteados nas comunidades, detentores de maior conhecimento de plantas medicinais e que citaram maior variedade de plantas medicinais, que os outros informantes não citaram.

A utilização de folhas na preparação de remédios caseiros tem sido frequentemente citada em levantamentos (Pinto et al. 2006; Cassino 2010; Giraldi e Hanazaki 2010). Nas comunidades estudadas a disponibilidade do recurso foliar pode ser um indicativo desse alto valor de utilização em relação às outras partes da planta, já que flores, frutos e sementes não se encontram disponíveis em todas as épocas do ano.

Evidências atuais corroboram a ampla utilização de espécies herbáceas nos sistemas de cura populares, pois as ervas tendem a investir em compostos secundários de alta atividade biológica, como alcaloides, glicosídeos e terpenoides (Stepp e Moerman 2001). Guarim Neto e Amaral (2010) acreditam que a presença de herbáceas é mais frequente devido ao pequeno espaço reservado ao cultivo e a maioria destas plantas serem destinadas ao uso medicinal. A predominância de ervas na medicina popular também pode estar relacionada ao fato delas serem cultivadas geralmente nos quintais, o que facilita a obtenção desses recursos vegetais (Pilla et al. 2006).

Segundo Carniello et al. (2010) o número de espécies cultivadas depende da utilidade e tamanho das plantas, além da área disponível para o cultivo. De acordo com as observações de campo, a preferência pelo cultivo deve-se ao fato das plantas medicinais apresentarem uma produção constante, proporcionando remédios variados em uma área reduzida que complementam a sua saúde. Uma área de grande importância para a obtenção de plantas medicinais nas comunidades estudadas são os quintais. Muitas das plantas medicinais são cultivadas diretamente no chão, canteiros suspensos ou canteiros cercados para proteger dos animais ou ainda em bacias ou latas velhas. Outro local para a obtenção de plantas medicinais é a floresta. A importância dos quintais na vida das populações tanto da zona rural como da zona urbana foram citados em diversos trabalhos (Blanckaert et al. 2004; Albuquerque et al. 2005).

Os chás são preparados principalmente por decocção, assim como os registros dos trabalhos de Pinto et al. (2006), Vendruscolo e Mentz (2006) e Cunha e Bortolotto (2011).

Resultados semelhantes foram encontrados em outros trabalhos feitos no Brasil, onde mostram espécies com CUPc maior que 25%. As espécies que foram encontrados nestes trabalhos são Plectranthus amboinicus e Chenopodium ambrosioides (Silva e Proença 2008, Oliveira et al. 2011); Plectranthus barbatus, Lippia alba e Cymbopogon citratus (Pilla et al. 2006; Vendruscolo e Mentz 2006); Lippia alba (Oliveira et al. 2006). Segundo Vendruscolo e Mentz (2006), quanto maior o valor da porcentagem de Concordância Corrigida quanto aos Usos Principais para cada uma das espécies (CUPc), maior é o número de informantes que citou o uso principal para a espécie, portanto com maior concordância da população na indicação deste uso. Como o CUPc é um índice de fidelidade quanto ao uso principal referido pelos informantes para a espécie, ele pode indicar quais as espécies mais promissoras para a realização de estudos farmacológicos relativos aos usos indicados pela população. Várias destas espécies já tiveram a sua atividade biológica comprovada através de ensaios farmacológicos. O timol e o carvacrol presentes no óleo essencial de Plectranthus amboinicus apresenta uma atividade antibacteriana e devido a isso, ocorre uma melhora nas patologias do trato respiratório do homem (Paulo et al. 2009). O chá da folha de Cymbopogon citratus utilizado como calmante e de ação espamolítica suave, tem sua composição química baseada em citral (Lorenzi e Matos 2008). Lippia alba possui atividade antiprotozoário, antibacteriana e antifúngica, que podem ser exploradas na agricultura orgânica (Tavares et al. 2011). As espécies apresentadas com CUPc maior que 25%, representam as espécies culturalmente mais importantes das comunidades estudadas.

CONCLUSÕES

A pesquisa permitiu verificar que os moradores das comunidades ainda possuem conhecimento e fazem uso das plantas medicinais como uma das formas de tratar suas doenças mais frequentes, sendo elas dor de estomago, tosse, gripe, febre, dor de cabeça, utilizando principalmente as folhas nas preparações dos remédios. O cultivo e a coleta em quintais são as principais formas de obtenção das plantas.

As espécies Plectranthus amboinicus (malvarisco), Chenopodium ambrosioides (mastruz), Citrus aurantiifolia (limão), Acmella oleracea (jambu), Plectranthus barbatus (boldo), Mentha arvensis (hortelã), Citrus sinensis (laranja), Lippia origanoides (salva-de-marajó), Lippia alba (erva-cidreira), Cymbopogon citratus (capim-santo) e Ruta graveolens (arruda) culturalmente importantes nas comunidades estudadas, merecem atenção especial para futuros estudos farmacológicos para que o conhecimento popular respaldado pelo conhecimento científico contribuam para o uso racional de plantas medicinais e conscientização da importância de conservá-las.

AGRADECIMENTOS

À Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM) pela concessão da bolsa de estudos da primeira autora; aos senhores Valdely Ferreira Kinnup, José Ramos, Jomber Inuma, Maria Anália Duarte e Maria Auxiliadora Costa pela identificação das plantas e aos moradores das comunidades ribeirinhas do Município de Manacapuru que nos acolheram, colaboraram com nossa pesquisa e compartilharam seu conhecimento.

BIBLIOGRAFIA CITADA

Recebido em 28/01/2014

Aceito em 13/05/2014

  • Amorozo, M.C.M. 1996. A abordagem etnobotânica na pesquisa de plantas medicinais. In: Di Stasi, L.C. (Ed.). Plantas medicinais: arte e ciência - um guia de estudo interdisciplinar. UNESP, São Paulo, p.47-68.
  • Amorozo, M.C.M.; Gély, A.L. 1988. Uso de plantas medicinais por caboclos do Baixo Amazonas. Boletim do Museu Paraense Emilio Goeldi, 4: 47-131.
  • Angiosperm Phylogeny Group. 2009. An update of the phylogeny group classification for the orders and families of flowering plants: APG III. Botanical Journal of the Linnean Society, 161: 105-121.
  • Albuquerque, U.P.; Cavalcanti, L.H.; Caballero, J. 2005. Structure and Floristics of Homegardens in Northeastern Brazil. Journal of Arid Enviroments, 62: 491-506.
  • Begossi, A.; Hanazaki, N.; Tamashiro, J. 2002. Medicinal plants in the Atlantic Forest (Brazil): knowledge, use, and conservation. Human Ecology, 30: 281-299.
  • Blanckaert, I.; Sweenen, R.L.; Flores, M.P.; López, R.R.; Saade, R.L. 2004. Floristic composition, plant uses and management practices in homegardens of San Rafael Coxcatlán, Valley of Tehuacán-Cuicatlán, Mexico. Journal of Arid Environments, 57: 39-62.
  • Carniello, M.A.; Silva, R.S.; Cruz, M.A.B.; Guarim Neto, G. 2010. Quintais urbanos de Mirassol D'Oeste-MT, Brasil: uma abordagem etnobotânica. Acta Amazonica, 40: 451-470.
  • Cassino, M.F. 2010. Estudo etnobotânico de plantas medicinais em comunidades de várzea do rio Solimões, Amazonas e aspectos farmacognósticos de Justicia pectoralis Jacq. forma mutuquinha (ACANTHACEAE). Dissertação de mestrado, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia/Universidade Federal do Amazonas, Manaus, Amazonas. 135p.
  • CID-10. 2008. Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde. Décima revisão, vol. I. (www.datasus.gov.br/cid2010/V2008/cid10.htm). Acesso em 19/07/2013.
  • Coelho-Ferreira, M. 2009. Medicinal knowledge and plant utilization in a Amazonian coastal community of Marudá, Pará Estate (Brazil). Jounal of Ethnopharmacology, 126: 159-175.
  • Costa J.R.; Mitja, D. 2010. Uso dos recursos vegetais por agricultores familiares de Manacapuru (AM). Acta Amazonica, 40: 49-58.
  • Cunha, S.A.; Bortolotto, I.M. 2011. Etnobotânica de Plantas Medicinais no Assentamento Monjolinho, município de Anastácio, Mato Grosso do Sul, Brasil. Acta Botanica Brasilica, 25: 685-698.
  • Dacio, D.S.; Noda, S.N.; Silva, A.I.C. 2013. Estratégias de conservação ambiental e dinâmica de paisagem nos lagos do Paru e Calado, Manacapuru, Am. In: Noda, S.N.; Martins, A.L.U. (Ed.). Agricultura Familiar no Amazonas: Assesoramento Participativo v.2. Editora WEGA, Manaus, Amazonas, p.65-90.
  • Diegues, A. C. 2000. Etnoconservação: novos rumos para a conservação da natureza NAPAUB, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2000, 289p.
  • Fonseca-Kruel, S.V.; Peixoto, A.L. 2004. Etnobotânica na Reserva Extrativista Marinha de Arraial do Cabo, RJ, Brasil. Acta Botanica Brasilica, 18: 177-190.
  • Friedman, J.; Yaniv, Z.; Dafni, A.; Palewitch, D. 1986. A preliminary classification of the healing potential of medicinal plants, based on a rational analysis of an ethnopharmacological fi eld survey among bedouins in the negev desert, Israel. Journal of Ethnopharmacology, 16: 275-287.
  • Gil, A.C. 2008. Métodos e técnicas de pesquisa social 6ta ed. Atlas Novo, São Paulo, 2008, 220p.
  • Giraldi, M.; Hanazaki, N. 2010. Uso e conhecimento tradicional de plantas medicinais no Sertão do Ribeirão, Florianópolis, SC, Brasil. Acta Botanica Brasilica, 24: 395-406.
  • Guarim Neto, G.; Amaral, C.N. 2010. Aspectos etnobotânicos de quintais tradicionais dos moradores de Rosário Oeste, Mato Grosso, Brasil. Polibotanica, 29: 191-212.
  • IBGE, 2010. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Demográfico. Rio de Janeiro, (www.censo2010.ibge.gov.br). Acesso em 25/03/2014.
  • Lorenzi, H.; Matos, F.J.A. 2008. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2ª ed. Instituto Plantarum, Nova Odessa, São Paulo, 2008, 576p.
  • Matavele, J.; Habib, M. 2000. Ethnobotany in Cabo Delgado, Mozambique: Use of Medicinal Plantas. Environment, Development and Sustainability, 2: 227-234.
  • Martins, A.G.; Rosário D.L.; Barros, M.N.; Jardim, M.A.G. 2005. Levantamento etnobotânico de plantas medicinais, alimentares e toxicas da Ilha do Combu, Município de Belém, Estado do Pará. Revista Brasileira de Farmacognosia, 86: 31-30.
  • Menezes, A.L. 2011. Gasoducto Coari-Manaus: Impacto Ambiental e Socioeconômico no Município de Manacapuru/AM Dissertação de Mestrado, Universidade de São Paulo, São Paulo. 116p.
  • Ming, L.C.; Grossi, E.P. 2007. A Etnobotânica na recuperação do conhecimento popular, 1-4 (www.fazendadocerrado.com.br/Lin_Chau_Ming.pdf). Acesso em 22/03/2014.
  • Oliveira, D.R.; Leitão, G.G.; Santos, S.S.; Bizzo, H.R.; Lopes, D.; Alviano, C.S.; Alviano, D.S.; Leitão, S.G. 2006. Ethnopharmacological study of two Lippia species from Oriximiná, Brazil. Journal of Ethnopharmacology, 108: 103-108.
  • Oliveira, D.R.; Leitão, G.G.; Coelho, T.S.; Silva, P.E.A.; Lourenço, M.C.S.; ARQMO; Leitão, S.G. 2011. Ethnopharmacological versus random plant selection methods for the evaluation of the antimycobacterial activity. Revista Brasileira de Farmocognosia, 21: 793-803.
  • Pilla, M.A.C.; Amorozo, M.C.; Furlan, A. 2006. Obtenção e uso das plantas medicinais no distrito de Martim Francisco, município de Mogi-Mirim, SP, Brasil. Acta Botanica Brasilica, 20: 789-802.
  • Paulo, P.T.C.; Diniz, M.F.F.M.; Medeiros, I.A.; Morais, L.C.S.L.; Andrade, F.B.; Santos, H.B. 2009. Ensaios clínicos toxicológicos, fase I, de um fitoterápico composto (Schinus terebinthifolius Raddi, Plectranthus amboinicus Lour e Eucalyptus globulus Labill). Revista Brasileira de Farmacognosia, 19: 68-76.
  • Pinto, E.P.P.; Amorozo, M.C.; Furlan, A. 2006. Conhecimento popular sobre plantas medicinais em comunidades rurais de mata atlântica - Itacaré, BA, Brasil. Acta Botanica Brasilica, 20: 751-762.
  • Rodrigues, V.E.G.; Carvalho, D.A. 2001. Levantamento etnobotânico de plantas medicinais do domínio cerrado na região do Alto Rio Grande, Minas Gerais. Ciencia Agrotecnica, 25: 102-123.
  • Rodrigues, E. 2006. Plants and animals utilized as medicines in the Jaú National Park (JNP) Brazilian Amazon. Phytotherapy Research, 20: 378-391.
  • Salati, E.; Santos, A.A.; Lovejoy, T.E.; Klabin, I. 1998. Por que salvar a floresta Amazônica? Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Manaus, 1998, 114p.
  • Silva, C.S.P.; Proença, C.E.B. 2008. Uso e disponibilidade de recursos medicinais no município de Ouro Verde de Goiás, GO, Brasil. Acta Botanica Brasilica, 22: 481-492.
  • Souza, V.C.; Lorenzi, H. 2012. Botânica Sistemática: guia ilustrado para identificação das famílias de Fanerógamas nativas e exóticas no Brasil, baseado em APG III. 3ª ed. Instituto Plantarum, Nova Odessa, São Paulo, 2012, 768p.
  • Stepp, J.R.; Moerman, D.E. 2001. The importance of weeds in ethnopharmacology. Journal of Ethnopharmacology, 75: 19-23.
  • Tavares, I.B.; Momenté, V.G.; Nascimento, I.R. 2011. Lippia alba: estudos químicos, etnofarmacológicos e agronômicos. Pesquisa Aplicada & Agrotecnologia, 4: 204-212.
  • Veiga Junior, V. F. 2008. Estudo do consumo de plantas medicinais na Região Centro-Norte do Estado do Rio de Janeiro: aceitação pelos profissionais de saúde e modo de uso pela população. Revista Brasileira de Farmacognosia, 18: 308-313.
  • Vendruscolo, G.S.; Mentz, L.A. 2006. Levantamento etnobotânico das plantas utilizadas como medicinais por moradores do bairro Ponta Grossa, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. Iheringia, 61: 83-103.
  • *
    Autor correspondente:
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      17 Jul 2014
    • Data do Fascículo
      Dez 2014

    Histórico

    • Recebido
      28 Jan 2014
    • Aceito
      13 Maio 2014
    Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Av. André Araujo, 2936 Aleixo, 69060-001 Manaus AM Brasil, Tel.: +55 92 3643-3030, Fax: +55 92 643-3223 - Manaus - AM - Brazil
    E-mail: acta@inpa.gov.br