A influência dos ciclos de maré e fotoperíodo sobre o fluxo de larvas planctônicas de Petrolisthes armatus foi estudada na barra de Catuama, que representa um ambiente intermediário entre os sistemas marinho e estuarino no nordeste do Brasil. Para caracterizar a abundância e a distribuição vertical das larvas, foram feitas coletas em agosto de 2001, durante a maré de quadratura, em 3 estações fixas e com intervalos de 3 horas, ao longo de um ciclo de 24 horas. Em cada estação, amostras foram coletadas em três ou duas profundidades, com o auxílio de uma bomba de sucção acoplada a uma rede de plâncton com 300 µm de abertura de malha. Os zoés I e II de Petrolisthes armatus apresentaram médias de 26,3 ± 83,6 e 12 ± 38,8 ind m-3, respectivamente. Durante as marés de enchente, as larvas estiveram mais concentradas nas camadas do meio e da superfície, evitando um transporte para regiões mais internas. Por outro lado, durante as marés de vazante, período em que as larvas estiveram distribuídas nas três camadas, as maiores concentrações foram encontradas no fundo, evitando uma maior exportação. A dinâmica do fluxo larval relacionada ao fotoperíodo foi caracterizada por migração vertical associada ao regime de marés, sugerindo que o desenvolvimento deste decápode aparentemente ocorre na plataforma interna adjacente (ao invés da plataforma mais externa) deste peculiar ecossistema.
Nordeste do Brasil; larva de decápode; Petrolisthes armatus; desembocadura de estuário; transporte; zooplâncton
