Quatro amostras do sedimento superficial de fundo da Lagoa do Campelo foram coletadas em uma transecção de 500 m por 500 m de uma borda a outra, na direção nordeste/sudoeste, direção dominante dos ventos na região. A análise dos grãos de pólen, esporos de Pteridophyta e algas foi usada para a avaliação da variação espacial de deposição de palinomorfos e seus níveis de deterioração. No total, 58 tipos polínicos foram identificados. Em sua maioria foram de Cyperaceae, Poaceae e Typhaceae. Grãos de pólen ocorreram em todas as amostras analisadas, mas a área de maior concentração relacionou-se à borda nordeste da lagoa. A borda sudoeste apresentou altas percentagens de pólen e esporos com a exina degradada e com danos mecânicos, provavelmente porque foram carreados através da lagoa pelas correntes aquáticas impulsionadas pelo vento, confirmando ser a tendência deposicional dos palinomorfos danificados na mesma da direção dos ventos dominantes. Entre os tipos polínicos arbóreos e arbustivos, Alchornea, Arecaceae, Cecropia, Celtis, Clethra e Myrtaceae foram os dominantes e apresentaram mais de 1.000 grãos por grama de sedimento fresco. A quantidade de esporos de Pteridophyta foi praticamente constante em todas as amostras (± 10% do total de palinomorfos). As algas Pediastrum tetras (Ehrenberg) Ralfs e Mougeotia ocorreram em todas as amostras, Spirogyra somente em três delas. Os resultados obtidos fornecem novas informações sobre a riqueza, concentração e distribuição dos palinomorfos na lagoa, representando a vegetação local e regional.
palinomorfos; sedimentação; Holoceno recente; Lagoa do Campelo; Rio de Janeiro