Durante a transpiração das plantas, moléculas de água com isótopos mais leves de oxigênio e hidrogênio evaporam e se difundem mais rapidamente através dos estômatos do que moléculas com isótopos mais pesados, o que causa enriquecimento isotópico de água em folhas. Embora modelos prévios assumam que a água da folha é bem misturada e isotopicamente uniforme, o fechamento não uniforme dos estômatos, promovendo enriquecimentos diferentes entre as células e diferentes compartimentos de água dentro de folhas, devido às características morfo-fisiológicas, podem levar a imprecisões dos modelos isotópicos na previsão de enriquecimento da água foliar. Nós avaliamos o papel de atributos morfo-fisiológicos foliares sobre o enriquecimento isotópico da água foliar em espécies arbóreas que ocorrem em planícies arenosas costeiras no Brasil, conhecidas como restingas. Isótopos estáveis de hidrogênio e oxigênio em amostras de solo, ramos e folhas e características foliares foram medidos em seis espécies arbóreas de restinga durante períodos seco e chuvoso. O enriquecimento isotópico de água foliar relativo à água dos ramos foi mais homogêneo entre as espécies durante a seca, em contraste com o período chuvoso, sugerindo respostas convergentes para lidar com a heterogeneidade temporal na disponibilidade de água. A média de enriquecimento isotópico de água foliar relativo à água dos ramos durante o período de seca foi altamente correlacionada com o conteúdo relativo de água apoplasmática. Nós discutimos estes resultados no contexto de modelos atuais de enriquecimento isotópico de água foliar como uma função do efeito Péclet. Sugerimos que estudos futuros devem incluir o conteúdo relativo de água apoplasmático em modelos isotópicos.
enriquecimento isotópico foliar; efeito Péclet; restinga; atributos morfofisiológicos
