Este artigo apresenta os resultados quantitativos e qualitativos obtidos a partir de análises de palinofácies e geoquímica realizadas em um testemunho que abrange aproximadamente 8.000 anos de sedimentação de um alagado de altitude localizado no distrito mineiro de Ametista do Sul, sul do Brasil. O principal objetivo deste artigo é analisar a importância paleoclimática e paleoambiental dessas análises. O isolamento hidrológico torna este alagado climaticamente sensível às variações do regime pluviométrico e isso permitiu inferir eventos de chuva durante o início do Holoceno, que foi responsável pelo início dos processos de acumulação de água no gossan e sedimentação do alagado. Mudanças no padrão de umidade ao longo do tempo tornaram o ambiente mais seco, resultando no padrão intermitente de profundidade de água que existe atualmente no local. As flutuações na profundidade da água são inferidas a partir da frequência de Botryococcus e outras algas, que tendem a diminuir progressivamente em direção ao topo, onde os elementos autóctones são substituídos por elementos parautóctones e alóctones. Pseudoschizaea, por sua vez, parece atuar como um marcador biológico destes intervalos de transição. Estes resultados são de grande importância para a compreensão da extensão das mudanças climáticas e seus impactos ambientais em nível regional e global.
ambiente continental; alagado; matéria orgânica; análise de palinofácies; carbono orgânico total; enxofre total