A Formação Alcântara, uma importante unidade estratigráfica do início do Cenomaniano no Brasil, foi depositada sob condições transicionais (estuarinas), e o seu registro fóssil inclui restos fragmentários de vegetais, peixes, crocodilomorfos, pterossauros e dinossauros, com uma notável diversidade de placas dentárias de dipnoiformes. O material de dipnoiformes aqui reportado compreende um novo taxon, Equinoxiodus alcantarensis gen. et sp. nov. A maioria dos morfótipos de vertebrados continentais coletados na Formação Alcântara são similares a faunas cronocorrelatas do norte da África, mas este novo gênero de Dipnoiformes indica algum grau de isolamento paleogeográfico e endemismo, provavelmente causado pelo alargamento do Oceano Atlântico equatorial no início do Cenomaniano, que pode ter afetado, de forma seletiva, algumas espécies.
Dipnoiformes; neoceratodontídeos; Equinoxiodus alcantarensis gen. et sp. nov.; Cretáceo