Foram estudados os padrões de diferenciação genética em uma paisagem conectada com uma interessante história de conversão humana do habitat, que iniciou há dois séculos durante o período colonial do Brasil. Nos fragmentos de floresta estacional Atlântica e corredores de floresta secundária, Protium spruceanum é uma arbórea nativa abundante, com floração massiva, polinizada por insetos e dispersa por pássaros. A distribuição da diversidade genética foi analisada por meio de locos aloenzimáticos em 230 indivíduos em cinco fragmentos (1 a 11,8 ha) e quatro corredores (460 a 1000 m). Foi observada ausência de endogamia nos fragmentos e corredores, mas a proporção de heterozigotos (<IMG SRC="/img/revistas/abb/v23n4/a28simb1.gif" WIDTH=287 HEIGHT=96>) foi significativamente maior nos fragmentos do que nos corredores de vegetação secundária, conforme teste G de Goudet (P = 0,036). A diferenciação genética foi baixa e nenhum padrão de isolamento pela distância foi observado. Observou-se, em geral, menor diferenciação genética entre fragmentos e corredores vizinhos, indicando possível fluxo gênico por sementes e pólen. Assim, conclui-se que os corredores de floresta secundária podem ser uma alternativa na conexão genética de fragmentos isolados. Isto é assim consistente com a baixa diferenciação observada entre eles e na ausência de uma redução significante da diversidade genética nos corredores de floresta secundária.
aloenzimas; diversidade genética; estatística-F; fragmentação de habitat