Este trabalho apresenta uma primeira avaliação das mudanças sedimentares, incluindo a acumulação de carbono orgânico e inorgânico, no talude continental superior do Brasil, sob diferentes condições climáticas, baseadas em análises de um testemunho. Os resultados indicam que a taxa de sedimentação, assim como as características sedimentares, incluindo a natureza do carbono orgânico depositado durante o UMG (Último Máximo Glacial), foram diferentes dos processos deposicionais atuais, indicando maior produtividade primária durante o UMG, como determinado pelos maiores valores de carbono orgânico marinho. Entretanto, os maiores valores de Taxa de Acumulação de carbonato de cálcio e carbono orgânico podem ser creditados aos valores mais altos de taxas de sedimentação. As condições prevalentes durante o Estágio Isotópico 3 podem ser consideradas intermediárias entre o UMG e as condições atuais. As condições para maior produtividade primária, associada à deposição de sedimentos mais finos, podem ser explicadas como uma resposta ao deslocamento, em direção ao mar aberto, do fluxo principal da Corrente do Brasil.
sedimentação; taxa de acumulação; talude superior; Sudeste do Brasil