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Angina pós-cirurgia de revascularização miocárdica secundária à estenose de artéria subclávia esquerda: causa incomum, tratamento comum

Imagens ABC

Angina Pós-Cirurgia de Revascularização Miocárdica Secundária à Estenose de Artéria Subclávia Esquerda. Causa Incomum, Tratamento Comum

Rogério Sarmento-Leite, Luis Maria Yordi, Gilberto Heineck, Paulo Ortiz Jr., Carlos A. M. Gottschall

Porto Alegre, RS

Estenose da artéria subclávia ocorre em aproximadamente 3% da população com doença aterosclerótica. O maior fator preditivo de sua ocorrência é a presença de doença vascular periférica, e os sintomas podem ser bastante limitantes. A terapêutica percutânea tem se constituído no tratamento de eleição para estes casos, e com o advento dos stents tornou-se um método eficaz, seguro e com altas taxas de sucesso. Um homem de 54 anos com passado de cirurgia de revascularização miocárdica (CRM) pontes de safena para ramos marginal (Mg) e diagonal (Dg) e implante de artéria mamária interna esquerda (MIE) para artéria descendente anterior (ADA), hipertensão arterial sistêmica, dislipidemia, tabagismo e doença vascular periférica foi internado por angina classe IV. No exame físico apresentava diminuição de pulsos em membros inferiores e diferencial de pressão de 20mmHg nos membros superiores. O eletrocardiograma mostrava isquemia subendocárdica em parede anterior. A cineangiocoronariografia mostrou oclusão do sistema coronariano nativo esquerdo. A MIE para ADA, e a safena para o ramo Mg encontravam-se pérvias; a safena para o ramo Dg estava ocluída e havia uma estenose ulcerada severa na porção proximal da artéria subclávia esquerda, antes da emergência da MIE (fig. 1). Realizou-se angioplastia com implante de stent periférico Jostent (Jomed, Rangendingen, Alemanha) 6-12 X 38mm, expandido com balão Fox 10 x 40mm (Jomed, Beringen, Suíça) com 8 atmosferas de pressão com excelente resultado angiográfico final (fig. 2). Observou-se desaparecimento do gradiente de pressão entre os membros superiores e resolução dos sintomas do paciente. Estas imagens ilustram uma manifestação relativamente incomum, que deve necessariamente ser sempre lembrada, de sintomas anginosos limitantes e de fácil tratamento. Isto também reforça a importância de uma avaliação angiográfica das artérias subclávias antes de ser(em) utilizado(s) implante(s) de mamária quando uma CRM é planejada.



Referências

1. Saphira S, Braun SD, Puram B, et al. Percutaneous transluminal angioplasty of proximal subclavian artery stenosis after left internal mammary artery to left anterior descending artery bypass surgery. J Am Coll Cardiol 1991; 18: 1120-3.

2. Laub GW, Muralidharan S, Naidech H, et al. Percutaneous transluminal subclavian angioplasty in a patient with postoperative angina. Ann Thorac Surg 1991; 52: 850-1.

3. Salvadori Junior D, Ferreira BM, Gebara OC, et al. Treatment of subclavian artery stenosis with stents in patients previously treated with internal mammary left anterior descending artery bypass surgery. Arq Bras Cardiol 1997; 68: 363-5.

4. English JA, Carrel ES, Guidera SA, et al. Angiographic prevalence and clinical predictors of left subclavian stenosis in patients undergoing diagnostic cardiac catheterization. Catheter Cardiovasc Interv 2001; 54: 8-11.

Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul/Fundação Universitária de Cardiologia

Correspondência: Rogério Sarmento-Leite - Unidade de Pesquisa do IC/FUC -

Av. Princesa Isabel, 395 - 90620-001 - Porto Alegre, RS

E-mail: pesquisa@cardnet.tche.br

Recebido para publicação em 26/11/01

Aceito em 6/5/02

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    17 Dez 2002
  • Data do Fascículo
    Nov 2002
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