Open-access Estrutura da assembleia de borboletas (Insecta: Lepidoptera) ao longo de um gradiente altitudinal de terras altas em um tepui brasileiro

RESUMO

Pantepui é uma província biogeográfica nas terras altas do Escudo das Guianas, considerada um arquipélago de montanhas em forma de mesa (tepuis) com uma biota única e pouco conhecida. Aqui, investigamos a estrutura da assembleia de borboletas ao longo de um gradiente altitudinal no lado brasileiro do Uei Tepui. Amostramos borboletas em 14 parcelas, cada uma com pelo menos 500 m de distância, variando de 1000 a 1820 m de altitude. Cada parcela continha quatro armadilhas atrativas no dossel e quatro no sub-bosque, configuradas em pares. O esforço de coleta foi complementado por busca ativa padronizada usando rede entomológica e também de forma oportunista entre 920 e 2100 m para complementar o inventário de borboletas. Ao longo de 21 dias, amostramos 299 indivíduos de 93 espécies de borboletas. Nas parcelas, a riqueza e a abundância diminuíram consideravelmente com a altitude, e a maioria das espécies foi registrada (74%) nas terras baixas da Amazônia. No entanto, houve uma mudança marcante na riqueza de espécies, abundância e composição aos 1330 m em comparação com as parcelas altitudinais mais baixas. A partir desta altitude, a substituição de espécies (turnover) diminuiu, enquanto a ocorrência de espécies endêmicas aumentou fortemente, especialmente em elevações acima de 1500 m. Nossos resultados destacam os efeitos da elevação, como limitação espacial e o filtro ambiental, sobre a diversidade de borboletas, reforçando a importância da conservação nesta região megadiversa.

Palavras-chave:
Amazônia; beta-diversidade; comunidade; endemismo; gradiente altitudinal

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