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Distribuição espacial de espécies perenes em uma mata de galeria inundável no Distrito Federal: florística e fitossociologia

RESUMOS DE DISSERTAÇÕES E TESES

UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA

Resumos impressos de acordo com os originais enviados pelas respectivas Coordenadorias de Pós-Graduação

TÍTULO: Distribuição espacial de espécies perenes em uma mata de galeria inundável no Distrito Federal: florística e fitossociologia

AUTOR: Bruno Machado Teles Walter

DATA: Abril de 1995.

LOCAL: Universidade de Brasília - UnB

NÍVEL: Mestrado

BANCA EXAMINADORA:

José Felipe Ribeiro (orientador) - UnB

Mundayatan Haridasan - UnB

Jeanine Maria Felfili-Fagg - UnB

Manoel Cláudio Silva Júnior - UnB

RESUMO - Este estudo foi desenvolvido na mata de galeria inundável do córrego da Onça, localizada na Fazenda Água Limpa (FAL, UnB), Brasília/DF. Teve por objetivo verificar a distribuição espacial de espécies perenes ao longo da mata, correlacionando-a com a topografia, o solo e a altura do lençol freático. Foram estabelecidas sistematicamente 200 parcelas de 10m por 3m paralelas ao córrego, sendo 60 parcelas na cabeceira, 60 na porção central da mata e 80 no trecho final. A área amostrada foi de 0,6ha. O diâmetro mínimo de caule adotado foi de 3cm (diâmetro à altura do peito), incluindo não só árvores, mas também samambaias e cipós. Foram amostrados 2.640 indivíduos pertencentes a 49 famílias, 81 gêneros e 97 espécies. Na cabeceira foram amostradas 61 espécies entre os 561 indivíduos incluídos, sendo 26 espécies exclusivas deste trecho. Na porção central foram encontradas 60 espécies, em 886 indivíduos, sendo 10 exclusivas; e no trecho final, 53 espécies entre os 1.193 indivíduos amostrados, sendo 9 espécies exclusivas. Foi feito também o levantamento florístico das plantas vasculares que ocorrem nesta mata e os resultados apontam para a presença de 229 espécies em 89 famílias. Verificaram-se mudanças florísticas significativas ao longo da mata, onde é baixa a similaridade entre trechos, apesar da alta diversidade nos três, e em conseqüência, alta diversidade na mata. O número de espécies importantes é baixo e é alto o número de espécies raras ou ocasionais. As espécies alternam-se em valores de importância em cada trecho amostrado, sendo que a fitossociologia geral da mata não representa adequadamente a situação de cada trecho. São grandes as variações de densidade, dominância e freqüência das espécies comuns aos três trechos e a estrutura das populações parece ter influência direta do grau de alagamento do solo, diferente entre os trechos. O mais contrastante é a cabeceira, sendo que as variações observadas correlacionam-se com a topografia. Foram identificados padrões de ocupação da flora paralelos (cabeceira, porção central, e final) e perpendiculares ao leito do córrego (ambientes da borda da mata, do meio e do dique), e indicadas algumas espécies adaptadas a ambientes "inundáveis" e "não-inundáveis". Apesar da existência destes padrões na flora, eles formam mosaicos na vegetação pois variam bruscamente em distâncias curtas. A similaridade florística entre a Mata da Onça e outras matas de galeria do Distrito Federal é baixa, mesmo na comparação com matas pertencentes a mesma bacia hidrográfica. No entanto, verificou-se uma identidade florística muito forte entre as matas de galeria inundáveis e matas higrófilas (matas de brejo), principalmente ao nível de gêneros comuns. As leguminosas não representam famílias importantes na Mata da Onça, diferentemente do que ocorre em quase todos os tipos de formações florestais no Brasil. Além das diferenças no alagamento do solo, a presença ou a ausência destas famílias pode ser usada para separar "matas de galeria inundáveis" de "matas de galeria não-inundáveis". A diferenciação e o estabelecimento de limites conceituais entre estes sub-tipos de mata de galeria são apresentados neste trabalho. Os resultados florísticos e fitossociológicos são comparados com outros estudos em diferentes matas do Brasil, especialmente com matas de galeria não-inundáveis do Distrito Federal e ciliares do Brasil central. Com este estudo evidencia-se que a conservação e recomposição de matas de galeria deve levar em consideração as características topográficas e o grau de encharcamento do solo nos diferentes trechos de uma mata. Tais características influenciam na distribuição espacial das espécies e, em conseqüência, na sua capacidade de sobrevivência em diferentes micro-habitats.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    14 Out 2011
  • Data do Fascículo
    Dez 1996
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