Diferentemente de outras monocotiledôneas arbóreas, o crescimento secundário em palmeiras é descrito desde os últimos cem anos como sendo do tipo difuso, que é caracterizado pelo alargamento e divisões aleatórias de células parenquimáticas. Entretanto, alguns trabalhos no início do século XX mencionam a presença de um meristema secundário nos caules das palmeiras, mas essa informação foi esquecida desde então. Visando retomar essa questão, analisamos o caule de quatro espécies de palmeiras, com o objetivo de entender a possível presença de tal crescimento secundário. Observamos que uma faixa meristemática ocorre entre o córtex e o cilindro central e dá origem internamente a novos feixes vasculares e parênquima, e externamente a parênquima e cordões de fibras. Essa faixa meristemática surge secundariamente, isto é, inicia sua atividade meristemática nas regiões medianas e basais do caule, muito afastadas da região apical caulinar. Tais resultados confirmam a presença de uma faixa meristemática ativa e pode ser mais comum do que se acredita atualmente, mas difícil de ser detectada em certas palmeiras por ser restrita a regiões específicas de seus caules. Concluindo, demonstra-se nesse trabalho que o crescimento em espessura do tipo difuso não é o único mecanismo do crescimento secundário em palmeiras e que a presença de uma faixa meristemática nos caules das palmeiras merece cuidadosa reconsideração.
caule aéreo; faixa meristemática; palmeiras; crescimento secundário; anatomia caulinar; caule subterrâneo