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Variações no investimento em defesas em Didymopanax vinosum (Cham. & Schltdl.) Seem. (Apiaceae) ao longo de um gradiente de vegetação num cerrado brasileiro

A vegetação de cerrado é composta por um mosaico de fisionomias, abrangendo desde o campo sujo, dominado por herbáceas, passando pelo campo cerrado e cerrado sensu stricto, com predomínio de vegetação arbustiva, até o cerradão, basicamente uma formação florestal. Este mosaico fisionômico está relacionado com diferenças na disponibilidade de água no solo. Considera-se que as plantas de cerrado são física e quimicamente bem protegidas contra herbívoros, embora não existam estudos mostrando como as plantas investem em defesas nas diferentes fisionomias. Nosso objetivo foi comparar o investimento em algumas defesas e caracteres nutritivos em Didymopanax vinosum (Cham. & Schltdl.) Seem. (Apiaceae), uma espécie vegetal típica de cerrado, ao longo de um gradiente fisionômico. Foram mensurados a dureza e os conteúdos de água, nitrogênio, celulose, lignina e taninos de folhas jovens e adultas de D. vinosum coletadas no campo cerrado, cerrado sensu stricto (s.s.) e cerradão. As plantas de cerrado s.s. e do cerradão apresentaram melhores características nutritivas, mas também maiores valores de taninos que as plantas do campo cerrado. Discute-se a possibilidade de que algum mecanismo de compensação tenha sido selecionado de modo a proporcionar um investimento ótimo em defesas, respeitando as limitações impostas pelo déficit de água no ambiente.

cerrado; defesas vegetais; estresse hídrico; gradiente de vegetação; taninos


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