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Impacto da disfunção renal na evolução intra-hospitalar após cirurgia de revascularização miocárdica

Resumos

FUNDAMENTO: A doença renal crônica (DRC) é um marcador de mortalidade na cirurgia de revascularização miocárdica (CRM). OBJETIVO: Avaliar em pacientes com DRC submetidos a CRM as características clínicas e os marcadores de morbimortalidade hospitalar; comparar a evolução intra-hospitalar entre os grupos com e sem DRC, e com e sem desenvolvimento de insuficiência renal aguda (IRA). MÉTODOS: Foram analisadas as CRM isoladas realizadas num hospital público cardiológico de 1999 a 2007. Considerado disfunção renal quando creatinina > 1,5 mg/dl. Avaliaram-se características clínicas, mortalidade e complicações pós-operatórias conforme a função renal. RESULTADOS: De 3.890 pacientes, 362 (9,3%) tinham DRC. Esse grupo apresentava idade mais avançada, maior prevalência de hipertensão, disfunção ventricular esquerda, acidente vascular encefálico (AVE) prévio, doença arterial periférica e triarteriais. No pós-operatório, apresentou maior incidência de AVE (5,5% vs 2,1%), fibrilação atrial (16 vs 8,3%), síndrome de baixo débito cardíaco (14,4% vs 8,5%), maior tempo de internação na unidade de terapia intensiva (4,04 vs 2,83 dias), e maior mortalidade intra-hospitalar (10,5% vs 3,8%). Sexo feminino, tabagismo, diabete e doença vascular periférica e/ou carotídea associaram-se com maior mortalidade no grupo DRC. Pacientes que não desenvolveram IRA pós-operatória apresentaram 3,5% de mortalidade; grupo IRA não dialítica: 35,4%; grupo IRA dialítica: 66,7%. Calculando-se a taxa de filtração glomerular, observou-se aumento da mortalidade conforme o aumento da classe da DRC. CONCLUSÃO: Pacientes com DRC submetidos a CRM constituem população de elevado risco, apresentando maior morbimortalidade. IRA pós-operatória é importante marcador de mortalidade. A taxa de filtração glomerular foi inversamente relacionada com mortalidade.

Insuficiência renal crônica; revascularização miocárdica; morbidade; prognóstico; tempo de internação; unidade de terapia intensiva


BACKGROUND: Chronic kidney disease (CKD) is a predictor of increased mortality in patients undergoing coronary artery bypass surgery (CABG). OBJECTIVE: To evaluate the characteristics and predictors of increased mortality in the CKD population submitted to CABG. To compare in-hospital outcomes between patients with and without CKD, and with and without development of acute renal failure (ARF). METHODS: Retrospective analysis of a prospective database of all isolated CABG performed in a single public tertiary hospital from 1999 to 2007. CKD was considered when creatinine > 1.5 mg/dl. Clinical characteristics, mortality and post-operative complications were evaluated according to renal function. RESULTS: Of 3,890 patients, 362 (9.3%) had CKD. This population was older, presented grater prevalence of hypertension, left ventricular dysfunction, previous stroke, peripheral vascular disease and three-vessel disease. In-hospital outcomes revealed greater incidence of stroke (5.5% vs 2.1%), atrial fibrillation (16 vs 8.3%), low cardiac ouput syndrome (14.4% vs 8.5%), longer stay in intensive care unit (4.04 vs 2.83 days), and greater mortality (10.5% vs 3.8%). Logistic regression: female gender, smoking, diabetes and peripheral vascular disease were associated with higher in-hospital mortality within the CKD group. Patients who did not develop post-operative ARF presented 3.5% mortality; non-dialytic ARF: 35.4%; dialytic ARF: 66.7% mortality. Mortality was directly related to the stage of CKD, according to glomerular filtration rate. CONCLUSION: CKD patients submitted to CABG represent a high risk population, with increased incidence of complications and mortality. Post-operative ARF is a strong in-hospital mortality predictor. Glomerular filtration rate was inversely related to mortality.

Renal insufficiency, chronic; myocardial revascularization; morbidity; prognostic; lenght of stay; intensive care units


Impacto da disfunção renal na evolução intra-hospitalar após cirurgia de revascularização miocárdica

Roberto Ramos Barbosa; Priscila Feitoza Cestari; Julhano Tiago Capeletti; Gustavo Magnus T. L. S. R. Peres; Tania L. Pozzo Ibañez; Patrícia Viana da Silva; Jorge A. Farran; Vivian Lerner Amato; Pedro Silvio Farsky

Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, São Paulo, SP - Brasil

Correspondência Correspondência: Roberto Ramos Barbosa Av. Onze de Junho, 875/33 - Vila Clementino 04041-053 - São Paulo, SP - Brasil E-mail: roberto.rb@cardiol.br, beto.cardio@yahoo.com.br

RESUMO

FUNDAMENTO: A doença renal crônica (DRC) é um marcador de mortalidade na cirurgia de revascularização miocárdica (CRM).

OBJETIVO: Avaliar em pacientes com DRC submetidos a CRM as características clínicas e os marcadores de morbimortalidade hospitalar; comparar a evolução intra-hospitalar entre os grupos com e sem DRC, e com e sem desenvolvimento de insuficiência renal aguda (IRA).

MÉTODOS: Foram analisadas as CRM isoladas realizadas num hospital público cardiológico de 1999 a 2007. Considerado disfunção renal quando creatinina > 1,5 mg/dl. Avaliaram-se características clínicas, mortalidade e complicações pós-operatórias conforme a função renal.

RESULTADOS: De 3.890 pacientes, 362 (9,3%) tinham DRC. Esse grupo apresentava idade mais avançada, maior prevalência de hipertensão, disfunção ventricular esquerda, acidente vascular encefálico (AVE) prévio, doença arterial periférica e triarteriais. No pós-operatório, apresentou maior incidência de AVE (5,5% vs 2,1%), fibrilação atrial (16 vs 8,3%), síndrome de baixo débito cardíaco (14,4% vs 8,5%), maior tempo de internação na unidade de terapia intensiva (4,04 vs 2,83 dias), e maior mortalidade intra-hospitalar (10,5% vs 3,8%). Sexo feminino, tabagismo, diabete e doença vascular periférica e/ou carotídea associaram-se com maior mortalidade no grupo DRC. Pacientes que não desenvolveram IRA pós-operatória apresentaram 3,5% de mortalidade; grupo IRA não dialítica: 35,4%; grupo IRA dialítica: 66,7%. Calculando-se a taxa de filtração glomerular, observou-se aumento da mortalidade conforme o aumento da classe da DRC.

CONCLUSÃO: Pacientes com DRC submetidos a CRM constituem população de elevado risco, apresentando maior morbimortalidade. IRA pós-operatória é importante marcador de mortalidade. A taxa de filtração glomerular foi inversamente relacionada com mortalidade.

Palavras-chave: Insuficiência renal crônica, revascularização miocárdica/mortalidade, morbidade, prognóstico, tempo de internação, unidade de terapia intensiva.

Introdução

A disfunção renal crônica (DRC) é um marcador de risco em pacientes portadores de doença arterial coronariana (DAC)1. Nos pacientes submetidos a cirurgia de revascularização do miocárdio (CRM), a DRC está associada com maior tempo de internação e maiores taxas de morbimortalidade hospitalar2-4. A DRC, mesmo que leve a moderada, implica elevação da mortalidade após CRM, sendo o prognóstico ainda mais reservado nos pacientes com doença renal crônica em fase terminal5. Ademais, necessidade de procedimentos dialíticos no período pós-operatório está associada a importante elevação da mortalidade hospitalar, e a sua incidência é mais elevada nos portadores de DRC prévia a cirurgia cardíaca4,6,7.

Os pacientes portadores de DRC são mais idosos, apresentam maior prevalência de diabete e hipertensão arterial, fatores esses também associados a maior morbimortalidade operatória. Apesar dessa associação, acredita-se que a doença renal crônica seja um marcador independente de mortalidade hospitalar e em longo prazo8. Os escores de risco cirúrgico utilizam habitualmente a DRC como marcador de maior risco cirúrgico9-11.

Apesar de a disfunção renal ser um conhecido fator de maior risco em pacientes submetidos a CRM, as características dos pacientes portadores de DRC são pouco conhecidas, bem como os fatores associados a maior morbimortalidade nesse grupo específico de pacientes.

Objetivo

Este estudo teve como objetivo primário avaliar o impacto da doença renal crônica na morbidade (tempo de internação na unidade de terapia intensiva, ocorrência de fibrilação atrial, síndrome de baixo débito cardíaco e acidente vascular encefálico) e mortalidade hospitalares após CRM, e identificar os fatores associados a maior mortalidade hospitalar no grupo com DRC. Os objetivos secundários foram: avaliar o efeito da insuficiência renal aguda no pós-operatório sobre a mortalidade hospitalar; analisar a relação entre os níveis de creatinina e hemoglobina no pré-operatório; avaliar a importância do uso da taxa de filtração glomerular calculado pela fórmula de Cockcroft-Gault12, definindo-se a mortalidade encontrada para cada classe de DRC.

Métodos

Foi realizada uma análise retrospectiva de um banco de dados coletado prospectivamente, no período de 1º de janeiro de 1999 até 31 de dezembro de 2007, de todas as CRM isoladas em uma instituição cardiológica terciária de ensino. Foram excluídas as cirurgias com procedimentos associados, como implante de próteses e plastias valvares, correção de aneurismas e endarterectomia de carótidas. Este estudo foi aprovado pelo comitê de ética local.

Definiu-se como mortalidade operatória hospitalar aquela que ocorre em até 30 dias da data da cirurgia, ou durante a internação hospitalar, independentemente do tempo decorrido desde a operação13. Foram avaliados os parâmetros clínicos, laboratoriais, hemodinâmicos, operatórios e dados de pós-operatório.

Considerou-se DRC a presença de uma creatinina plasmática pré-operatória > 1,5 mg/dl; considerou-se IRA a elevação pós-operatória da creatinina plasmática > 50% em relação aos níveis basais, ou a necessidade de diálise no pós-operatório em pacientes que não a realizavam antes da CRM.

Utilizou-se o modelo de risco pré-operatório European System for Cardiac Operative Risk Evaluation (EuroSCORE)11 para o cálculo do risco de cada paciente. Foi calculado também o clearance de creatinina por meio da fórmula de Cockcroft-Gault12 para todos os pacientes.

Para comparações de variáveis categóricas foi utilizado o teste do Qui-Quadrado, e para variáveis contínuas, o teste t de Student, sendo considerados estatisticamente significativos valores de p < 0,05. Modelos de regressão logística foram utilizados considerando-se a mortalidade como a variável dependente13.

Foram comparados os grupos DRC e não DRC em relação às suas características clínicas basais pré-operatórias, ao tempo de permanência em dias na unidade de terapia intensiva, e à ocorrência de complicações (fibrilação atrial, síndrome de baixo débito cardíaco e acidente vascular encefálico) e óbito na fase intra-hospitalar da evolução pós-operatória.

No grupo DRC, foi analisada a correlação entre os valores de creatinina e hemoglobina sérica na data mais próxima da cirurgia, com um intervalo máximo de 30 dias.

Foram construídas curvas ROC para variáveis numéricas referentes à mensuração da função renal e à hemoglobina sérica, em comparação com a mortalidade, a fim de se determinar níveis considerados como pontos de corte para marcadores de mortalidade hospitalar.

Resultados

Dos 3.890 pacientes submetidos a CRM isolada no período, 362 (9,3%) eram portadores de DRC. A tabela 1 descreve as características clínicas basais de cada grupo. Os pacientes portadores de DRC constituem um grupo de maior risco, apresentando um EuroSCORE significativamente mais elevado quando comparado com o grupo sem DRC. O escore mais elevado não foi justificado apenas pela presença da DRC.

Na tabela 2 estão descritas as taxas mais elevadas de complicações do grupo DRC.

Com a finalidade de identificar os fatores relacionados ao óbito no grupo DRC, foi utilizada análise de regressão logística (tab. 3). O sexo feminino, tabagismo, diabete, e doença vascular periférica e/ou carotídea foram associados com maior mortalidade.

O desenvolvimento de insuficiência renal aguda (IRA) resultou em importante incremento da mortalidade, de 3,5% no grupo que não desenvolveu IRA, em comparação a 35,4% no grupo que desenvolveu IRA não dialítica no pós-operatório e 66,7% no grupo IRA que necessitou terapia de diálise (p = 0,001).

Níveis mais baixos de hemoglobina no pré-operatório imediato estiveram correlacionados com maior gravidade da disfunção renal, medida pela creatinina sérica (Rho correlação = -0,368, p < 0,001). No grupo DRC, o valor médio da creatinina foi de 2,1 mg/dl (± 0,6), e o valor médio da hemoglobina foi de 12,3 mg/dl (± 1,9 mg/dl).

Quando a disfunção renal é medida pela fórmula de Cockcroft-Gault12 (tab. 4) para cálculo da taxa de filtração glomerular, verificamos uma maior prevalência da classe III de disfunção renal, e aumento da mortalidade conforme o aumento da classe da DRC14.

Não foi possível detectar valores de corte da creatinina sérica ou da depuração de creatinina pela análise das curvas ROC a partir do qual haveria aumento significativo do desfecho óbito.

Discussão

Nesta análise de 3.890 pacientes submetidos a CRM isolada ao longo de seis anos (1999 a 2007) foram encontrados 362 (9,3%) pacientes portadores de DRC, sendo esses com maior prevalência do sexo masculino, idade mais avançada, maior prevalência de hipertensão arterial sistêmica, acidente vascular encefálico prévio, doença arterial periférica, doença coronariana triarterial e disfunção ventricular esquerda, e, consequentemente, um EuroSCORE mais elevado.

Os pacientes portadores de DRC apresentaram maiores taxas de complicações operatórias e mortalidade, e, nesse grupo, após ajustes para os fatores de risco, correlacionaram-se com maior mortalidade sexo feminino, tabagismo, diabete e doença arterial periférica e/ou carotídea. A insuficiência renal aguda no pós-operatório foi associada com importante elevação da mortalidade, especialmente quando foi necessária terapia dialítica.

Na nossa amostra, encontramos uma prevalência de DRC de 9,3% similar à descrita por Zakeri e cols.15, de 10,4%. Definimos o valor acima de 1,5 mg/dl como DRC. Outros autores definem valores acima de 1,2 mg/dl, como utilizado por Jyrala e cols.16, que encontraram aumento da mortalidade a partir desse valor da creatinina no pré-operatório e outros autores definem valores de 2,26 mg/dl (< 200 micromol/l)15 como valor de corte para DRC, o qual é o mesmo utilizado pelo EuroSCORE11. Valores definidos pela taxa de filtração glomerular são mais fidedignos para avaliação da função renal, sendo utilizados por alguns autores quando inferiores a 60 ml/min17.

Os valores de hemoglobina e os níveis de creatinina no pré-operatório apresentaram relação inversamente proporcional, demonstrando maior incidência de anemia conforme a piora da função renal, mas a identificação de um ponto de corte para aumento de mortalidade pela curva ROC não foi possível. Talvez isso se explique por existir uma correção sistemática da anemia antes e durante o ato operatório, geralmente por transfusão sanguínea, dificultando a real mensuração dessa; por conseguinte, a anemia não foi associada com mortalidade.

O maior número de comorbidades encontradas no grupo DRC é achado similar ao de estudos prévios, comparado a informações provenientes de grandes bancos de dados, como o banco de dados da STS (Society of Thoracic Surgeons National Adult Cardiac)3 e o banco de dados do Estado da Califórnia18. Os pacientes portadores de DRC apresentam maior prevalência de fatores associados com aumento da mortalidade operatória definidos por Jones e cols.9, como idade avançada, sexo feminino, doença arterial periférica, disfunção ventricular esquerda. O EuroSCORE19 inclui a disfunção renal como um fator de risco para mortalidade, bem como idade, sexo feminino, doença arterial periférica e disfunção ventricular esquerda. O banco de dados do STS aponta a disfunção renal grave como importante marcador de mortalidade hospitalar, associando DRC grave e dependência de diálise com uma razão de risco de 2,9 a 3,8 sobre a mortalidade3.

Neste estudo, um número significativo de pacientes foi avaliado, revelando uma mortalidade de 3,8% no grupo de não portadores de DRC e uma mortalidade significativamente mais elevada, de 10,5% (p < 0,001) nos pacientes portadores de DRC. Piegas e cols.20 descrevem uma mortalidade nacional para a CRM de 6,22%, porém esses dados referem-se ao total de revascularizações, sem exclusão das cirurgias com procedimentos associados, os quais interferem na análise da mortalidade.

O desenvolvimento de IRA no pós-operatório foi associado a importantes elevações de mortalidade, especialmente quando a hemodiálise foi necessária. Mesmo pequenas alterações da função renal no pós-operatório são associadas a importantes elevações de mortalidade, conforme estudos de Litmathe e cols.21 e Machado e cols.22. O tempo de circulação extracorpórea (CEC) foi maior no grupo DRC, provavelmente relacionado ao maior número de vasos acometidos. Esse maior tempo não foi identificado pela análise de regressão logística como relacionada ao evento óbito. Diez e cols.23 associaram um menor tempo de CEC a um menor aparecimento de disfunção renal no pós-operatório imediato da CRM. Na nossa amostra houve poucos casos operados sem a utilização da CEC, portanto esse fator não foi analisado. Di Mauro e cols.24 avaliaram a CRM com e sem o uso de CEC em pacientes portadores de DRC, definida por creatinina > 1,5 mg/dl, e não encontraram diferenças entre as diferentes estratégias em relação a piora da função renal.

Até recentemente, a maior parte dos estudos tem utilizado apenas a creatinina para a definição de DRC. A Sociedade Brasileira de Nefrologia definiu uma classificação em cinco níveis para a insuficiência renal14, baseada na taxa de filtração glomerular (TFG). De acordo com esses achados, foi verificada uma maior incidência de disfunção renal classe III, tendo sido encontrada uma mortalidade progressivamente mais elevada conforme a piora da função renal. Swart e cols.25 encontraram uma correlação entre menor TFG e o risco de desenvolvimento de insuficiência renal aguda após a cirurgia, assim como Moore e cols.26, que identificaram também correlação da TFG com o tempo de internação hospitalar. Lopes e cols.27, por sua vez, acompanharam por cinco anos pacientes com doença coronariana de múltiplos vasos sob modalidades de tratamento diversas, e descreveram uma mortalidade significativamente maior no grupo com disfunção renal moderada, em comparação com disfunção renal leve e função renal normal, conforme a taxa de filtração glomerular27. Nosso estudo também demonstrou essa associação inversa entre taxa de filtração glomerular e mortalidade.

Conclusões

Pacientes com DRC submetidos a CRM constituem uma população de risco mais elevado, evoluindo no pós-operatório com maiores taxas de complicações e mortalidade hospitalar. Nesse grupo, sexo feminino, tabagismo, diabete e presença de doença vascular periférica e/ou carotídea se associaram a maior mortalidade no período pós-operatório. O desenvolvimento de IRA no pós-operatório esteve associado com importantes elevações da mortalidade, especialmente quando a terapia dialítica foi necessária. A gravidade da anemia foi diretamente relacionada com a gravidade da disfunção renal. Quando a disfunção renal foi calculada pela taxa de filtração glomerular (fórmula de Cockcroft-Gault), encontramos uma mortalidade hospitalar progressivamente mais elevada conforme a piora da função renal.

Potencial Conflito de Interesses

Declaro não haver conflito de interesses pertinentes.

Fontes de Financiamento

O presente estudo não teve fontes de financiamento externas.

Vinculação Acadêmica

Não há vinculação deste estudo a programas de pós-graduação.

Artigo recebido em 14/11/10; revisado recebido em 29/11/10; aceito em 23/02/11.

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  • Correspondência:

    Roberto Ramos Barbosa
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    E-mail:
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      17 Jun 2011
    • Data do Fascículo
      Set 2011

    Histórico

    • Revisado
      29 Nov 2010
    • Recebido
      14 Nov 2010
    • Aceito
      23 Fev 2011
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