Eudimorphodon ranzii foi o primeiro pterossauro descrito do Triássico e, baseado na ocorrência de dentes multicuspidados, diversos exemplares foram referidos a esse táxon. Uma vez que essa característica dentária foi observada em diversos outros pterossauros, a revisão de alguns espécimes referidos a Eudimorphodon revelou que estes representam os seguintes novos táxons: Arcticodactylus cromptonellus (comb. nov.), Austriadraco dallavecchiai (gen. Et sp. nov.) e Bergamodactylus wildi (gen. et sp. nov.). Uma análise preliminar da ontogenia de pterossauros levou a identificação de seis classes ontogenéticas (OS1-6). De acordo com essa classificação, o holótipo de Arcticodactylus cromptonellus atingiu o estágio OS2. Mesmo levando em conta a marcada diferença ontogenética entre esse espécime e os demais, as diferenças anatômicas o excluem de Eudimorphodon. Os holótipos de Austriadraco dallavecchiai Bergamodactylus wildi e Carniadactylus rosenfeldi atingiram ao menos o estágio OS5, demonstrando que as diferenças anatômicas observadas não podem ser explicadas pela ontogenia. Ademais, Bergamodactylus wildi atinge aproximadamente 60% da abertura alar maximizada de Carniadactylus rosenfeldi e corrobora com a noção de que essas espécies encontradas em distintas ilhas existentes durante o Triássico não eram conspecíficas. O presente estudo aumenta a diversidade de pterossauros triássicos e indica que a origem do clado teria ocorrido no Triássico Médio.
Pterosauria; Ontogenia; Eudimorphodon; Arcticodactylus; Austriadraco; Bergamodactylus
