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Respostas fisiológicas ao estresse do peixe de águas tépidas matrinxã (Brycon amazonicus ) submetido à queda brusca de temperatura

O presente trabalho avaliou as principais respostas fisiológicas e celulares [endócrino (cortisol), metabólico (glicose), hematológico (hematócrito and hemoglobina) e celular (HSP70)] ao estresse de um peixe de águas tépidas, o matrinxã (Brycon amazonicus ), quando submetido a um choque térmico frio abrupto. Essa espécie vem sendo amplamente cultivada na América do Sul por apresentar excelentes índices zootécnicos de crescimento e conversão alimentar. Entretanto, os produtores rurais encontram limitações no manejo do matrinxã, quando criado em regiões mais frias que sua região de origem, a Bacia Amazônica. Assim, o matrinxã foi submetido a um choque frio através da transferência direta dos peixes para tanques com água fria a 18ºC. Após 1h, esses peixes retornaram a suas caixas de origem a 28ºC. O manuseio de peixes necessário para conduzir o choque térmico experimental foi também imposto aos grupos controle, sendo, entretanto, evitada a água fria. O matrinxã demonstrou claros sinais de estresse fisiológico durante os procedimentos experimentais. Porém, essas respostas não foram associadas ao choque frio, mas sim ao choque quente por ocasião da volta dos peixes para as caixas de origem. As respostas primárias e secundárias de estresse foram evidentes através das análises plasmáticas de cortisol e glicose. Já o hematócrito, a hemoglobina e as expressões da proteína de estresse, HSP70, não foram afetadas. Nossos resultados sustentam que o matrinxã falhou em responder ao choque térmico frio, mas não ao choque térmico quente, que é um estressor evidentemente associado à origem natural dessa espécie de águas de elevadas temperaturas.

matrinxã; choque térmico; estresse; HSP70


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