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Conhecimento local sobre plantas medicinais em três comunidades de pescadores artesanais (Itapoá, sul do Brasil), de acordo com gênero, idade e urbanização

Este artigo analisa alguns dos fatores que afetam a distribuição do conhecimento sobre plantas medicinais em três comunidades de pescadores artesanais do Município de Itapoá, Santa Catarina, Brasil. Noventa entrevistas semi-estruturadas foram realizadas, o que resultou em 109 espécies de plantas citadas. A amostra foi composta por homens (n = 46) e mulheres (n = 44), em diferentes categorias de idade: 18-40 anos (n = 18), 41-50 (n = 21), 51-60 (n = 28), e 61 anos ou mais (n = 23), e em três diferentes comunidades: Barra do Saí (n = 17), Itapema do Norte (n = 31) e Pontal do Norte (n = 42). Folhas são as partes da plantas mais utilizadas (62%), sendo obtidas principalmente por cultivo. Cordia curassavica (Jacq.) Roem. & Schult. (Boraginaceae) é a espécie mais citada nas entrevistas, localmente chamada de "erva-baleeira" ou "erva-de-baleia". Os idosos têm um maior conhecimento sobre as espécies, mas não houve diferenças em relação ao sexo dos entrevistados. Um menor conhecimento sobre as plantas foi observado na área mais urbanizada, quando comparada com as áreas menos urbanizadas. As plantas mais utilizadas não estão relacionadas com as doenças mais freqüentes. As plantas medicinais são um recurso importante para a saúde dessas comunidades de pescadores, mas este conhecimento pode estar se deteriorando devido principalmente à falta de interesse dos membros mais jovens e à melhoria do acesso aos serviços públicos de saúde.

etnobotânica; pesca artesanal; conhecimento tradicional


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