O estudo foi realizado em duas comunidades tradicionais localizadas às margens do complexo estuário-manguezal do rio Mamanguape, Paraíba (PB), Brasil. Foram descritas as técnicas de captura (tapamento e redinha), identificando os impactos socioambientais negativos provocados pela redinha na captura de caranguejos, utilizando métodos qualitativos (entrevistas abertas e semiestruturadas, turnês guiadas, observação direta e questionários). Os resultados indicaram que atualmente apenas estas técnicas são usadas na captura de Ucides cordatus. O tapamento apresenta baixo impacto em relação à redinha, que é apontada pelos entrevistados como causadora de impactos sociais (conflitos sociais, rompimento de tradições, substituição e extinção de técnicas) e ambientais (captura menos seletiva e grande produtividade, poluição do manguezal, morte dos caranguejos presos às armadilhas, corte das raízes de Rhizophora mangle, perda de micro-habitat resultante das galerias destruídas e poluídas). O melhor conhecimento sobre a captura de caranguejos por tais técnicas, bem como seus possíveis impactos socioambientais, podem aumentar a eficiência de planejamento e ações voltados à conservação da espécie.
caranguejeiros; técnicas de captura; manguezal; conhecimento tradicional
