Estudos sugerem que a ilha do Marajó experimentou atividade neotectônica durante sua evolução final. Entretanto, não existem dados demonstrando a presença de estruturas tectônicas em subsuperfície. Este trabalho integra sondagem elétrica vertical, lineamentos morfoestruturais e dados geológicos objetivando mostrar que falhas controlaram a sedimentação pleistocênica tardiaholocênica nesta área. Valores de resistividade foram relacionados com sedimentos argilosos (< 90 Ωm), areia argilosa (90 e 200 Ωm), areia (200 e 500 Ωm), e areia contendo ferro e laterita (> 500 Ωm). Os últimos valores foram registrados na porção leste da área de estudo e relacionados com a discordância com paleossolo laterítico do topo da Formação Barreiras. Apesar de que valores ≤ 500 Ωm ocorrem tanto na Formação Barreiras, como na unidade pleistocênica tardia-holocênica, esta última pode ser diferenciada ao longo das seções elétricas pela presença dessa discordância intermediária, combinado com a integração de idades 14C e de luminescência de grãos de quartzo de sedimentos quaternários. As seções elétricas registraram vários locais com interrupções de valores de resistividade dentro de curtas distâncias, que foram relacionados a falhas. Estratos miocênicos foram deslocados verticalmente por falhas, resultando em novo espaço de acomodação onde sedimentos pleistocênicos tardios-holocênicos foram depositados. A reativação de falhas foi crucial para renovar a sedimentação no leste da ilha do Marajó durante seus últimos estágios de evolução.
sondagem elétrica vertical; falhas; quaternário; Ilha do Marajó; sensoriamento remoto
